quinta-feira, 31 de outubro de 2013

EVANGELHO DO DIA 31 DE OUTUBRO DE 2013

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 31 de outubro de 2013

Lucas 13,31-35

Aleluia, aleluia, aleluia.
Bendito é o rei que vem em nome do Senhor! Glória a Deus nos altos céus e na terra paz aos homens! (Lc 19,38;2,14)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
13 31 No mesmo dia chegaram alguns dos fariseus, dizendo a Jesus: “Sai e vai-te daqui, porque Herodes te quer matar”.
32 Disse-lhes ele: “Ide dizer a essa raposa: eis que expulso demônios e faço curas hoje e amanhã; e ao terceiro dia terminarei a minha vida.
33 É necessário, todavia, que eu caminhe hoje, amanhã e depois de amanhã, porque não é admissível que um profeta morra fora de Jerusalém.
34 Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os enviados de Deus, quantas vezes quis ajuntar os teus filhos, como a galinha abriga a sua ninhada debaixo das asas, mas não o quiseste!
35 Eis que vos ficará deserta a vossa casa. Digo-vos, porém, que não me vereis até que venha o dia em que digais: ‘Bendito o que vem em nome do Senhor!’”
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!

 
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
SEM MEDO DOS PREPOTENTES
É interessante notar como alguns fariseus tenham ido avisar Jesus a respeito das intenções assassinas de Herodes. A hostilidade deles contra o Mestre, e as contínuas controvérsias entre eles, leva-nos a suspeitar de suas reais intenções. À primeira vista, tem-se a impressão de que os fariseus queriam proteger Jesus das tramas do facínora Herodes. Este já havia eliminado João Batista. Agora, queria eliminar também Jesus. Quiçá desejassem evitar complicações com os romanos, supondo-se ser Jesus deveras um revolucionário, um sublevador da ordem. Contudo, a notória hipocrisia dos fariseus recomendava pôr em xeque suas boas intenções. Não conseguiram, porém, enredar o Mestre nesta trama.
Jesus sabia serem eles emissários de Herodes, com quem pactuavam. Por isso, mandou-os de volta com um recado para aquela "raposa" política.
Apesar das ameaças, o Mestre levaria em frente sua missão, sem se intimidar com a prepotência e a arrogância de Herodes. O conselho mal-intencionado dos fariseus jamais haveria de demovê-lo do caminho traçado pelo Pai. Sua missão só chegaria ao fim, quando o Pai assim o determinasse. Seria inútil querer detê-lo, servindo-se de malícia ou de astúcia.
Foi vão o projeto assassino de Herodes contra Jesus. Este "privilégio" caberia a Jerusalém, a Cidade Santa, que se tornou assassina dos enviados de Deus. A morte de Jesus seria mais uma demonstração da vocação desta cidade: ser assassina dos profetas.
 
Oração 
Espírito de firmeza e determinação, fortalece minha fé, de modo a predispor-me para enfrentar e vencer todas as forças contrárias à minha decisão de ser fiel ao projeto do Pai.

(Pe. Jaldemir Vitório )

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

EVANGELHO DO DIA 30 DE OUTUBRO DE 2013

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 30 de outubro de 2013

Lucas 13,22-30

Aleluia, aleluia, aleluia.
Pelo evangelho o Pai nos chamou, a fim de alcançarmos a glória de nosso Senhor Jesus Cristo (2Ts 2,14)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 13 22 sempre em caminho para Jerusalém, Jesus ia atravessando cidades e aldeias e nelas ensinava.
23 Alguém lhe perguntou: “Senhor, são poucos os homens que se salvam?” Ele respondeu:
24 “Procurai entrar pela porta estreita; porque, digo-vos, muitos procurarão entrar e não o conseguirão.
25 Quando o pai de família tiver entrado e fechado a porta, e vós, de fora, começardes a bater à porta, dizendo: ‘Senhor, Senhor, abre-nos’, ele responderá: ‘Digo-vos que não sei de onde sois’.
26 Direis então: ‘Comemos e bebemos contigo e tu ensinaste em nossas praças’.
27 Ele, porém, vos dirá: ‘Não sei de onde sois; apartai-vos de mim todos vós que sois malfeitores’.
28 Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac, Jacó e todos os profetas no Reino de Deus, e vós serdes lançados para fora.
29 Virão do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e sentar-se-ão à mesa no Reino de Deus.
30 Há últimos que serão os primeiros, e há primeiros que serão os últimos”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
 A porta estreita
 
         “São poucos os que se salvam?” Quem se salvará? São perguntas feitas a Jesus. Sua resposta mostra que o mais importante não é saber quantos entrarão no reino de Deus, mas é decidir-se por Deus. Por isso, responde-lhes: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não conseguirão”. S. Cirilo de Alexandria observa que o interlocutor “queria saber se seriam poucos os que se salvariam, mas Jesus lhe fala da estrada que conduz à salvação”. O Senhor reporta-se ao essencial: a opção necessária para entrar pela porta estreita. Nesse sentido, os Santos Padres dizem estar Ele indicando a “porta do céu”, que só pode ser transposta por uma fé firme em Deus e uma moralidade isenta de mácula. De fato, esta é “a nossa porta”, presente no sonho de Jacó, embora invisível aos nossos olhos, que se abre para o átrio divino.
         S. Jerônimo nos diz que passar por ela significa estar vigilante “para o dia do julgamento, o que exige de nós a necessidade de mantermos constantemente a lâmpada acesa pela luz de nossas boas obras”. S. Cirilo de Jerusalém destaca a exigência do jejum para se passar pela porta estreita, “graças ao qual se rechaça com energia a perdição”. A porta ampla é reservada aos que, por seu comportamento pecaminoso, ignoram a Lei. Embora Jesus lhes diga: “Afastai-vos de mim, vós todos, que sois malfeitores!”, Ele não quer declarar uma rejeição definitiva dos pecadores. Seu desejo é que todos se salvem. Suas palavras são um apelo para que “os pecadores mudem a direção do caminho trilhado por eles” e possam igualmente passar pela porta estreita. Para S. Agostinho “o alimento que se come e se bebe, ao longo do caminho da vida, é Cristo, o Cordeiro imaculado. Oxalá, todos dele se alimentem de modo a não merecerem o castigo!”
O texto termina com a afirmação de que “os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos”, anunciando a eleição dos povos pagãos. A expressão “há primeiros” é partitiva, o que sugere a existência de outros primeiros, também israelitas, os quais, por sua adesão a Cristo, continuarão a ser os primeiros. Igualmente, os últimos, os pagãos, nem todos serão, automaticamente, admitidos na Aliança de Abraão.

(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Espírito de justiça e caridade, torna-me solícito em dedicar-me à prática do bem, de forma a agradar ao Senhor e alcançar a salvação

terça-feira, 29 de outubro de 2013

EVANGELHO DO DIA 29 DE OUTUBRO DE 2013

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 29 de outubro de 2013

Lucas 13,18-21

Aleluia, aleluia, aleluia.
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 13 18 Jesus dizia ainda: “A que é semelhante o Reino de Deus, e a que o compararei?
19 É semelhante ao grão de mostarda que um homem tomou e semeou na sua horta, e que cresceu até se fazer uma grande planta e as aves do céu vieram fazer ninhos nos seus ramos”.
20 Disse ainda: “A que direi que é semelhante o Reino de Deus?
21 É semelhante ao fermento que uma mulher tomou e misturou em três medidas de farinha e toda a massa ficou levedada”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
O CONTRASTE ENTRE O INÍCIO E O FIM

 A caminho de Jerusalém, Jesus conta duas pequenas parábolas, para dispor os discípulos para a experiência que haveriam de fazer. Nelas se estabelece o contraste entre o início do Reino, na humildade e na perda, e seu fim grandioso. Só quem foi alertado para esta dinâmica divina será capaz de superar o desânimo e a decepção do momento.
A semente de mostarda era símbolo de pequenez. Todavia, esse grão minúsculo, lançado na terra, germina e se torna um arbusto de até três metros, permitindo às aves pousar em seus ramos.
Também a pitadinha de fermento, ao ser colocada numa quantidade excepcional de farinha (três medidas) ou seja, cerca de 50 quilos, era suficiente para fermentá-la e torná-la apta para a fabricação do pão.
Com o Reino dá-se algo semelhante. É preciso esperar com confiança. Seu projeto iniciado com um punhado de pessoas sem projeção social, tidas como estranhas para os esquemas religiosos da época, e sem muitas perspectivas, era como o grão de mostarda e o fermento. Pequenos e frágeis, mas destinados a um fim grandioso. Por trás desta dinâmica, estava o dedo de Deus. Ele é que capacitaria este grupo inexpressivo para se tornar mediação de propagação do Reino, de modo a fermentar toda a história humana.
 
Oração
Espírito de esperança em Deus, ensina-me a perceber a ação divina fermentando a história humana por meio de pessoas frágeis e humildes.

(Pe. Jaldemir Vitório)

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

EVANGELHO DO DIA 28 DE OUTUBRO DE 2013

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 28 de outubro de 2013

Lucas 6, 12-19

Aleluia, aleluia, aleluia.
A vós, ó Deus, louvamos, a vós, Senhor, cantamos; vos louva, ó Senhor, o corro dos apóstolos!

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
6 12 Naqueles dias, Jesus retirou-se a uma montanha para rezar, e passou aí toda a noite orando a Deus.
13 Ao amanhecer, chamou os seus discípulos e escolheu doze dentre eles que chamou de apóstolos:
14 Simão, a quem deu o sobrenome de Pedro; André, seu irmão; Tiago, João, Filipe, Bartolomeu,
15 Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu; Simão, chamado Zelador;
16 Judas, irmão de Tiago; e Judas Iscariotes, aquele que foi o traidor.
17 Descendo com eles, parou numa planície. Aí se achava um grande número de seus discípulos e uma grande multidão de pessoas vindas da Judéia, de Jerusalém, da região marítima, de Tiro e Sidônia, que tinham vindo para ouvi-lo e ser curadas das suas enfermidades.
18 E os que eram atormentados dos espíritos imundos ficavam livres.
19 Todo o povo procurava tocá-lo, pois saía dele uma força que os curava a todos.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Escolha dos Apóstolos
          Logo no início de sua vida pública, Jesus escolhe doze apóstolos entre os seus discípulos. Eles serão a base da Igreja por ele instituída. São Lucas descreve nestes versículos a escolha desses homens antes de o Senhor proferir o Sermão da Montanha, carta magna da vida cristã. Naquela importante ocasião, Jesus, como nos momentos mais significativos da sua vida, retira-se para orar. Escreve Santo Ambrósio: “Ele não pede ao Pai por ele, mas ele julga oportuno suplicar ao Pai por nós como nosso advogado”.
         Dentre os discípulos, ele escolhe Doze, aos quais dá o nome de Apóstolos, depositando neles toda a sua confiança. “Apóstolo”, palavra grega, cujo significado é “enviado”, tem o sentido de missionário e também de delegado ou representante. “Quem vos escuta, a mim escuta”, diz o Mestre. E é como representante do Pai, enviado de Deus e primeiro “Apóstolo”, que Jesus se apresenta aos homens. Os Doze serão designados à sua imagem: “Ó Pai, como me enviaste ao mundo, eu também os enviei ao mundo”. Sobre a missão dada a eles por Jesus, escreve Santo Ambrósio: “Eles são semeadores da fé para tornar presente no mundo o auxílio da salvação dos homens. Presta também atenção ao desígnio divino: ele não escolheu para o apostolado pessoas sábias, ricas, nobres, mas pescadores e publicanos, pois não devia parecer que eles atrairiam as multidões, por causa de sua sabedoria, nem que as comprassem com suas riquezas. Muito menos as atraíssem à graça divina por força de seu prestígio e de sua nobreza. Prevalecia o argumento intrínseco da verdade, não a atração do discurso”.
         Jesus os chama para que “estejam com ele e para enviá-los em missão”. Eles devem estar com ele, para conhecê-lo como o Filho amado do Pai celestial e serem testemunhas de sua vida e ensinamentos. Ao mesmo tempo, como São João Damasceno ensina, Jesus os escolhe para que, “através deles, nós que somos homens miseráveis e terrenos, possamos chegar aos bens celestes”. Eles são enviados para levar a sua mensagem, em primeiro lugar às ovelhas perdidas de Israel, e depois “até os confins da terra”.
Eles passam, a Igreja continua. E do mesmo modo, a missão deles se estende no tempo, mediante seus sucessores. Mais tarde, os Atos dos Apóstolos falam de Paulo e Barnabé, vindos posteriormente, e que recebem o mesmo título de apóstolos. Forma-se o colégio apostólico, depois perpetuado no colégio episcopal, do qual os bispos estarão investidos como sucessores dos Apóstolos. Não se pode esquecer o caráter de delegado, testemunha da Tradição, exercido pelo bispo como “sinal de unidade na caridade”, na definição de Santo Inácio de Antioquia. 

(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Pai, transforma-me em apóstolo de teu Filho Jesus para que, movido pelo Espírito, eu possa ser sinal da presença dele neste mundo tão carente de salvação.

domingo, 27 de outubro de 2013

EVANGELHO DO DIA 27 DE OUTUBRO DE 2013

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 27 de outubro de 2013

Lucas 18,9-14

Aleluia, aleluia, aleluia.
O Senhor reconciliou o mundo em Cristo, confiando-nos sua palavra; a palavra da reconciliação, a palavra que hoje, aqui, nos salva (2Cor 5,19).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
18 9 Jesus lhes disse ainda esta parábola a respeito de alguns que se vangloriavam como se fossem justos, e desprezavam os outros:
10 Subiram dois homens ao templo para orar. Um era fariseu; o outro, publicano.
11 O fariseu, em pé, orava no seu interior desta forma: “Graças te dou, ó Deus, que não sou como os demais homens: ladrões, injustos e adúlteros; nem como o publicano que está ali.
12 Jejuo duas vezes na semana e pago o dízimo de todos os meus lucros”.
13 O publicano, porém, mantendo-se à distância, não ousava sequer levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: “Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador!
14 Digo-vos: este voltou para casa justificado, e não o outro. Pois todo o que se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
A PIEDADE CORRETA
 
A parábola do fariseu e do publicano aponta para dois diferentes tipos de piedade, representando posições extremas. O discípulo do Reino deve decidir-se pela maneira correta de agradar a Deus, evitando os caminhos enganosos.
A piedade farisaica, baseada na prática cotidiana da Lei, em seus mínimos detalhes, tinha seus defeitos: era cheia de orgulho, uma vez que levava a pessoa a olhar com desprezo para os considerados pecadores e incapazes de perfeição; pregava a segregação das outras pessoas, por temor de contaminação. Os fariseus julgavam-se com direito de exigir de Deus a salvação, em vista dos méritos adquiridos com sua vida piedosa.
A piedade do povo simples e desprezado, como o cobrador de impostos, tem outros fundamentos: a humildade e a consciência das próprias limitações e da necessidade de Deus para salvá-lo, a certeza de que a salvação resulta da misericórdia divina, sem méritos humanos, o espírito solidário com os demais pecadores que esperam a manifestação da bondade de Deus.
A oração do fariseu prepotente e egoísta dificilmente será atendida. É uma oração formal, da boca para fora. Já a oração do publicano é totalmente humilde, porque ele reconhece que sua salvação vem de Deus. Só a oração sem estardalhaço é ouvida!
 

Oração
Espírito de humildade na oração, ensina-me a rezar, pondo minha confiança totalmente em Deus, pois só sua misericórdia pode salvar-me.

(Pe. Jaldemir Vitório)

sábado, 26 de outubro de 2013

EVANGELHO DO DIA 26 DE OUTUBRO DE 2013

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 26 de outubro de 2013

Lucas 13,1-9

Aleluia, aleluia, aleluia.
Não quero a morte do pecado, diz o Senhor, mas que ele volte, se converta e tenha vida (Ez 33,11).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
13 1 Neste mesmo tempo contavam alguns o que tinha acontecido a certos galileus, cujo sangue Pilatos misturara com os seus sacrifícios.
2 Jesus toma a palavra e lhes pergunta: “Pensais vós que estes galileus foram maiores pecadores do que todos os outros galileus, por terem sido tratados desse modo?
3 Não, digo-vos. Mas se não vos arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo.
4 Ou cuidais que aqueles dezoito homens, sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou, foram mais culpados do que todos os demais habitantes de Jerusalém?
5 Não, digo-vos. Mas se não vos arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo”.
6 Disse-lhes também esta comparação: “Um homem havia plantado uma figueira na sua vinha, e, indo buscar fruto, não o achou.
7 Disse ao viticultor: ‘Eis que três anos há que venho procurando fruto nesta figueira e não o acho. Corta-a; para que ainda ocupa inutilmente o terreno?’
8 Mas o viticultor respondeu: ‘Senhor, deixa-a ainda este ano; eu lhe cavarei em redor e lhe deitarei adubo.
9 Talvez depois disto dê frutos. Caso contrário, cortá-la-ás’”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Convite à conversão

         No Evangelho de hoje, Jesus refere-se a um dos incidentes ocorridos com seus ouvintes judeus. Pilatos perpetrara um crime no próprio Templo profanando o lugar sagrado de adoração a Deus. Jesus aproveita esse fato para lançar um convite à conversão. Conta-lhes uma parábola ensejando despertar os discípulos para o fato de que ainda resta algum tempo, embora limitado, para “produzir dignos frutos de penitência”. Convoca-os à renovação de vida. É a parábola da figueira estéril, na qual ele destaca o “tempo da visita”, tempo de sua presença, caminho para ir a Deus. Não podemos nos demorar, pois o tempo já praticamente passou. Nossa resposta deverá ser imediata e incondicional.
A figueira, diz Santo Agostinho, está significando o gênero humano, convocado por Jesus a uma vida nova, no amor e na misericórdia de Deus. Na parábola, após três anos, não encontrando nenhum fruto, o viticultor pensa em cortá-la. No entanto, há a intervenção de um homem compassivo, que, como escreve Santo Agostinho, “intercede junto a ele, para que cave ao redor e coloque adubo, o que indica paciência e humildade. Esperemos os frutos, pensa ele. Como, porém, só uma parte dará frutos, outra não, virá o dono e a dividirá. Que significa dividi-la? O fato de que há bons e maus, unidos no momento presente num único corpo”.  
         Tendo presente que, na literatura bíblica, “permanecer sob a vinha ou sob a figueira” era não só sinal de paz e de bem-estar físico e social, mas também espiritual, graças à meditação nutritiva das Escrituras, o fato de ela secar constituía para Israel símbolo temível de infelicidade. E S. Cirilo de Jerusalém lembra que, ao contar esta parábola, Jesus “justamente deseja que produzamos bons frutos. Que não nos ocorra o que se deu com a figueira estéril, cortada e lançada fora”. Um apelo nos é feito. Apressemo-nos, antes que venha o fim, e, pela nossa conversão, reconheçamos Cristo como Senhor e Messias.
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
(Espírito do Deus paciente, mesmo conhecendo a paciência divina em relação ao meu egoísmo e aos meus erros, leva-me a mudar de vida, sem demora.)

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

EVANGELHO DO DIA 25 DE OUTUBRO DE 2013

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 25 de outubro de 2013

Lucas 12,54-59

Aleluia, aleluia, aleluia.
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 12 54 Jesus ainda dizia ao povo: “Quando vedes levantar-se uma nuvem no poente, logo dizeis: ‘Aí vem chuva’. E assim sucede.
55 Quando vedes soprar o vento do sul, dizeis: ‘Haverá calor’. E assim acontece.
56 Hipócritas! Sabeis distinguir os aspectos do céu e da terra; como, pois, não sabeis reconhecer o tempo presente?
57 Por que também não julgais por vós mesmos o que é justo?
58 Ora, quando fores com o teu adversário ao magistrado, faze o possível para entrar em acordo com ele pelo caminho, a fim de que ele te não arraste ao juiz, e o juiz te entregue ao executor, e o executor te ponha na prisão.
59 Digo-te: não sairás dali, até pagares o último centavo”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
A ÚLTIMA CHANCE

 A parábola dos inimigos a caminho do tribunal quer mostrar aos discípulos a necessidade inadiável de aderir, sem restrições, ao Reino, e deixar-se transformar por ele, antes da chegada do Senhor.
O fato da vida, que serve como referencial para a parábola, funda-se no bom senso: é preferível reconciliar-se antes de comparecer diante do juiz, para evitar ser submetido a pesados castigos. Por outro lado, a necessidade de reconciliação é mais forte entre os pobres. Resolver os problemas, sem a necessidade de processo judicial, é o caminho para se evitar a prisão ou outro tipo de condenação.
Jesus oferecia aos seus a última chance de conversão. Adiar tal decisão poderia resultar em conseqüências trágicas. Seria mais inteligente reconciliar-se, imediatamente, com Deus e com o próximo.
Jesus admirava-se da capacidade de discernimento das pessoas em relação às coisas do mundo, como também, da incapacidade de discernir quais atitudes deveriam tomar, em se tratando da salvação. Ou seja, a incapacidade de acolher sua palavra, seu convite a aderir ao Reino. Só um louco haveria de preferir ver-se diante do tribunal, correndo o risco de ser severamente punido. No entanto, os contemporâneos de Jesus acharam por bem virar-lhe as costas.
 
Oração 
Espírito que move à decisão, faze-me suficientemente sensato para não adiar ainda mais minha decisão de viver, de fato, reconciliado com Deus e com meu próximo.
 
(Pe. Jaldemir Vitório)

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

EVANGELHO DO DIA 24 DE OUTUBRO DE 2013

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 24 de outubro de 2013

Lucas 12,49-53

Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu tudo considero como perda e como lixo a fim de eu ganhar Cristo e ser achado nele! (Fl 3,8s)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 12 49 disse Jesus: “Eu vim lançar fogo à terra, e que tenho eu a desejar se ele já está aceso?
50 Mas devo ser batizado num batismo; e quanto anseio até que ele se cumpra!
51 Julgais que vim trazer paz à terra? Não, digo-vos, mas separação.
52 Pois de ora em diante haverá numa mesma casa cinco pessoas divididas, três contra duas, e duas contra três;
53 estarão divididos: o pai contra o filho, e o filho contra o pai; a mãe contra a filha, e a filha contra a mãe; a sogra contra a nora, e a nora contra a sogra”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO AO EVANGELHO
 
Jesus diante de sua Paixão (sinal de contradição)
 
         No Evangelho de hoje, eleva-se a voz de Jesus ao proclamar: “Eu vim trazer fogo à terra, e como desejaria que já estivesse aceso!” Não o fogo vingador ou o fogo da Geena, da condenação, mas o fogo já anunciado por S. João Batista, o fogo do batismo que nos permite renascer para uma nova vida. Aliás, fogo e batismo fluem juntos. João Batista anunciava: “Virá aquele que vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Lc 3,16). Comenta S. Cirilo de Alexandria: “Este fogo é a salvífica mensagem do Evangelho e o poder dos seus ensinamentos. O Evangelho inflama todos nós sobre a terra, levando-nos a uma vida de piedade e tornando-nos fervorosos no espírito”. É belíssima a consideração de S. Ambrósio, quando exclama: “O Senhor Jesus enviou este fogo à terra: desde então brilhou a fé, se acendeu a devoção, se iluminou a caridade e resplandeceu a justiça”. As palavras de Jesus remetem-nos também a Pentecostes, já anunciado por Ele, no qual o Espírito seria comunicado aos Apóstolos precisamente sob a forma de línguas de fogo.
Orígenes faz algumas considerações em forma de paráfrase ao texto bíblico. Escreve ele: “Quem está perto de mim, diz Jesus, está perto do fogo; quem está longe de mim está longe do Reino”. Neste sentido, o fogo seria consequência da proximidade, portanto, da vinda do Cristo, provocando a alternativa anunciada: Estar em Cristo ou não, deixar-se queimar por Ele ou se excluir do Reino. Deixemo-nos invadir por este fogo, que purifica, ilumina e inspira um reverente temor a Deus e à sua palavra agindo em nós!
         Por conseguinte, a vida cristã se define pela fidelidade a Jesus Cristo, manifestação inefável do amor divino. Deus vem a nós, faz-se homem, e o homem eleva-se à plenitude divina, porque a união das duas naturezas em Cristo é o fim último para o qual o mundo foi criado. Para São Máximo, “a encarnação e a deificação (santificação) se correspondem e se implicam mutuamente”. Tal ascensão suscita no homem a aspiração pelo que o supera, “desejo de eternidade”, ínsito em seu coração. Por isso, ao se sentir maior que a própria realidade do mundo, ele é tentado a se comparar a Deus e, ao fazer a experiência de sua fundamental liberdade, no âmago de seu ser, ele olvida a graça e julga ser ele mesmo a causa de sua salvação, como pretendia Pelágio. Ou adota o trio espiritual maléfico, no dizer dos monges do deserto, o egoísmo, a ganância e a cobiça.
Tornam-se, então, claras as palavras do velho profeta Simeão, dirigidas ao menino Jesus, declarando-o “sinal de contradição”. Acolhe-se ou não o Filho de Deus encarnado como Salvador do gênero humano e recapitulador da História. Coloca-se a favor ou contra ele. Neste sentido, no Evangelho de hoje, o próprio Jesus alerta que “numa casa com cinco pessoas, estarão divididas três contra duas e duas contra três”, pois no dizer de Santo Ambrósio, “cada um de nós é a casa ou de Deus ou do demônio. A casa espiritual é a do homem espiritual, na qual dois se dividem contra três e três contra dois”.
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Espírito que nos leva a ser resolutos, embora em meio a conflitos e tensões, torna-me capaz de decidir-me pelo Reino, e, como Jesus, viver em plena amizade com o Pai.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

EVANGELHO DO DIA 23 DE OUTUBRO DE 2013

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 23 de outubro de 2013

Lucas 12,39-48

Aleluia, aleluia, aleluia.
Vigiai, diz Jesus, vigiai, pois, no dia em que não esperais, o vosso Senhor há de vir (Mt 24,42.44).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 12 39 disse Jesus: “Sabei, porém, isto: se o senhor soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria sem dúvida e não deixaria forçar a sua casa.
40 Estai, pois, preparados, porque, à hora em que não pensais, virá o Filho do Homem”.
41 Disse-lhe Pedro: “Senhor, propões esta parábola só a nós ou também a todos?”
42 O Senhor replicou: “Qual é o administrador sábio e fiel que o senhor estabelecerá sobre os seus operários para lhes dar a seu tempo a sua medida de trigo?
43 Feliz daquele servo que o senhor achar procedendo assim, quando vier!
44 Em verdade vos digo: confiar-lhe-á todos os seus bens.
45 Mas, se o tal administrador imaginar consigo: ‘Meu senhor tardará a vir’, e começar a espancar os servos e as servas, a comer, a beber e a embriagar-se,
46 o senhor daquele servo virá no dia em que não o esperar e na hora em que ele não pensar, e o despedirá e o mandará ao destino dos infiéis.
47 O servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada preparou e lhe desobedeceu será açoitado com numerosos golpes.
48 Mas aquele que, ignorando a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensíveis será açoitado com poucos golpes. Porque, a quem muito se deu, muito se exigirá. Quanto mais se confiar a alguém, dele mais se há de exigir”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Um alerta para os líderes
 
A parábola do dispenseiro prudente e fiel é uma chamada de atenção para os líderes das comunidades cristãs, na perspectiva da demora em consumar-se a segunda vinda do Senhor.
O dispenseiro confiável corresponde ao líder que exerce a tarefa de coordenar a comunidade, sem extrapolar os limites de suas atribuições. No trato com os irmãos e as irmãs, sabe ser benevolente e justo, fraterno e solidário, equânime e respeitoso. Ele não cede à tentação de sentir-se superior aos demais, nem de fazer acepção de pessoas. Antes, exerce a liderança, consciente de estar a serviço do Senhor, a quem deverá prestar contas.
O dispenseiro insensato assemelha-se ao líder que tiraniza a comunidade, despreza as pessoas, e é inescrupuloso no trato com elas. Comporta-se como se fosse o senhor de seus semelhantes. Um senhor impiedoso e cruel! Os efeitos danosos de sua atitude são imediatamente sentidos pela comunidade, a qual se dispersa, desanima, perde o gosto de testemunhar sua fé.
A reação do senhor diante das duas atitudes contrastantes alerta para o destino de cada tipo de líder: quem é fiel receberá a bênção divina, em forma de herança dos bens eternos. Sua fidelidade a um projeto histórico torná-lo-á merecedor de um prêmio celeste. Já o líder tirano será punido com severidade, recebendo a mesma sorte dos ímpios, ou seja, o castigo eterno.
 
Oração
Espírito de fraterna bondade, ilumina nossos líderes para que exerçam com responsabilidade a missão recebida, conscientes de que deverão prestar contas ao Pai.

(Pe. Jaldemir Vitório)

terça-feira, 22 de outubro de 2013

EVANGELHO DO DIA 22 DE OUTUBRO DE 2013

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 22 de outubro de 2013

Lucas 12,35-38

Aleluia, aleluia, aleluia.
Vigiai e orai para ficardes de pé ante o Filho do Homem! (Lc 21,36)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
12 35 Disse Jesus: “Estejam cingidos os vossos rins e acesas as vossas lâmpadas.
36 Sede semelhantes a homens que esperam o seu senhor, ao voltar de uma festa, para que, quando vier e bater à porta, logo lha abram.
37 Bem-aventurados os servos a quem o senhor achar vigiando, quando vier! Em verdade vos digo: cingir-se-á, fá-los-á sentar à mesa e servi-los-á.
38 Se vier na segunda ou se vier na terceira vigília e os achar vigilantes, felizes daqueles servos!”
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Prontidão para o retorno do Mestre
                 O Senhor deseja que todos estejam espiritualmente preparados para a vinda do Filho do Homem. Para melhor compreender o seu desejo, Jesus conta a parábola do “retorno do senhor” após a festa de núpcias. Deus, na figura do esposo, oferece “aos que o esperam” o maior tesouro, seu Reino de paz e de justiça. Eles, porém, correm o risco de perdê-lo, caso não se preparem devidamente para a sua vinda. Sob esta ótica, é que a parábola deve ser interpretada.
A expressão trazer “lâmpadas acesas”, segundo S. Agostinho, significa manter-se vigilante mediante a prática das boas obras, e a frase: “ter os rins cingidos”, cuidadosa instrução dada a Moisés e a Aarão no tocante à Páscoa, para S. Agostinho lembra a imagem da continência, entendida como disposição virtuosa de quem se orienta de acordo com a reta razão, não se deixando guiar pelos movimentos impetuosos das paixões. Nesse sentido, vigilância significa libertar-se do egoísmo e abrir-se ao amor a Deus e ao próximo, pelo que o cristão, nas palavras de Agostinho, “será recompensado, pois terá vencido o que a paixão sugeria e terá cumprido o que a caridade ordenava”.  
         O discurso escatológico de Jesus sobre a necessidade de vigiar culmina com uma exigência prática: colocar-se nos ternos e misericordiosos horizontes de Deus. Portanto, quem é vigilante deixa-se guiar pelo amor divino, que o coloca, como proclama S. Francisco de Assis, “no cumprimento da santíssima vontade do Pai”. Ele será, como “luz do mundo” e “sal da terra”, imensa reserva de silêncio, de paz e de verdadeira vida para toda a humanidade. Concretiza-se a criação boa e durável da história, levando-nos a compreender que a salvação, para os que não conheceram a luz cristã nesta vida, continua a ser presença do mistério da misericórdia divina, jamais considerada segundo nossas medidas humanas. Objetivamente, a humanidade inteira participa da luz da Transfiguração de Jesus, mantendo sempre o pressuposto da liberdade e de uma vida guiada pela reta consciência. Pois, iluminada e guiada pelo Espírito divino, cada pessoa é chamada a celebrar a vida e, no abismo da divina sabedoria, viver a vertigem do amor purificador e santificante do Senhor.  

(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Senhor Jesus, reforça minha disposição a estar sempre vigilante, à tua espera, para que eu possa ser acolhido por ti, no teu Reino

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

EVANGELHO DO DIA 21 DE OUTUBRO DE 2013

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 21 de outubro de 2013

Lucas 12,13-21

Aleluia, aleluia, aleluia.
Felizes os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus (Mt 5,3).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 12 13 disse-lhe então alguém do meio do povo: “Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança”.
14 Jesus respondeu-lhe: “Meu amigo, quem me constituiu juiz ou árbitro entre vós?”
15 E disse então ao povo: “Guardai-vos escrupulosamente de toda a avareza, porque a vida de um homem, ainda que ele esteja na abundância, não depende de suas riquezas”.
16 E propôs-lhe esta parábola: “Havia um homem rico cujos campos produziam muito.
17 E ele refletia consigo: ‘Que farei? Porque não tenho onde recolher a minha colheita’.
18 Disse então ele: ‘Farei o seguinte: derrubarei os meus celeiros e construirei maiores; neles recolherei toda a minha colheita e os meus bens.
19 E direi à minha alma: ó minha alma, tens muitos bens em depósito para muitíssimos anos; descansa, come, bebe e regala-te’.
20 Deus, porém, lhe disse: ‘Insensato! Nesta noite ainda exigirão de ti a tua alma. E as coisas, que ajuntaste, de quem serão?’
21 Assim acontece ao homem que entesoura para si mesmo e não é rico para Deus”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
A RIQUEZA Và
 
Jesus deve ter percebido a mentalidade de muitas pessoas exageradamente preocupadas em adquirir e acumular bens. Se os discípulos desejassem ser fiéis ao Reino, deveriam precaver-se contra atitudes deste gênero. Daí a preocupação do Mestre em alertá-los.
Tudo, na vida do rico, gira em torno do próprio eu: "meus celeiros", "meu trigo", "meus bens". Em sua vida, não existe espaço para Deus e para o próximo. Tudo é pensado em função de sua satisfação pessoal: "Ó minha alma, descansa, come, bebe, regala-te, pois tens bens acumulados para muitos anos". Solidariedade, partilha, misericórdia são palavras banidas de seu vocabulário. Sua avareza impede-o de sensibilizar-se diante das necessidades do próximo.
Todavia, como não somos feitos só para esta vida, a morte confronta-nos com outra realidade: a vida eterna. Aqui, só têm valor os gestos de fraternidade, a bondade para com o excluídos e carentes, a capacidade de fazer-se próximo de quem sofre. Este é o verdadeiro tesouro a ser acumulado durante a vida terrena. Os bens materiais, quando partilhados, podem ser instrumentos para adquirir este tesouro eterno. Acumulá-los significa torná-los infrutíferos, ou seja, inúteis.
O discípulo do Reino, por ter seu coração centrado em Deus e no próximo, sabe ser generoso com quem necessita de seu ajuda fraterna. 
 
Oração 
Espírito de partilha fraterna, afasta para longe de mim toda avareza, porque ela me impede de manifestar meu amor ao próximo, partilhando com ele os meus bens.

(Pe. Jaldemir Vitório)

domingo, 20 de outubro de 2013

EVANGELHO DO DIA 20 DE OUTUBRO DE 2013

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 20 de outubro de 2013

Lucas 18,1-8

Aleluia, aleluia, aleluia.
A palavra de Deus é viva e eficaz em suas ações; penetrando os sentimentos, vai ao íntimo dos corações (Hb 4,12).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
18 1 Propôs-lhes Jesus uma parábola para mostrar que é necessário orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo.
2 “Havia em certa cidade um juiz que não temia a Deus, nem respeitava pessoa alguma.
3 Na mesma cidade vivia também uma viúva que vinha com freqüência à sua presença para dizer-lhe: ‘Faze-me justiça contra o meu adversário’.
4 Ele, porém, por muito tempo não o quis. Por fim, refletiu consigo: ‘Eu não temo a Deus nem respeito os homens;
5 todavia, porque esta viúva me importuna, far-lhe-ei justiça, senão ela não cessará de me molestar”.
6 Prosseguiu o Senhor: “Ouvis o que diz este juiz injusto?”
7 Por acaso não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que estão clamando por ele dia e noite? Porventura tardará em socorrê-los?
8 Digo-vos que em breve lhes fará justiça. Mas, quando vier o Filho do Homem, acaso achará fé sobre a terra?
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor
!
 
 
COMENTÁRIO AO EVANGELHO
 
O juiz iníquo e a viúva importuna
         Após a parábola do amigo importuno, Jesus conta aos apóstolos a parábola do juiz iníquo, ao qual uma pobre viúva recorre, clamando por justiça. O juiz mostra-se indiferente, surdo a Deus e aos homens. Mas farto de ser importunado pela viúva, que “lhe causava fastio”, ele finalmente a atendeu. Com muito maior razão, pergunta Jesus, “não faria Deus justiça a seus eleitos que clamam a Ele dia e noite, mesmo que os faça esperar?” Certamente Deus atenderá às súplicas de seus filhos.
         Visando despertar nos discípulos a perseverança na oração, sugerida na introdução da parábola, Jesus descreve os insistentes rogos da viúva. Caso eles procedam do mesmo modo, a prece deles será acolhida pelo coração amoroso do Justo por excelência, Deus, o divino Juiz. Ainda que retarde, seu julgamento não deixará de acontecer. Mesmo que, no presente momento, eles tenham de suportar a iniquidade, o crime e o pecado, o Senhor não os abandonará e virá em socorro deles. Sua paciência é sem limites. Ela reflete a longanimidade misericordiosa do seu coração, que concede aos pecadores o tempo necessário para se arrepender e para que o número dos eleitos possa ser sempre maior.
Nesse sentido, exclama São Cirilo de Alexandria: “O contínuo apresentar-se da viúva oprimida conquistou o juiz iníquo que não temia a Deus e, contra a sua vontade, concede-lhe o que ela pedia. Como poderá aquele que ama a misericórdia e odeia a iniqüidade, que sempre estende sua mão salvadora aos que o amam, não acolher os que se achegam a Ele dia e noite?” De fato, escreve S. Agostinho, “o Senhor quis que da atitude do juiz iníquo se deduzisse o modo como Deus, bom e justo, trata com amor os que recorrem a ele pela oração”.
         Ao ouvir essas palavras, a confiança nos avigora os corações, porque, na pessoa de seu Filho Jesus, o Cordeiro que tira o pecado do mundo, Deus já veio em nosso socorro. Orígenes afirma que o próprio Jesus ora em nós: “O Filho de Deus é o sumo sacerdote das nossas súplicas e nosso defensor junto ao Pai. Ele une-se, em sua prece, àqueles que rezam e invoca em favor dos que suplicam”. Nele, os movimentos do nosso coração tornam-se uma única e ininterrupta prece, que nos permite experimentar, habitando em nós o Espírito divino, a força da Ressurreição.   

 
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Espírito de perseverança na oração, dá-me um coração de pobre, que se volta para o Pai, consciente de que só ele pode vir em socorro de minhas necessidades.

sábado, 19 de outubro de 2013

EVANGELHO DO DIA 19 DE OUTUBRO DE 2013

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 19 de outubro de 2013

Lucas 12,8-12

Aleluia, aleluia, aleluia.
O Espírito Santo, a verdade, de mim irá testemunhar; e vós minhas testemunhas sereis em todo lugar (Jo 15,26s).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 12 8 "Todo o que me reconhecer diante dos homens, também o Filho do Homem o reconhecerá diante dos anjos de Deus;
9 mas quem me negar diante dos homens será negado diante dos anjos de Deus.
10 Todo aquele que tiver falado contra o Filho do Homem obterá perdão, mas aquele que tiver blasfemado contra o Espírito Santo não alcançará perdão.
11 Quando, porém, vos levarem às sinagogas, perante os magistrados e as autoridades, não vos preocupeis com o que haveis de falar em vossa defesa,
12 porque o Espírito Santo vos inspirará naquela hora o que deveis dizer".
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
A FAVOR OU CONTRA JESUS
 A comunidade cristã tem como tarefa testemunhar publicamente sua fé. Este testemunho acontece no seio de um mundo hostil, nem sempre disposto a acolher mensagem do Reino.
E o discípulo encontra-se, muitas vezes, em situações nas quais sua fé é posta em xeque. É, então, o momento de se decidir a favor ou contra Jesus. É sua vida que está em jogo: renegá-lo significa sobreviver, tomar partido em favor dele significa morrer.
Evidentemente, a decisão fica por conta do discípulo. Se tiver uma fé robusta e coragem suficiente para suportar as conseqüências de sua opção, será capaz de declarar sua fé. Se, pelo contrário, tiver uma fé inconsistente e um caráter frágil, negará sua condição de discípulo de Jesus, declarando não conhecê-lo.
A exortação do Mestre chama a atenção dos seus seguidores para as conseqüências mais radicais de sua decisão. Mais do que a vida física e a segurança material, na decisão está implicada sua sorte eterna. Quem se colocar a favor de Jesus nesta vida, pode estar certo de tê-lo a seu favor no momento do juízo divino. Quem o negar publicamente, não o terá como defensor, quando for julgado por Deus.
Nos momentos difíceis, o discípulo deve contar com a ajuda do Espírito Santo. É ele quem lhe dará forças para proclamar, com destemor, sua fé.
 
Oração
Espírito que fortalece para o testemunho, vem em meu auxílio com tua força, nos momentos de dificuldade, para que eu possa dar um testemunho corajoso de minha fé.

(Pe. Jaldemir Vitório)

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

EVANGELHO DO DIA 18 DE OUTUBRO DE 2013

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 18 de outubro de 2013

Lucas 10,1-9

Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos designei para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça, assim disse o Senhor (Jo 15,16).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
10 1 Depois disso, designou o Senhor ainda setenta e dois outros discípulos e mandou-os, dois a dois, adiante de si, por todas as cidades e lugares para onde ele tinha de ir.
2 Disse-lhes: “Grande é a messe, mas poucos são os operários. Rogai ao Senhor da messe que mande operários para a sua messe.
3 Ide; eis que vos envio como cordeiros entre lobos.
4 Não leveis bolsa nem mochila, nem calçado e a ninguém saudeis pelo caminho.
5 Em toda casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘Paz a esta casa!’
6 Se ali houver algum homem pacífico, repousará sobre ele a vossa paz; mas, se não houver, ela tornará para vós.
7 Permanecei na mesma casa, comei e bebei do que eles tiverem, pois o operário é digno do seu salário. Não andeis de casa em casa.
8 Em qualquer cidade em que entrardes e vos receberem, comei o que se vos servir.
9 Curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: ‘O Reino de Deus está próximo’”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
 
Missão dos setenta e dois
 
(Festa de São Lucas)
 
                  Ao enviar os setenta e dois dos seus discípulos à missão, Jesus lhes apresenta o Reino de Deus como uma grande messe. A abrangência da missão é universal. Ela visa não só o povo de Israel, mas também os demais povos e nações. O objetivo é semear a Palavra de Deus no coração de todo ser humano.
Colocado, justamente, no início da subida de Jesus a Jerusalém, esse episódio caracteriza a ação formadora do Senhor, no desejo de transmitir aos seus discípulos o fervor e o ardor missionários. Eles são seus continuadores. Do Senhor eles recebem a inspiração e a força para tornar a Igreja presente por toda parte, em sua intenção “católica”. Embora tal fato fosse se concretizar só após Pentecostes, já agora, na vida pública de Jesus, pode-se entrever a futura missão universal dos Apóstolos. Com efeito, observa Orígenes: “Não só os Doze Apóstolos pregaram a fé em Cristo, mas o Evangelho nos diz que outros setenta foram enviados para pregar a Palavra de Deus, para que graças a eles, o mundo conhecesse as palmas da vitória de Cristo”. O número setenta é bastante bíblico. Moisés escolheu setenta anciãos para ajudá-lo em sua tarefa de liderar o povo através do deserto. O Sinédrio, conselho que governava o povo de Israel, era composto de 70 membros. Em Jesus esse número quer expressar a totalidade das nações e povos, para os quais seus discípulos deviam levar sua Palavra e agir no seu poder.
         Eles pertencem ao grupo dos artesãos da paz. Diz Jesus aos 72 discípulos: “Se houver um homem de paz, a vossa paz irá repousar sobre ele; se não voltará a vós”. O missionário de Cristo anuncia a sua paz e a comunica aos que estão preparados para recebê-la. Porém, até a segunda vinda do Senhor, os discípulos encontrarão oposição e perseguição. Serão como ovelhas no meio de lobos. Escreve S. Cirilo de Alexandria: “No entanto, eles serão capazes de sobreviver, porque eles têm Jesus como pastor e ele os protegerá dos lobos em meio às perseguições”. Nada os desanimará. Pois na mente dos discípulos, bem presentes, estão as palavras de S. João Batista: “Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. Por isso, a saudação da paz é dada a todos, como observa S. Agostinho, “sem discriminação, embora só seja recebida pelos que são filhos da paz”.  Com S. Francisco de Assis saudamos a todos: Paz e Bem!

(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Espírito de coragem e generosidade, predisponha-me para trabalhar na messe do Senhor, concedendo-me os pré-requisitos necessários para um serviço eficaz.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

EVANGELHO DO DIA 17 DE OUTUBRO DE 2013

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 17 de outubro de 2013

Lucas 11,47-54

Aleluia, aleluia, aleluia.
Sou o caminha, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai, senão por mim (Jo 14,6).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, disse o Senhor: 11 47 "Ai de vós, que edificais sepulcros para os profetas que vossos pais mataram.
48 Vós servis assim de testemunhas das obras de vossos pais e as aprovais, porque em verdade eles os mataram, mas vós lhes edificais os sepulcros.
49 Por isso, também disse a sabedoria de Deus: Enviar-lhes-ei profetas e apóstolos, mas eles darão a morte a uns e perseguirão a outros.
50 E assim se pedirá conta a esta geração do sangue de todos os profetas derramado desde a criação do mundo,
51 desde o sangue de Abel até o sangue de Zacarias, que foi assassinado entre o altar e o templo. Sim, declaro-vos que se pedirá conta disso a esta geração!
52 Ai de vós, doutores da lei, que tomastes a chave da ciência, e vós mesmos não entrastes e impedistes aos que vinham para entrar.
53 Depois que Jesus saiu dali, os escribas e fariseus começaram a importuná-lo fortemente e a persegui-lo com muitas perguntas,
54 armando-lhe desta maneira ciladas, e procurando surpreendê-lo nalguma palavra de sua boca".
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
 
COMENTÁRIO AO EVANGELHO
 
O SANGUE DOS PROFETAS
 
A franqueza usada por Jesus no confronto com os seus adversários permitia-lhe entrever o que se passava no coração deles. Recusava-se a pactuar com sua hipocrisia, denunciando o modo como pretendiam agradar a Deus. Essa liberdade de Jesus em denunciar o comportamento dos seus adversários só podia torná-lo alvo de ódio feroz.
A experiência do Mestre estava em perfeita consonância com a dos profetas do passado. Também eles foram perseguidos e mortos, sem que o povo desse ouvido à apelos. Em outras palavras, preferiu-se calar a voz de Deus a acolhê-la com humildade e desejo de conversão.
Mais que todos os profetas e mensageiros do passado, Jesus era a voz privilegiada de Deus na história humana. Na condição de Filho, fora enviado para proclamar o caminho da salvação. Todas as suas palavras e suas ações deveriam levar as pessoas a se converterem para o Reino. No entanto, por parte de um grupo de escribas e fariseus, só encontrou fechamento e recusa de acolher o caminho que ele lhes propunha.
O Pai pedirá contas a esse grupo de pessoas, como pediu aos que derramaram o sangue dos profetas, desde a criação do mundo. Tamanha insensibilidade clama aos céus! Sua punição manifesta a rejeição divina de pactuar com a maldade.
 
Oração 
Espírito de receptividade, faze-me dócil para acolher as palavras de Jesus, deixando-me tocar e converter por elas.

(Pe. Jaldemir Vitório)

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

EVANGELHO DO DIA 16 DE OUTUBRO DE 2013

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 1 de outubro de 2013

Lucas 11,42-46

Aleluia, aleluia, aleluia.
Minhas ovelhas escutam minha voz, eu as conheço e elas me seguem (Jo 10,27).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
11 42 Disse Jesus: “Ai de vós, fariseus, que pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de diversas ervas e desprezais a justiça e o amor de Deus. No entanto, era necessário praticar estas coisas, sem contudo deixar de fazer aquelas outras coisas.
43 Ai de vós, fariseus, que gostais das primeiras cadeiras nas sinagogas e das saudações nas praças públicas!
44 Ai de vós, que sois como os sepulcros que não aparecem, e sobre os quais os homens caminham sem o saber".
45 Um dos doutores da lei lhe disse: "Mestre, falando assim também a nós outros nos afrontas".
46 Ele respondeu: "Ai também de vós, doutores da lei, que carregais os homens com pesos que não podem levar, mas vós mesmos nem sequer com um dedo vosso tocais os fardos.”
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Contra os fariseus e escribas (II)
 
         Normalmente, as prescrições da Lei orientam-se para a prática da caridade, beneficiando, sobretudo, aquele que a pratica. Já os profetas insistiam a respeito da atitude interior, necessária para que as ações do homem fossem agradáveis a Deus. Aliás, justiça, misericórdia e fidelidade, destacadas na Lei, forjam um espírito sereno e equânime naquele que deseja caminhar humildemente para Deus. No seu modo de viver e em sua pregação, Jesus reporta-se aos ensinamentos dos profetas, desejando levar seus ouvintes à união com o Pai, retidão da perfeição. Também os escribas e fariseus. Por isso, ele exorta, direta e fortemente, os líderes religiosos de seu tempo, chamando-os de cegos e hipócritas, visando conduzi-los, segundo as palavras de S. Cirilo de Alexandria, “à prática de julgar, reta e impecavelmente, seus semelhantes sem abandonar a misericórdia e a sinceridade para com Deus. Pois a justiça, a misericórdia e a fé em Deus são melhores que o dízimo e as primícias”.
          A palavra hipócrita significa usar máscara ou, ainda, fazer algo para chamar a atenção dos outros sobre si mesmo. Se os escribas devotavam suas vidas ao estudo da Lei de Deus, eram, no entanto, movidos pelo desejo de serem vistos como seus únicos autênticos intérpretes. Às demais pessoas, eles atribuíam numerosas exigências, confundindo-as e fazendo-as perder, em seu zelo confuso, a perspectiva de Deus e de seus propósitos a respeito da Lei. Chegaram ao extremo de legislar sobre pequenas e insignificantes coisas, e esmiuçar os dez mandamentos e os preceitos da Lei em milhares de pequenas regras e regulamentações a serem cumpridas pelo povo. Por isso, Jesus os recrimina por negligenciarem o que era mais importante: a justiça, o amor a Deus e os cuidados devidos aos necessitados, fracos e doentes.
         A Lei mosaica e mesmo as tradições particulares não são abolidas por Jesus, que as tem em apreço, chegando a dizer que “nelas nos preparamos para as grandes coisas”. No entanto, para não privilegiar o secundário em detrimento do essencial, Ele não deixa de corrigi-los. Nesse sentido, Orígenes observa: “As palavras de Jesus conduzem a uma interpretação que, passando pelo sentido literal, visa chegar ao significado espiritual”, que traz a lume o essencial de tais práticas. Assim, diante da prescrição de lavar o interno dos copos, para não se manchar, Orígenes se pergunta: “Com estas práticas, preparavam-se eles realmente para a purificação do próprio pecado?” 
         Por conseguinte, as palavras severas e duras do Senhor não são palavras de condenação, mas um forte apelo à conversão e à mudança no modo de pensar, agir e viver 
 
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Senhor Jesus, ajuda-me a centrar minha vida sempre mais na justiça e no amor, para que tudo o mais tenha sentido para mim.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

EVANGELHO DO DIA 15 DE OUTUBRO DE 2013

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 15 de outubro de 2013

Lucas 11,37-41

Aleluia, aleluia, aleluia.
A palavra do Senhor é viva e eficaz: ela julga os pensamentos e as intenções do coração (Hb 4,12).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
11 37 Enquanto Jesus falava, pediu-lhe um fariseu que fosse jantar em sua companhia. Ele entrou e pôs-se à mesa.
38 Admirou-se o fariseu de que ele não se tivesse lavado antes de comer.
39 Disse-lhe o Senhor: "Vós, fariseus, limpais o que está por fora do vaso e do prato, mas o vosso interior está cheio de roubo e maldade!
40 Insensatos! Quem fez o exterior não fez também o conteúdo?
41 Dai antes em esmola o que possuís, e todas as coisas vos serão limpas".
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
 
Comentário do Evangelho
UM CASO DE INSENSATEZ

Certas atitudes dos fariseus deixavam Jesus irritado. Entre elas, a preocupação exagerada com a pureza ritual, sem a correspondente pureza do coração. Nem o dever de "boa educação" impedia o Mestre de denunciar esta perigosa defasagem. Assim, o fariseu que o convidara para almoçar em sua casa recebeu a merecida censura, por querer impor-lhe seus esquemas.
O anfitrião considerou grave o fato de Jesus não ter lavado as mãos, antes de pôr-se à mesa. Os fariseus eram escrupulosos na observância desse rito. Procuravam evitar qualquer contato contaminador, e multiplicavam as abluções para ver-se livres de eventuais impurezas.
No pensar de Jesus, esta preocupação toca apenas o nível exterior, sem atingir o interior do ser humano, onde se decide a salvação. De que adianta ter as mãos asseadas, e as louças e talheres bem lavados, se o coração está cheio de maldade? A piedade baseada neste descompasso, de forma alguma poderá agradar a Deus. É pura insensatez! Quem age assim, ilude-se, pois, todos seus esforços de mostrar-se justo diante de Deus tornar-se-ão inúteis.
Na perspectiva de Jesus, o verdadeiro processo de purificação começa no interior do ser humano, superando o egoísmo que o impede de ser bondoso com os seus semelhantes, e crendo na fraternidade. Uma vez purificado o coração, tudo o mais se torna puro.


 Oração
 
Espírito que purifica, tira do meu coração a impureza do egoísmo que me impede de ser misericordioso para com os meus semelhantes.

(Pe. Jaldemir Vitório)