sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

EVANGELHO DO DIA 31 DE JANEIRO DE 2014

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 31 de janeiro de 2014
Ano C - Marcos 4, 26-34
 
Aleluia, aleluia, aleluia.
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, 4 26 Jesus dizia também à multidão: “O Reino de Deus é como um homem que lança a semente à terra.
27 Dorme, levanta-se, de noite e de dia, e a semente brota e cresce, sem ele o perceber.
28 Pois a terra por si mesma produz, primeiro a planta, depois a espiga e, por último, o grão abundante na espiga.
29 Quando o fruto amadurece, ele mete-lhe a foice, porque é chegada a colheita”.
30 Dizia ele: “A quem compararemos o Reino de Deus? Ou com que parábola o representaremos?
31 É como o grão de mostarda que, quando é semeado, é a menor de todas as sementes.
32 Mas, depois de semeado, cresce, torna-se maior que todas as hortaliças e estende de tal modo os seus ramos, que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra”.
33 Era por meio de numerosas parábolas desse gênero que ele lhes anunciava a palavra, conforme eram capazes de compreender.
34 E não lhes falava, a não ser em parábolas; a sós, porém, explicava tudo a seus discípulos.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Parábola da semente que germina por si só
Em todas as parábolas do Reino, Jesus destaca que a iniciativa é sempre de Deus. Apesar de que os meios sugeridos sejam bem simples: fermento, semente, os resultados são extraordinários. A propósito, comenta S. Ambrósio: “O Reino cresce em silêncio com os bons pensamentos humanos” e, nesse mesmo sentido, S. Gregório Magno fala da semente, que semeada no coração, “permite-nos conceber bons desejos”. “O seu crescimento é constante: no início, quando começamos a fazer o bem, somos ainda erva, mas quando progredimos na prática do bem, crescemos e chegamos a ser espigas. Finalmente, já sólidos na prática do bem, alcançamos a perfeição e, como espigas, seremos grãos maduros”.
Contando parábolas, Jesus sugere aos seus discípulos a forma discreta e humilde de como se instalará o Reino de Deus ou a sua realeza sobre o mundo. Deus já está presente entre nós, agindo e transformando nossa história. Em Jesus, a grande novidade é que o Deus vivo age agora, superando tudo quanto se deu até então, e o seu Reino não é só iminente, mas já lá está ao nosso alcance. A questão é aceitá-lo ou não, é deixar a semente produzir seus frutos ou abafá-la. Ela nada produzirá, se permanecermos presos ao sentido literal e imediato de suas palavras. Faz-se necessário percorrer o caminho da semente ou da palavra em nosso interior para, pouco a pouco, alcançar o sentido espiritual da mensagem. Então os horizontes da nossa alma se tornarão amplos e, na descoberta da beleza e grandeza dos ensinamentos do Senhor, uma força transformadora e renovadora agirá em nossa vida. O caminho poderá ser árduo, mas teremos sempre a centelha da inextinguível luz divina, comunicada pelo Pai, guiando-nos e trazendo-nos consolo e alegria. Eis o novo nascimento dos discípulos de Jesus, fecundados e animados pela semente do amor!
O método é singelo. O que importa é a presença constante e atuante de Deus e, de nossa parte, a acolhida. Pois ao dizer que ela “germina e cresce, sem que nós saibamos como”, Jesus quer significar que o Reino é sempre obra de Deus. Com uma exigência: auscultar nosso próprio coração para captar, no seu interior, a verdade presente em cada parábola. Não é possível alcançá-la no burburinho das paixões. Ela só é atingida no silêncio, não no calar-se, mas no desprendimento dos diferentes sentidos relativos à descrição de um fato usual do cotidiano. Então, a divina Sabedoria nos toca e, cativados pelo Senhor, na paz e serenidade, saboreamos a verdade transmitida em cada texto e em cada parábola. Sem desprezar seu sentido literal, chegamos ao coração mesmo da mensagem, ao sentido espiritual que nos identifica a Jesus e nos leva a aderir ao plano de Deus, em nossa própria vida. No início pequena e frágil, a semente cresce e seus frutos serão belos e variados. É o despontar do Reino de Deus “presente em meio a nós”, que nos atrai e nos leva à prática, quais frutos maduros, do bem e das virtudes. Identificados ao Mestre, que nos regala com seu infinito amor, uma certeza nos anima: “O Reino de Deus está em nós”.
 
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Senhor Jesus, que eu seja capaz de perceber o dinamismo do Reino, frutificando de maneira discreta nos meandros da história humana.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

EVANGELHO DO DIA 30 DE JANEIRO DE 2014

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 30 de janeiro de 2014
Ano C

Marcos 4, 21-25

Aleluia, aleluia, aleluia.
Vossa palavra é uma luz para os meus passos e uma lâmpada luzente em meu caminho (Sl 118,105).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, 4 21 dizia-lhes Jesus ainda: "Traz-se porventura a candeia para ser colocada debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não é para ser posta no candeeiro?
22 Porque nada há oculto que não deva ser descoberto, nada secreto que não deva ser publicado.
23 Se alguém tem ouvidos para ouvir, que ouça".
24 Ele prosseguiu: "Atendei ao que ouvis: com a medida com que medirdes, vos medirão a vós, e ainda se vos acrescentará.
25 Pois, ao que tem, se lhe dará; e ao que não tem, se lhe tirará até o que tem".
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
 
 COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
É PRECISO SER LUZ

A vivência da palavra de Jesus exige ser testemunhada publicamente. Ela é comparável a uma lâmpada, colocada num lugar estratégico para que seus raios atinjam todos os recantos do ambiente. Não tem sentido colocá-la num lugar onde seu brilho se restrinja a um pequeno âmbito. Portanto, quem adere a Jesus e deixa que sua palavra seja colocada em seu coração, se torna responsável por fazer esta luz irradiar-se de maneira plena.
O discípulo deverá prestar contas desta responsabilidade. Se a palavra foi acolhida com liberdade e alegria e não como uma imposição, ele não tem mais o direito de tratá-la com desleixo e não deixá-la produzir em si seus efeitos. E os frutos da palavra se farão visíveis na vida do discípulos, pelo testemunho de sua ação. O Senhor haverá de recompensá-lo por isto.
O discípulo que se descuida e tem uma existência pobre em testemunho de fé haverá de ficar privado do pouquinho que produziu. Não por causa da quantidade, mas sim da displicência em relação à da palavra do Senhor. O que pensava ter, não lhe servirá para nada.
O saber-se luz colocada pelo Senhor para iluminar o mundo não deveria ser motivo de orgulho mundano por parte do discípulo. Antes, trata-se de uma tarefa difícil e exigente, na qual se poderá até perder a própria vida. Ser luz é uma responsabilidade.
 
ORAÇÃO

Senhor Jesus, que eu assuma minha fé com tal generosidade e disposição a ponto de, em mim, tua palavra se transformar em luz.

(Pe. Jaldemir Vitório)

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

EVANGELHO DO DIA 29 DE JANEIRO DE 2014

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 29 de janeiro de 2014
Ano C

Marcos 4,1-20

Aleluia, aleluia, aleluia.
Semente é de Deus a palavra, Cristo é o semeador; todo aquele que o encontra, vida eterna encontrou.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
4 1 Jesus pôs-se novamente a ensinar, à beira do mar, e aglomerou-se junto dele tão grande multidão, que ele teve de entrar numa barca, no mar, e toda a multidão ficou em terra na praia.
2 E ensinava-lhes muitas coisas em parábolas. Dizia-lhes na sua doutrina:
3 “Ouvi: Saiu o semeador a semear.
4 Enquanto lançava a semente, uma parte caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram.
5 Outra parte caiu no pedregulho, onde não havia muita terra; o grão germinou logo, porque a terra não era profunda;
6 mas, assim que o sol despontou, queimou-se e, como não tivesse raiz, secou.
7 Outra parte caiu entre os espinhos; estes cresceram, sufocaram-na e o grão não deu fruto.
8 Outra caiu em terra boa e deu fruto, cresceu e desenvolveu-se; um grão rendeu trinta, outro sessenta e outro cem”.
9 E dizia: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!”
10 Quando se acharam a sós, os que o cercavam e os Doze indagaram dele o sentido da parábola.
11 Ele disse-lhes: “A vós é revelado o mistério do Reino de Deus, mas aos que são de fora tudo se lhes propõe em parábolas.
12 Desse modo, eles olham sem ver, escutam sem compreender, sem que se convertam e lhes seja perdoado”.
13 E acrescentou: “Não entendeis essa parábola? Como entendereis então todas as outras?
14 O semeador semeia a palavra.
15 Alguns se encontram à beira do caminho, onde ela é semeada; apenas a ouvem, vem Satanás tirar a palavra neles semeada.
16 Outros recebem a semente em lugares pedregosos; quando a ouvem, recebem-na com alegria;
17 mas não têm raiz em si, são inconstantes, e assim que se levanta uma tribulação ou uma perseguição por causa da palavra, eles tropeçam.
18 Outros ainda recebem a semente entre os espinhos; ouvem a palavra,
19 mas as preocupações mundanas, a ilusão das riquezas, as múltiplas cobiças sufocam-na e a tornam infrutífera.
20 Aqueles que recebem a semente em terra boa escutam a palavra, acolhem-na e dão fruto, trinta, sessenta e cem por um”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Parábola do semeador

Na introdução à parábola do semeador, o evangelista fala-nos que Jesus saindo de casa, sentou-se junto ao mar, sugerindo a ideia da vinda de Jesus ao mundo,“para estar, pela sua Encarnação, mais próximo a nós” (S. João Crisóstomo). No início da parábola, Ele volta a dizer: “Saiu o semeador a semear”, referindo-se a Jesus, que veio lançar a semente da Palavra em nossos corações para que ela penetre e crie raízes, dando muitos frutos. S. Cirilo de Alexandria insiste que“Jesus é o verdadeiro Semeador, que comunica a nós, terra boa, a boa semente da Palavra e cuja messe são os frutos espirituais”.
É a aventura da semente no terreno dos corações humanos. A intenção principal da parábola é justamente salientar o destino da semente, que, proveniente do alto, germina de acordo com a qualidade de cada terreno. Assim, “uma parte foi lançada à beira do caminho”, terreno“pisado pelos pés de todos”. Então, destaca S. Cirilo de Jerusalém, “o grão é levado pelos pássaros, que são os espíritos imundos”. Outra parte das sementes “caiu em lugares pedregosos e não é capaz de criar raízes, estes não têm constância nem profundidade. A semente logo sucumbe, diante das tribulações ou da perseguição por causa da Palavra, pois não há aprofundamento do mistério e a sua piedade é evanescente e sem raiz. Estes são fracos no espírito”. Há também as sementes que caem entre os espinhos, que, S. Jerônimo interpreta como sendo “os corações dos que se tornam escravos dos prazeres e dos cuidados desse mundo. Sufocam a Palavra de Deus e fragilizam a virtude”.
O fato de alguns grãos não terem sucesso é superado pelo número vertiginoso do tríplice rendimento do grão que encontra terra boa. Ele produz “fruto à razão de cem, sessenta e trinta por um”, pois a luz divina, ainda que só encontre uma pequena e estreita fresta no coração humano, dilata-o prodigiosamente e ele, transformado e purificado, irradia justiça, paz e alegria espiritual. Então, a semente expressa sua realidade criadora, fazendo eco imediato de uma inspiração que une, quem a acolhe, a um povo e à Aliança da misericórdia divina. Seus frutos serão abundantes. Portanto, o desígnio divino não é arbitrário. O que Cristo anuncia, Ele quer realizar em nós, e quer que sejamos o que Ele é: filhos do Pai celestial.
Na conclusão, diz Jesus: “Quem tem ouvidos, ouça”. Forte, solene e conciso apelo. O terreno corresponde à disposição interior do coração humano, de sorte que a responsabilidade cabe a cada pessoa em sua liberdade. S. João Crisóstomo destaca que “não tem culpa, nem o lavrador, nem a semente, mas a terra que a recebe, e mesmo assim não por causa da natureza, mas por força da intenção e da disposição”. S. Basílio Magno pergunta-se: “Como compreender as palavras de Jesus: ‘Quem tem ouvidos para ouvir, ouça’? É evidente que alguns possuem ouvidos melhores e melhor podem entender as palavras de Deus. Mas o que dizer dos que não têm tais ouvidos? ‘Surdos, ouvi, e vós cegos, vede’ (Isaías 42,118). Expressões todas elas usadas em relação ao homem interior”.
 
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Espírito que faz a Palavra frutificar, transforma meu coração em terra fértil, onde a Palavra de Deus possa dar seus frutos.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

EVANGELHO DO DIA 28 DE JANEIRO DE 2014

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 28 de janeiro de 2014
Ano C

Marcos 3,31-35

Aleluia, aleluia, aleluia.
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do réu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
3 31 Chegaram a mãe e os irmãos de Jesus e, estando do lado de fora, mandaram chamá-lo.
32 Ora, a multidão estava sentada ao redor dele; e disseram-lhe: "Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e te procuram."
33 Ele respondeu-lhes: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?"
34 E, correndo o olhar sobre a multidão, que estava sentada ao redor dele, disse: "Eis aqui minha mãe e meus irmãos.
35 Aquele que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe."
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
A NOVA FAMÍLIA

É bom possível que, no início do cristianismo, os parentes de Jesus tivessem querido exigir um lugar de destaque no contexto da comunidade. Eles podiam sempre apresentar como argumento o fato de terem com o Messias Jesus uma relação especial de parentesco de sangue, donde sua situação privilegiada em relação aos demais discípulos.
A comunidade, então, foi buscar, em sua própria experiência, um fato que tornava injustificada esta exigência. Quando, certa vez, foi procurado por sua mãe e alguns outros membros de sua família que desejavam vê-lo, Jesus deixou bem claro que fazia parte de sua família quem se predispusesse a fazer a vontade de Deus. Sim, a submissão à vontade de Deus é que estabeleceria laços profundos, como os de parentesco, entre Jesus e seus discípulos. Outros possíveis critérios careciam de sentido, talvez por se fundarem num mero sentimentalismo.
As palavras de Jesus não foram desrespeitosas para com sua mãe. Maria foi modelar na submissão à vontade de Deus. Sua figura apagar-se-ia se não fosse pensada a partir de seu enraizamento em Deus. Portanto, também pelo novo critério apresentado por Jesus, ela continuaria a ser sua mãe. E também mãe da nova família, encabeçada por Jesus, cujas relações se definem a partir da vontade do Pai.
ORAÇÃO
Senhor Jesus, concede-me a graça de submeter toda a minha vida à vontade do Pai, para que eu possa participar da nova família que inauguraste.

(Pe. Jaldemir Vitório)

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

EVANGELHO DO DIA 27 DE JANEIRO DE 2014

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 27 de janeiro de 2014
Ano C

Marcos 3,22-30

Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus Cristo salvador destruiu o mal e a morte; fez brilhar pelo evangelho a luz e a vida imperecíveis (2Tm 1,10).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
3 22 Também os escribas, que haviam descido de Jerusalém, diziam: "Ele está possuído de Beelzebul: é pelo príncipe dos demônios que ele expele os demônios."
23 Mas, havendo-os convocado, dizia-lhes em parábolas: "Como pode Satanás expulsar a Satanás?
24 Pois, se um reino estiver dividido contra si mesmo, não pode durar.
25 E se uma casa está dividida contra si mesma, tal casa não pode permanecer.
26 E se Satanás se levanta contra si mesmo, está dividido e não poderá continuar, mas desaparecerá.
27 Ninguém pode entrar na casa do homem forte e roubar-lhe os bens, se antes não o prender; e então saqueará sua casa.
28 "Em verdade vos digo: todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, mesmo as suas blasfêmias;
29 mas todo o que tiver blasfemado contra o Espírito Santo jamais terá perdão, mas será culpado de um pecado eterno."
30 Jesus falava assim porque tinham dito: "Ele tem um espírito imundo."
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Jesus e Beelzebu (calúnias dos fariseus)
O Senhor assegura-nos a sua proteção espiritual. Os milagres realizados por Ele ultrapassam o poder do homem, levando à conclusão: ou se crê em Jesus como“vindo de Deus” e esta é a compreensão de Nicodemos, do cego de nascença e de todos os que reconhecem nele o Messias esperado. Ou afirma-se um poder que está além do nosso controle como expressão do fundamento pessoal de nossa culpabilidade. É a este poder, que os escribas, descidos de Jerusalém, se referem ao dizer: “É por Beelzebu, príncipe dos demônios, que Ele expulsa os demônios”.
O título Beelzebu liga-se a textos antigos e designa o primeiro dentre os inimigos de Deus, considerados pelos pagãos como demônios. Ele está à frente e governa as forças do mal, que constituem um reino em oposição ao reino de Deus. Daí as palavras de Jesus: “Todo reino dividido contra si mesmo não poderá subsistir”. As acusações dos escribas e fariseus resultam absurdas.
O tema central do presente texto é a luta entre a luz e as trevas, e a vitória da luz sobre as trevas, pois quem acolhe Jesus é iluminado pela luz da verdade. O demônio é aquele que recusa o amor, é mentiroso e pai da mentira, e quem não acolhe a verdade do amor divino, mas rejeita-a, não pertence a Deus, abraça o mal e torna-se cúmplice do maligno. Este é julgado por ele mesmo.
A realidade terrível do reino do mal se evidencia nas tentações de Jesus no deserto. Por isso, o próprio Jesus, diz S. João Crisóstomo, “ao responder às acusações, demonstra que expulsar os demônios, como ele acabara de fazer, é obra de um poder grandíssimo e sinal da vinda do Reino de Deus”. Ele o expulsa pelo “dedo de Deus” para indicar que Ele o faz pelo poder do Espírito de Deus. É a vitória de Cristo sobre o reino do mal. Resta uma só coisa, diz o Evangelho: recolher os despojos, que “são as ovelhas perdidas da casa de Israel”.
No entanto, escribas e fariseus, unindo-se contra Jesus, aliam-se aos inimigos do passado, que provocaram a dispersão do povo entre as nações e negam a ação do Espírito Santo. Eles rejeitam o anúncio de Jesus e não admitem o advento do reino de Deus. A eles diz Jesus: “A palavra que eu vos disse, é ela que os julgará no último dia”. Mas “se alguém me ama, continua Jesus, guardará minha palavra e o Pai o amará, e viremos a ele e faremos nossa morada nele”.
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Senhor Jesus, leva-me a reconhecer que na raiz de tua ação está o Espírito Santo trazendo libertação para a humanidade.

domingo, 26 de janeiro de 2014

EVANGELHO DO DIA 26 DE JANEIRO DE 2014

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 26 de janeiro de 2014
Ano C

Mateus 4,12-23 ou 12-17

Aleluia, aleluia, aleluia.
Pois do reino a boa-nova Jesus Cristo anunciava, e as dores do seu povo, com poder, Jesus curava (Mt 4,23)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
4 12 Quando, pois, Jesus ouviu que João fora preso, retirou-se para a Galiléia.
13 Deixando a cidade de Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, à margem do lago, nos confins de Zabulon e Neftali,
14 para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías:
15 "A terra de Zabulon e de Neftali, região vizinha ao mar, a terra além do Jordão, a Galiléia dos gentios,
16 este povo, que jazia nas trevas, viu resplandecer uma grande luz; e surgiu uma aurora para os que jaziam na região sombria da morte".
17 Desde então, Jesus começou a pregar: "Fazei penitência, pois o Reino dos céus está próximo".
18 Caminhando ao longo do mar da Galiléia, viu dois irmãos: Simão (chamado Pedro) e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores.
19 E disse-lhes: "Vinde após mim e vos farei pescadores de homens".
20 Na mesma hora abandonaram suas redes e o seguiram.
21 Passando adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam com seu pai Zebedeu consertando as redes. Chamou-os,
22 e eles abandonaram a barca e seu pai e o seguiram.
23 Jesus percorria toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, curando todas as doenças e enfermidades entre o povo.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
DE NAZARÉ A CAFARNAUM

 Ao deixar Nazaré onde fora criado e vivera por longos anos, Jesus escolheu como base de sua pregação a cidade de Cafarnaum, às margens do lago da Galiléia. Ele poderia ter-se dirigido a Jerusalém, na Judéia, a Cidade Santa do judaísmo. Todavia, a escolha da Galiléia como ponto de partida de sua pregação foi intencional, devido ao simbolismo ligado àquela região.
No passado, os habitantes do norte de Israel foram vitimados por tropas estrangeiras, que invadiram o território judeu. Além disso, para impor sua dominação, trocaram a população local por outra, trazida do exterior. Daí em diante, apelidou-se de "Galiléia dos Pagãos" o território ocupado por populações não judaicas, tendo abatido sobre elas, desde então, um grande desprezo.
O texto de Isaías, citado no Evangelho, tem como pano de fundo este fato. Falando do futuro, o profeta diz que o país mergulhado nas trevas haveria de contemplar uma grande luz. Um passado de humilhação daria lugar a um futuro glorioso, com a chegada do Messias que poria fim à história tenebrosa do norte de Israel.
Jesus escolheu começar e concluir seu ministério entre os pagãos, os marginalizados e as vítimas de preconceitos. À Judéia, onde se pensava viverem os judeus fiéis, o Mestre foi apenas para morrer. Depois de ressuscitar, ele retornou à Galiléia para enviar os apóstolos por todo o mundo, a fim de pregar o Evangelho do Reino.
ORAÇÃO

Pai, faze-me compreender que os pobres e os marginalizados são os destinatários privilegiados do Evangelho do Reino; para eles tua luz deve brilhar em primeiro lugar.

(Pe. Jaldemir Vitório)
 

EVANGELHO DO DIA 25 DE JANEIRO DE 2014

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 25 de janeiro de 2014
Ano C

Marcos 16,15-18

Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos designei para que vades e deis frutos e o vosso fruto permaneça, assim disse o Senhor (Jo 15,16).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
16 15 Disse Jesus aos seus discípulos: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura.
16 Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado.
17 Estes milagres acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu nome, falarão novas línguas,
18 manusearão serpentes e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal; imporão as mãos aos enfermos e eles ficarão curados.
Palavra da Salvação. Glória a Vós Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Festada conversão de S. Paulo
O Novo Testamento narra a conversão do Apóstolo S. Paulo, às portas da cidade de Damasco. A graça divina, que agiu ao longo de sua vida, tem nesse momento seu ponto culminante. Discípulo de Gamaliel, célebre fariseu, perseguidor da jovem Igreja, Paulo inesperadamente se converte e se torna o grande missionário do Evangelho. Seu chamado é por ele interpretado como dom gratuito do Senhor, não resultante dos seus trabalhos e obras, mas fruto do amor e da benevolência divina. Ele fala da ação amorosa de Deus e a descreve presente em sua vida desde o seio materno (Gal 1,15). Em meio aos Apóstolos, a figura de Paulo se eleva vigorosa, em sua atuação, e firme, em suas convicções, sem demonstrar qualquer temor ao que poderia resultar de sua conversão. De fato, a experiência de Damasco marca-o profundamente. É encontro com Cristo, momento em que a graça divina, poderosa e suave, penetra-o, levando-o a assumir, como palavras dirigidas a ele, o mandato dado aos Apóstolos: “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho”.
Até aquele instante, segundo uma mentalidade casuística, ele defendia que a observância de um mandamento da Lei significava “mérito” e o seu não cumprimento, “castigo”. Os fariseus ensinavam que o homem poderia, na observância da Lei, conquistar a sua justificação e alcançar sua própria justiça, o que exigiria, sem dúvida, uma vida severa e uma prática moral rigorosa. Entretanto, descuravam “as coisas mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade” (Mt 23,23). Esse clima sério e exigente, vivido até então por Paulo, vai conduzi-lo a perseguir os cristãos até à morte e fará com que sua conversão adquira cores extraordinárias. De fato, nela reflete-se o poder do amor do Senhor, que invade o seu coração. Ao ouvir a Palavra do Senhor, Paulo acolhe o seu silêncio, isto é, “a presença misteriosa do Pai e do Espírito Santo, doador e fonte do amor divino”.
No batismo, recebido das mãos de Ananias, Jesus toca-o e age em seu interior, com bondade e poder. Seus olhos abrem-se e ele não deixará jamais de proclamar Jesus como revelação plena do amor do Pai. De seus lábios ardentes, brota a profissão de fé no Mestre, “vindo do silêncio de Deus”, para nos comunicar a salvação, pois em seu coração, gravam-se, de modo indelével, as palavras do Ressuscitado: “Sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra”. Ditas por ocasião da Ascensão, elas repercutem “em toda a Igreja, que há de durar até a consumação do mundo” (S. Agostinho). Grande arauto do Evangelho, sua voz chegará a todos os povos e nações, segundo a profecia de Ananias, humildemente, repetida por ele: “Tu lhe serás testemunha das coisas que ouviste e viste, diante de todos os homens”.
A missão, recebida por Paulo, não é estranha aos demais Apóstolos. Mas ele, de modo especial, será sinal de abertura da Igreja ao mundo. Se S. Pedro é sinal de unidade da Igreja, confirmando os irmãos na fé e na prática da vida cristã, S. Paulo representa a Igreja em diálogo com todos os povos e culturas. Ambos solidificam a Igreja, fundada por Jesus, e tornam seus membros, artesãos de uma sociedade de amor, de justiça e de paz.

(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Senhor Jesus, contemplando tua ascensão para junto do Pai, assumo a tarefa de levar, ao mundo inteiro e a toda criatura, a mensagem do teu Evangelho.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

EVANGELHO DO DIA 24 DE JANEIRO DE 2014

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 24 de janeiro de 2014
Ano C

Marcos 3,13-19

Aleluia, aleluia, aleluia.
Em Cristo, Deus reconciliou consigo mesmo a humanidade; e a nós ele entregou essa reconciliação (2Cor 5,19).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
3 13 Depois, Jesus subiu ao monte e chamou os que ele quis. E foram a ele.
14 Designou doze dentre eles para ficar em sua companhia.
15 Ele os enviaria a pregar, com o poder de expulsar os demônios.
16 Escolheu estes doze: Simão, a quem pôs o nome de Pedro;
17 Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, aos quais pôs o nome de Boanerges, que quer dizer Filhos do Trovão.
18 Ele escolheu também André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu; Tadeu, Simão, o Zelador;
19 e Judas Iscariotes, que o entregou.
Palavra da Salvação. Glóri a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANLHO
 
OS COMPANHEIROS DE JESUS

A escolha dos primeiros companheiros de Jesus foi feita a dedo. Foi chamado quem ele quis. De nada adiantava se oferecer, pedir para ser recebido como discípulo ou apresentar prerrogativas pessoais. Jesus sabia quem deveria tomar parte naquele grupo mais chegado a ele.
A quantidade dos escolhidos tinha um valor simbólico. O número doze evocava as doze tribos do antigo Israel, libertado da escravidão do Egito. O grupo de discípulo estava, pois, destinado a ser semente de um povo novo. E tomaria o lugar do Israel do passado, cujas funções na história já haviam se esgotado. Seu sucessor é o grupo formado por Jesus.
Os doze receberam como incumbência dar continuidade à dupla face da missão de Jesus. Eles seriam enviados para ser anunciadores da boa-nova do Reino, destinada a transformar a vida dos indivíduos. A pregação consistiria num chamado insistente à conversão, com seu componente de mudança de vida e de mentalidade. A pregação seria ratificada com a realização de gestos poderosos de expulsão dos demônios. A vitória sobre os demônios seria um sinal da eficácia do Reino no coração das pessoas.
A ação dos discípulos, desta forma, faria a ação de Jesus continuar a dar seus frutos na história. Esta é a tarefa de todo discípulo autêntico.

ORAÇÃO
Senhor Jesus, tu me chamaste pelo nome para seguir-te. Ajuda-me a levar adiante a missão de proclamar o Reino e fazê-lo frutificar na vida das pessoas.

(Pe. Jaldemir Vitório)

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

EVANGELHO DO DIA 23 DE JANEIRO DE 2014

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 23 de janeiro de 2014
Ano C

Marcos 3,7-12

Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus Cristo salvador destruiu o mal e a morte; fez brilhar pelo Evangelho a luz e a vida imperecíveis (2Tm 1,10).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
3 7 Jesus retirou-se com os seus discípulos para o mar, e seguia-o uma grande multidão, vinda da Galiléia.
8 E da Judéia, de Jerusalém, da Iduméia, do além-Jordão e dos arredores de Tiro e de Sidônia veio a ele uma grande multidão, ao ouvir o que ele fazia.
9 Ele ordenou a seus discípulos que lhe aprontassem uma barca, para que a multidão não o comprimisse.
10 Curou a muitos, de modo que todos os que padeciam de algum mal se arrojavam a ele para o tocar.
11 Quando os espíritos imundos o viam, prostravam-se diante dele e gritavam: Tu és o Filho de Deus!
12 Ele os proibia severamente que o dessem a conhecer.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
As multidões seguem Jesus
Por onde Jesus passava, as multidões acorriam para ouvi-lo e ver as obras que realizava. O poder de sua mensagem é impressionante. A sua palavra alimentava os que tinham fome de Deus e curava os que buscavam libertar-se de seus males. Movidos pela fé, muitos se achegavam a Jesus para tocá-lo e, pelo poder que dele provinha, eram curados e perdoados de seus pecados. Em sua presença, até os demônios tremiam e reconheciam sua verdadeira identidade, declarando: “Tu és o Filho de Deus”.
No entanto, S. Agostinho não deixa de observar: “Muito melhor que estar com o Senhor é ter fé nele”. Não basta estar em meio àquela multidão, pois “a fé é mais forte que tocá-lo com a mão. Se pensas que Cristo é só homem, tu o tocas, na terra, com as mãos, mas se tu crês que Cristo é o Senhor e igual ao Pai, então tu o tocas, na glória do céu”.
Ao longo de sua missão, Jesus se entrega e se comunica aos discípulos, também a nós, pela força de uma presença cativante e pelo seu modo despretensioso e simples de ser. Suas palavras tocam os corações e os milagres realizados por Ele adquirem um sentido todo especial: são manifestações de sua misericórdia e de seu amor. As multidões afluem de todas as partes, provêm da Galileia, também dos extremos sul e norte do país. Se elas são atraídas pelos milagres e querem tocá-lo, suas palavras não deixam de ser exigentes, pois não é a quem dorme que é dado o Reino de Deus, mas aos que ouvem a Palavra e cumprem os mandamentos de Deus. Fiéis à sua mensagem, os discípulos serão, em meio ao mundo, uma imensa reserva de silêncio, de paz e de amor fraterno, tornando possíveis as boas e duráveis realizações da história.
Os últimos versículos falam da multidão, que se acotovela para chegar até Jesus. Sentindo-se apertado e um tanto sufocado, ele pede aos discípulos um pequeno barco para melhor falar ao povo. S. Beda aproveita este detalhe para dizer: “A barca, que serve com diligência ao Senhor no mar, é a Igreja, congregada dentre as nações e que se desliza entre as ondas deste mundo. Quanto mais se dilata para receber a graça de seu fundador, tanto mais majestosa ela se torna para armazenar as coisas de seus passageiros, e assim a barca agitada por quaisquer ventos faz frente às agitadas ondas do mar”. Por isso o clamor de S. Agostinho: “Toca-o tu com a fé, ó Igreja católica, toca-o com a fé”.
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Senhor Jesus, Filho de Deus, que a tua presença purifique meu coração de todo espírito mal, que me mantem cativo do egoísmo.
 

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

EVANGELHO DO DIA 22 DE JANEIRO DE 2014

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 22 de janeiro de 2014
Ano C

Marcos 3,1-6

Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus pregava a boa-nova, o reino anunciando, e curava toda espécie de doenças entre o povo (Mt 4,23).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, 3 1 entrou Jesus na sinagoga e achava-se ali um homem que tinha a mão seca.
2 Ora, estavam-no observando se o curaria no dia de sábado, para o acusarem.
3 Ele diz ao homem da mão seca: "Vem para o meio."
4 Então lhes pergunta: "É permitido fazer o bem ou o mal no sábado? Salvar uma vida ou matar?" Mas eles se calavam.
5 Então, relanceando um olhar indignado sobre eles, e contristado com a dureza de seus corações, diz ao homem: "Estende tua mão!" Ele estendeu-a e a mão foi curada.
6 Saindo os fariseus dali, deliberaram logo com os herodianos como o haviam de perder.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
FAZER O BEM É SEMPRE PERMITIDO

Jesus sabia-se livre para fazer o bem, mesmo atropelando as tradições religiosas de seu tempo. Sua liberdade, entretanto, podia ser mal entendida e tomada como uma forma irresponsável de chocar a sensibilidade religiosa alheia. Ou, então, como uma espécie de anarquismo, onde regras e normas são tranqüilamente atropeladas.
Uma consciência profunda de ser servidor do Reino de Deus movia a ação de Jesus. Enquanto servo, ele se colocava à disposição do Pai, cuja vontade estava sempre pronto para cumprir. O desígnio do Pai era que o Reino acontecesse de maneira efetiva na vida das pessoas, resgatando-as de tudo quanto pudesse mantê-las cativas. A doença é uma forma de limitação da força vital concedida a cada ser humano. Libertar-se dela é sinal de resgate do dom original de Deus. Por isso, quando se tratava de recuperar a saúde de alguém, Jesus passava por cima de todas as convenções religiosas.
A pressão sofrida por parte dos fariseus não intimidava Jesus. Ele não curava às escondidas, nem se preocupava de saber se estava agradando ou não a seus críticos. Um homem foi curado no meio da sinagoga repleta, num dia de sábado. Era inadmissível para Jesus vê-lo com sua deficiência física e se omitir. Embora atraísse o ódio de muitos sobre si, escolheu o caminho da fidelidade ao Pai, restituindo ao homem o pleno uso de sua mão.

ORAÇÃO
Senhor Jesus, tua liberdade para servir ao Pai e ao Reino são uma referência para mim. Que também eu seja livre para fazer sempre o bem ao meu próximo.

(Pe. Jaldemir Vitório)

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

EVANGELHO DO DIA 21 DE JANEIRO DE 2014

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 21 de janeiro de 2014
Ano C

Marcos 2,23-28

Aleluia, aleluia, aleluia.
Que o Pai do Senhor Jesus Cristo vos dê do saber o Espírito; para que conheçais a esperança, reservada para vós como herança! (Ef 1,17s)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
2 23 Num dia de sábado, o Senhor caminhava pelos campos e seus discípulos, andando, começaram a colher espigas.
24 Os fariseus observaram-lhe: "Vede! Por que fazem eles no sábado o que não é permitido?" Jesus respondeu-lhes:
25 "Nunca lestes o que fez Davi, quando se achou em necessidade e teve fome, ele e os seus companheiros?
26 Ele entrou na casa de Deus, sendo Abiatar príncipe dos sacerdotes, e comeu os pães da proposição, dos quais só aos sacerdotes era permitido comer, e os deu aos seus companheiros."
27 E dizia-lhes: "O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado;
28 e, para dizer tudo, o Filho do homem é senhor também do sábado."
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
A colheita das espigas

Cristo mais uma vez quebra as regras rígidas de seu tempo. “Ele proclama o sábado da graça e da ressurreição eterna, e não o da Lei”, escreve S. Ambrósio. De fato, o descanso sabático era um dia reservado à oração e à meditação. Um período para recordar e celebrar a bondade de Deus e a grandeza de sua obra. Entretanto, os discípulos de Jesus sentem fome e desrespeitam o sábado colhendo milho para comer. Os escribas e fariseus ficam escandalizados. Não porque os cristãos apanhavam as espigas, o que era permitido por lei, mas por o fazerem no sábado. Os evangelistas aproveitam esse episódio da vida de Jesus para revelar seus ensinamentos e sua missão.
O serviço do Templo pode dispensar os sacerdotes das obrigações do sábado. Santo Hilário de Poitiers nos lembra: “Jesus é ele mesmo o Templo”. Sendo assim, não há nada de extraordinário no fato de os discípulos, a serviço do Filho do Homem, sentirem-se dispensados de tais exigências, já que estão em comunhão com Cristo. É bom deixar claro que Jesus não nega o valor do sábado. Ele reconhece que o homem e o seu trabalho são santificados neste dia consagrado a Deus. É a garantia da Aliança e da entrada do povo eleito no “repouso eterno”.
Um dos rituais do Templo na época de Jesus era o dos doze pães da proposição, colocados no altar e substituídos todos os sábados por outros recém-assados. Apenas os sacerdotes podiam comê-los. Em seu Evangelho, Mateus conta quais foram as palavras de Jesus quando os fariseus o acusaram de permitir que seus discípulos fizessem o que era proibido no sábado: “Não lestes o que fez Davi num dia em que teve fome, ele e seus companheiros, como entrou na casa de Deus e comeu os pães da proposição?” (Mt 12, 3-4).
Com estas palavras, Jesus deixa claro que a misericórdia, para Ele, vinha antes de qualquer sacrifício, como era o caso do jejum. Aos famintos, que se lhe deem o que comer, mesmo que sejam espigas de milho colhidas no sábado consagrado ao Senhor: “Porque o Filho do Homem é senhor também do sábado!”
Ele queria que este dia da semana fosse entendido como uma disposição benevolente de Deus para proteger o homem em sua vida e em seu trabalho, e não apenas como uma exigência arbitrária e tirânica. Jesus não incita ninguém a trabalhar no sábado, mas sim a reservá-lo para obras de caridade e ao amor ao próximo. Ele ainda responde assim à hostilidade dos fariseus: “É permitido, pois, fazer o bem no dia de sábado”. (Mt 12 -12) E, logo em seguida, cura a mão atrofiada de um homem que estava na sinagoga. Isso em pleno sábado. As curas também eram proibidas nesse dia da semana.
Os ouvintes de Cristo, particularmente os fariseus, “são remetidos à prática das obras de misericórdia que Deus espera de todos nós”, lembra-nos São Cirilo de Alexandria. O zelo pela observância do sábado não pode ser motivo de cegueira. Acima dele está a prática da caridade. Jesus não veio abolir a lei do sábado. Para São Crisóstomo, Ele “quer torná-lo ainda mais majestoso, pois tudo o que foi prescrito na Lei, nele se cumpriu”.
Com Jesus, o sábado, e mais tarde o domingo, torna-se um convite à contemplação dos mistérios da vida, que se efetiva, por meio da graça divina e da liberdade humana, na união com Deus.

 
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Senhor Jesus, livra-me das interpretações estreitas da lei e dá-me abertura de mente para, em tudo, adequar meu agir ao querer do Pai.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

EVANGELHO DO DIA 20 DE JANEIRO DE 2014

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 20 de janeiro de 2014
Ano C

Marcos 2,18-22

Aleluia, aleluia, aleluia.
A palavra do Senhor é viva e eficaz: ela julga os pensamentos e as intenções do coração (Hb 4,12).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.

2 18 Ora, os discípulos de João e os fariseus jejuavam. Por isso, foram-lhe perguntar: "Por que jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, mas os teus discípulos não jejuam?"
19 Jesus respondeu-lhes: "Podem porventura jejuar os convidados das núpcias, enquanto está com eles o esposo? Enquanto têm consigo o esposo, não lhes é -possível jejuar.
20 Dias virão, porém, em que o esposo lhes será tirado, e então jejuarão.
21 "Ninguém prega retalho de pano novo em roupa velha; do contrário, o remendo arranca novo pedaço da veste usada e torna-se pior o rasgão.
22 E ninguém põe vinho novo em odres velhos; se o fizer, o vinho os arrebentará e perder-se-á juntamente com os odres mas para vinho novo, odres novos."
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
ABERTOS PARA O NOVO


Os opositores de Jesus se admiravam pela maneira com instruía seus discípulos. Na visão deles, Jesus lhes permitia ter uma perigosa liberdade diante da tradição. Por exemplo, a prática do jejum, tão valorizada por eles, parecia ter pouca importância para Jesus e seus discípulos. Não era tempo de jejuar!
Jesus responde a seus acusadores sublinhando o aspecto de novidade comportado na sua mensagem. Para acolhê-la, supunha-se abrir mão dos esquemas caducos do passado e se jogar, de corpo e alma, no dinamismo do Reino. A pretensão de agregar velhos esquemas à novidade do Reino podia ser desastrosa. É como se quisesse remendar uma roupa velha com um tecido novo ou colocar vinho novo em recipientes velhos.
A nova mentalidade inaugurada por Jesus exigia do discípulo enraizar sua existência totalmente em Deus e deixá-lo ser o seu senhor. Daqui nascia a liberdade que levava o discípulo a relativizar tudo diante do Reino e a preveni-lo contra a tentação de absolutizar as criaturas, até as ligadas à religião. A liberdade do Reino, em última análise, prevenia contra a idolatria, na qual o absoluto de Deus dá lugar à tirania das criaturas. Os adversários de Jesus davam um valor tão elevado às suas tradições religiosas, a ponto de faltar com a caridade com quem não se submetesse às suas existências. Jesus não se dobra a esta mentalidade.


ORAÇÃO

Senhor Jesus, transforma a minha mentalidade para que eu possa acolher a novidade do Reino trazido por ti e vivê-la no meu dia-a-dia.(Pe. Jaldemir Vitório)

domingo, 19 de janeiro de 2014

EVANGELHO DO DIA 19 DE JANEIRO DE 2014

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 19 de janeiro de 2014
Ano C

João 1,29-34

Aleluia, aleluia, aleluia.
A palavra se fez carne, entre nós ela acampou; todo aquele que a acolheu, de Deus filho se tornou (Jo 1,14.12).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, 1 29 no dia seguinte, João viu Jesus que vinha a ele e disse: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
30 É este de quem eu disse: ´Depois de mim virá um homem, que me é superior, porque existe antes de mim´.
31 Eu não o conhecia, mas, se vim batizar em água, é para que ele se torne conhecido em Israel".
32 João havia declarado: "Vi o Espírito descer do céu em forma de uma pomba e repousar sobre ele.
33 Eu não o conhecia, mas aquele que me mandou batizar em água disse-me: ´Sobre quem vires descer e repousar o Espírito, este é quem batiza no Espírito Santo´.
34 Eu o vi e dou testemunho de que ele é o Filho de Deus".
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Pregação de João Batista
João Batista estava de novo lá, às margens do rio Jordão. Ele testemunha aos enviados de Jerusalém, ao povo em geral e aos seus discípulos que ele não é o Messias, já presente entre eles e do qual ele não é digno de desatar as correias de suas sandálias. E vendo Jesus, que vem ao seu encontro, ele fixa nele seu olhar (emblépsas) penetrante como se desejasse identificar aquele que se aproxima. Um belo quadro apresenta-se aos olhos dos que lá estão: dirigindo-se a todos, João declara, com dedo em riste: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Se nos outros Evangelhos, João tem consciência de ser o precursor, embora não saiba de quem, no Evangelho de S. João, ele testemunha de modo aberto, claro e direto: “Eu vi e atesto que ele é o Filho de Deus” (1, 34).
As palavras de João chegam ao coração de cada um e Jesus é identificado como o “Cordeiro de Deus”,referência ao esperado Messias davídico, ao “unigênito” Filho de Deus ou, no dizer do próprio evangelista, ao cordeiro pascal que daria a vida para tirar o pecado do mundo. Palavras que soam, para os discípulos, como um convite para seguir Jesus. Anos mais tarde, o discípulo amado, com nostalgia, revive a cena do seu primeiro encontro com o Mestre. Ele tudo deixa. Segui-lo (akolouthéin) exigirá dele transformação de vida, profunda e total adesão, que o levará a descobrir, pouco a pouco, a identidade do novo Mestre.
Aliás, notando que os dois discípulos de João o seguiam, Jesus se voltou e disse: “O que buscais?” São suas primeiras palavras no quarto Evangelho, dirigidas não só a eles, mas a todos os que se colocam no seu seguimento. Logo após, de modo progressivo, o evangelista S. João manifesta sua caminhada interior até à descoberta da identidade de Jesus. De início, há simplesmente um olhar atento (blépo) e curioso, que passará a ser profundo e contemplativo (theaumai), desde o momento em que o reconhece como o enviado de Deus, o Messias. Os discípulos sentem-se acolhidos e se certificam que ninguém é excluído do convívio amoroso com o Senhor. Aos seus ouvidos, as palavras de João Batista - “Ele vos batizará no Espírito Santo” - adquirem então força profética: elas anunciam o batismo de Jesus como purificação total do homem e antecipam o dia de Pentecostes. Se os profetas do Antigo Testamento o entreveem como aquele que há de vir, João Batista testemunha que ele já está presente e pode“ser visto (orao) aqui e agora”, física e misticamente.
O contexto fala de purificação e de santificação, reportando-nos à concepção aramaica do cordeiro “servidor” e“libertador”, proclamado nos ritos pascais. Ao libertar o ser humano do mal, sacrificando-se e imolando-se por ele, Jesus torna-se solidário com aqueles sobre os quais pesa o pecado. Ele não só afasta o pecado do mundo, Ele o destrói. O mal é vencido e a vitória não se limita ao tempo presente, pois “todo sacramento, destaca S. Agostinho, é um ato de Cristo, e dele provém sua eficácia. Quando Pedro batiza, é Ele quem batiza; quando Paulo batiza, é Ele quem batiza; quando o próprio Judas batiza, é Jesus quem batiza”. E ele conclui: “É de Jesus que eu recebi o que tenho; é por Jesus que eu fui batizado”.A vitória de Cristo se estende às gerações de todos os tempos.

(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Senhor Jesus, ajuda-me a reconhecer tua presença libertadora de nossa humanidade, desejosa de salvação.

sábado, 18 de janeiro de 2014

EVANGELHO DO DIA 18 DE JANEIRO DE 2014

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 18 de janeiro de 2014
Ano C

Marcos 2,13-17

Aleluia, aleluia, aleluia.
O Espírito do Senhor repousa sobre mim e enviou-me a anunciar aos pobres o Evangelho (Lc 4,18).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
2 13 Jesus saiu de novo para perto do mar e toda a multidão foi ter com ele, e ele os ensinava.
14 Quando ia passando, viu Levi, filho de Alfeu, sentado no posto da arrecadação e disse-lhe: "Segue-me." E Levi, levantando-se, seguiu-o.
15 Em seguida, pôs-se à mesa na sua casa e muitos cobradores de impostos e pecadores tomaram lugar com ele e seus discípulos; com efeito, eram numerosos os que o seguiam.
16 Os escribas, do partido dos fariseus, vendo-o comer com as pessoas de má vida e publicanos, diziam aos seus discípulos: "Ele come com os publicanos e com gente de má vida?"
17 Ouvindo-os, Jesus replicou: "Os sãos não precisam de médico, mas os enfermos; não vim chamar os justos, mas os pecadores."
Palavra da salvação
. Glória a Vós, Senhor!
 
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
O ESCÂNDALO DA SOLIDARIEDADE
Jesus, na sua condição de Mestre, realizou gestos inusitados que escandalizavam determinados grupos de seu tempo. Entre eles, estavam os mestres da Lei (escribas) que gozavam de grande prestígio e admiração por parte do povo. Este prestígio, de certa forma, os distanciava da massa. Sendo especialistas na interpretação da Lei, pretendiam, juntamente com os fariseus, ser estritos no seu cumprimento. Isso era para eles um ponto de honra! Um dos tópicos da Lei dizia respeito às impurezas que se podia contrair no contato com pessoas consideradas impuras. Tais pessoas, por isso, deveriam ser vítimas da marginalização.
O caminho do Mestre-Jesus seguiu na direção oposta. Ele se fez solidário com marginalizados de seu tempo - cobradores de impostos e pecadores - não temendo contrair impureza. Sua presença, pelo contrário, era fator de purificação. Jesus estava imune do contágio e a impureza deles não o podiam atingir.
O Mestre-Jesus priva da amizade dos excluídos, não se furtando a sentar-se à mesa com eles, para partilhar uma refeição, símbolo de comunhão sincera. Essa eventualidade o fez compreender o sentido de sua missão de enviado: os destinatários privilegiados de seu amor e de sua ação misericordiosa não eram aqueles já inseridos na comunidade religiosa e social. E, sim, aqueles colocados à margem do sistema por qualquer razão que seja.
ORAÇÃO
Senhor Jesus, sua solidariedade com os marginalizados é sinal da presença do Reino. Ensina-me a ser solidário como tu, para que na minha ação o Reino continue a desabrochar.
(Pe. Jaldemir Vitório)

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

EVANGELHO DO DIA 17 DE JANEIRO DE 2014

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 17 de janeiro de 2014
Ano C

Marcos 2,1-12

Aleluia, aleluia, aleluia.
Um grande profeta surgiu entre nós e Deus visitou o seu povo, aleluia (Lc 7,16).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
2 1 Alguns dias depois, Jesus entrou novamente em Cafarnaum e souberam que ele estava em casa.
2 Reuniu-se uma tal multidão, que não podiam encontrar lugar nem mesmo junto à porta. E ele os instruía.
3 Trouxeram-lhe um paralítico, carregado por quatro homens.
4 Como não pudessem apresentar-lho por causa da multidão, descobriram o teto por cima do lugar onde Jesus se achava e, por uma abertura, desceram o leito em que jazia o paralítico.
5 Jesus, vendo-lhes a fé, disse ao paralítico: "Filho, perdoados te são os pecados."
6 Ora, estavam ali sentados alguns escribas, que diziam uns aos outros:
7 "Como pode este homem falar assim? Ele blasfema. Quem pode perdoar pecados senão Deus?"
8 Mas Jesus, penetrando logo com seu espírito tios seus íntimos pensamentos, disse-lhes: "Por que pensais isto nos vossos corações?
9 Que é mais fácil dizer ao paralítico: Os pecados te são perdoados, ou dizer: Levanta-te, toma o teu leito e anda?
10 Ora, para que conheçais o poder concedido ao Filho dó homem sobre a terra (disse ao paralítico),
11 eu te ordeno: levanta-te, toma o teu leito e vai para casa."
12 No mesmo instante, ele se levantou e, tomando o. leito, foi-se embora à vista de todos. A, multidão inteira encheu-se de profunda admiração e puseram-se a louvar a Deus, dizendo: "Nunca vimos coisa semelhante."
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Cura do paralítico e perdão dos pecados

Mais uma vez, Jesus chega à sua cidade, onde lhe “trouxeram um paralítico, deitado num catre”. Os que o rodeiam esperam que ele seja curado. Comenta S. Hilário de Poitiers: “É necessário examinar atentamente as palavras da cura. Ao paralítico não é dito imediatamente: sê curado ou levanta-te e caminha, mas: ‘tem ânimo, meu filho; os teus pecados te são perdoados’”. A cena faz-nos sentir o palpitar do coração amoroso do Senhor. Os gestos e as palavras refletem seu carinho por aquele homem e nos permitem reconhecer o consolo e refrigério de todas as pessoas que, na dor e na angústia, abrem-se à liberdade de um amor profundo e gracioso. Jesus revela não uma norma, mas sim a força interior de uma vida voltada à gratuidade da presença do amor. Nada lhe é oculto. Lendo a fé do paralítico, Ele concede-lhe a remissão dos pecados e, a seguir, manifestando seu poder, cura-o. O que faz S. Jerônimo exclamar: “Com a mesma majestade e poder com que conhece os nossos pensamentos, Ele perdoa os nossos pecados”.
O paralítico expressa o modo de ser do Senhor. Jesus se doa ao Pai, gratuita e cordialmente, apenas atraído pela afeição, sem nada exigir, movido unicamente pelo amor. O ato de fé proclama que Deus nos ama, não porque somos bons ou porque lhe retribuímos o bem que Ele nos faz, mas simplesmente porque Ele é bom. A pureza da fé revela, na esperança, a grandeza do amor. Daí o fato de ser constante, na vida pública de Jesus, a íntima relação entre fé e milagre, entre fé e remissão dos pecados. Aliás, estas relações, que destacam o poder misericordioso de Deus, sobressaem na catequese dos primeiros séculos da vida da Igreja. Pois ao serem tocados por Jesus em seu coração, sem nada exigir, sem de nada apoderar-se, os primeiros cristãos o situam na própria dignidade de Deus.
Jesus é presença silenciosa, serena, sóbria e vigorosa da vida, na disposição de servir a todos. Ao perdoar os pecados, os que o seguem ouvem, no seu interior, o mandamento: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. No amor, Ele está sempre pronto a perdoar. A cura da alma corresponde à cura do corpo. Por isso, ao ordenar: “Levanta-te, toma teu catre e vai para casa”,Jesus exorta o paralítico, também cada um de nós, a seguir a estrada que conduz ao paraíso. Com o coração ardente, colocamo-nos a caminho da união com Deus, trilhando a via do amor, do bem, da justiça e da paz.
 
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Senhor Jesus, suscita no meu coração uma fé profunda em ti que me faça capaz de experimentar a grandeza de tua misericórdia.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

EVANGELHO DO DIA 16 DE JANEIRO DE 2014

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 16 de janeiro de 2014
Ano C

Marcos 1,40-45

Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus pregava a boa-nova, o reino anunciando, e curava toda espécie de doenças entre o povo (Mt 4,23).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.

1 40 Aproximou-se de Jesus um leproso, suplicando-lhe de joelhos: "Se queres, podes limpar-me."
41 Jesus compadeceu-se dele, estendeu a mão, tocou-o e lhe disse: "Eu quero, sê curado."
42 E imediatamente desapareceu dele a lepra e foi purificado.
43 Jesus o despediu imediatamente com esta severa admoestação:
44 "Vê que não o digas a ninguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote e apresenta, pela tua purificação, a oferenda prescrita por Moisés para lhe servir de testemunho."
45 Este homem, porém, logo que se foi, começou a propagar e divulgar o acontecido, de modo que Jesus não podia entrar publicamente numa cidade. Conservava-se fora, nos lugares despovoados; e de toda parte vinham ter com ele.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
UM BENEFÍCIO DISCRETO

Jesus evitava criar em torno de si falsas expectativas e esperanças. Sua ação era rodeada de cautela, para não dar margem a ambigüidades. Afinal, os gestos realizados por ele podiam ser motivo de exaltação, impedindo assim uma correta compreensão de sua pessoa e de sua ação.
Em alguns casos, Jesus proibiu severamente a quem fora agraciado por sua ação propagar o favor recebido. Tratava-se daqueles milagres indicados pelos profetas que seriam realizados pelo Messias, por ocasião de sua vinda. A cura da lepra era um deles. Por isso, Jesus recomendou ao ex-leproso de guardar segredo em relação à sua cura, para não despertar o entusiasmo fanático das multidões.
O receio de Jesus é de que se aproximem dele considerando-o apenas sob o aspecto de seu poder taumatúrgico. A vida de Jesus era muito mais rica e abrangente e deveria comportar também a cruz. Quem o seguisse por causa dos milagres, poderia se decepcionar quando se defrontasse com a paixão. Daí a discrição requerida diante de um feito grandioso realizado por ele. Antes de por-se a segui-lo, era preciso ponderar bem.
A discrição de Jesus, portanto, não para a modéstia de sua parte. Ela tem como único objetivo salvaguardar o sentido correto de sua própria identidade.
 
ORAÇÃO
Senhor Jesus, possa eu descobrir no teu poder taumatúrgico sua verdadeira identidade de Filho, servidor da humanidade.

(Pe. Jaldemir Vitório)