segunda-feira, 31 de março de 2014

EVANGELHO DO DIA 31 DE MARÇO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 31 de março de 2014
Ano A - João 4,43-54
 
Honra, glória, poder e louvor a Jesus, nosso Deus e Senhor!
Buscai o bem, não o mal, pois assim vivereis; então o Senhor, nosso Deus, convosco estará! (Am 5,14)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, 4 43 "passados os dois dias, Jesus partiu para a Galiléia.
44 (Ele mesmo havia declarado que um profeta não é honrado na sua pátria.)
45 Chegando à Galiléia, acolheram-no os galileus, porque tinham visto tudo o que fizera durante a festa em Jerusalém; pois também eles tinham ido à festa.
46 Ele voltou, pois, a Caná da Galiléia, onde transformara água em vinho. Havia então em Cafarnaum um oficial do rei, cujo filho estava doente.
47 Ao ouvir que Jesus vinha da Judéia para a Galiléia, foi a ele e rogou-lhe que descesse e curasse seu filho, que estava prestes a morrer.
48 Disse-lhe Jesus: "Se não virdes milagres e prodígios, não credes".
49 Pediu-lhe o oficial: "Senhor, desce antes que meu filho morra!"
"50 Vai, disse-lhe Jesus", o teu filho está passando bem! O homem acreditou na palavra de Jesus e partiu.
51 Enquanto ia descendo, os criados vieram-lhe ao encontro e lhe disseram: "Teu filho está passando bem".
52 Indagou então deles a hora em que se sentira melhor. Responderam-lhe: "Ontem à sétima hora a febre o deixou".
53 Reconheceu o pai ser a mesma hora em que Jesus dissera: "Teu filho está passando bem". E creu tanto ele como toda a sua casa.
54 Esse foi o segundo milagre que Jesus fez, depois de voltar da Judéia para a Galiléia.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
SERVIR SEM PRECONCEITOS

O ministério de Jesus não foi contaminado por preconceito de espécie alguma, dentre aqueles comuns na sua época. A cura do filho do funcionário do rei ilustra esta atitude característica do Mestre.
Quem se dirigiu a Jesus, pedindo-lhe a cura do seu filho, foi um funcionário do rei Herodes Antipas. Sem dúvida, tratava-se de um pagão, a serviço dos romanos, sob cuja dominação estava o povo judeu. Era bem conhecida a ojeriza dos judeus pelos romanos. Estes representavam o que havia de pior, e deviam ser evitados. Portanto, esperava-se de Jesus um gesto firme de recusa à solicitação daquele funcionário: para os pagãos, a morte.
Este gesto, porém, não era o parâmetro das ações do Mestre. Seu olhar desvia-se dos elementos exteriores, para se fixar no coração daquele pai suplicante. Quando encontra fé e sinceridade, Jesus jamais se recusa a atender a um pedido, de quem quer que o faça. Sem fé, nada feito. Foi o que aconteceu em Nazaré, sua cidade natal, onde não realizou nenhum milagre por causa da incredulidade de seus habitantes.
Toda a vida de Jesus, culminada na morte e ressurreição, foi um serviço prestado à humanidade, sem distinções, nem privilégios. É suficiente acercar-se de dele, com a mesma predisposição do funcionário pagão, cuja súplica foi prontamente atendida.
 
ORAÇÃO

Espírito de fé, concede-me a confiança necessária que me permita ser atendido por Jesus, quando a ele eu suplicar.

(Pe. Jaldemir Vitório)

domingo, 30 de março de 2014

EVANGELHO DO DIA 30 DE MARÇO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 30 de março de 2014
Ano A - João 9,1-41 ou 1.6-9.13-17.34-38
 
Louvor e honra a vós, Senhor Jesus.
Pois eu sou a luz do mundo, quem nos diz é o Senhor; e vai ter a luz da vida quem se faz meu seguidor! (Jo 8,12)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 9 1 "caminhando, viu Jesus um cego de nascença.
2 Os seus discípulos indagaram dele: "Mestre, quem pecou, este homem ou seus pais, para que nascesse cego?"
3 Jesus respondeu: "Nem este pecou nem seus pais, mas é necessário que nele se manifestem as obras de Deus.
4 Enquanto for dia, cumpre-me terminar as obras daquele que me enviou. Virá a noite, na qual já ninguém pode trabalhar.
5 Por isso, enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo".
6 Dito isso, cuspiu no chão, fez um pouco de lodo com a saliva e com o lodo ungiu os olhos do cego.
7 Depois lhe disse: "Vai, lava-te na piscina de Siloé (esta palavra significa emissário)". O cego foi, lavou-se e voltou vendo.
8 Então os vizinhos e aqueles que antes o tinham visto mendigar perguntavam: "Não é este aquele que, sentado, mendigava?"
9 Respondiam alguns: "É ele". Outros contestavam: "De nenhum modo, é um parecido com ele". Ele, porém, dizia: "Sou eu mesmo".
10 Perguntaram-lhe, então: "Como te foram abertos os olhos?"
11 Respondeu ele: "Aquele homem que se chama Jesus fez lodo, ungiu-me os olhos e disse-me: ´Vai à piscina de Siloé e lava-te. Fui, lavei-me e vejo´".
12 Interrogaram-no: "Onde está esse homem?" Respondeu: "Não o sei".
13 Levaram então o que fora cego aos fariseus.
14 Ora, era sábado quando Jesus fez o lodo e lhe abriu os olhos.
15 Os fariseus indagaram dele novamente de que modo ficara vendo. Respondeu-lhes: "Pôs-me lodo nos olhos, lavei-me e vejo".
16 Diziam alguns dos fariseus: "Este homem não é o enviado de Deus, pois não guarda sábado". Outros replicavam: "Como pode um pecador fazer tais prodígios?" E havia desacordo entre eles.
17 Perguntaram ainda ao cego: "Que dizes tu daquele que te abriu os olhos?" "É um profeta", respondeu ele.
18 Mas os judeus não quiseram admitir que aquele homem tivesse sido cego e que tivesse recobrado a vista, até que chamaram seus pais.
19 E os interrogaram: "É este o vosso filho? Afirmais que ele nasceu cego? Pois como é que agora vê?"
20 Seus pais responderam: "Sabemos que este é o nosso filho e que nasceu cego.
21 Mas não sabemos como agora ficou vendo, nem quem lhe abriu os olhos. Perguntai-o a ele. Tem idade. Que ele mesmo explique".
22 Seus pais disseram isso porque temiam os judeus, pois os judeus tinham ameaçado expulsar da sinagoga todo aquele que reconhecesse Jesus como o Cristo.
23 Por isso é que seus pais responderam: "Ele tem idade, perguntai-lho".
24 Tornaram a chamar o homem que fora cego, dizendo-lhe: "Dá glória a Deus! Nós sabemos que este homem é pecador".
25 Disse-lhes ele: "Se esse homem é pecador, não o sei... Sei apenas isto: sendo eu antes cego, agora vejo".
26 Perguntaram-lhe ainda uma vez: "Que foi que ele te fez? Como te abriu os olhos?"
27 Respondeu-lhes: "Eu já vo-lo disse e não me destes ouvidos. Por que quereis tornar a ouvir? Quereis vós, porventura, tornar-vos também seus discípulos?"
28 Então eles o cobriram de injúrias e lhe disseram: "Tu que és discípulo dele! Nós somos discípulos de Moisés.
29 Sabemos que Deus falou a Moisés, mas deste não sabemos de onde ele é".
30 Respondeu aquele homem: "O que é de admirar em tudo isso é que não saibais de onde ele é, e entretanto ele me abriu os olhos.
31 Sabemos, porém, que Deus não ouve a pecadores, mas atende a quem lhe presta culto e faz a sua vontade.
32 Jamais se ouviu dizer que alguém tenha aberto os olhos a um cego de nascença.
33 Se esse homem não fosse de Deus, não poderia fazer nada".
34 Responderam-lhe eles: "Tu nasceste todo em pecado e nos ensinas?" E expulsaram-no.
35 Jesus soube que o tinham expulsado e, havendo-o encontrado, perguntou-lhe: "Crês no Filho do Homem?"
36 Respondeu ele: "Quem é ele, Senhor, para que eu creia nele?"
37 Disse-lhe Jesus: "Tu o vês, é o mesmo que fala contigo!"
38 "Creio, Senhor", disse ele. E, prostrando-se, o adorou.
39 Jesus então disse: "Vim a este mundo para fazer uma discriminação: os que não vêem vejam, e os que vêem se tornem cegos".
40 Alguns dos fariseus, que estavam com ele, ouviram-no e perguntaram-lhe: "Também nós somos, acaso, cegos?"
41 Respondeu-lhes Jesus: "Se fôsseis cegos, não teríeis pecado, mas agora pretendeis ver, e o vosso pecado subsiste".
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
CEGUEIRA E VISÃO

As duas posturas diante dos sinais realizados por Jesus podem ser definidas como cegueira e visão. São a dos fariseus e a do cego de nascença. O incidente em torno da cura do cego revelou a cegueira dos fariseus e o alto grau de visão daquele que tinha sido curado. Tudo se define em torno da capacidade de confessar Jesus como o Messias, diante do testemunho de suas obras.
Os fariseus, aferrados aos seus esquemas mentais, recusavam-se a admitir que realmente foi Jesus quem restituíra a visão ao cego de nascença. Eles raciocinavam assim: as Escrituras afirmam que o Messias, quando vier, haverá de curar os cegos. Como o milagre tinha sido operado em dia de sábado e o Messias, no pensar deles, seria fidelíssimo às leis religiosas do povo; e já suspeitando de Jesus, concluíram que ele não se encaixava na categoria de Messias. Embora não encontrassem explicação plausível para a cura do cego, não mudavam suas idéias a respeito de Jesus. Eles pensavam que Jesus não podia ser de Deus, pois era um pecador.
O cego de nascença, porém, adquiriu tanto a visão física quanto a visão da fé. Tendo sido procurado por Jesus, e dando-se conta de tratar-se do Messias, prostrou-se diante dele, fazendo sua confissão de fé: "Eu creio, Senhor!"
Só quem, de fato, "vê", pode fazer a experiência de fé; não quem se deixa enganar por falsos esquemas teológicos.
ORAÇÃO
Pai, abre meus olhos para que eu reconheça Jesus como teu Messias Salvador. Livra-me da cegueira provocada por falsos raciocínios, mesmo com roupagem religiosa.

(Pe. Jaldemir Vitório)

sábado, 29 de março de 2014

EVANGELHO DO DIA 29 DE MARÇO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 29 de março de 2014
Ano A - Lucas 18,9-14
 
Honra, glória poder e louvor a Jesus, nosso Deus e Senhor!
Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: não fecheis os corações como em Meriba! (Sl 94,8)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 18 9 Jesus lhes disse ainda esta parábola a respeito de alguns que se vangloriavam como se fossem justos, e desprezavam os outros:
10 “Subiram dois homens ao templo para orar. Um era fariseu; o outro, publicano.
11 O fariseu, em pé, orava no seu interior desta forma: ‘Graças te dou, ó Deus, que não sou como os demais homens: ladrões, injustos e adúlteros; nem como o publicano que está ali.
12 Jejuo duas vezes na semana e pago o dízimo de todos os meus lucros’.
13 O publicano, porém, mantendo-se à distância, não ousava sequer levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: ‘Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador!’
14 Digo-vos: este voltou para casa justificado, e não o outro. Pois todo o que se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
O fariseu e o publicano
Uma dupla ilusão inebriava os fariseus. Aos seus próprios olhos, eles se julgavam justos, e “assim queriam ser considerados pelos homens”, vendo nisso motivo de ufanar-se e de gloriar-se diante de todos. Esqueciam que tudo provém de Deus e que a graça não é posse do homem, mas coberto pelo véu da vaidade e do orgulho, o coração deles tornava-se denso e escuro. Não olhavam para Deus, pois não precisavam dele e, negando a honra que lhe é devida, ofendiam a justiça.
O antídoto para este mal é indicado por Jesus: a humildade. O humilde reconhece que tudo é gratuitamente dado por Deus e de seu coração brota uma prece, fruto de sua confiança em Deus, em cuja misericórdia ele é justificado. Para exemplificar, Ele conta a parábola do fariseu e do publicano. Com presunção, o fariseu se vangloria de tudo quanto foi realizado por ele. Distancia-se do arrependimento e da purificação interior, dons gratuitos do amor divino, que, pela falta de reconhecimento humilde de sua situação pecadora, não encontram guarida em seu coração. Nele, o orgulho coroa a prática de suas “virtudes”. Ele sai do Templo, diz Jesus, sem ser justificado. Enquanto o publicano, em sua prece confiante sai justificado, porque, escreve São João Crisóstomo, “Deus não ouviu simplesmente suas palavras, mas também leu a alma daquele que a proferia e, encontrando-a humilde e contrita, Ele a julgou digna de sua compaixão e do seu amor”.
Ao rebaixar o fariseu, líder religioso, e elevar o publicano pecador, Jesus descreve a natureza da oração e a nossa relação com Deus. Santo Agostinho pergunta: “O que pediu a Deus o fariseu? Se buscas em suas palavras, tu não encontrarás nada. Ele subiu para rezar, mas não desejava suplicar ao Senhor: Antes queria louvar a si mesmo. Não louvar a Deus, mas louvar-se era ainda muito pouco; ele exterioriza seu desprezo por aquele que rezava com humildade”. “Quanto ao publicano, continua Santo Agostinho, ele se mantinha à distância, porém, próximo a Deus. Sua consciência o movia e um sentimento filial o ligava ao Senhor. Deus o escutava de perto”. E conclui Santo Agostinho: “Observa a humildade do publicano: ele se mantinha à distância, mas é muito pouco: ele não ousava nem sequer elevar os olhos para o céu”. O Senhor teve misericórdia do pecador que confessou sua falta e concede-lhe participar da benevolente salvação eterna. “O fariseu, exclama São Basílio Magno, perdeu a glória da justiça pelo pecado da soberba”, pois julga obter a salvação por suas próprias obras e não como fruto da misericórdia de Deus. O publicano experimenta a misericórdia divina e torna-se ele mesmo misericordioso. Ele é justificado e participa da intimidade da vida de Deus.

(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Espírito de humildade, liberta-me da soberba, porque ela me afasta do Pai. E faze-me reconhecer, com humildade, minhas próprias limitações.

sexta-feira, 28 de março de 2014

EVANGELHO DO DIA 28 DE MARÇO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 28  de março de 2014
Ano A - Marcos 12,28-34
 
Glória a vós, Senhor Jesus, primogênito dentre os mortos!
Convertei-vos, nos diz o Senhor, está próximo o reino de Deus! (Mt 4,17)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, 12 28 achegou-se dele um dos escribas que os ouvira discutir e, vendo que lhes respondera bem, indagou dele: "Qual é o primeiro de todos os mandamentos?"
29 Jesus respondeu-lhe: "O primeiro de todos os mandamentos é este: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor;
30 amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito e de todas as tuas forças.
31 Eis aqui o segundo: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Outro mandamento maior do que estes não existe".
32 Disse-lhe o escriba: "Perfeitamente, Mestre, disseste bem que Deus é um só e que não há outro além dele.
33 E amá-lo de todo o coração, de todo o pensamento, de toda a alma e de todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, excede a todos os holocaustos e sacrifícios".
34 Vendo Jesus que ele falara sabiamente, disse-lhe: "Não estás longe do Reino de Deus". E já ninguém ousava fazer-lhe perguntas.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
A PRIMAZIA DO AMOR

É de se admirar que um escriba - mestre da Lei - tenha-se colocado diante de Jesus, na posição de discípulo. Os escribas eram reconhecidos como pessoas sábias. Por conseguinte, capazes de interpretar a Lei e descobrir-lhe sentidos novos. O povo consultava-os quando tinham dúvidas. Por sua vez, os escribas tinham consciência de sua posição elevada.
O escriba, que sabia dar respostas a tantas questões complicadas, tinha, agora, sérias dúvidas a respeito de uma questão fundamental: qual ação humana mais agrada a Deus, e coloca o ser humano em comunhão com o Pai?
A resposta de Jesus é como que o resumo de toda a Escritura: amar a Deus, consagrando-se totalmente a ele, e amar ao próximo como a si mesmo. Estes são os dois eixos da religião que agrada a Deus. Tudo o mais será complemento e terá valor relativo. É preciso dar primazia ao amor!
A preocupação do mestre da Lei tinha sua razão de ser. Com muita facilidade, no caminho para Deus, o ser humano embrenha-se por atalhos, abandonando a estrada principal. Deixando de lado o caminho do amor a Deus e ao próximo, por mais que alguém se esforce, jamais alcançará a meta almejada. Só o caminho do amor pode levar-nos ao destino esperado: o Pai.
 
ORAÇÃO
 Espírito de conhecimento, conduze-me sempre pelo caminho do amor, o único que pode me levar até o Pai.

(Pe. Jaldemir Vitório)

quinta-feira, 27 de março de 2014

EVANGELHO DO DIA 27 DE MARÇO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 27 de março de 2014
Ano A - Lucas 11,14-23
 
Jesus Cristo, sois bendito, sois o ungido de Deus Pai!
Voltai ao Senhor, vosso Deus, ele é bom, compassivo e clemente (Jl 2,12s).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 11 14 Jesus expelia um demônio que era mudo. Tendo o demônio saído, o mudo pôs-se a falar e a multidão ficou admirada.
15 Mas alguns deles disseram: “Ele expele os demônios por Beelzebul, príncipe dos demônios”.
16 E para pô-lo à prova, outros lhe pediam um sinal do céu.
17 Penetrando nos seus pensamentos, disse-lhes Jesus: “Todo o reino dividido contra si mesmo será destruído e seus edifícios cairão uns sobre os outros.
18 Se, pois, Satanás está dividido contra si mesmo, como subsistirá o seu reino? Pois dizeis que expulso os demônios por Beelzebul.
19 Ora, se é por Beelzebul que expulso os demônios, por quem o expulsam vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes!
20 Mas se expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente é chegado a vós o Reino de Deus.
21 Quando um homem forte guarda armado a sua casa, estão em segurança os bens que possui.
22 Mas se sobrevier outro mais forte do que ele e o vencer, este lhe tirará todas as armas em que confiava, e repartirá os seus despojos.
23 Quem não está comigo, está contra mim; quem não recolhe comigo, espalha”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Jesus e Beelzebu (calúnias dos fariseus)
O Senhor assegura-nos a sua proteção espiritual. Os milagres realizados por Ele ultrapassam o poder do homem, levando à conclusão: ou se crê em Jesus como“vindo de Deus” e esta é a compreensão de Nicodemos, do cego de nascença e de todos os que reconhecem nele o Messias esperado. Ou afirma-se um poder que está além do nosso controle como expressão do fundamento pessoal de nossa culpabilidade. É a este poder, que os escribas, descidos de Jerusalém, se referem ao dizer: “É por Beelzebu, príncipe dos demônios, que Ele expulsa os demônios”.
O título Beelzebu liga-se a textos antigos e designa o primeiro dentre os inimigos de Deus, considerados pelos pagãos como demônios. Ele está à frente e governa as forças do mal, que constituem um reino em oposição ao reino de Deus. Daí as palavras de Jesus: “Todo reino dividido contra si mesmo não poderá subsistir”. As acusações dos escribas e fariseus resultam absurdas.
O tema central do presente texto é a luta entre a luz e as trevas, e a vitória da luz sobre as trevas, pois quem acolhe Jesus é iluminado pela luz da verdade. O demônio é aquele que recusa o amor, é mentiroso e pai da mentira, e quem não acolhe a verdade do amor divino, mas rejeita-a, não pertence a Deus, abraça o mal e torna-se cúmplice do maligno. Este é julgado por ele mesmo.
A realidade terrível do reino do mal se evidencia nas tentações de Jesus no deserto. Por isso, o próprio Jesus, diz S. João Crisóstomo, “ao responder às acusações, demonstra que expulsar os demônios, como ele acabara de fazer, é obra de um poder grandíssimo e sinal da vinda do Reino de Deus”. Ele o expulsa pelo “dedo de Deus” para indicar que Ele o faz pelo poder do Espírito de Deus. É a vitória de Cristo sobre o reino do mal. Resta uma só coisa, diz o Evangelho: recolher os despojos, que “são as ovelhas perdidas da casa de Israel”.
No entanto, escribas e fariseus, unindo-se contra Jesus, aliam-se aos inimigos do passado, que provocaram a dispersão do povo entre as nações e negam a ação do Espírito Santo. Eles rejeitam o anúncio de Jesus e não admitem o advento do reino de Deus. A eles diz Jesus: “A palavra que eu vos disse, é ela que os julgará no último dia”. Mas “se alguém me ama, continua Jesus, guardará minha palavra e o Pai o amará, e viremos a ele e faremos nossa morada nele”.


(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Pai, transforma-me em instrumento de teu amor misericordioso, a exemplo de Jesus. Por onde eu passar, possa ser testemunha de que teu Reino já chegou para nós.

quarta-feira, 26 de março de 2014

EVANGELHO DO DIA 26 DE MARÇO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 26 de março de 2014
Ano A - Mateus 5,17-19
 
Glória a Cristo, palavra eterna do Pai, que é amor!
Senhor, tuas palavras são espírito, são vida; só tu tens palavras de vida eterna! (Jo 6,63.68)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
5 17 Disse Jesus aos seus discípulos: “Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição.
18 Pois em verdade vos digo: passará o céu e a terra, antes que desapareça um jota, um traço da lei.
19 Aquele que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar assim aos homens, será declarado o menor no Reino dos céus. Mas aquele que os guardar e os ensinar será declarado grande no Reino dos céus”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
O MANDAMENTO INVIOLÁVEL
 
A severidade com que Jesus tratou a questão da violação dos mandamentos – "mesmo dos menores" – deve ser entendida no contexto de sua pregação e de seu próprio testemunho de vida. Estaria equivocado quem tentasse entendê-la com a mentalidade dos fariseus legalistas da época. O apego deles aos mandamentos estava longe da prática de Jesus. Os fariseus apegavam-se à letra da Lei, o Messias Jesus, no entanto, ia além, buscando viver o espírito escondido nas entrelinhas dessa mesma Lei.
Jesus estava pouco interessado em minúcias, em questões irrelevantes com as quais os fariseus se debatiam. Sua preocupação centrava-se na prática do amor misericordioso, de modo especial em relação aos pobres e marginalizados; na busca constante de fidelidade ao Pai, cuja vontade era um imperativo inquestionável; na relativização das prescrições religiosas, quando estava em jogo a defesa da vida; na liberdade profética diante de tudo quanto se apresentava como empecilho para a realização do Reino. Portanto, seu horizonte era mais vasto e mais radical que o de seus adversários.
Esta é a dinâmica na qual a vida do discípulo deve se inserir, tornando-se para ele como que um mandamento inviolável. E por acreditar que este é o caminho correto de acesso a Deus, o discípulo tanto o pratica como o ensina. O legalismo farisaico é, pois, substituído pela fidelidade incondicional ao Pai.
 
ORAÇÃO
 Pai, revela-me, cada dia, a tua vontade, transformando-a em mandamento ao qual toda a minha vida se submeta.

(Pe. Jaldemir Vitório)

terça-feira, 25 de março de 2014

EVANGELHO DO DIA 25 DE MARÇO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 25 de março de 2014
Ano A - Lucas 1,26-38
 
Glória a Cristo, palavra eterna do Pai, que é amor!
A palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós vimos sua glória que recebe de Deus Pai (Jo 1,14).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 1 26 "no sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré,
27 a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da casa de Davi e o nome da virgem era Maria".
28 Entrando, o anjo disse-lhe: "Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo".
29 Perturbou-se ela com estas palavras e pôs-se a pensar no que significaria semelhante saudação.
30 O anjo disse-lhe: "Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus.
31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus.
32 Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó,
33 e o seu reino não terá fim".
34 Maria perguntou ao anjo: "Como se fará isso, pois não conheço homem?"
35 Respondeu-lhe o anjo: "O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus.
36 Também Isabel, tua parenta, até ela concebeu um filho na sua velhice; e já está no sexto mês aquela que é tida por estéril,
37 porque a Deus nenhuma coisa é impossível".
38 Então disse Maria: "Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra". E o anjo afastou-se dela.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Anunciação do Senhor
O arcanjo Gabriel anuncia a Maria que o Espírito Santo descerá sobre ela e a cobrirá com a sua sombra, assim como a nuvem, presença de Deus, tinha descido sobre o monte Sinai. Por isso, aquele que nascer dela será santo e chamado Filho de Deus. Com a resposta: “Seja feita a tua vontade”, Maria abre, por assim dizer, a humanidade à ação santificante do Espírito divino, que preside ao nascimento de Jesus. Nesse sentido, S. Justino e S. Irineu irão considerar esta passagem à luz do relato do Gênesis, traçando um paralelo entre Maria e Eva, “mãe de todos os viventes”, entre o“fiat”, o faça-se da anunciação, e a desobediência dos primeiros pais, causa decisiva do pecado original. De fato, à pergunta de Maria “como é que vai ser isso?”, o anjo a leva à fé e à obediência, ao contrário do anjo mau que incita Eva à desobediência e à incredulidade.
Acentuado pela Tradição antiga, também pelos comentadores contemporâneos, tal paralelismo, longe de ser artificial, oferece ao acontecimento um alcance absolutamente universal. Observa S. Beda: “Como Eva trouxe no seio toda a humanidade condenada ao pecado, agora Maria traz no seu seio o novo Adão que, com a sua graça, dará vida a uma nova humanidade”. Aquele que nasce de Maria é um dentre nós, capaz de englobar todos nós, incluindo todas as possibilidades de nossa humanidade, sem excluir nada de cada um, a não ser o pecado. Por isso, não seria ousado declarar que Ele só podia fazer-se homem nascendo da Virgem Maria, herdeira da história da salvação.
Se na origem, houve o casal Adão e Eva, agora, no princípio da nova criação, também há uma mulher e um homem, José, indicado como sendo “da linhagem”, “da casa de Davi”, o que atesta o cumprimento das profecias e proclama que Jesus é o Messias esperado e anunciado pelos profetas. Mais vigorosa ainda torna-se a realização das profecias, pois ao dizer que “o anjo Gabriel foi enviado por Deus”, acentua-se que ela procede do alto e que é iniciativa do Deus Altíssimo. Eis o supremo mistério da fé cristã: Aquele que nasce da Virgem Maria é o Messias Salvador, que, por sua natureza, é humano e divino.
A saudação inicial: “Ave, cheia de graça” declara ser Maria efetivamente“cumulada de graça”, dom divino, não proveniente de seus méritos, mas fruto da suprema benevolência de Deus. Por graça divina, ela é concebida sem pecado original, o que a torna Templo ou morada (shekinah) da glória de Deus, da qual nascerá Jesus (Yoshua, que significa “Yah é Salvador”), o Filho do Altíssimo, cujo “Reino não terá fim”.
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Senhor Jesus, que a contemplação da concepção imaculada de Tua Mãe desperte em mim o desejo de romper, definitivamente, com o pecado que maculou a humanidade.

segunda-feira, 24 de março de 2014

EVANGELHO DO DIA 24 DE MARÇO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 24 de março de 2014
Ano A - Lucas 4,24-30
 
Jesus Cristo, sois bendito, sois o ungido de Deus Pai!
No Senhor ponho a minha esperança, espero em sua palavra. Pois no Senhor se encontra toda graça e copiosa redenção (Sl 129,5.7).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Vindo a Nazaré, disse Jesus: 4 24 “Em verdade vos digo: nenhum profeta é bem aceito na sua pátria.
25 Em verdade vos digo: muitas viúvas havia em Israel, no tempo de Elias, quando se fechou o céu por três anos e meio e houve grande fome por toda a terra;
26 mas a nenhuma delas foi mandado Elias, senão a uma viúva em Sarepta, na Sidônia.
27 Igualmente havia muitos leprosos em Israel, no tempo do profeta Eliseu; mas nenhum deles foi limpo, senão o sírio Naamã”.
28 A estas palavras, encheram-se todos de cólera na sinagoga.
29 Levantaram-se e lançaram-no fora da cidade; e conduziram-no até o alto do monte sobre o qual estava construída a sua cidade, e queriam precipitá-lo dali abaixo.
30 Ele, porém, passou por entre eles e retirou-se.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
A DUREZA DE CORAÇÃO

A reação dos habitantes de Nazaré, diante da pregação de Jesus, foi de aberta rejeição. Foi tal o desprezo pelas palavras do Mestre, que eles decidiram eliminá-lo lançando-o de um precipício.
É possível imaginar a decepção de Jesus, diante da rejeição de seus conterrâneos. Ele tentou compreender a situação, rememorando as experiências de profetas do passado que, rejeitados por seu povo, foram bem acolhidos pelos estrangeiros. Assim aconteceu com Elias: num tempo de seca e fome, beneficiou uma mulher estrangeira, da terra dos sidônios. O mesmo sucedeu com Eliseu: curou da lepra um general sírio, ao passo que, em Israel, essa doença vitimava muitas pessoas.
A conclusão de Jesus foi clara: já que o povo de sua cidade insistia em não lhe dar atenção, ele sentiu-se obrigado a ir em busca de quem estivesse disposto a acolhê-lo. Aos duros de coração, no entanto, só restava o castigo.
Longe de nós seguirmos o exemplo do povo de Nazaré. Jesus quer encontrar, em nós, abertura para acolhê-lo e disponibilidade para converter-nos. Ninguém é obrigado a aceitar este convite. Entretanto, fechar-se para Jesus significa recusar a proposta de salvação que ele, em nome do Pai, veio nos trazer.
 
ORAÇÃO

Espírito de docilidade, abre meu coração para aceitar o convite à conversão, que Jesus me dirige, em nome do Pai.

(Pe. Jaldemir Vitório)

domingo, 23 de março de 2014

EVANGELHO DO DIA 23 DE MARÇO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 23 de março de 2014
Ano A - João 4,5-42 ou 5-15.19-26.39-42
 
Glória e louvor a vós, ó Cristo.
Na verdade, sois, Senhor, o salvador do mundo. Senhor, dai-me água viva a fim de eu não ter sede! (Jo 4,42.15).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, Jesus 4 5 chegou, pois, a uma localidade da Samaria, chamada Sicar, junto das terras que Jacó dera a seu filho José.
6 Ali havia o poço de Jacó. E Jesus, fatigado da viagem, sentou-se à beira do poço. Era por volta do meio-dia.
7 Veio uma mulher da Samaria tirar água. Pediu-lhe Jesus: "Dá-me de beber".
8 (Pois os discípulos tinham ido à cidade comprar mantimentos.)
9 Aquela samaritana lhe disse: "Sendo tu judeu, como pedes de beber a mim, que sou samaritana?" (Pois os judeus não se comunicavam com os samaritanos.)
10 Respondeu-lhe Jesus: "Se conhecesses o dom de Deus, e quem é que te diz: ´Dá-me de beber, certamente lhe pedirias tu mesma e ele te daria uma água viva´".
11 A mulher lhe replicou: "Senhor, não tens com que tirá-la, e o poço é fundo... donde tens, pois, essa água viva?
12 És, porventura, maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu este poço, do qual ele mesmo bebeu e também os seus filhos e os seus rebanhos?"
13 Respondeu-lhe Jesus: "Todo aquele que beber desta água tornará a ter sede,
14 mas o que beber da água que eu lhe der jamais terá sede. Mas a água que eu lhe der virá a ser nele fonte de água, que jorrará até a vida eterna".
15 A mulher suplicou: "Senhor, dá-me desta água, para eu já não ter sede nem vir aqui tirá-la!"
16 Disse-lhe Jesus: "Vai, chama teu marido e volta cá".
17 A mulher respondeu: "Não tenho marido". Disse Jesus: "Tens razão em dizer que não tens marido.
18 Tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu. Nisto disseste a verdade".
19 "Senhor", disse-lhe a mulher, "vejo que és profeta!
20 Nossos pais adoraram neste monte, mas vós dizeis que é em Jerusalém que se deve adorar".
21 Jesus respondeu: "Mulher, acredita-me, vem a hora em que não adorareis o Pai, nem neste monte nem em Jerusalém.
22 Vós adorais o que não conheceis, nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus.
23 Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade, e são esses adoradores que o Pai deseja.
24 Deus é espírito, e os seus adoradores devem adorá-lo em espírito e verdade".
25 Respondeu a mulher: "Sei que deve vir o Messias (que se chama Cristo); quando, pois, vier, ele nos fará conhecer todas as coisas".
26 Disse-lhe Jesus: "Sou eu, quem fala contigo".
27 Nisso seus discípulos chegaram e maravilharam-se de que estivesse falando com uma mulher. Ninguém, todavia, perguntou: "Que perguntas?" Ou: "Que falas com ela?"
28 A mulher deixou o seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles homens:
29 "Vinde e vede um homem que me contou tudo o que tenho feito. Não seria ele, porventura, o Cristo?"
30 Eles saíram da cidade e vieram ter com Jesus.
31 Entretanto, os discípulos lhe pediam: "Mestre, come".
32 Mas ele lhes disse: "Tenho um alimento para comer que vós não conheceis".
33 Os discípulos perguntavam uns aos outros: "Alguém lhe teria trazido de comer?"
34 Disse-lhes Jesus: "Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e cumprir a sua obra.
35 Não dizeis vós que ainda há quatro meses e vem a colheita? Eis que vos digo: levantai os vossos olhos e vede os campos, porque já estão brancos para a ceifa.
36 O que ceifa recebe o salário e ajunta fruto para a vida eterna; assim o semeador e o ceifador juntamente se regozijarão.
37 Porque eis que se pode dizer com toda verdade: Um é o que semeia outro é o que ceifa. 38 Enviei-vos a ceifar onde não tendes trabalhado; outros trabalharam, e vós entrastes nos seus trabalhos".
39 Muitos foram os samaritanos daquela cidade que creram nele por causa da palavra da mulher, que lhes declarara: "Ele me disse tudo quanto tenho feito".
40 Assim, quando os samaritanos foram ter com ele, pediram que ficasse com eles. Ele permaneceu ali dois dias.
41 Ainda muitos outros creram nele por causa das suas palavras.
42 E diziam à mulher: "Já não é por causa da tua declaração que cremos, mas nós mesmos ouvimos e sabemos ser este verdadeiramente o Salvador do mundo".
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Jesus e a samaritana
Os quatro Evangelhos, canônicos desde a metade do 2º século, dividem-se em duas partes, Mateus, Marcos e Lucas em um grupo e o Evangelho de S. João, isoladamente, em outro. Os três primeiros são denominados sinóticos por se prestarem a uma visão conjunta, isto é, cada um apresenta uma grande parte em comum com os outros, não só quanto ao conteúdo, mas também no modo de relatá-lo e de expressá-lo. O mesmo não acontece com o Evangelho de S. João, que difere notadamente dos demais, razão pela qual, Clemente de Alexandria o designa como Evangelho “espiritual”.
Se os sinóticos apresentam Jesus como o anunciador do Reino de Deus, em S. João, Jesus anuncia a si mesmo, melhor, Ele se revela como aquele que, pelo fato de assumir nossa humanidade, inclui nele todos nós. Se o evangelista S. João sublinha expressamente a divindade de Cristo, ele é também aquele que melhor certifica a realidade de sua humanidade. Mais do que os outros, ele traça o rosto humano de Jesus. Deveras, no seu Evangelho, deparamos com Jesus, “fatigado da caminhada” que Ele tinha feito, comovendo-se e chorando diante do túmulo do amigo Lázaro e tantos outros exemplos. Os relatos bíblicos irradiam sua união conosco, em uma solidariedade não só moral, mas também real, ontológica, de modo que não podemos nos sentir abandonados e excluídos, pois vindo a nós, Ele“fornece à natureza humana, por meio de seu próprio corpo, o princípio da ressurreição, ressuscitando com o seu poder todo homem” (S. Gregório de Nissa). Ao assumir nossa humanidade, incluindo-nos nele, Ele nos eleva à comunhão perpétua com o Pai. Nele, todos nós podemos receber e beber “a água viva”, que jorra para a vida eterna.
O Evangelho de hoje relata-nos que “fatigado, Jesus sentou-se junto ao poço”. Exclama S. Agostinho: “Estamos à porta dos mistérios: não é por acaso que Jesus se fatiga, não é por acaso que se fatiga o Poder de Deus. Não se fatiga por acaso, aquele cuja ausência nos esgota, cuja presença nos fortalece. E, no entanto, Jesus se fatiga (...). Queres conhecê-lo fraco? O Verbo se fez carne, e habitou entre nós. O Poder de Cristo te criou, a fraqueza do Cristo te recriou. A força de Cristo fez que o que não existia, existisse; a fraqueza do Cristo fez que o que existia não perecesse. Por seu poder ele nos criou; por sua fraqueza eles nos procurou”. Naquele instante junto ao poço Ele procura. Mas a quem? “E eis que uma mulher samaritana chega para buscar água”.
As mulheres normalmente iam à fonte nas primeiras horas da manhã enquanto não se fazia muito calor. Porém, aquela mulher escolheu o meio-dia para escapar do contato público. Jesus não a rejeita, nem demonstra qualquer estranhamento, mas, rompendo as barreiras de nacionalidade e os costumes rígidos do judaísmo, proclama que o Evangelho é para todos. Àquela mulher estrangeira e pecadora, suas palavras demonstram carinho e misericórdia, pois ninguém está impedido de alcançar a salvação, não se nega a ninguém o amor generoso e gratuito de Deus. Criada por nós, a única barreira possível é o pecado, que se expressa no orgulho obstinado e na rebelião determinada.
O poço de Jacó na Samaria é bastante profundo, de sorte que S. João, só ele, o chama de fonte, o que ele é de fato, apesar de sua profundidade. Ao pedir água à samaritana, Jesus refere-se não só à sede física, mas, como comenta S. Agostinho, “aquele que pedia de beber tinha sede da fé daquela mulher”. Sede bem maior que vai além da água da fonte e que só é saciada pelo Espírito divino, que, de escravos, torna-nos filhos adotivos, filhos de Deus. O Espírito é a água viva, oferecida por Jesus à Samaritana, que aplaca a sede mais profunda de seu coração e a leva, observa S. João Crisóstomo, “a assumir o papel dos Apóstolos: anunciar a todos a vida nova, que é Jesus” (S. João Crisóstomo).
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
 
Pai, em Jesus, tu nos destes um dom precioso. Dá-me a graça de reconhecê-lo e acolhê-lo, cheio de fé, e deixar minha vida ser transformada por ele.

sábado, 22 de março de 2014

EVANGELHO DO DIA 22 DE MARÇO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 22 de março de 2014
Ano A - Lucas 15,1-3.11-32
 
Salve, ó Cristo, imagem do Pai, a plena verdade nos comunicai!
Vou voltar e encontrar o meu pai e direi: meu pai, eu pequei contra o céu e contra ti (Lc 15,18).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
15 1 Aproximavam-se de Jesus os publicanos e os pecadores para ouvi-lo.
2 Os fariseus e os escribas murmuravam: Este homem recebe e come com pessoas de má vida!
3 Então lhes propôs a seguinte parábola:
11 “Um homem tinha dois filhos.
12 O mais moço disse a seu pai: ‘Meu pai, dá-me a parte da herança que me toca’. O pai então repartiu entre eles os haveres.
13 Poucos dias depois, ajuntando tudo o que lhe pertencia, partiu o filho mais moço para um país muito distante, e lá dissipou a sua fortuna, vivendo dissolutamente.
14 Depois de ter esbanjado tudo, sobreveio àquela região uma grande fome e ele começou a passar penúria.
15 Foi pôr-se ao serviço de um dos habitantes daquela região, que o mandou para os seus campos guardar os porcos.
16 Desejava ele fartar-se das vagens que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava.
17 Entrou então em si e refletiu: ‘Quantos empregados há na casa de meu pai que têm pão em abundância e eu, aqui, estou a morrer de fome!’
18 Levantar-me-ei e irei a meu pai, e dir-lhe-ei: ‘Meu pai, pequei contra o céu e contra ti;
19 já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’.
20 Levantou-se, pois, e foi ter com seu pai. Estava ainda longe, quando seu pai o viu e, movido de compaixão, correu-lhe ao encontro, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.
21 O filho lhe disse, então: ‘Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho’.
22 Mas o pai falou aos servos: ‘Trazei-me depressa a melhor veste e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e calçado nos pés.
23 Trazei também um novilho gordo e matai-o; comamos e façamos uma festa.
24 Este meu filho estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado. E começaram a festa’.
25 O filho mais velho estava no campo. Ao voltar e aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças.
26 Chamou um servo e perguntou-lhe o que havia.
27 Ele lhe explicou: ‘Voltou teu irmão. E teu pai mandou matar um novilho gordo, porque o reencontrou são e salvo’.
28 Encolerizou-se ele e não queria entrar, mas seu pai saiu e insistiu com ele.
29 Ele, então, respondeu ao pai: ‘Há tantos anos que te sirvo, sem jamais transgredir ordem alguma tua, e nunca me deste um cabrito para festejar com os meus amigos.
30 E agora, que voltou este teu filho, que gastou os teus bens com as meretrizes, logo lhe mandaste matar um novilho gordo!’
31 Explicou-lhe o pai: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu.
32 Convinha, porém, fazermos festa, pois este teu irmão estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado’”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
ACOLHENDO O PECADOR

A consciência do pecado vem acompanhada do sentimento de vergonha em relação a Deus. A revolta contra o seu amor misericordioso parece não se justificar. Junto com a vergonha vem o sentimento de ingratidão. E o pecador reconhece ser uma loucura o ter-se afastado do Pai.
Sua reação costumeira: duvidar de que possa ser perdoado. Em outros termos, duvidar que Deus esteja disposto a perdoar, devido à magnitude do pecado cometido.
O Evangelho aconselha, firmemente, o pecador a voltar para o Pai, cujo rosto, revelado por Jesus, é um incentivo à essa volta confiante. Deus quer ter junto de si todos os seus filhos. E está sempre disposto a esquecer o passado, pois confia que, no futuro, tudo será melhor. Não coloca limites para o perdão, nem faz distinção entre faltas perdoáveis e faltas imperdoáveis. Tudo pode ser perdoado, quando o pecador se predispõe a voltar. Alegra-se, sobremaneira, com a volta de um filho pecador, pois é como se este estivesse ressuscitando, depois de experimentar a morte. Não considera o pecador como pessoa de segunda categoria, só porque se desviou do bom caminho.
Vale a pena confiar no amor misericordioso de Deus Pai.
 
ORAÇÃO

Espírito de confiança, liberta-me do pecado, para que eu experiencie o amor misericordioso do Pai.

(Pe. Jaldemir Vitório)

sexta-feira, 21 de março de 2014

EVANGELHO DO DIA 21 DE MARÇO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 21 de março de 2014
Ano A - Mateus 21,33-43.45-46
 
Jesus Cristo, sois bendito, sois o ungido de Deus Pai!
Deus o mundo tanto amou, que lhe deu seu próprio Filho, para que todo o que nele crer encontre vida eterna (Jo 3,16).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, dirigindo-se Jesus aos chefes dos sacerdotes e aos anciãos do povo, disse-lhes: 21 33 “Ouvi outra parábola: havia um pai de família que plantou uma vinha. Cercou-a com uma sebe, cavou um lagar e edificou uma torre. E, tendo-a arrendado a lavradores, deixou o país.
34 Vindo o tempo da colheita, enviou seus servos aos lavradores para recolher o produto de sua vinha.
35 Mas os lavradores agarraram os servos, feriram um, mataram outro e apedrejaram o terceiro.
36 Enviou outros servos em maior número que os primeiros, e fizeram-lhes o mesmo.
37 Enfim, enviou seu próprio filho, dizendo: ‘Hão de respeitar meu filho’.
38 Os lavradores, porém, vendo o filho, disseram uns aos outros: ‘Eis o herdeiro! Matemo-lo e teremos a sua herança!’
39 Lançaram-lhe as mãos, conduziram-no para fora da vinha e o assassinaram.
40 Pois bem: quando voltar o senhor da vinha, que fará ele àqueles lavradores?”
41 Responderam-lhe: “Mandará matar sem piedade aqueles miseráveis e arrendará sua vinha a outros lavradores que lhe pagarão o produto em seu tempo”.
42 Jesus acrescentou: “Nunca lestes nas Escrituras: ‘A pedra rejeitada pelos construtores tornou-se a pedra angular; isto é obra do Senhor, e é admirável aos nossos olhos’?
43 Por isso vos digo: ser-vos-á tirado o Reino de Deus, e será dado a um povo que produzirá os frutos dele”.
45 Ouvindo isto, os príncipes dos sacerdotes e os fariseus compreenderam que era deles que Jesus falava.
46 E procuravam prendê-lo; mas temeram o povo, que o tinha por um profeta.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Parábola dos vinhateiros homicidas
Vendido pelos irmãos, como escravo, José reconcilia-se com a sua família e a acolhe em sua casa, no Egito. Prenúncio de Jesus que, traído por um de seus discípulos e estendido no lenho da cruz, torna-se presença de salvação para a família humana. Ao refletir paz, calor interior, luz divina e misericórdia, as parábolas retratam a benevolência de Deus e seu carinho para com todos. Assim, na medida em que as lemos, afastam-se de nós a frieza interior e a insensibilidade da alma, pois o ardente amor de Deus e a sua divina luz acaloram e iluminam nossos corações e espíritos.
Ao descrever, na parábola dos vinhateiros homicidas, o envio de numerosos mensageiros, Jesus assinala a solicitude e a providência benevolente do Pai, que envia, ao longo do tempo, mensageiros para cobrar-lhes a parte que lhe cabia. No entanto, eles são rejeitados, maltratados, por vezes, mortos e mesmo os que retornam ao dono da vinha trazem as mãos vazias. Exclama S. João Crisóstomo: “Apesar de terem sido objeto de uma tão grande solicitude, os vinhateiros, representando o povo da Aliança, superaram os pecadores e os publicanos, em sua atitude sanguinária e isto desde o início”.
Finalmente, o pai envia seu próprio filho, designado na parábola como “o herdeiro”, julgando que eles iriam respeitá-lo. Mas a crueldade atinge o auge. De fato, a parábola descreve a sanha dos vinhateiros, que se armam, de forma agressiva e violenta, contra o filho-herdeiro enviado pelo pai. Eles procuram desembaraçar-se do filho e herdeiro e, movidos pelo desejo de se apoderarem da herança, matam-no. Por isso, no final do relato, Jesus conclui:“Eu vos afirmo que o Reino de Deus vos será tirado e confiado a um povo que produza seus frutos” (v.43). Diante destas palavras, S. Irineu declara: “Com efeito, o Senhor Deus consignou a vinha, já não cercada, mas dilatada por todo o mundo, a outros colonos que dêem fruto ao seu tempo, com a torre de eleição levantada no alto firme e formosa; porque em todas as partes resplandece a Igreja; e, em cada lugar, está cavado, ao redor, o lagar, pois sempre há os que recebem o Espírito”.
Os vinhateiros homicidas representam os que se fecham à bondade misericordiosa do Pai celestial, que, através de seu Filho, oferece a reconciliação a todos. Porém, nem todos a acolhem. Daí a exortação de S. Agostinho: “Que se desperte no homem‘a sede interior’, que se lhe abra ‘o olhar interior’ e ele possa contemplar a luz, luz que ninguém poderá obscurecer”. Quem a abraça permanece em profunda e inenarrável comunhão com Deus, sente-se solidário com Cristo, melhor, incluído em Cristo, e assim, regenerado e restaurado em sua grandeza, “acolhe em si a glória de Deus” (S. Irineu) e torna-se coerdeiro do Reino dos Céus.

Dom Fernando Antônio Figueiredo
 
ORAÇÃO
Espírito de sensatez, não permitas jamais que eu me rebele contra o amor do Pai, que quer a minha salvação e espera de mim docilidade a seus apelos de conversão.

quinta-feira, 20 de março de 2014

EVANGELHO DO DIA 20 DE MARÇO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 20 de março de 2014
Ano A - Lucas 16,19-31
 
Glória a Cristo, palavra eterna do Pai que é amor!
Felizes os que observam a palavra do Senhor, de reto coração; e que produzem muitos frutos, até o fim perseverantes! (Lc 8,15)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: 16 19 “Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho finíssimo, e que todos os dias se banqueteava e se regalava.
20 Havia também um mendigo, por nome Lázaro, todo coberto de chagas, que estava deitado à porta do rico.
21 Ele avidamente desejava matar a fome com as migalhas que caíam da mesa do rico. Até os cães iam lamber-lhe as chagas.
22 Ora, aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos ao seio de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado.
23 E estando ele nos tormentos do inferno, levantou os olhos e viu, ao longe, Abraão e Lázaro no seu seio.
24 Gritou, então: ‘Pai Abraão, compadece-te de mim e manda Lázaro que molhe em água a ponta de seu dedo, a fim de me refrescar a língua, pois sou cruelmente atormentado nestas chamas’.
25 Abraão, porém, replicou: ‘Filho, lembra-te de que recebeste teus bens em vida, mas Lázaro, males; por isso ele agora aqui é consolado, mas tu estás em tormento.
26 Além de tudo, há entre nós e vós um grande abismo, de maneira que, os que querem passar daqui para vós, não o podem, nem os de lá passar para cá’.
27 O rico disse: ‘Rogo-te então, pai, que mandes Lázaro à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos,
28 para lhes testemunhar, que não aconteça virem também eles parar neste lugar de tormentos’.
29 Abraão respondeu: ‘Eles lá têm Moisés e os profetas; ouçam-nos!’
30 O rico replicou: ‘Não, pai Abraão; mas se for a eles algum dos mortos, arrepender-se-ão’.
31 Abraão respondeu-lhe: ‘Se não ouvirem a Moisés e aos profetas, tampouco se deixarão convencer, ainda que ressuscite algum dos mortos’”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
O RICO E O LÁZARO

A parábola evangélica é um alerta premente contra o perigo da riqueza e as conseqüências desastrosas para quem não sabe se servir dela como meio para obter a salvação eterna. A riqueza pode levar à condenação.
O rico simboliza aquela pessoa cuja vida limita-se à busca de prazeres: da comida, da bebida, do vestir-se bem, do locupletar-se com bens materiais. Por isso, não demonstra a mínima preocupação com Deus, nem muito menos com seus semelhantes, de modo especial, os pobres e marginalizados. Interessa-lhes, apenas, quem lhes pode proporcionar prazer, e seus companheiros de orgias. Nada, porém, que possa significar amor e ruptura dos esquemas egoístas.
A riqueza estreitava os horizontes do rico da parábola, impedindo-o de ver para além de seu pequeno mundo. O sofrimento do pobre Lázaro, à sua porta, era-lhe desconhecido. Sua fome contrastava como a opulência dos banquetes que o rico oferecia. Seu corpo coberto de feridas, dando-lhe um aspecto asqueroso, chocava-se com a bela aparência dos convivas do rico, bem vestidos e adornados.
O desfecho da parábola parece lógico: a insensibilidade do rico farreador valeu-lhe a condenação eterna de sofrimentos, pois deixara escapar a única chance de construir sua felicidade eterna, fazendo-se solidário com o sofrimento do próximo.
ORAÇÃO

Pai, não permitas que nada neste mundo me impeça de ver o sofrimento de meu próximo e fazer-me solidário com ele.

(Pe. Jaldemir Vitório)

quarta-feira, 19 de março de 2014

EVANGELHO DO DIA 19 DE MARÇO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 19 de março de 2014

Ano A - Mateus 1,16.18-21.24

 
Louvor e glória a ti, Senhor, Cristo, palavra de Deus!
Felizes os que habitam vossa casa, para sempre eles hão de vos louvar!


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
1 16 Jacó gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo.
18 Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo.
19 José, seu esposo, que era homem de bem, não querendo difamá-la, resolveu rejeitá-la secretamente.
20 Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: “José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo.
21 Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados”.
24 Despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu em sua casa sua esposa.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Esposo de Maria e Pai adotivo de Jesus

Na plenitude dos tempos, o Filho de Deus se encarnou no seio puríssimo da Virgem Maria. O Antigo Testamento orienta-se para Jesus, as esperanças e promessas de Israel nele se cumprem. Nesse sentido, S. Mateus desenvolve a história da infância de Jesus e os inícios de seu ministério. Destaca que Jesus é filho de Davi e de Abraão, o que permite ser o evangelho de Mateus profundamente judeu em suas concepções e, ao mesmo tempo, ser uma rigorosa interpretação missionária e universalista do cristianismo. Nesse sentido, a árvore genealógica, descrita por ele, conduz a José, da família de Davi, sem deixar de realçar que o reino de Jesus vai muito além das promessas feitas a Davi: é o reino do próprio Deus. Ademais, ao fundar o novo povo de Deus, erigido sobre os Apóstolos, Ele concretiza as promessas feitas aos patriarcas.
O Papa Bento XVI assinala que “se Deus está presente entre nós, são de essencial importância também os portadores humanos da promessa: José e Maria. Se José representa a fidelidade de Deus em relação a Israel, Maria representa a esperança da humanidade. José é pai segundo o direito, mas Maria é mãe com o seu próprio corpo: dela depende que Deus se tenha tornado verdadeiramente um de nós”. A figura de José, silenciosa, revela grandeza de alma e fidelidade aos planos de Deus. Ao ver Maria grávida, José, homem justo, longe de condená-la, guarda respeitoso segredo, o que leva S. Jerônimo, com sua habitual profundidade religiosa, a comentar: “Como pode José ser declarado ‘justo’, se ele escondeu a falta de sua esposa? Longe disso. É um testemunho em favor de Maria. José conhecendo sua castidade e tocado pelo que lhe sucede, esconde, por seu silêncio, o acontecimento do qual ele ignora o mistério”. De modo sucinto, mas direto, S. Jerônimo ressalta a atitude espiritual, quase mística, de S. José. Diante do fato inexplicável da concepção, ele reconhece e respeita o Mistério prenunciado: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e o chamarão com o nome de Emanuel”.
Com efeito, José estranha o silêncio da sua desposada, mas não se julga autorizado a levantar o véu do mistério que Maria esconde. Certamente, seus olhos refletem a fadiga das noites que passa angustiado e sem dormir. Mas continua a guardar o silêncio e eis que já nos limites da desolação, pensando em deixá-la, apareceu-lhe em sonho um Anjo do Senhor e lhe disse: “José, filho de Davi, não temas receber em tua casa Maria, tua esposa, pois o que nela foi concebido é obra do Espírito Santo”. O simples carpinteiro de uma pequena aldeia de Nazaré é tratado como descendente de reis. Com razão, S. Mateus o denomina justo, no sentido bíblico, por ter seu coração aberto à vontade de Deus, o que lhe possibilita ouvir o silêncio do mistério, presença do absolutamente Outro, voz a sussurrar no sacrário de sua consciência. Despertando, ele não alimenta dúvida, mas traz a certeza de que não estivera simplesmente sonhando, mas o que acabara de ouvir era mensagem de Deus. Alegria transbordante, que ultrapassa de longe a angústia que sentira antes. Dissipam-se as sombras e ele se rejubila e exulta. A obscuridade do seu sim se torna grandiosa, na ressonância do “fiat”de Maria, pois a árvore do paraíso cresceu no seio de sua esposa. “Sua sombra abriga o mundo inteiro, e ela oferece seus frutos, longe e perto” (S. Efrém).
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
ORAÇÃO
Deus todo poderoso, pelas preces de São José, a quem confiou cuidar do Menino Jesus, como pai adotivo, e ser esposa Maria, concedei que nós também possamos cuidar de nossas famílias, para que um dia mereçamos entrar no Reino Eterno. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!


terça-feira, 18 de março de 2014

EVANGELHO DO DIA 18 DE MARÇO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 18 de março de 2014
Ano A - Mateus 23,1-12
 
Salve, ó Cristo, imagem do Pai, a plena verdade nos comunicai!
Lançai para bem longe toda a vossa iniqüidade! Criai em vós um novo espírito e um novo coração! (Ez 18,31).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, 23 1 dirigindo-se, então, Jesus à multidão e aos seus discípulos, disse:
2 “Os escribas e os fariseus sentaram-se na cadeira de Moisés.
3 Observai e fazei tudo o que eles dizem, mas não façais como eles, pois dizem e não fazem.
4 Atam fardos pesados e esmagadores e com eles sobrecarregam os ombros dos homens, mas não querem movê-los sequer com o dedo.
5 Fazem todas as suas ações para serem vistos pelos homens, por isso trazem largas faixas e longas franjas nos seus mantos.
6 Gostam dos primeiros lugares nos banquetes e das primeiras cadeiras nas sinagogas.
7 Gostam de ser saudados nas praças públicas e de ser chamados rabi pelos homens.
8 Mas vós não vos façais chamar rabi, porque um só é o vosso preceptor, e vós sois todos irmãos.
9 E a ninguém chameis de pai sobre a terra, porque um só é vosso Pai, aquele que está nos céus.
10 Nem vos façais chamar de mestres, porque só tendes um Mestre, o Cristo.
11 O maior dentre vós será vosso servo.
12 Aquele que se exaltar será humilhado, e aquele que se humilhar será exaltado”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
O MAU EXEMPLO

Os discípulos de Jesus foram alertados em relação ao mau exemplo dos mestres da Lei e dos fariseus, os quais ousavam apresentar-se como modelo de piedade e de fidelidade a Deus. Suas belas palavras não combinavam com o que faziam. Por um lado, eram capazes de interpretar bem as Escrituras, por outro, levavam um estilo de vida incompatível com a sua formação religiosa. Suas palavras eram dignas de crédito; seu modo de agir, não. Resultado: suas ações desqualificavam os seus ensinamentos.
Jesus não podia suportar que os mestres da Lei e os fariseus fossem rigorosos como as pessoas, ensinando-lhes uma religião severa e cheia de exigências, ao passo que, para si mesmos, eram complacentes e permissivos. Outro mau exemplo consistia em servir-se de sua condição para granjear reconhecimento e louvor. Daí usarem roupas vistosas, ocuparem os lugares de destaque nas sinagogas e nos banquetes, sentirem prazer ao serem venerados como "mestres". Desta postura resultava uma atitude de soberba, fatal para quem pretende ser ministro de Deus.
A postura correta, a ser assumida pelo discípulo, consistirá em fazer-se servidor e colocar-se, com toda humildade, à disposição de seu semelhante, sem nenhum sentimento de superioridade. Para isso, basta seguir o bom exemplo de Jesus, no seu testemunho de serviço generoso a todos quantos recorriam a ele.
 
ORAÇÃO

Pai, seja toda a minha existência calcada no testemunho de serviço generoso de Jesus, cuja vida correspondeu exatamente aos seus ensinamentos.

(Pe. Jaldemir Vitório)