sexta-feira, 26 de setembro de 2014

EVANGELHO DO DIA 28 DE SETEMBRO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 28 de setembro de 2014

Ano A - Mateus 21,28-32

Aleluia, aleluia, aleluia.
Minhas ovelhas escutam a minha voz, minha voz estão elas a escutar; eu conheço, então, minhas ovelhas, que me seguem, comigo a caminhar! (Jo 10,27)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
21 28 Disse Jesus: "Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse-lhe: ‘Meu filho, vai trabalhar hoje na vinha’.
29 Respondeu ele: ‘Não quero’. Mas, em seguida, tocado de arrependimento, foi.
30 Dirigindo-se depois ao outro, disse-lhe a mesma coisa. O filho respondeu: ‘Sim, pai!’ Mas não foi.
31 Qual dos dois fez a vontade do pai?" "O primeiro", responderam-lhe. E Jesus disse-lhes: "Em verdade vos digo: os publicanos e as meretrizes vos precedem no Reino de Deus!
32 João veio a vós no caminho da justiça e não crestes nele. Os publicanos, porém, e as prostitutas creram nele. E vós, vendo isto, nem fostes tocados de arrependimento para crerdes nele".
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Parábola dos dois filhos
 
O contraste entre os dois filhos de um agricultor mostra que não é o nascimento ou a riqueza que separa e distingue os homens, mas sim o fato de ter ou não um coração reto, justo e bondoso. O pai pede aos dois para irem trabalhar no campo. Um deles se dispõe a ir imediatamente, mas não vai, o outro contesta com uma categórica recusa, mas termina indo. A parábola ressalta que a obediência ao pai só se manifesta pelos fatos, não simplesmente pelas palavras. Já afirmava o profeta Ezequiel que tanto o justo, quanto o pecador, não é julgado em seu ponto de partida, só no final, por suas obras.
De modo singelo e direto, Jesus ilustra o caminho para o Reino do céu. Por isso, volta-se para os ouvintes e pergunta-lhes: “Qual dos dois realizou a vontade do pai?” Sem titubear, eles respondem: Aquele que se arrependeu e foi trabalhar no campo. A conclusão do Mestre é surpreendente, sobretudo, para os chefes do povo e doutores da Lei que o escutavam: “João veio a vós, num caminho de justiça, e não crestes nele. Os publicanos e as prostitutas creram nele. Vós, porém, vendo isto, nem sequer reconsiderastes para crer nele, afinal”. Apesar do apelo de João Batista, seus interlocutores não tinham dado indício de se converter e de tomar o caminho para entrar no Reino. Se tivessem ouvido João, teriam agora atendido ao Senhor em seu apelo à conversão e à prática do bem. Nesse sentido, escreve S. Bento: “Eis para nós a hora de deixar o sono. Tenhamos os olhos abertos à luz divina, as orelhas sensíveis à voz. Então, escutaremos a potente voz de Deus que nos solicita todo dia: ‘Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: Não fecheis os vossos corações’”.
A feição do Senhor não é sombria nem triste; a voz serena e tranquila reflete seu olhar admirativo e exprime o desejo de que eles se convertam e compreendam que “falar de Deus é uma grande coisa, diz S. Gregório Nazianzo, melhor é ser purificado por Ele”. No silêncio do seu amor, Jesus sussurra aos nossos ouvidos: Ninguém deplore os pecados, o perdão superou o mal; ninguém tema a morte, a do Salvador vos libertará do seu poder!
 
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
 

EVANGELHO DO DIA 27 DE SETEMBRO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 27 de setembro de 2014

Ano A - Lucas 9,43-45

Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus Cristo salvador destruiu o mal e a morte; fez brilhar, pelo Evangelho, a luz e a vida imperecíveis (2Tm 1,10).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
9 43 Todos ficaram pasmados ante a grandeza de Deus. Como todos se admirassem de tudo o que Jesus fazia, disse ele a seus discípulos:
44 “Gravai nos vossos corações estas palavras: O Filho do Homem há de ser entregue às mãos dos homens!”
45 Eles, porém, não entendiam esta palavra e era-lhes obscura, de modo que não alcançaram o seu sentido; e tinham medo de lhe perguntar a este respeito.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
UM ESCLARECIMENTO IMPORTANTE

Os discípulos de Jesus não deveriam deixar-se contaminar com a empolgação popular a respeito do Mestre. O povo se maravilhava diante dos grandes feitos de Jesus e, talvez, nutrisse esperanças a seu respeito. Esperanças que ele não estava disposto a realizar. Entre elas, sem dúvida, a intenção de fazê-lo rei.
Os discípulos, por sua vez, provinham das camadas populares e nutriam as mesmas expectativas do povo em relação ao bem-estar social, ao futuro da nação, à esperança messiânica. Por isso, corriam o risco de se deixarem levar, com muita facilidade, pelo que o povo pensava a respeito de Jesus, e esperava dele.
Para evitar equívocos, o Mestre pediu-lhes que prestassem toda atenção num esclarecimento muito importante: ele estava destinado a sofrer muito. A declaração de Jesus deixou os discípulos perplexos. Suas palavras pareceram-lhes obscuras. Não eram capazes de captar-lhes o sentido. E tinham medo de interrogar o Mestre sobre este assunto.
Jesus cuidou para que sua paixão e morte não pegassem os discípulos desprevenidos, gerando frustração e dispersão do grupo. Eles deveriam compreender que o sofrimento fazia parte de sua opção de fidelidade ao Reino de Deus. Não seria um acidente imprevisto na sua trajetória. Por conseguinte, foram desafiados a refazer suas expectativas a respeito de Jesus.
 
ORAÇÃO

Senhor Jesus, ajuda-me a compreender que tua paixão e morte fazem parte de tua opção de fidelidade ao Reino de Deus.

(Pe. Jaldemir Vitório)

EVANGELHO DO DIA 26 DE SETEMBRO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 26 de setembro de 2014

Ano A - Lucas 9,18-22

Aleluia, aleluia, aleluia.
Veio o filho do homem, a fim de servir e dar sua vida em resgate por muitos (Mc 10,45).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
9 18 Num dia em que ele estava a orar a sós com os discípulos, perguntou-lhes: “Quem dizem que eu sou?”
19 Responderam-lhe: “Uns dizem que és João Batista; outros, Elias; outros pensam que ressuscitou algum dos antigos profetas”.
20 Perguntou-lhes, então: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “O Cristo de Deus”.
21 Ordenou-lhes energicamente que não o dissessem a ninguém.
22 Ele acrescentou: “É necessário que o Filho do Homem padeça muitas coisas, seja rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas. É necessário que seja levado à morte e que ressuscite ao terceiro dia”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Confissão de S. Pedro
 
        Antes de introduzir os Apóstolos no mistério da sua missão, Jesus retirou-se para um lugar deserto e rezou a noite toda. Seu objetivo era formar e constituir o novo povo de Deus. De manhã, reuniu os Apóstolos e, desejando associá-los à sua missão, perguntou-lhes: “Quem dizem as multidões que eu sou?” A opinião popular identificava-o com um dos profetas do passado. “Disseram-lhe: uns afirmam que és João Batista, outros que és Elias, outros, ainda, que és Jeremias ou um dos profetas”. Voltando-se para os Apóstolos, Jesus pergunta: “E vós quem dizeis que eu sou?” Eles pressentem, diz S. Hilário, que, “para além do que se via nele, havia algo mais”. A resposta decisiva e imediata, em nome de todos, é dada por Pedro: “Tu és o Cristo de Deus”.
Momento solene e revelador. Arrebatados ao âmago da vida de oração, transportados à comunhão com o Pai, os Apóstolos têm seus olhos interiores iluminados e reconhecem nas palavras de Jesus uma aquiescência implícita à sua missão de Servo Sofredor. Chamando-o de “o Cristo de Deus”, Pedro professa ser Ele o Messias, não por considerá-lo um rei terreno e político, mas sim o Salvador esperado e desejado por todos os homens, cuja missão vai além dos horizontes de Israel e abraça todas as nações. Eis a realização da esperança messiânica: a reunião de todas as gentes no único povo de Deus. Os Apóstolos reconhecem naquele peregrino simples e misericordioso o Filho do Deus vivo.
Assim, aos poucos ia comunicando aos discípulos a novidade de sua presença transformadora. Novidade absolutamente inédita em relação à revelação antiga. Ao final, aquele que vence é o amor: amor de Jesus que reconcilia os homens com o Pai e estes entre si. Então, toda a sua vida é iluminada pela cruz, vida doada, existência aberta a todas as criaturas, que nele se constituem primícias de uma humanidade regenerada. S. Atanásio exclama: “Deus se fez homem para que o homem se tornasse Deus”. A humanidade assumida por Jesus não é apenas semelhante a nossa, ela é de fato a mesma que está em nós. Por isso, ao retornar aos céus, Ele não permanecerá só, pois também nós estaremos com Ele junto do Pai. Nesse sentido, o seu retorno para o Pai é lugar de cumprimento da sua missão: presença do povo messiânico no coração do Pai.
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
 Senhor Jesus, dá-me inteligência para conhecer, sempre mais, tua identidade manifestada na tua vida de serviço ao Reino de Deus.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

EVANGELHO DO DIA 25 DE SETEMBRO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 25 de setembro de 2014

Ano A - Lucas 9,7-9

Aleluia, aleluia, aleluia.
Sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim (Jo 14,6).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 9 7 o tetrarca Herodes ouviu falar de tudo o que Jesus fazia e ficou perplexo. Uns diziam: “É João que ressurgiu dos mortos”; outros: “É Elias que apareceu”;
8 e ainda outros: “É um dos antigos profetas que ressuscitou”.
9 Mas Herodes dizia: “Eu degolei João. Quem é, pois, este, de quem ouço tais coisas?” E procurava ocasião de vê-lo.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
O DESEJO DE VER JESUS
 
As palavras e os milagres de Jesus atraíam em torno dele verdadeiras multidões. Contudo, era impossível controlar a intenção de cada pessoa. Muitos vinham por pura curiosidade. Outros, esperando que Jesus os curasse de alguma enfermidade ou, de qualquer forma, os libertasse. Outros, ainda, eram movidos por um desejo sincero de escutar Jesus e tornar-se seus discípulos, escolhendo como projeto de vida a proposta do Reino.
Esta variedade de intenções não influenciava a conduta do Mestre. Ele não satisfazia a curiosidade das pessoas, por exemplo, fazendo milagres sob encomenda. Suas curas beneficiavam somente àquelas que, de algum modo, demonstravam ter fé. Os corações sinceros dependiam da vontade expressa de Jesus para se tornarem seus discípulos. Só se punha a segui-lo quem ele chamava pelo nome. Não adiantava oferecer-se.
O violento Herodes, tendo ouvido falar de Jesus, manifestou curiosidade de vê-lo. Este rei não sabia de quem se tratava. As hipóteses levantadas lhe satisfaziam. Daí seu desejo de vê-lo pessoalmente. Quiçá esperasse presenciar o espetáculo de um milagre realizado por Jesus, pois tivera notícia de sua fama. Seu desejo de ver o Mestre só seria realizado por ocasião da paixão. Mas, naquela ocasião, Jesus o decepcionou, por não ceder a seus caprichos.
 
ORAÇÃO
            Senhor Jesus, eu quero seguir-te com sinceridade, com o único desejo de aderir ao Reino por ti anunciado e fazer-me teu discípulo.

(Pe. Jaldemir Vitório)

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

EVANGELHO DO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 24 de setembro de 2014

Ano A - Lucas 9,1-6

Aleluia, aleluia, aleluia.
Feliz quem ouve e observa a palavra de Deus! (Lc 11,28)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 9 1 reunindo Jesus os doze apóstolos, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios, e para curar enfermidades.
2 Enviou-os a pregar o Reino de Deus e a curar os enfermos.
3 Disse-lhes: “Não leveis coisa alguma para o caminho, nem bordão, nem mochila, nem pão, nem dinheiro, nem tenhais duas túnicas.
4 Em qualquer casa em que entrardes, ficai ali até que deixeis aquela localidade.
5 Onde ninguém vos receber, deixai aquela cidade e em testemunho contra eles sacudi a poeira dos vossos pés”.
6 Partiram, pois, e percorriam as aldeias, pregando o Evangelho e fazendo curas por toda parte.
Palavra da Salvação.
 
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
PARTILHANDO A MISSÃO DE JESUS

A missão dos discípulos estava em estreita conexão com a pessoa e a missão de Jesus. Foi ele quem escolheu os doze apóstolos, entre as pessoas que o seguiam. Confiou-lhes o mesmo poder e a mesma autoridade que ele mesmo recebera do Pai. Deu-lhes como missão proclamar o Reino de Deus e curar os doentes, como ele mesmo fazia.
As instruções dadas aos discípulos, para o bom desempenho da missão, correspondiam àquelas pelas quais Jesus pautava o seu ministério. Este era exercido na pobreza. Em momento algum, o Mestre pretendeu impôr-se pela força da riqueza e do poder. Ele não tinha onde reclinar a cabeça. Dependia da caridade alheia, em suas andanças. Sabia ter um trato fraterno com as pessoas que o acolhiam e aos seus discípulos. A família de Maria, Marta e Lázaro era uma das casas onde ele se sentia entre irmãos.
Também fez a dura experiência de rejeição. Tanto pessoas, como os mestres da Lei e os fariseus, quanto cidades inteiras, como Corozaim, Betsaida, Cafarnaum, Jerusalém, recusaram-se a lhe dar ouvido. Contudo, a atitude hostil dos habitantes dessas cidades não o dispensava de seguir adiante para cumprir a missão recebida do Pai. Pelo contrário, ia de aldeia em aldeia, proclamando a Boa Nova do Reino.
Cabe ao discípulo seguir pela trilha aberta pelo Mestre, sem se iludir, pensando ter um fim diferente. A cruz também o espera.
 
ORAÇÃO
Espírito de fidelidade à missão, apesar da perspectiva da cruz, concede-me a graça de levar adiante a missão de Jesus, com a mesma disposição que ele sempre teve.

(Pe. Jaldemir Vitório)

EVANGELHO DO DIA 23 DE SETEMBRO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 23 de setembro de 2014

Ano A - Lucas 8,19-21

Aleluia, aleluia, aleluia.
Feliz quem ouve e observa a palavra de Deus! (Lc 11,28)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 8 19 a mãe e os irmãos de Jesus foram procurá-lo, mas não podiam chegar-se a ele por causa da multidão.
20 Foi-lhe avisado: “Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e desejam ver-te”.
21 Ele lhes disse: “Minha mãe e meus irmãos são estes, que ouvem a palavra de Deus e a observam”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
A FAMÍLIA DO REINO

A opção pelo Reino estabelece laços profundos de amizade entre os discípulos, gerando neles uma solidariedade exemplar. Este parentesco espiritual, em muitos casos, pode ser mais sólido que o próprio parentesco sanguíneo. E, o mais importante: gera um ambiente de igualdade onde Deus Pai nos faz todos irmãos e irmãs.
O relacionamento físico com Jesus de Nazaré já não tem importância. A família do Reino se constitui a partir da escuta e da vivência da Palavra de Deus e não da pertença à família histórica de Jesus. O tempo e o espaço também não contam. Seja qual for a época em que se vive ou se viveu, é possível sentir a proximidade familiar em relação aos outros cristãos, desde pautemos nossa vida pela mesma proposta do Reino. Além disso, onde quer que estejam e de onde quer que venham, quando dois cristãos se encontram, deveriam imediatamente sentir brotar no coração um forte afeto fraternal, por terem o mesmo projeto de vida, e estarem unidos pela mesma opção por Jesus e por seu Reino.
Desde os primórdios, a comunidade cristã compreendeu este dado de sua identidade. E, assim, estabeleceu uma nítida diferença em relação à tradição judaica, cujo apego às genealogias e à consangüinidade era bem conhecida.
A família do Reino, como é constituída, pode reunir gente de todas as raças, povos, famílias e nações.
 
ORAÇÃO
            Senhor Jesus, faze crescer em mim o afeto por meus irmãos e irmãs de fé, sabendo que somos membros de uma só família, a família do Reino.

(Pe. Jaldemir Vitório)

EVANGELHO DO DIA 22DE SETEMBRO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 22 de setembro de 2014

Ano A - Lucas 8,16-18

Aleluia, aleluia, aleluia.
Vós sois a luz do mundo; brilhe a todos a vossa luz. Vendo eles vossas obras, deem glória ao Pai celeste! (Mt 5,16)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
8 16 Disse Jesus: “Ninguém acende uma lâmpada e a cobre com um vaso ou a põe debaixo da cama; mas a põe sobre um castiçal, para iluminar os que entram.
17 Porque não há coisa oculta que não acabe por se manifestar, nem secreta que não venha a ser descoberta.
18 Vede, pois, como é que ouvis. Porque ao que tiver, lhe será dado; e ao que não tiver, até aquilo que julga ter lhe será tirado”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Como receber e transmitir a mensagem de Jesus
 
O pecado é “o sonho da alma”, a vida espiritual é o crescimento na graça e na luz divina. Nesse sentido, para transmitir a mensagem do Reino de Deus, Jesus emprega a imagem da luz ou da lâmpada, imagem bastante familiar ao precursor João Batista, e também a Ele, que permanece oculto sob a humildade de sua “carne” e de sua Palavra. Para os judeus, a luz exprime a beleza interior do homem e é reflexo da glória de Deus, manifestação de sua bondade e verdade. O salmo (104,2) a descreve como a vestimenta em que Deus se envolve e “a sua Palavra é a lâmpada que guia os nossos passos”.
Em sua benevolência, Jesus ilumina as trevas de nossa vida, com sua luz sem ocaso, sem mudança, jamais eclipsada. Ele é Luz que brilha nos corações dos que creem em sua Palavra, permitindo-lhes contemplar a realidade divina do Reino de Deus. Com São Sofrônio, dizemos: “Em nossas mãos, levamos mãos círios acesos para significar a luz eterna daquele que vem a nós. Então, afastam-se de nossa alma as terríveis trevas e somos iluminados com o resplendor de Cristo”. Cabe-nos, porém, optar: sermos “filhos das trevas” ou “filhos da luz”. Os que acolhem a luz divina são purificados e, de seus corações, afastam-se as trevas do erro, da mentira e do pecado. Revestidos com as armas da luz, eles se deixam guiar pelo calor do amor a Deus e ao próximo: “por acaso, acende-se uma lâmpada para colocá-la debaixo de uma cama?” Diante destas palavras do Mestre, Clemente de Alexandria interroga-se: “Para que serve uma sabedoria que não torna sábio quem é capaz de entendê-la?”
Ao chamar seus seguidores de “luz do mundo”, Jesus antevê, em nossos corações, “o bem presente em nós”, bem concedido pelo próprio Deus, capacitando-nos para anunciar seus ensinamentos e testemunhar sua Palavra. Porquanto, no dizer de S. Agostinho, “somos dispensadores e não usurpadores” da Palavra, e nosso coração, repleto da luz de Cristo, torna-se o infinito espaço de Deus e acolhida ilimitada do próximo.
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Senhor Jesus, tira de mim o medo e a covardia que me impedem de iluminar, com minhas ações, o que, no nosso mundo, está mergulhado nas trevas.

domingo, 21 de setembro de 2014

EVANGELHO DO DIA 21 DE SETEMBRO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 21 de setembro de 2014

Ano A - Mateus 20,1-16

Aleluia, aleluia, aleluia.
Vinde abrir o nosso coração, Senhor; ó Senhor, abri o nosso coração, e então do vosso filho a palavra poderemos acolher com muito amor! (At 16,14).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, 20 1 Jesus contou esta parábola a seus discípulos: "Com efeito, o Reino dos céus é semelhante a um pai de família que saiu ao romper da manhã, a fim de contratar operários para sua vinha.
2 Ajustou com eles um denário por dia e enviou-os para sua vinha.
3 Cerca da terceira hora, saiu ainda e viu alguns que estavam na praça sem fazer nada.
4 Disse-lhes ele: ‘Ide também vós para minha vinha e vos darei o justo salário’.
5 Eles foram. À sexta hora saiu de novo e igualmente pela nona hora, e fez o mesmo.
6 Finalmente, pela undécima hora, encontrou ainda outros na praça e perguntou-lhes: ‘Por que estais todo o dia sem fazer nada?’
7 Eles responderam: ‘É porque ninguém nos contratou’. Disse-lhes ele, então: ‘Ide vós também para minha vinha’.
8 Ao cair da tarde, o senhor da vinha disse a seu feitor: ‘Chama os operários e paga-lhes, começando pelos últimos até os primeiros’.
9 Vieram aqueles da undécima hora e receberam cada qual um denário.
10 Chegando por sua vez os primeiros, julgavam que haviam de receber mais. Mas só receberam cada qual um denário.
11 Ao receberem, murmuravam contra o pai de família, dizendo:
12 ‘Os últimos só trabalharam uma hora e deste-lhes tanto como a nós, que suportamos o peso do dia e do calor’.
13 O senhor, porém, observou a um deles: ‘Meu amigo, não te faço injustiça. Não contrataste comigo um denário?
14 Toma o que é teu e vai-te. Eu quero dar a este último tanto quanto a ti.
15 Ou não me é permitido fazer dos meus bens o que me apraz? Porventura vês com maus olhos que eu seja bom?’
16 Assim, pois, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos".
Palavra da Salvação.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
As parábolas narrativas são caracterizadas por sua extensão e por seus detalhamentos. Esta de hoje é exclusiva de Mateus. No cenário aparecem o dono da vinha, imagem característica na tradição de Israel, e os trabalhadores desocupados na praça, cena característica de uma cidade grega. Uma parábola dá margem a uma pluralidade de interpretações. Estes "desocupados" não eram indolentes, mas curtiam a amargura da busca de um trabalho para a sobrevivência diária, excluídos pelo sistema social. Comumente se vê na parábola a expressão da simples generosidade do proprietário que convocou os operários. Com pena dos últimos, decidiu dar-lhes o mesmo que aos outros. Outra interpretação pode ser a compreensão do significado do trabalho. O trabalho não é mercadoria que se vende, avaliado pela eficiência do trabalhador que produz. O trabalho é o meio de subsistência das pessoas e da família, bem como é serviço à comunidade, pela partilha de seus frutos. Todos têm direito ao essencial para a sua sobrevivência. Na parábola, a todos foi dado o necessário para a sobrevivência de um dia, independentemente da quantidade de sua produção. O fruto do trabalho é uma extensão do próprio trabalhador. A venda deste fruto por um salário é uma alienação da dignidade do trabalhador e da trabalhadora. É vender uma parte do seu ser, uma extensão de seu próprio corpo, para a acumulação de riqueza e prazer de outro. A conversão da injustiça para a justiça é o seguimento do caminho de Deus (primeira leitura) que leva à prática de uma cidadania no resgate da dignidade humana e da vida (segunda leitura).

sábado, 20 de setembro de 2014

EVANGELHO DO DIA 20 DE SETEMBRO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 20 de setembro de 2014

Ano A - Lucas 8,4-15

Aleluia, aleluia, aleluia.
Felizes os que observam a palavra do Senhor de reto coração e que produzem muitos frutos, até o fim perseverantes!


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 8 4 havia se reunido uma grande multidão: eram pessoas vindas de várias cidades para junto dele. Jesus lhes disse esta parábola:
5 “Saiu o semeador a semear a sua semente. E ao semear, parte da semente caiu à beira do caminho; foi pisada, e as aves do céu a comeram.
6 Outra caiu no pedregulho; e, tendo nascido, secou, por falta de umidade.
7 Outra caiu entre os espinhos; cresceram com ela os espinhos, e sufocaram-na.
8 Outra, porém, caiu em terra boa; tendo crescido, produziu fruto cem por um”. Dito isto, Jesus acrescentou alteando a voz: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!”
9 Os seus discípulos perguntaram-lhe a significação desta parábola.
10 Ele respondeu: “A vós é concedido conhecer os mistérios do Reino de Deus, mas aos outros se lhes fala por parábolas; de forma que vendo não vejam, e ouvindo não entendam. 11 Eis o que significa esta parábola: a semente é a palavra de Deus.
12 Os que estão à beira do caminho são aqueles que ouvem; mas depois vem o demônio e lhes tira a palavra do coração, para que não creiam nem se salvem.
13 Aqueles que a recebem em solo pedregoso são os ouvintes da palavra de Deus que a acolhem com alegria; mas não têm raiz, porque crêem até certo tempo, e na hora da provação a abandonam.
14 A que caiu entre os espinhos, estes são os que ouvem a palavra, mas prosseguindo o caminho, são sufocados pelos cuidados, riquezas e prazeres da vida, e assim os seus frutos não amadurecem.
15 A que caiu na terra boa são os que ouvem a palavra com coração reto e bom, retêm-na e dão fruto pela perseverança”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Parábola do semeador
 
Na introdução à parábola do semeador, o evangelista fala-nos que Jesus “saindo de casa, sentou-se junto ao mar”. Sugere a ideia de que, tendo sido enviado pelo Pai, Jesus saiu de junto de Deus para vir ao mundo e semear a boa semente da misericórdia e do amor. No entanto, lançada em terra, de acordo com a qualidade de cada terreno, a semente não encontrará o mesmo destino.
Enquanto semeava, “uma parte cai à beira do caminho”, terreno “pisado pelos pés de todos”. “Grão pronto a ser levado pelos pássaros, que são os espíritos imundos”,segundo S. Cirilo de Jerusalém. Outra parte, “cai em lugares pedregosos”, onde há pouca terra, “a fé é superficial, evanescente. Logo sucumbe à tribulação ou à perseguição, por causa da Palavra”. Por não terem raízes, elas secaram. Há as que caíram entre os espinhos, que representam, segundo S. Jerônimo, “os corações dos que se tornam escravos dos prazeres e dos cuidados deste mundo”. Estes sufocam a semente e elas não resistem.
Alguns grãos, porém, caíram em terra boa e deram frutos, que superam todos os demais pelo número vertiginoso do tríplice rendimento de cada um deles: em um lugar cem, em outro sessenta, em outro trinta por um. A luz divina, ainda que vislumbrada através de uma estreita fresta, dilata prodigiosamente a alma, que se torna um universo em expansão, irradiando justiça, paz e alegria espiritual. Os frutos são abundantes.
De modo forte, solene e conciso, Jesus conclui lançando um apelo: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”. S. Basílio Magno diz ser “evidente que alguns possuem ouvidos melhores e melhor podem entender as palavras de Deus. Mas o que dizer dos que não têm tais ouvidos? Surdos, ouvi, e vós cegos, vede”. A responsabilidade de acolher bem ou não a semente é de cada pessoa, pois a terra que a recebe corresponde ao coração de cada um. Nesse sentido, escreve S. João Crisóstomo, “não tem culpa, nem o lavrador, nem a semente, mas a terra que a recebe, e mesmo assim não por causa da natureza, mas por força da intenção e da disposição”.
 
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
 
Pai, reconhecendo o quanto me custa ser fiel ao projeto do Reino, peço-lhe a graça de ser fiel até o fim, perseverando no compromisso assumido contigo.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

EVANGELHO DO DIA 19 DE SETEMBRO 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 19 de setembro de 2014
Ano A - Lucas 8,1-3
 
Aleluia, aleluia, aleluia.
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
8 1 Depois disso, Jesus andava pelas cidades e aldeias anunciando a boa nova do Reino de Deus.
2 Os Doze estavam com ele, como também algumas mulheres que tinham sido livradas de espíritos malignos e curadas de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios;
3 Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes; Susana e muitas outras, que o assistiram com as suas posses.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
COLABORADORAS NA MISSÃO

O Evangelho mostra-nos Jesus e sua comunidade itinerante a serviço da Boa Nova do Reino. O ministério do Mestre era exercido em comunhão com colaboradores e colaboradoras, todos voltados para a mesma missão.
É fácil de entender que Jesus tivesse colaboradores. Difícil é pensar um Mestre rodeado de discípulas, numa sociedade onde a dignidade das mulheres não era reconhecida. Diríamos, hoje: era uma sociedade machista! No entanto, Jesus mantinha-se imune destes esquemas, não permitindo que influenciassem suas opções.
As colaboradoras de Jesus são todas mulheres que o haviam procurado por padecer de doenças e ser vítimas dos espíritos malignos. Tendo sido beneficiadas pelo Mestre, acabaram por se colocar a serviço dele. Isto por que compreenderam a importância do ministério de Jesus. Como elas, havia tantas outras pessoas vítimas de enfermidades e possessões demoníacas, que precisavam ser curadas pelo Mestre. Por isso, pareceu-lhes sensato colocar seus bens a serviço desta causa nobre. Era a melhor forma de manifestar sua gratidão a Jesus e se mostrarem úteis.
Para o Mestre, pouco importava a condição feminina. Importava-lhe, sim, a disposição interior dessas mulheres. Afinal, como ele, elas estavam dispostas a ser servidoras da humanidade.
 
ORAÇÃO
Espírito que predispõe para servir, faze de mim colaborador(a) da missão de Jesus, colocando, a seu serviço, tudo o que sou e tenho.

(Pe. Jaldemir Vitório)

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

EVANGELHO DO DIA 18 DE SETEMBRO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 18 de setembro de 2014

Ano A - Lucas 7,36-50

Aleluia, aleluia, aleluia.
Vinde a mim, todos vós que estais cansados e descanso eu vos darei, diz o Senhor (Mt 11,28).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 7 36 um fariseu convidou Jesus a ir comer com ele. Jesus entrou na casa dele e pôs-se à mesa.
37 Uma mulher pecadora da cidade, quando soube que estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um vaso de alabastro cheio de perfume;

38 e, estando a seus pés, por detrás dele, começou a chorar. Pouco depois suas lágrimas banhavam os pés do Senhor e ela os enxugava com os cabelos, beijava-os e os ungia com o perfume.
39 Ao presenciar isto, o fariseu, que o tinha convidado, dizia consigo mesmo: “Se este homem fosse profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que o toca, pois é pecadora”.
40 Então Jesus lhe disse: “Simão, tenho uma coisa a dizer-te”. “Fala, Mestre”, disse ele.
41 “Um credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários e o outro, cinqüenta.
42 Não tendo eles com que pagar, perdoou a ambos a sua dívida. Qual deles o amará mais?”
43 Simão respondeu: “A meu ver, aquele a quem ele mais perdoou”. Jesus replicou-lhe: “Julgaste bem”.

44 E voltando-se para a mulher, disse a Simão: “Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não me deste água para lavar os pés; mas esta, com as suas lágrimas, regou-me os pés e enxugou-os com os seus cabelos.
45 Não me deste o ósculo; mas esta, desde que entrou, não cessou de beijar-me os pés.
46 Não me ungiste a cabeça com óleo; mas esta, com perfume, ungiu-me os pés.
47 Por isso te digo: seus numerosos pecados lhe foram perdoados, porque ela tem demonstrado muito amor. Mas ao que pouco se perdoa, pouco ama”.
48 E disse a ela: “Perdoados te são os pecados”.

49 Os que estavam com ele à mesa começaram a dizer, então: “Quem é este homem que até perdoa pecados?”
50 Mas Jesus, dirigindo-se à mulher, disse-lhe: “Tua fé te salvou; vai em paz”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
A pecadora perdoada
 
Diante de Jesus, ninguém permanece indiferente, rejeita-o ou é atraído por Ele. Compreensivo e bondoso para com todos, por vezes, suas palavras são duras. Certa feita, Ele foi à casa de um fariseu e “reclinou-se à mesa” para comer com ele. Ele não rejeita o convite, diz S. Gregório de Nissa, “embora seu anfitrião não seja um dos seus discípulos, aliás, ele não crê nele. Por que então S. Lucas transmite-nos esta cena? Talvez para dar-nos um exemplo da conduta de Jesus. De fato, deparamo-nos com muitas pessoas que, fechadas sobre si mesmas, julgam-se justas e tratam as demais pessoas com desprezo por tê-las como pecadoras. Sem esperar o dia do julgamento, separam os cabritos dos cordeiros, pois pensam ver as portas do céu abrirem-se, exclusivamente, para elas, pois não querem partilhar com as demais o lugar nem a mesa”.
Trazendo nas mãos um vaso de alabastro com um precioso perfume, aproxima-se de Jesus uma mulher tida como pecadora. Chorando, ela lavava os pés do Mestre com suas lágrimas e os enxugava com os seus cabelos. “Porque Maria viu claramente as manchas de sua vergonha, diz S. Gregório Magno, correu para lavá-las na fonte da Misericórdia, e não teve vergonha diante dos convivas. No seu interior, a vergonha era tão grande, que ela não temia mais nada proveniente do exterior. Mas, o que mais admiramos? Maria que se aproxima ou o Senhor que a recebe? Mais exato seria perguntar: é Ele quem a recebe ou é Ele quem a atrai? Ele a atrai e a recebe, pois a atrai no interior de sua misericórdia e a recebe com bondade”. A cena desagradou o dono da casa que dizia, em seu coração: “Se este homem fosse profeta, saberia bem quem é a mulher que o toca, porque é uma pecadora!” Mas Jesus lê os seus pensamentos.
- “Simão, tenho uma coisa a dizer-te”.
- “Fala, Mestre!”.
- “Um credor tinha dois devedores; um lhe devia quinhentas moedas; outro, cinquenta. Como não tivessem com que pagar, perdoou a dívida de ambos. Na tua opinião, qual dos dois o amará mais?”
- “Suponho que aquele ao qual mais perdoou”.
- “Julgaste bem, disse-lhe Jesus”. E explicou-lhe a parábola, mostrando a diferença entre ele, Simão, e aquela mulher. Simão que se julgava justo e irrepreensível, diante de Deus, não lhe tinha prestado o respeito devido, derramando água em seus pés e óleo na cabeça, conforme costume judaico. A atitude da mulher era totalmente diferente: ela reconhecia a sua culpa e recorria a quem podia perdoá-la e conceder-lhe vida nova. Então, voltando-se para ela, diz-lhe: “Teus pecados estão perdoados”. E aos convivas, Ele declara que os numerosos pecados daquela mulher tinham sido perdoados, “porque ela demonstrou muito amor”.
Presentes na ceia e presos às aparências e ao passado da mulher, os fariseus a rotulavam e a desprezavam. A atitude do Mestre é bem outra. Aquele que sonda “os rins e os corações” e lê o que se encontra no coração da mulher, prostrada aos seus pés, expressa misericórdia e bondade. Perturbados, os doutores da Lei se interrogam: Quem pode perdoar os pecados, além de Deus? E ainda mais admirados o ouvem dizer: “Tua fé te salvou; vai em paz”.




(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Espírito de humilde reconhecimento, move-me a manifestar, sem nenhum receio, minha gratidão por saber-me amado e perdoado por Jesus.
Amém!

EVANGELHO DO DIA 17 DE SETEMBRO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 17 de setembro de 2014

Ano A - Lucas 7,31-35

Aleluia, aleluia, aleluia.
Senhor, tuas palavras são espírito, são vida; só tu tens palavras de vida eterna (Jo 6,63.68).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
7 31 “A quem compararei os homens desta geração? Com quem se assemelham?
32 São semelhantes a meninos que, sentados na praça, falam uns com os outros, dizendo: Tocamos a flauta e não dançastes; entoamos lamentações e não chorastes.
33 Pois veio João Batista, que nem comia pão nem bebia vinho, e dizeis: Ele está possuído do demônio.
34 Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizeis: ‘Eis um comilão e beberrão, amigo dos publicanos e libertinos’.
35 Mas a sabedoria foi justificada por todos os seus filhos”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
ATITUDES CONTRADITÓRIAS
 
            O modo como era tratado por seus contemporâneos deixava Jesus irritado. A má vontade deles levava-os a interpretar mal tudo o que o Mestre fazia. De forma alguma, deixavam-se convencer pelo messianismo de Jesus, mesmo vendo seus milagres e prodígios.
Uma das atitudes de Jesus, censurada por eles, era sua solidariedade com os pecadores e as pessoas marginalizadas pela sociedade. Jesus não se envergonhava de ser visto na companhia desse tipo de gente, nem de sentar-se à mesa com ela. Sua atitude fundava-se numa profunda consciência de ter sido enviado para trazer a salvação, mormente aos pecadores. Sendo assim, seu tempo deveria ser gasto com estes e não com quem pensava ter assegurada sua própria salvação. Jesus estava com quem o Pai queria que ele estivesse. Ele não haveria de mudar de comportamento por causa das críticas e das maledicências alheias.
Entretanto, o Mestre percebia na reação de seus críticos uma raiz viciada: no fundo, não queriam mesmo era se converter. Qualquer quer fosse a atitude de Jesus, teriam motivos para rejeitá-lo.
João, em sua austeridade de vida, fora chamado de possesso. Jesus, que vivia sem preconceitos, era chamado de glutão e beberrão.
A condenação desses inimigos do Mestre seria conseqüência de sua má vontade, que os levava a fechar-se à salvação oferecida por Deus.
 
ORAÇÃO
            Senhor Jesus, ensina-me a ser solidário com os pecadores e marginalizados, de modo a manifestar-lhes a misericórdia de Deus.
(Pe. Jaldemir Vitório)

terça-feira, 16 de setembro de 2014

EVANGELHO DO DIA 16 DE SETEMBRO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 16 de setembro de 2014

Ano A - Lucas 7,11-17

Aleluia, aleluia, aleluia.
Um grande profeta surgiu entre nós, e Deus visitou o seu povo (Lc 7,16).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 7 11 dirigiu-se Jesus a uma cidade chamada Naim. Iam com ele diversos discípulos e muito povo.
12 Ao chegar perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto a ser sepultado, filho único de uma viúva; acompanhava-a muita gente da cidade.
13 Vendo-a o Senhor, movido de compaixão para com ela, disse-lhe: “Não chores!”
14 E aproximando-se, tocou no esquife, e os que o levavam pararam. Disse Jesus: “Moço, eu te ordeno, levanta-te”.
15 Sentou-se o que estivera morto e começou a falar, e Jesus entregou-o à sua mãe.
16 Apoderou-se de todos o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: “Um grande profeta surgiu entre nós: Deus voltou os olhos para o seu povo”.
17 A notícia deste fato correu por toda a Judéia e por toda a circunvizinhança.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Ressurreição do filho da viúva de Naim
 
Dois cortejos encontram-se, um seguindo o enterro do filho de uma viúva e outro acompanhando o Senhor. A morte e a vida. O evangelista destaca aspectos comoventes: o morto é um jovem, filho único de uma viúva. Jesus não passa ao largo. De sua parte, não há desinteresse ou abandono, mas acolhimento. Vendo-a, Ele “ficou comovido e disse-lhe: ‘não chores’”, vulto humano de um Deus solidário a nós, verdadeiro homem, e homem de coração. Movido em suas entranhas, mais do que simples pesar ou dor por aquela mulher, Jesus manifesta a imensa ternura de Deus diante da miséria humana. Ele teve compaixão ao ver a multidão que vagava qual rebanho sem pastor, como também ao ouvir as súplicas do cego de Jericó. Compaixão do Bom Samaritano, como também a do pai diante do filho pródigo. Agora, neste episódio comovedor, a misericórdia divina toma a dianteira, antes mesmo que a fé peça o milagre. Admirado, escreve S. Cirilo de Alexandria: “Observa como ele une milagre a milagre. No primeiro caso, na cura do servo do centurião, ele atende a um convite, mas aqui ele se avizinha sem ser convidado. Ninguém lhe pediu para trazer à vida o morto, mas ele o faz por iniciativa própria”.
Só com a sua presença, Jesus trazia paz e esperança ao coração daquela mulher, que se sentia só e insegura. Naqueles tempos, a condição de vida de uma viúva era precária e ela dependia para tudo de seus filhos homens ou dos parentes do marido. “A história de Cristo, destaca Chesterton, é a história de uma viagem – diria – a história de uma campanha, de uma expedição”, que nada tem a ver com o conformismo ou com uma visão estática da bem-aventurança futura. Num impulso espontâneo, Jesus vem em socorro da mulher.
Jesus é tão humano, que não pode senão ser Deus. E é como Deus que Ele ressuscita o filho da viúva mediante uma simples palavra: “Jovem, eu te ordeno, levanta-te!” O verbo levantar-se remete à Ressurreição de Jesus (1Cor 15,4; At 3,15). Igualmente, sugere o fim dos tempos (Lc 20,37) e também a ressurreição espiritual realizada “pelo despertar”do batismo (Ef 5,14). A ressurreição física do filho da viúva de Naim anuncia todas as ressurreições que hão de vir, inclusive a ressurreição da morte para a qual o pecado nos arrasta. Santo Ambrósio assinala que “mesmo se há pecado grave, do qual não podeis vos lavar por vós mesmos pelas lágrimas do arrependimento, por vós a Igreja como mãe chora e intercede por todo filho como a mãe viúva por seus filhos únicos, sobretudo ao ver seus filhos atraídos para a morte por causa dos vícios funestos”.
 
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Senhor Jesus, que eu seja sensível à angústia e aos sofrimentos do meu próximo, e ajuda-me a devolver-lhe a alegria de viver.
 Amém!

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

EVANGELHO DO DIA 15 DE SETEMBRO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 15 de setembro de 2014

Ano A - João 19,25-27

Aleluia, aleluia, aleluia.
Feliz a virgem Maria, que, sem passar pela morte, do martírio ganha a palma, ao pé da cruz do Senhor!

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, 19 25 junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena.
26 Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: “Mulher, eis aí teu filho”.
27 Depois disse ao discípulo: “Eis aí tua mãe”. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO


Às várias características próprias do Evangelho de João junta-se esta: ele é o único que menciona a presença da mãe de Jesus e de discípulos junto à cruz. Nos sinóticos, Marcos, Mateus e Lucas, as mulheres permanecem a distância, observando. A mãe de Jesus é mencionada apenas duas vezes neste Evangelho: no início do seu ministério, nas bodas de Caná e, agora, no momento de sua crucifixão. Nas duas vezes é destacada a proximidade entre Jesus e sua mãe. Nas bodas, quando ainda não era chegada a hora de Jesus, a mãe representa o antigo Israel fiel, particularmente os samaritanos, que busca o socorro de Jesus e reconhece que deve ser feito tudo o que ele disser. Agora é a sua hora. É a hora da glorificação de Jesus, a sua fidelidade plena ao projeto do Pai, até a morte, tendo, porém, garantida a continuidade de sua missão nas comunidades. Em pé, junto à cruz, destacam-se sua mãe, Maria Madalena e o discípulo que Jesus amava. Maria Madalena, procurando por Jesus no horto, em uma alusão ao Cântico dos Cânticos, representa a comunidade como esposa do Ressuscitado. O discípulo amado simboliza a comunidade que continuará a missão de Jesus. A mãe, o Israel fiel, encontrará sua identidade inserindo-se nestas comunidades.
 
ORAÇÃO
 
Senhor Jesus, que eu seja sensível à angústia e aos sofrimentos do meu próximo, e ajuda-me a devolver-lhe a alegria de viver.

(Pe. Jaldemir Vitório)

domingo, 14 de setembro de 2014

EVANGELHO DO DIA 14 DE STEMBRO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 14 de setembro de 2014

Ano A - João 3,13-17

Aleluia, aleluia, aleluia.
Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos, porque pela cruz remistes o mundo!

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
3 13 “Ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu, o Filho do Homem que está no céu.
14 Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim deve ser levantado o Filho do Homem,
15 para que todo homem que nele crer tenha a vida eterna.
16 Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.
17 Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Exaltação da Santa Cruz
 
A missão de Jesus é descrita pelo Evangelho como a do “Filho do Homem”, que “desceu do céu”, de junto de Deus. A profecia de Daniel apresenta-o como sendo “celeste”, graças à “unção” divina e aos seus dons excepcionais. O Apóstolo S. Paulo anuncia seu amor e sua infinita misericórdia, “mistério escondido desde toda a eternidade em Deus” e que foi revelado a nós na plenitude dos tempos. No deserto, a caminho da Terra Prometida, Moisés prefigura sua morte na cruz, ao mandar erguer uma serpente de bronze, a fim de que todos os que a olhassem, embora picados pela serpente venenosa, fossem salvos. Lá a prefiguração. No Calvário a realização. Lá a vida humana é preservada, agora, a vida eterna é concedida aos que, com fé, dirigem seu olhar para Jesus.
Em Cristo, o mesmo Deus, eternamente Deus, em sua infinita misericórdia, penetra a história dos homens e os conduz à feliz e eterna felicidade. Um antigo hino proclama:“O Filho da Virgem é atravessado por uma lança. Glória seja dada à tua paixão, ó Cristo, glória à tua paixão! Revela-nos a tua santa ressurreição!” Por Jesus crucificado, o homem é introduzido no coração amoroso do Pai e ele nasce de novo, pois não basta reconhecer Jesus, é necessário nascer do alto, mudar radicalmente sua vida. Desde então, o amor, com o qual o próprio Jesus o ama, arde em seu coração e consolida a certeza de que jamais ele será reduzido ao nada. Revestido de alegria e agraciado pela regeneração provinda do alto, ele reconhece o mistério do amor (ágape), revelado na treva mais que luminosa do silêncio da cruz.
O evangelista S. João repete o verbo“elevar” para significar a morte de Jesus na Cruz, sinal de salvação para toda a humanidade. O seu Reino vem do céu e ao céu conduz. S. Cirilo de Alexandria exclama: “Todos os que contemplarem Jesus viverão. Como Filho e Herdeiro do Pai, Jesus liberta os homens da escravidão, e a lei que condena se transforma em graça que justifica”. Na cruz, os sinais da morte, na ressurreição, a vida divina, que, qual suave brisa, alcança os que nele creem e lhes comunica serenidade e felicidade no encontro com o Pai. A auréola brilhante, que circunda o Crucificado, proclama sua exaltação e glória, desde já, participada por nós.
 
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
 Pai, ao exaltar a cruz de teu Filho Jesus, quero abrir meu coração para que ela frutifique em mim, renovando minha disposição de ser totalmente fiel a ti.

sábado, 13 de setembro de 2014

EVANGELHO DO DIA 13 DE SETEMBRO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 13 de setembro de 2014

Ano A - Lucas 6,43-49

Aleluia, aleluia, aleluia.
Quem me ama, realmente, guardará minha palavra e meu Pai o amará, e a ele nós viremos (Jo 14,23).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
6 43 Disse Jesus aos seus discípulos: “Uma árvore boa não dá frutos maus, uma árvore má não dá bom fruto.
44 Porquanto cada árvore se conhece pelo seu fruto. Não se colhem figos dos espinheiros, nem se apanham uvas dos abrolhos.
45 O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração, e o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, porque a boca fala daquilo de que o coração está cheio.
46 Por que me chamais: ‘Senhor, Senhor. e não fazeis o que digo?’
47 Todo aquele que vem a mim ouve as minhas palavras e as pratica, eu vos mostrarei a quem é semelhante.
48 É semelhante ao homem que, edificando uma casa, cavou bem fundo e pôs os alicerces sobre a rocha. As águas transbordaram, precipitaram-se as torrentes contra aquela casa e não a puderam abalar, porque ela estava bem construída.
49 Mas aquele que as ouve e não as observa é semelhante ao homem que construiu a sua casa sobre a terra movediça, sem alicerces. A torrente investiu contra ela, e ela logo ruiu; e grande foi a ruína daquela casa”.
Palavra da Salvação. Glória a vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
O TESOURO DO CORAÇÃO

O discípulo do Reino não se deixa enganar pelos hipócritas. Jesus ofereceu-lhe pistas para desmascará-los. O sinal indicativo de que alguém renunciou à sua condição de discípulo é começar a praticar a iniqüidade. Os frutos ruíns indicam a qualidade da árvore. Quando a vida de alguém é pontilhada de gestos incompatíveis com sua condição de discípulo, é como a árvore imprestável, que só produz maus frutos.
Os hipócritas não conseguiram ludibriar Jesus. Para que ficar invocando o Senhor apesar de nutrir ódio pelo próximo? Jesus não se deixava impressionar por palavreado bonito. Para ele, importava passar da palavra para a ação. Esta passagem foi ilustrada com a imagem da casa construída com bons alicerces e aquela construída à flor da terra. É fácil perceber o destino de cada uma delas. A primeira se mantém apesar das enchentes, por ter alicerces fortes. A segunda desaba em ruínas, por ter sido construída sem suficiente ponderação.
Quando a pessoa fala ou age, acaba por revelar o tesouro que guarda escondido dentro de si. Quem é bom deixa patente sua bondade interior, realizando gestos de amor. Quem é mau, acostumado a prevalecer-se contra os outros, só poderá tirar do seu coração o que não é bom. Tampouco tem escrúpulo de ludibriar e explorar o seu próximo. A bondade está na ação. Quem é realmente bom será sempre capaz de amar e fazer o bem.
 
ORAÇÃO
Senhor Jesus, que eu não me engane, pensando agradar-vos com palavras bonitas, pois são minhas ações que revelarão o tesouro que trago dentro de mim.

(Pe. Jaldemir Vitório)

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

EVANGELHO DO DIA 12 DE SETEMBRO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 12 de setembro de 2014

Ano A - Lucas 6,39-42

Aleluia, aleluia, aleluia.
Vossa palavra é a verdade; santificai-nos na verdade! (Jo 17,17)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
6 39 Jesus contou uma parábola aos discípulos: “Pode acaso um cego guiar outro cego? Não cairão ambos na cova?
40 O discípulo não é superior ao mestre; mas todo discípulo perfeito será como o seu mestre.
41 Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão e não reparas na trave que está no teu olho?
42 Ou como podes dizer a teu irmão: Deixa-me, irmão, tirar de teu olho o argueiro, quando tu não vês a trave no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e depois enxergarás para tirar o argueiro do olho de teu irmão”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
As condições do zelo
 

 

O perdão misericordioso de Jesus surpreendia os homens da Lei, escribas e fariseus. Mas também os seus discípulos ficaram perturbados ao ouvi-lo dizer: Quem experimenta a misericórdia divina está pronto a perdoar e a ser benévolo para com todos. Não conseguiam entender as suas palavras. Para esclarecê-los, Ele conta uma parábola, iniciando-a com a pergunta: “Pode um cego guiar outro cego? Não cairão ambos num buraco?”
Ao ouvi-lo, os doutores da Lei, impenetráveis aos seus ensinamentos, ficaram incomodados, apesar de as palavras de Jesus também serem dirigidas aos discípulos, que tinham recebido a missão de ser “luz do mundo”, anunciadores do Evangelho. Aliás, S. Beda os compara “a um homem bom que transmite o bem do bom tesouro do seu coração”, diferentes dos que, inebriados pela ambição do poder ou pelo sentimento de superioridade, permanecem cegos em seu coração.
Pouco a pouco, os discípulos compreendem que ser fiel à missão, que lhes foi dada por Jesus, é ser presença da sua compaixão e do seu amor pelo mundo. Assim, eles exortam e buscam corrigir os que erram e pecam, sem deixarem de ser benévolos em seus julgamentos. Alimenta-os a convicção de que para vencer o mal nos outros, eles terão de vencê-lo antes em si próprios. Ao invés deles, o escriba ou o fariseu, guiado pela autossuficiência, considera grandes os erros mínimos do irmão, enquanto vê como pequenos os seus próprios grandes erros. A este, de modo áspero, Jesus diz: “Como podes dizer a teu irmão: ‘Irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho’, quando não vês a trave no teu próprio olho? Hipócrita, tira antes a trave do teu olho, e então verás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão”.
Comentando estas palavras, S. Agostinho observa: “Alguém pecou por cólera, e tu o repreendes com ódio. Há grande diferença entre cólera e ódio, assim como entre um cisco e uma trave. Pois o ódio é a cólera entranhada: com o tempo, ele adquire tanta força que de cisco poderá se transformar em trave. Se tu só te irritas, tu podes ter a boa vontade de corrigir o culpado; mas se tu o odeias, tu não podes querer sua emenda. Lança para longe de ti teu ódio: e então, este homem que tu amas, tu poderás corrigir”. A vaidade e o egoísmo distorcem a verdade. Portanto, ao eliminar a trave do seu olho, o fariseu estará permitindo que o amor de Deus habite em seu coração e o seu julgamento será mais indulgente. Pois suas admoestações nascerão do reconhecimento da pequenez de sua vida terrena, purificada no cadinho da confissão de sua condição pecadora.
 
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 

ORAÇÃO
Senhor Jesus, que eu tenha suficiente humildade para reconhecer os meus erros e não querer arvorar-me em juiz e guia do meu próximo.