SALVE MARIA
21 de julho de 2013
Lucas 10,38-42
Felizes os que observam a palavra do Senhor de reto coração e que produzem muitos frutos, até o fim perseverantes! (Lc 8,15)
10 38 Estando Jesus em viagem, entrou numa aldeia, onde uma mulher, chamada Marta, o recebeu em sua casa.
39 Tinha ela uma irmã por nome Maria, que se assentou aos pés do Senhor para ouvi-lo falar.
40 Marta, toda preocupada na lida da casa, veio a Jesus e disse: “Senhor, não te importas que minha irmã me deixe só a servir? Dize-lhe que me ajude”.
41 Respondeu-lhe o Senhor: “Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas;
42 no entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolheu a boa parte, que lhe não será tirada”.
10 38 Estando Jesus em viagem, entrou numa aldeia, onde uma mulher, chamada Marta, o recebeu em sua casa.
39 Tinha ela uma irmã por nome Maria, que se assentou aos pés do Senhor para ouvi-lo falar.
40 Marta, toda preocupada na lida da casa, veio a Jesus e disse: “Senhor, não te importas que minha irmã me deixe só a servir? Dize-lhe que me ajude”.
41 Respondeu-lhe o Senhor: “Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas;
42 no entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolheu a boa parte, que lhe não será tirada”.
REFLEXÃO
Lc 10,38-42: Marta e Maria
O texto narra que Jesus e seus Apóstolos “estavam a caminho”. Expressão esta utilizada, algumas vezes, para indicar a subida do Senhor a Jerusalém. Através de outras informações bíblicas, sabe-se que a casa de Marta e Maria distava uns três quilômetros da cidade santa. Como mais tarde Zaqueu, Marta recebe Jesus em sua casa. Fato que desperta em nós o desejo de recebê-lo em nossa casa, em nossa vida. Enquanto Marta, pelo muito serviço, estava ocupada, Maria, sua irmã, permanecia “sentada aos pés do Senhor, escutando sua palavra”. Atitude característica dos discípulos, atentos à palavra do Mestre.
Marta, em meio aos muitos afazeres, solicita a ajuda de sua irmã. A resposta afetuosa de Jesus a alerta para não se inquietar nem se agitar, embora seu gesto refletisse a delicadeza de uma amizade que jamais pensa ter feito o suficiente. Porém, julgando propícia a ocasião, Jesus a remete ao alimento essencial: à sua Palavra. Cláusula irrenunciável, que resume a prece e a vida, e que será exaltada logo a seguir ao se referir a Maria.
Diz Jesus: “Uma só coisa é necessária e Maria escolheu a melhor parte”. Frase muito comentada nos primeiros séculos da vida da Igreja. Por exemplo, S. Efrém não hesita em preferir o amor atuante de Marta ao repouso contemplativo de Maria, enquanto outros autores estabelecem a superioridade da escuta da Palavra sobre o serviço aos pobres. Orígenes une os dois aspectos, afirmando que o “segredo do amor será apreendido por aquele que se entrega à ação, com a condição de ele se aplicar ao mesmo tempo à contemplação, à doutrina e à ação. Não há ação nem contemplação válidas, uma sem a outra”. S. João Crisóstomo reconhece que Jesus “respondendo à Marta não censura o trabalho, nem a ação, mas quer que se considere o tempo. Pois não se pode preterir o tempo da instrução espiritual. Advoga-se não o ócio, mas a escuta da palavra. Defende-se a hospitalidade, sem minimizar o tempo da instrução”.
Eis a grande lição do presente relato: A escuta do Evangelho é o tesouro, a pérola, o único necessário, ao qual se sacrificam todas as demais coisas. Dela procede a escala de valores da vida do cristão. Desviar-se dela significa precipitar-se no abismo do vazio de sentido: é voltar-se contra si mesmo, caindo em estéril agitação. Assim, na livre escolha da vocação, a vida ativa e a contemplativa devem se conjugar, escreve S. Ambrósio, “pois se Marta não tivesse escutado a Palavra, ela não teria assumido o serviço”, na tranquila e operosa obediência ao Senhor.
Dom Fernando Antônio Figueiredo
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