quarta-feira, 30 de julho de 2014

EVANGELHO DO DIA 30 DE JULHO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 30 de julho de 2014

Ano A - Mateus 13,44-46

Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos chamo meus amigos, pois vos dei a conhecer o que o Pai me revelou (Jo 15,15).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
13 44 Disse Jesus: “O Reino dos céus é também semelhante a um tesouro escondido num campo. Um homem o encontra, mas o esconde de novo. E, cheio de alegria, vai, vende tudo o que tem para comprar aquele campo.
45 O Reino dos céus é ainda semelhante a um negociante que procura pérolas preciosas.
46 Encontrando uma de grande valor, vai, vende tudo o que possui e a compra”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
O ABSOLUTO DO REINO

O centro de convergência da parábola do tesouro escondido e da pérola preciosa encontra-se na decisão do agricultor e do comerciante, de desfazer-se de todos os seus bens para adquirir o bem encontrado, por ser sobremaneira precioso. O bom senso mostrou-lhes a conveniência de investir tudo na aquisição do bem maior. A perda redundaria em ganho, a loucura revelar-se-ia sabedoria.
Assim comporta-se o discípulo em relação ao Reino. Sua descoberta leva-o a redimensionar toda a sua vida, dando um sentido novo a cada um de seus aspectos, subordinando-os ao absoluto do Reino. O discípulo predispõe-se a qualquer sacrifício. Nada lhe parece demasiadamente pesado, quando se trata de colocar o Reino e seus valores no centro de sua existência.
O discípulo vê-se confrontado com a responsabilidade de fazer uma opção que revolucionará toda a sua vida. Nem sempre estará seguro do passo que deverá dar. Daí a possibilidade de se deixar levar pelo medo e pela incerteza. A convicção do discípulo, ao tomar esta decisão, dependerá do modo como foi tocado pelo Reino. Quanto mais profunda for a experiência tanto mais seguro estará o discípulo. Uma experiência superficial dificilmente levará a uma opção radical. Aí se revela quem, de fato, fez-se discípulo do Reino.
 
ORAÇÃO
Espírito de radicalidade, reforça minha opção pelo Reino e seus valores, para que eu o coloque sempre mais como o centro de minha vida.

(Pe. Jaldemir Vitório)

terça-feira, 29 de julho de 2014

EVANGELHO DO DIA 29 DE JULHO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 29 de julho de 2014
Ano A - João 11,19-27
 
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não caminha entre as trevas, mas terá a luz da vida (Jo 8,12).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, 11 19 muitos judeus tinham vindo a Marta e a Maria, para lhes apresentar condolências pela morte de seu irmão.
20 Mal soube Marta da vinda de Jesus, saiu-lhe ao encontro. Maria, porém, estava sentada em casa.
21 Marta disse a Jesus: "Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido!
22 Mas sei também, agora, que tudo o que pedires a Deus, Deus to concederá".
23 Disse-lhe Jesus: "Teu irmão ressurgirá".
24 Respondeu-lhe Marta: "Sei que há de ressurgir na ressurreição no último dia".
25 Disse-lhe Jesus: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá.
26 E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá. Crês nisto?"
27 Respondeu ela: "Sim, Senhor. Eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, aquele que devia vir ao mundo".
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO

Ressurreição de Lázaro
Nenhuma obra humana carece totalmente da luz de Deus, pois mesmo em meio às trevas e à culpa do homem um raio da luz divina não deixa de resplandecer. Assim, apesar de suas incertezas e inseguranças, aquele que aceitou a mensagem cristã não vaga a esmo, porque ele entrevê no seu coração, para além do mistério, o vulto misericordioso do Senhor. Este não lhe é estranho, pois nele brilham centelhas de sua luz, causa de tudo quanto existe de bom, justo e verdadeiro, em todas as culturas e povos. S. Justino fala da semente da Verdade, presente em todo coração humano, caminho que conduz a Cristo, “o Amém, a Testemunha fiel e verdadeira” (Ap 3,14), em quem o cristão experimenta, banindo o medo e o horror da solidão, a beleza e a alegria da eterna comunhão espiritual.
Mas alguns amigos da Judeia trouxeram a notícia de que Lázaro estava gravemente enfermo. Apesar de os Apóstolos temerem voltar para lá, onde os judeus tinham procurado apedrejá-lo, Jesus volta-se para os Apóstolos e diz: “Vamos lá”! A cada passo de seu itinerário, Jesus traduz esperança e vida nova. Ao chegar a Betânia, Ele sente, pulsando no coração de Marta e Maria, refletido em suas lágrimas, o drama pela morte do irmão. Para reanimar e conduzir Marta a uma fé mais vigorosa, após algumas palavras delicadas e esperançosas, Ele lhe diz: “Teu irmão ressuscitará”. Ao ouvi-lo, sem ter entendido bem o que Ele dizia, ela simplesmente faz uma profissão de fé: “Sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia!” Indubitavelmente, ela crê que o seu irmão ressuscitará no último dia, porém, o Mestre vai além, sugere algo mais. Crer na ressurreição é acolher o segredo da verdadeira e interminável vida de Deus, manifestada pela sua presença radiosa. Por isso, chorando, Maria repetiu as mesmas palavras de sua irmã: “Se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido”.
Então, uma profunda emoção toma conta de Jesus. Notando seus olhos marejados, muitos dos que lá estão comentam: “Vede como Ele o amava”. Outros ainda disseram:“Como é que este homem, que abriu os olhos ao cego, não poderia ter feito com que ele não morresse?” “De novo, Jesus comoveu-se e dirigiu-se ao sepulcro”.Retirai a pedra - ordena o Mestre. Marta procura ainda opor-se e, com delicadeza, observa que certamente o corpo já devia estar cheirando mal. Com insistência e voz firme, o Senhor lhe responde: “Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?” A pedra foi retirada e, após erguer os olhos ao Céu, Ele ordena: “Lázaro, vem para fora!” Lázaro retorna à vida participada por ele em sua vida terrena, sinal da ressurreição final, quando definitivamente, todos nós ouviremos a voz do Senhor: “Vem para fora!”. Exclama S. Agostinho: “Todos ouviremos a voz do Senhor, a mesma voz ouvida por Lázaro, através da pedra: que a sua voz penetre nossos corações de pedra!” Desde já, nós o ouvimos dizer: “‘Eu sou a ressurreição e a vida, quem crê em mim, ainda que morra, viverá”.
 
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Pai, que a certeza da presença de teu Filho Jesus seja estímulo para o cumprimento da missão que recebi: a de proclamar o Reino a todos os povos.

EVANGELHO DO DIA 28 DE JULHO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 28 de julho de 2014

Ano A - Mateus 13,31-35

Aleluia, aleluia, aleluia.
Deus nos gerou pela palavra da verdade como as primícias de suas criaturas! (Tg 1,18)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
13 31 Em seguida, propôs-lhes outra parábola: “O Reino dos céus é comparado a um grão de mostarda que um homem toma e semeia em seu campo.
32 É esta a menor de todas as sementes, mas, quando cresce, torna-se um arbusto maior que todas as hortaliças, de sorte que os pássaros vêm aninhar-se em seus ramos”.
33 Disse-lhes, por fim, esta outra parábola. “O Reino dos céus é comparado ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha e que faz fermentar toda a massa”.
34 Tudo isto disse Jesus à multidão em forma de parábola. De outro modo não lhe falava,
35 para que se cumprisse a profecia: “Abrirei a boca para ensinar em parábolas; revelarei coisas ocultas desde a criação”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
DA PEQUENEZ À GRANDEZA

A parábola do grão de mostarda semeado no campo, vindo a tornar-se uma árvore frondosa, revela um aspecto importante na dinâmica do Reino. Este aparece pequeno e frágil ao despontar na história humana. Entretanto, seu destino é tornar-se grande na sua definitiva manifestação. A precariedade e a imperfeição do momento presente são etapas necessárias de um processo mais amplo. Só na escatologia despontará o Reino em sua real grandeza.
O discípulo sabe conjugar pequenez e grandeza, sem se deixar iludir por imagens destorcidas do Reino. E não correrá o risco de se enganar, identificando com o Reino certas manifestações retumbantes de religiosidade, nem ficará iludido quando for incapaz de perceber o Reino lançando suas raízes, tamanha é sua pequenez. No primeiro caso, terá suficiente senso crítico para perceber a incompatibilidade de certos fenômenos com o projeto do Reino; no segundo, será capaz de detectar, ali onde parece que nada acontece, sinais evidentes do Reino, fermentando a existência humana.
Historicamente, o Reino tende a manifestar-se em sua fragilidade. Caso contrário, correria o risco de impor-se aos seres humanos, prescindindo de uma opção livre. Quem for capaz de reconhecer a presença ativa de Deus no que há de mais fraco e pequenino, terá compreendido por que caminhos o Reino atua na História.
 
ORAÇÃO
            Espírito que se manifesta na pequenez e na fragilidade, dá-me inteligência para compreender os caminhos pelos quais o Reino se faz presente em nossa história.

(Pe. Jaldemir Vitório)

domingo, 27 de julho de 2014

EVANGELHO DO DIA 27 DE JULHO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 27 de julho de 2014

Ano A - Mateus 13,44-52 ou 44-46

Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu te louvo, ó Pai santo, Deus do céu, Senhor da terra: os mistérios do teu reino aos pequenos, Pai, revelas! (Mt 11,25)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos, 13 44 "O Reino dos céus é também semelhante a um tesouro escondido num campo. Um homem o encontra, mas o esconde de novo. E, cheio de alegria, vai, vende tudo o que tem para comprar aquele campo.
45 O Reino dos céus é ainda semelhante a um negociante que procura pérolas preciosas.
46 Encontrando uma de grande valor, vai, vende tudo o que possui e a compra.
47 O Reino dos céus é semelhante ainda a uma rede que, jogada ao mar, recolhe peixes de toda espécie.
48 Quando está repleta, os pescadores puxam-na para a praia, sentam-se e separam nos cestos o que é bom e jogam fora o que não presta.
49 Assim será no fim do mundo: os anjos virão separar os maus do meio dos justos
50 e os arrojarão na fornalha, onde haverá choro e ranger de dentes.
51 Compreendestes tudo isto?" "Sim, Senhor", responderam eles.
52 "Por isso, todo escriba instruído nas coisas do Reino dos céus é comparado a um pai de família que tira de seu tesouro coisas novas e velhas".
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
As parábolas do tesouro e da pérola
 
O Reino de Deus e o mundo novo que há de vir inauguram-se com a pregação de Jesus, que reúne ao seu redor os que se convertem e vivem a Lei nova do amor e da misericórdia. Essa mensagem é anunciada a todos e não conhece privilégios. Dirigindo-se às pessoas simples da Galileia, Jesus destaca que mesmo as realidades frágeis e precárias desta terra adquirem um novo sentido à luz do mistério de sua encarnação, pela qual reconhecemos que Ele se tornou um de nós, para que nós nele nos tornemos o que Ele é.
Em outras palavras, todos os homens podem alcançar a bem-aventurança da Terra Prometida do Reino de Deus, comparado por Jesus a um tesouro enterrado, descoberto de modo fortuito. Quem o encontra, com alegria, vai e vende tudo o que possui para comprar o campo. O mesmo acontece com o negociante que, “ao achar uma pérola de grande valor, vai e vende tudo o que possui e a compra”. A pérola é reconhecida pelo seu valor, beleza e perfeição. Em outras palavras, o Reino de Deus é o tesouro ou a pérola, cujo preço é inacessível e supera toda riqueza material.
Dom precioso, o Reino de Deus nos atrai e, ao mesmo tempo, nos impede de identificá-lo totalmente com o mundo material, pois graças a ele, exclama Pascal, “o homem ultrapassa infinitamente o homem”. Por conseguinte, nenhum condicionamento meramente humano pode contê-lo, nem defini-lo. Mas, embora ele seja uma dádiva divina, Deus não dispensa jamais a cooperação humana, como evidenciam as palavras de Jesus, dirigidas ao paralítico, antes de curá-lo: “Tua fé te salvou”.
Portanto, o Reino não é apenas iniciativa de Deus (ex opere operato), independente da ação do homem, pois Deus, em seu amor, espera a resposta livre do amado, como se tudo dependesse da sua decisão. Neste sentido, a parábola contada por Jesus pressupõe esforço e sacrifício daquele que encontrou o tesouro: ele vai e vende tudo o que possui para comprar o campo, onde se encontra o tesouro. Assim, também nós deveremos estar prontos a atender ao convite do Senhor: vender tudo, isto é, despojar-se do pecado, dos vícios e das paixões desordenadas para alcançar o Reino de Deus. Nossa colaboração é essencial. O mesmo se diga da oração, que jamais poderá ser compreendida como total passividade, ela é tensão interior, abertura do espírito humano para receber o Espírito divino, que conduz aquele que ora ao coração mesmo do mistério de Deus. Por isso, animando-nos, diz admiravelmente S. João Crisóstomo: “Participai do banquete da fé, acolhei todos vós as riquezas da misericórdia”.
 
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Espírito de radicalidade, reforça minha opção pelo Reino e seus valores, para que eu o coloque sempre mais como o centro de minha vida.

EVANGELHO DO DIA 26 DE JULHO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 26 de julho de 2014

Ano A - Mateus 13,16-17

Aleluia, aleluia, aleluia.
Esperavam estes pais a redenção de Israel, e o Espírito do Senhor estava sobre eles (Lc 2,25).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
13 16 Disse Jesus aos seus discípulos: “Quanto a vós, bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem! Ditosos os vossos ouvidos, porque ouvem!
17 Eu vos declaro, em verdade: muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não o viram, ouvir o que ouvis e não ouviram”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO

 
Temos aqui uma proclamação de bem-aventurança aos olhos e ouvidos que vêm e ouvem a Boa Nova de Jesus. Ela é encontrada, também, em Lc 10,23-24. Enquanto que em Mateus ela está inserida na explicação da parábola do semeador, em Lucas ela vem complementando a exultação de alegria de Jesus, seguida do louvor ao Pai, pelas coisas que são reveladas aos pequeninos. Encontramos este tipo de exortação no Antigo e no Novo Testamento, bem como na literatura grega. A palavra "bem-aventurado" é uma tradução do grego "makários", freqüentemente traduzido também por "felizes". O conteúdo do termo é o de um estado de felicidade divina. Marcos em seu evangelho, não usa esta palavra. João a usa apenas por duas vezes: "Sabendo destas coisas, vós sereis bem-aventurados se as praticardes" (Jo 13,17) e "... bem-aventurados aqueles que não viram e creram" (Jo 20,29). Esta bem-aventurança de João completa a bem-aventurança de hoje: se os que conviveram com Jesus, o viram e ouviram, são bem-aventurados, os que vieram depois também são bem-aventurados pela fé com que reconhecem a presença de Jesus vivo entre eles, no próximo e na comunidade. Mateus reúne oito bem-aventuranças no início de seu Sermão da Montanha e Lucas reúne quatro no sermão da planície. Várias outras bem-aventuranças estão espalhadas em seus evangelhos. Joaquim e Ana, pai e mãe de Maria segundo a tradição, são bem-aventurados por sua filha.
 
ORAÇÃO
Senhor, Deus de nossos pais, que concedestes a são Joaquim e santa Ana a graça de darem a vida à mãe do vosso Filho, Jesus, fazei que, pela intercessão de ambos, alcancemos a salvação prometida a vosso povo.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Amém!

sexta-feira, 25 de julho de 2014

EVANGELHO DO DIA 25 DE JULHO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 25 de julho de 2014
Ano A - Mateus 20,20-28
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos designei para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça, assim disse o Senhor (Jo 15,16).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, 20 20 aproximou-se a mãe dos filhos de Zebedeu com seus filhos e prostrou-se diante de Jesus para lhe fazer uma súplica.
21 Perguntou-lhe ele: "Que queres?" Ela respondeu: "Ordena que estes meus dois filhos se sentem no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda".
22 Jesus disse: "Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu devo beber?" "Sim", disseram-lhe.
23 "De fato, bebereis meu cálice. Quanto, porém, ao sentar-vos à minha direita ou à minha esquerda, isto não depende de mim vo-lo conceder. Esses lugares cabem àqueles aos quais meu Pai os reservou".
24 Os dez outros, que haviam ouvido tudo, indignaram-se contra os dois irmãos.
25 Jesus, porém, os chamou e lhes disse: "Sabeis que os chefes das nações as subjugam, e que os grandes as governam com autoridade.
26 Não seja assim entre vós. Todo aquele que quiser tornar-se grande entre vós, se faça vosso servo.
27 E o que quiser tornar-se entre vós o primeiro, se faça vosso escravo.
28 Assim como o Filho do Homem veio, não para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por uma multidão".
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Pedido da mãe dos filhos de Zebedeu
 
A expectativa era grande. Os Apóstolos aguardavam a qualquer momento a manifestação do Reino de Deus. Com um olhar sereno, porém triste, Jesus fala de sua morte e ressurreição: “O Filho do Homem será entregue aos gentios para ser escarnecido, açoitado e crucificado. Mas no terceiro dia ressuscitará”. Absorvidos em seus pensamentos de glória, os discípulos não o entenderam bem e a mãe de João e Tiago pressente em suas palavras o anúncio da iminência da realização messiânica. Por isso, omemn HHpede-lhe que “seus dois filhos se assentem um à direita e outro à esquerda” em seu Reino. A mãe fez o pedido, mas são os filhos que recebem a resposta. Há uma ambição a ser corrigida. Aliás, não é a primeira nem a última vez que o Evangelho sublinha o desejo de precedência. Ora, estar com Ele na glória é viver, desde agora, o abandono total na renúncia a si mesmo. Escreve S. João Crisóstomo:“Quem procura a ostentação, enquanto o Senhor segue a humildade, não reflete a imagem de Cristo, pois não é verdadeiro discípulo quem não imita o seu Mestre”,participando de sua morte e de sua ressureição.
Então, Jesus pergunta aos dois irmãos: “Podeis beber o cálice que eu vou beber, ou receber o batismo que estou para receber?” Sem titubear, eles respondem: “Nós podemos”. De fato, Tiago morrerá mártir e João estará no Calvário, partilhando do cálice com Jesus, no sofrimento da cruz. Embora não se pronuncie sobre quem irá sentar-se à direita ou à esquerda em seu Reino, Jesus não deixa de despertar nos Apóstolos a consciência de ser Ele o Filho amado de Deus, por quem e em quem se realiza o desígnio do Pai.
Mas a decisão última cabe ao Pai. No momento, o importante não é preocupar-se com o lugar que se terá na glória do Senhor, mas empenhar-se em participar, desde já, do Reino de Deus. Observa S. Agostinho: “O caminho para sua glória, a pátria celeste, é a humildade. Se tu recusas o caminho, por que buscas a pátria?” Somos, assim, convidados a assumir e a viver o humilde serviço realizado por Jesus. S. João Crisóstomo diz que “Deus, pelo fato de se humilhar, trouxe-nos um proveito: aumentou o número de seus servidores e estendeu o seu Reino. Quando te humilham, pensas que estás sendo diminuído? O abaixamento de Jesus não foi causa de diminuição, mas ele produziu inumeráveis benefícios, milhares de ações boas e permitiu que a sua glória brilhasse com maior resplendor”. Como aos Apóstolos, também a nós, a graça divina não nos faltará. Pois, desde já, a força de Deus nos acompanha e transfigura nossa frágil e opaca realidade humana, de modo que em Jesus nos tornamos um “deus criado”, um “deus pela graça divina”.
 
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
Oração
Maria, Mãe do Salvador, nos ensine a termos fé e coragem, para trilharmos o caminho para Jesus, e sermos merecedores de, um dia, estarmos na presença Deus, Pai misericordioso.
Amém!

quinta-feira, 24 de julho de 2014

EVANGELHO DO DIA 24 DE JULHO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 24 de julho de 2014

Ano A - Mateus 13,10-17

Aleluia, aleluia, aleluia.
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
13 10 Os discípulos aproximaram-se dele, então, para dizer-lhe: “Por que lhes falas em parábolas?” 11 Respondeu Jesus: “Porque a vós é dado compreender os mistérios do Reino dos céus, mas a eles não. 12 Ao que tem, se lhe dará e terá em abundância, mas ao que não tem será tirado até mesmo o que tem. 13 Eis por que lhes falo em parábolas: para que, vendo, não vejam e, ouvindo, não ouçam nem compreendam. 14 Assim se cumpre para eles o que foi dito pelo profeta Isaías: ‘Ouvireis com vossos ouvidos e não entendereis, olhareis com vossos olhos e não vereis, 15 porque o coração deste povo se endureceu: taparam os seus ouvidos e fecharam os seus olhos, para que seus olhos não vejam e seus ouvidos não ouçam, nem seu coração compreenda; para que não se convertam e eu os sare’. 16 Mas, quanto a vós, bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem! Ditosos os vossos ouvidos, porque ouvem! 17 Eu vos declaro, em verdade: muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não o viram, ouvir o que ouvis e não ouviram.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
O MODO CONVENIENTE DE ENSINAR

Aparentemente, as parábolas parecem ser um modo inconveniente de ensinar. Jesus mesmo explica que fala em parábolas para que "olhando, não vejam e, embora ouvindo, não escutem nem compreendam". Se a finalidade da pregação era instruir os ouvintes, por que escolher um a maneira difícil de falar, de forma que o sentido das palavras não seria imediatamente captado? Qual terá sido a intenção de Jesus, ao optar por esta forma de ensinamento?
No Evangelho aparecem duas categorias de pessoas: a multidão e os discípulos. A multidão é formada por quem ouve Jesus por simples curiosidade, ou, pior ainda, com prevenção contra ele. A falta de uma prévia abertura para o Mestre impede-a de captar o sentido de seus ensinamentos. Resultado: a multidão permanece na superficialidade das palavras, como se tivesse tapado os ouvidos, e fechado os olhos, tornando-se incapaz de compreender e de se converter a Jesus. Para ela, as parábolas eram desprovidas de sentido.
Já os discípulos, por sua adesão sincera ao Mestre, estão aptos para conhecer os mistérios do Reino revelados nas parábolas. Ou seja, seus olhos vêem, e seus ouvidos ouvem. Para eles as parábolas atingem seu objetivo, e, deste modo, revelam-se como o modo mais conveniente de ensinar.
Jesus declara-os bem-aventurados por terem uma sorte bem diferente daquela da multidão. Eles experimentam o que os antigos profetas e justos ansiaram por experimentar.
 
ORAÇÃO
Espírito que sensibiliza o coração, faze-me conhecer os mistérios do Reino revelados nas parábolas, pois eles correspondem ao desígnio do Pai para mim.

(Pe. Jaldemir Vitório)

quarta-feira, 23 de julho de 2014

EVANGELHO DO DIA 23 DE JULHO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho 23 de julho de 2014

Ano A - Mateus 13,1-9

Aleluia, aleluia, aleluia.
A semente é de Deus a palavra, Cristo é o semeador; todo aquele que o encontra, vida eterna encontrou.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
13 1 Naquele dia, saiu Jesus e sentou-se à beira do lago.
2 Acercou-se dele, porém, uma tal multidão, que precisou entrar numa barca. Nela se assentou, enquanto a multidão ficava à margem.
3 E seus discursos foram uma série de parábolas.
4 Disse ele: “Um semeador saiu a semear. E, semeando, parte da semente caiu ao longo do caminho; os pássaros vieram e a comeram.
5 Outra parte caiu em solo pedregoso, onde não havia muita terra, e nasceu logo, porque a terra era pouco profunda.
6 Logo, porém, que o sol nasceu, queimou-se, por falta de raízes.
7 Outras sementes caíram entre os espinhos: os espinhos cresceram e as sufocaram.
8 Outras, enfim, caíram em terra boa: deram frutos, cem por um, sessenta por um, trinta por um.
9 Aquele que tem ouvidos, ouça”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Parábola do semeador
 

A Bíblia é a declaração solene de que Deus, após a queda do pecado, não abandonou o mundo. A vinda do Filho Unigênito evidencia o seu amor inquebrantável pela humanidade e o seu desejo de restabelecer a harmonia entre os homens e a natureza, entre o mundo e o Criador. Antes do relato da parábola, o texto fala que Jesus saiu de casa e sentou-se junto ao mar, sugerindo assim sua vinda ao mundo,“para estar, pela sua Encarnação, mais próximo a nós” (S. João Crisóstomo). Aliás, já no início da parábola, Jesus se refere a si mesmo como “o semeador que saiu a semear”, ou seja, Ele é aquele que veio lançar a semente da Palavra em todos os corações, desejando que neles ela crie raízes e produza frutos de amor e de misericórdia. Nesse sentido, S. Cirilo de Alexandria diz “ser Jesus o verdadeiro Semeador, que comunica a nós, terra boa, a boa semente da Palavra e cuja messe são os frutos espirituais”.
A parábola, contada pelo Mestre, traça a aventura da semente no terreno dos corações humanos, pois proveniente do alto, ela germina de acordo com a qualidade de cada terreno. Uma parte das sementes “foi lançada à beira do caminho”, terreno “pisado pelos pés de todos”, duro e pedregoso. Estas não terão vida longa, pois são levadas pelos pássaros e não chegam a criar raízes. Outra parte caiu em lugares de camada fina de terra e, ao nascerem, apresentam-se frágeis e logo são sufocadas pelas tribulações, perseguições e paixões desordenadas. Elas representam todos os que têm uma fé vacilante e pouco profunda e a sua piedade é evanescente e sem consistência ou, no dizer de S. Jerônimo, elas simbolizam “os escravos dos prazeres e dos cuidados deste mundo, que sufocam a Palavra de Deus e fragilizam a virtude”.
No entanto, o insucesso de algumas sementes é superado pelo número vertiginoso do tríplice rendimento do grão que encontra terra boa. Este produz “fruto à razão de cem, sessenta e trinta por um”, porque a luz divina é capaz de penetrar até numa pequena e estreita fresta do coração humano para dilatá-lo prodigiosamente, de tal modo que ele, transformado e purificado, irradia justiça, paz e alegria espiritual. Eis a força eficaz da Palavra de Deus! Seus frutos são abundantes, pois o desígnio divino não é arbitrário, é presença de Cristo que anuncia e realiza nossa filiação divina: em e por Jesus, tornamo-nos filhos e filhas amados do Pai celestial. Por isso, ao terminar a parábola, Jesus diz aos ouvintes: “Quem tem ouvidos, ouça”. Forte, solene e conciso apelo. Se o terreno corresponde à disposição interior do coração humano, a responsabilidade de acolher a semente cabe a cada um de nós. Comenta S. Basílio Magno: “É evidente que alguns possuem ouvidos melhores e melhor podem entender as palavras de Deus. Mas o que dizer dos que não têm tais ouvidos? ‘Surdos, ouvi, e vós cegos, vede’ (Isaías 42,118). Expressões todas elas usadas em relação ao homem interior”.
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Espírito que faz a Palavra frutificar, transforma meu coração em terra fecunda, onde se produzam frutos de amor e de justiça.

terça-feira, 22 de julho de 2014

EVANGELHO DO DIA 22 DE JULHO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 22 de julho de 2014

Ano A - João 20,1-2.11-18

Aleluia, aleluia, aleluia.
Responde-nos, ó Maria, no teu caminho o que havia? Vi Cristo ressuscitado, o túmulo abandonado!

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
20 1 No primeiro dia que se seguia ao sábado, Maria Madalena foi ao sepulcro, de manhã cedo, quando ainda estava escuro. Viu a pedra removida do sepulcro.
2 Correu e foi dizer a Simão Pedro e ao outro discípulo a quem Jesus amava: "Tiraram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram!"
11 Entretanto, Maria se conservava do lado de fora perto do sepulcro e chorava. Chorando, inclinou-se para olhar dentro do sepulcro.
12 Viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde estivera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés.
13 Eles lhe perguntaram: "Mulher, por que choras?" Ela respondeu: "Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram".
14 Ditas estas palavras, voltou-se para trás e viu Jesus em pé, mas não o reconheceu.
15 Perguntou-lhe Jesus: "Mulher, por que choras? Quem procuras?" Supondo ela que fosse o jardineiro, respondeu: "Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste e eu o irei buscar".
16 Disse-lhe Jesus: "Maria!" Voltando-se ela, exclamou em hebraico: "Rabôni!" (que quer dizer Mestre).
17 Disse-lhe Jesus: "Não me retenhas, porque ainda não subi a meu Pai, mas vai a meus irmãos e dize-lhes: ‘Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus’".
18 Maria Madalena correu para anunciar aos discípulos que ela tinha visto o Senhor e contou o que ele lhe tinha falado.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
O SEPULCRO VAZIO

Os discípulos começaram a se dar conta da ressurreição do Senhor, ao se depararem com o sepulcro vazio. Maria Madalena, alarmada, pensou que o corpo de Jesus tivesse sido retirado, à surdina, e colocado num outro lugar. Pedro, tendo acorrido para se inteirar dos fatos, apenas constatou onde estavam o lençol e os demais panos com que Jesus havia sido envolvido. O discípulo amado, este sim, começou a perceber que algo de muito extraordinário havia acontecido. Por isso, foi capaz de passar da constatação do sepulcro vazio à fé: "Ele viu e acreditou".
O sepulcro vazio, por si só, não podia servir de prova para a ressurreição do Senhor. Seria sempre possível acusar os cristãos de fraude. Poderiam ter dado sumiço ao cadáver de Jesus, e sair dizendo que ele ressuscitara. Era preciso ir além e descobrir, de fato, onde estava o corpo do Mestre.
O discípulo amado, de imediato, cultivou a esperança de encontrar-se com o Senhor. Sua fé consistiu na certeza de que o Mestre estava vivo, não no sepulcro, porque ali não era o seu lugar. Senhor da vida, não poderia ter sido derrotado pela morte. Filho amado do Pai, as forças do mal não poderiam prevalecer sobre ele. Embora sem ter chegado ao pleno conhecimento do fato, a fé na ressurreição despontava no coração do discípulo amado.
 
ORAÇÃO
Espírito de ressurreição, como o discípulo amado, creio que o Crucificado venceu a morte e as forças do mal.

(Pe. Jaldemir Vitório)

segunda-feira, 21 de julho de 2014

EVANGELHO DO DIA 21 DE JULHO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 21 de julho de 2014

Ano A - Mateus 12,38-42

Aleluia, aleluia, aleluia.
Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: Não fecheis os corações como em Meriba! (Sl 94,8).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
12 38 Então alguns escribas e fariseus tomaram a palavra: “Mestre, quiséramos ver-te fazer um milagre”.
39 Respondeu-lhes Jesus: “Esta geração adúltera e perversa pede um sinal, mas não lhe será dado outro sinal do que aquele do profeta Jonas:
40 do mesmo modo que Jonas esteve três dias e três noites no ventre do peixe, assim o Filho do Homem ficará três dias e três noites no seio da terra.
41 No dia do juízo, os ninivitas se levantarão com esta raça e a condenarão, porque fizeram penitência à voz de Jonas. Ora, aqui está quem é mais do que Jonas.
42 No dia do juízo, a rainha do Sul se levantará com esta raça e a condenará, porque veio das extremidades da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. Ora, aqui está quem é mais do que Salomão”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
O sinal de Jonas
 
       Jesus veio para oferecer a Salvação e a Redenção à humanidade. Suas palavras causavam estranheza às autoridades da época, pois Ele considerava o amor a Deus e aos homens, incomparavelmente, mais importante do que as múltiplas tradições e prescrições humanas. Presença do amor benevolente do Pai, Jesus quer estabelecer uma nova e eterna aliança com os homens. A resposta à sua oferta é consentimento e abandono total ao seu desígnio salvador. Ora, os escribas e fariseus, em sua incredulidade, não confiam em suas palavras e revelam certa aversão, que bem pode refletir uma ponta de inveja, porque até então eles se tinham como único padrão e critério da verdade e da ortodoxia. Não obstante isso, eles lhe pedem um sinal do alto.
A resposta de Jesus, serena e desafiadora, remete-os ao profeta Jonas, que Ele apresenta como figura de sua morte e ressurreição. O povo de Nínive, descrito em seu processo de penitência e conversão, simboliza o novo Povo de Deus, instituído por Ele. Mas inebriados pelo orgulho e pelo sentimento de superioridade, eles não conseguem entendê-lo e alguns chegam a afirmar que as palavras e sinais realizados por Ele eram obras do demônio. A resposta de Jesus é imediata. Com palavras duras e severas, Ele os compara a uma geração adúltera e perversa. A ira deles aumenta ainda mais, mas Jesus, sem se alterar, continua a anunciar a vitória da graça divina.
Contudo, o poder de Jesus é o poder do amor, e o amor respeita a liberdade do outro. Sem reconhecer a Verdade de Deus, presente junto a eles, fariseus e escribas não creem em suas palavras e se afastam com ares ameaçadores. Outros creem em suas palavras e se estreitam em torno dele. Estes eram guiados pela liberdade da fé, que descerra a cegueira interior do coração e permite contemplar, refletida nas Palavras do Mestre, a grandeza da misericórdia divina. Da mesma forma que o povo de Nínive, diante da pregação de Jonas, orienta-se para Deus, também eles entregam-se à Palavra de Jesus, que os exorta à penitência e ao arrependimento. Ao invés, assim como João Batista foi rejeitado, também agora os fariseus e escribas não acolhem os sinais realizados pelo Messias, o Ungido de Deus, e recusam a sua mensagem.
Escreve S. Pedro Crisólogo: “A fuga do profeta Jonas é figura do próprio Senhor. O terrível naufrágio simboliza sua morte e ressurreição. Aos judeus que pediam um sinal, Ele decidiu dar um único sinal, para que eles soubessem que a glória messiânica é transferida às nações, a todos os povos. Portanto, com toda justiça, conclui Jesus, os ninivitas hão de se levantar no dia do Julgamento e condená-los, pois eles fizeram penitência por força da pregação de um único profeta. E esse profeta era um náufrago, um estrangeiro, um desconhecido”. No presente momento, urge corresponder à Palavra de Jesus, que, segundo Orígenes, “oferece não dons corruptíveis como o ouro ou os aromas, mas sim o perfume espiritual da fé, o suor da virtude e o sangue do martírio”.
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Espírito de bondade e fidelidade, tira do meu coração tudo quanto me impede de reconhecer, no testemunho de Jesus, os sinais de sua condição divina.

domingo, 20 de julho de 2014

EVANGELHO DO DIA 20 DE JULHO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 20 de julho de 2014

Ano A - Mateus 13,24-43 ou 24-30

Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu te louvo, ó Pai santo, Deus do céu e Senhor da terra: os mistérios do teu reino aos pequenos, Pai, revelas!

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.

Naquele tempo, 13 24 Jesus propôs-lhes outra parábola: "O Reino dos céus é semelhante a um homem que tinha semeado boa semente em seu campo.
25 Na hora, porém, em que os homens repousavam, veio o seu inimigo, semeou joio no meio do trigo e partiu.
26 O trigo cresceu e deu fruto, mas apareceu também o joio.
27 Os servidores do pai de família vieram e disseram-lhe: ‘Senhor, não semeaste bom trigo em teu campo? Donde vem, pois, o joio?’
28 Disse-lhes ele: ‘Foi um inimigo que fez isto!’ Replicaram-lhe: ‘Queres que vamos e o arranquemos?’
29 ‘Não’, disse ele; ‘arrancando o joio, arriscais a tirar também o trigo.
30 Deixai-os crescer juntos até a colheita. No tempo da colheita, direi aos ceifadores: arrancai primeiro o joio e atai-o em feixes para o queimar. Recolhei depois o trigo no meu celeiro’".
31 Em seguida, propôs-lhes outra parábola: "O Reino dos céus é comparado a um grão de mostarda que um homem toma e semeia em seu campo.
32 É esta a menor de todas as sementes, mas, quando cresce, torna-se um arbusto maior que todas as hortaliças, de sorte que os pássaros vêm aninhar-se em seus ramos".
33 Disse-lhes, por fim, esta outra parábola. "O Reino dos céus é comparado ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha e que faz fermentar toda a massa".
34 Tudo isto disse Jesus à multidão em forma de parábola. De outro modo não lhe falava,
35 para que se cumprisse a profecia: "Abrirei a boca para ensinar em parábolas; revelarei coisas ocultas desde a criação".
36 Então despediu a multidão. Em seguida, entrou de novo na casa e seus discípulos agruparam-se ao redor dele para perguntar-lhe: "Explica-nos a parábola do joio no campo".
37 Jesus respondeu: "O que semeia a boa semente é o Filho do Homem.
38 O campo é o mundo. A boa semente são os filhos do Reino. O joio são os filhos do Maligno.
39 O inimigo, que o semeia, é o demônio. A colheita é o fim do mundo. Os ceifadores são os anjos.
40 E assim como se recolhe o joio para jogá-lo no fogo, assim será no fim do mundo.
41 O Filho do Homem enviará seus anjos, que retirarão de seu Reino todos os escândalos e todos os que fazem o mal
42 e os lançarão na fornalha ardente, onde haverá choro e ranger de dentes.
43 Então, no Reino de seu Pai, os justos resplandecerão como o sol. Aquele que tem ouvidos, ouça".
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
SUPORTANDO A CONTRADIÇÃO

A parábola do joio e do trigo mostra como devemos, na vida, suportar a coexistência do bem e do mal. É impossível realizar uma clara separação entre eles. A ação concomitante do senhor do campo, semeando a boa semente, e a do seu inimigo, semeando a erva daninha, é inevitável. É preciso contar com esta eventualidade!
Os discípulos foram alertados quanto à tentação de querer arrancar a erva daninha, deixando crescer somente o trigo. Seria arriscado, pois juntamente com a erva má, arrancar-se-ia também a boa. O prejuízo desaconselha uma tal providência.
Diante desta situação, a atitude correta consiste em ter paciência, misericórdia e esperança. Paciência, porque, no final das contas, ficará patente a identidade do bem e do mal, embora, num determinado momento, parecessem semelhantes. Além disto, fica sempre aberta a possibilidade de conversão do pecado para a graça, pois a ação de Deus, no coração humano, supera o nosso entendimento. Misericórdia, porque o discípulo do Reino é chamado a acolher os pecadores, com a mesma benevolência do Pai, sem pretender excluí-los dos benefícios do Reino. Trata-se de uma luta constante para libertá-los da escravidão à qual foram reduzidos pelo pecado. Sem misericórdia, este processo de aproximação será inviável. Esperança, porque o mal está fadado a ser derrotado. Pela força de Deus, o bem terá a última palavra na história humana.
 
ORAÇÃO
Espírito de esperança, encha o meu coração de paciência e de misericórdia que me permitam viver as contradições da história, confiante na vitória do bem.

(Pe. Jaldemir Vitório)

sábado, 19 de julho de 2014

EVANGELHO DO DIA 19 DE JULHO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 19 de julho de 2014

Ano A - Mateus 12,14-21

Aleluia, aleluia, aleluia.
Em Cristo, Deus reconciliou consigo mesmo a humanidade; e a nós ele entregou esta reconciliação (2Cor 5,19).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
12 14 Os fariseus saíram dali e deliberaram sobre os meios de matar Jesus.
15 Jesus soube disso e afastou-se daquele lugar. Uma grande multidão o seguiu, e ele curou todos os seus doentes.
16 Proibia-lhes formalmente falar disso,
17 para que se cumprisse o anunciado pelo profeta Isaías:
18 “Eis o meu servo a quem escolhi, meu bem-amado em quem minha alma pôs toda sua a afeição. Farei repousar sobre ele o meu Espírito e ele anunciará a justiça aos pagãos.
19 Ele não disputará, não elevará sua voz; ninguém ouvirá sua voz nas praças públicas.
20 Não quebrará o caniço rachado, nem apagará a mecha que ainda fumega, até que faça triunfar a justiça.
21 Em seu nome as nações pagãs porão sua esperança”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Jesus é “o servo de Deus”
 
Na interpretação da lei do sábado, Jesus coloca em causa não só a sua observância, mas a questão da vinda do Messias. Os fariseus esperavam um Messias glorioso e cheio de poder. Por outro lado, os profetas o apresentavam humilde e perseguido. O profeta Isaías o descreve como o “Servo sofredor de Javé”. S. João Crisóstomo observa que “o testemunho de Isaias sobre Jesus é citado para aliviar o peso da hostilidade dos fariseus e, igualmente, revela que Ele deveria vir na humildade, trazendo paz”.
A figura do Servo sofredor assinala a importância de sua vida e de sua morte, pois ungido pelo Espírito de Amor e, em comunhão perfeita com Deus Pai, ele veio para oferecer a Redenção e a Salvação à humanidade. Nesse sentido, ele não só exerce uma atividade essencial para o futuro dos homens, mas, mais do que ninguém, representa-nos junto de Deus e, com seu testemunho, assegura-nos a visão e a assimilação a Deus, concedidas a nós na vida eterna.
Por isso, suas palavras e atitudes soam como um forte apelo à conversão e à preparação interior para acolher a sua divina mensagem. Como “servo sofredor”, Ele nos induz a sermos simples e humildes e a nos colocarmos totalmente a serviço de nossos semelhantes, pois, no dizer de Apolinário de Laodiceia, “ele ensinou com o exemplo da sua vida a não alardear ou louvar as próprias ações, mas a conduzir uma vida respeitosa, acompanhada de ações virtuosas”.
Jesus não se põe à frente de exércitos, nem se apresenta como um reformador ou revolucionário, segundo o parecer de seus conterrâneos a respeito do Messias. Ele se manifesta compreensivo e misericordioso, sempre pronto a socorrer os pecadores e a reavivar os ânimos abatidos. Cabe-nos ouvir e acolher a Palavra por Ele proclamada, que restaura nossa liberdade e nos torna artífices de um mundo novo, integralmente renovado e plenamente santificado.
 
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Espírito que leva a agradar a Deus, dá-me um coração de servidor, que se coloca a serviço da justiça e se mostra misericordioso com os sofredores.
Amém!

domingo, 13 de julho de 2014

EVANGELHO DO DIA 18 DE JULHO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 18 de julho de 2014

Ano A - Mateus 12,1-8

Aleluia, aleluia, aleluia.
Minhas ovelhas escutam minha voz, eu as conheço e elas me seguem (Jo 10,27)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, 12 1 atravessava Jesus os campos de trigo num dia de sábado. Seus discípulos, tendo fome, começaram a arrancar as espigas para comê-las.
2 Vendo isto, os fariseus disseram-lhe: “Eis que teus discípulos fazem o que é proibido no dia de sábado”.
3 Jesus respondeu-lhes: “Não lestes o que fez Davi num dia em que teve fome, ele e seus companheiros,
4 como entrou na casa de Deus e comeu os pães da proposição? Ora, nem a ele nem àqueles que o acompanhavam era permitido comer esses pães reservados só aos sacerdotes.
5 Não lestes na lei que, nos dias de sábado, os sacerdotes transgridem no templo o descanso do sábado e não se tornam culpados?
6 Ora, eu vos declaro que aqui está quem é maior que o templo.
7 Se compreendêsseis o sentido destas palavras: ‘Quero a misericórdia e não o sacrifício’... não condenaríeis os inocentes.
8 Porque o Filho do Homem é senhor também do sábado”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
O IMPERATIVO DA VIDA

Jesus foi firme ao rebater as críticas dos fariseus quando viram os discípulos colhendo espigas de trigo e comendo-as, em dia de sábado. Para os fariseus, este fato configurava-se como um aberto desrespeito à Lei. E, pior ainda, praticado com a anuência do Mestre Jesus. Algo de errado estava acontecendo: alguém, pensando ensinar em nome de Deus, mostrava-se incapaz de respeitar uma Lei dada pelo mesmo Deus. Daí podia-se concluir, sem perigo de errar, que Jesus não vinha da parte de Deus.
Entretanto, este desrespeito à Lei de Deus era só aparente. Jesus estava em perfeita comunhão com Deus ao concordar que, quem estivesse com fome, podia encontrar um meio de saciá-la, mesmo atropelando uma Lei religiosa. O imperativo da vida estava perfeitamente de acordo com a vontade de Deus. Errado seria obrigar os discípulos do Mestre a desfalecer pelo caminho, embora tivessem alimento à mão, só porque a colheita estava no rol das atividades proibidas em dia de sábado.
O gesto de Jesus teve um antecedente no Antigo Testamento, na pessoa de Davi. Fugindo da perseguição de Saul, chegara faminto a um santuário, cujo sacerdote, na falta de outro pão, ofereceu ao fugitivo o pão consagrado, que só aos sacerdotes era permitido comer. Gesto sensato, pois o pão consagrado destinava-se a garantir a vida de um ser humano. Portanto, a atitude do sacerdote foi plenamente agradável a Deus. O mesmo aconteceu com Jesus!
 
ORAÇÃO
 
Espírito de flexibilidade, que eu não seja contaminado pela subserviência à Lei, sabendo que, para Deus, o imperativo da vida é mais importante.

(Pe. Jaldemir Vitório)

EVANGELHO DO DIA 17 DE JULHO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 17 de julho de 2014

Ano A - Mateus 11,28-30

Aleluia, aleluia, aleluia.
Vinde a mim, todos vós que estais cansados, e descanso eu vos darei, diz o Senhor (Mt 11,28).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
11 28 Disse Jesus: "Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei.
29 Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas.
30 Porque meu jugo é suave e meu peso é leve."
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO

 
O REPOUSO PROMETIDO

O Mestre Jesus propôs-se a romper um certo esquema religioso de sua época, no qual as pessoas viviam assoberbadas em cumprir uma enorme quantidade de minuciosas prescrições religiosas, não tendo tempo para as coisas essenciais. Evidentemente, quem penava, carregando pesados fardos, era o povo simples, ao passo que fariseus e doutores da Lei adaptavam as exigências legais às suas comodidades.
O jugo suave e o fardo leve anunciados por Jesus não consistiam na abolição pura e simples das exigências religiosas, mas sim, na sua substituição por uma outra pauta de ação: seguir o Mestre no caminho do amor compassivo e misericordioso ao próximo. Nada de preocupação com coisas secundárias, nem neurotização para cumprir, nos mínimos detalhes, as coisas prescritas. A libertação disto tudo aconteceria, ao se buscar viver o amor misericordioso como exigência fundamental, no processo de comunhão com Deus.
Por isso, existe uma profunda diferença entre os discípulos dos mestres da Lei e os discípulos de Jesus. Os primeiros penam, sob o pesado fardo das exigências da Lei. Os segundos fazem a experiência da paz e do repouso, ao se submeterem somente à lei do amor. Os primeiros são orientados por espíritos arrogantes e prepotentes. Os segundos experimentam a mansidão e a humildade de Jesus.
"Vinde a mim" é o apelo de Jesus a quem é escravizado pela religião.
ORAÇÃO
Espírito de paz e de repouso, liberta-me do pesado jugo do legalismo, e faze-me abraçar o jugo suave e leve, que me leva a ser misericordioso para com o meu próximo.
(Pe. Jaldemir Vitório)

EVANGELHO DO DIA 16 DE JULHO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 16 de julho de 2014

Ano A - Mateus 12,46-50

Aleluia, aleluia, aleluia.
Feliz quem ouve e observa a palavra de Deus! (Lc 11,28)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
12 46 Jesus falava ainda à multidão, quando veio sua mãe e seus irmãos e esperavam do lado de fora a ocasião de lhe falar.
47 Disse-lhe alguém: “Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar-te”.
48 Jesus respondeu-lhe: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?”
49 E, apontando com a mão para os seus discípulos, acrescentou: “Eis aqui minha mãe e meus irmãos.
50 Todo aquele que faz a vontade de meu
Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!

COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
QUEM É MINHA MÃE E QUEM SÃO MEUS IRMÃOS?
A ruptura com os laços familiares foi uma das exigências do serviço ao Reino, com as quais Jesus se defrontou. Também por exigência do Reino, foi levado a constituir, sobre novas bases, uma comunidade cujo relacionamento interpessoal deveria ter a profundidade do relacionamento familiar. A comunidade dos discípulos de Jesus pode ser definida como a família do Reino, cuja característica são os laços fraternos que unem seus membros.
Nesta perspectiva, fica em segundo plano a consangüinidade. Doravante, ser mãe ou irmão de sangue não tem importância. O critério de pertença à família do Reino consiste em submeter-se à vontade do Pai, sendo-lhe obediente em tudo. Importa mostrar, com ações concretas, esta submissão. Aí o agir do discípulo identifica-se com o agir do Mestre, a ponto de Jesus poder considerá-lo como irmão: a vontade do Pai é o imperativo na vida de ambos.
Assim, a ligação entre Jesus e os seus discípulos era muito mais profunda do que a sua convivência física com eles. Havia algo de superior que os unia, sem estar na dependência de elementos conjunturais, quais sejam, a pertença a uma determinada família, raça ou cultura. Basta alguém viver um projeto de vida fundado na vontade do Pai, para que Jesus o reconheça como pertencente à sua família. Para ele, estes são seus irmãos, suas irmãs, suas mães. São irrelevantes outros títulos de relação com Jesus, quando falta este pré-requisito.

ORAÇÃO
Espírito de adesão à vontade do Pai, faze-me sentir sempre mais membro da família do Reino, levando-me à perfeita submissão ao querer divino.
(Pe. Jaldemir Vitório)

EVANGELHO DO DIA 15 DE JULHO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 15 de julho de 2014
Ano A - Mateus 11,20-24
 
Aleluia, aleluia, aleluia.
Oxalá ouvísseis hoje a sua voz. Não fecheis os corações como em Meriba! (Sl 94,8)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
11 20 Jesus começou a censurar as cidades, onde tinha feito grande número de seus milagres, por terem recusado arrepender-se:
21 “Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque se tivessem sido feitos em Tiro e em Sidônia os milagres que foram feitos em vosso meio, há muito tempo elas se teriam arrependido sob o cilício e a cinza.
22 Por isso vos digo: no dia do juízo, haverá menor rigor para Tiro e para Sidônia que para vós!
23 E tu, Cafarnaum, serás elevada até o céu? Não! Serás atirada até o inferno! Porque, se Sodoma tivesse visto os milagres que foram feitos dentro dos teus muros, subsistiria até este dia.
24 Por isso te digo: no dia do juízo, haverá menor rigor para Sodoma do que para ti!”
Palavra da Salvação.
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
IMPENITÊNCIA CENSURADA

Como os antigos profetas, Jesus lançou terríveis invectivas contras Corozaim, Betsaida e Cafarnaum, cidades que se recusaram a acolher sua pregação e converter-se de seus pecados. A impenitência destas cidades era injustificável. Afinal, a pregação de Jesus tinha sido suficientemente clara, revelando as exigências de Deus para aquele povo pecador. E mais, suas palavras haviam sido confirmadas por meio de numerosos milagres. Portanto, só lhes restava dar ouvidos às palavras de Jesus, e se converterem.
As palavras incisivas do Mestre são justificáveis. Sua passagem pela vida das pessoas corresponde a um apelo escatológico, último, dirigido pelo Pai. Rejeitá-lo significa fechar-se à oferta da salvação provinda de Deus. Acolhê-lo é sinal de abertura para o Pai e para a vida eterna propiciada por ele.
Seria admirável se Jesus, vendo alguém colocar-se no caminho da condenação, nada fizesse para demovê-lo desta atitude insensata. Ao falar duro, estava tentando chamar as cidades impenitentes ao bom senso. Bastava ver o que aconteceu com Sodoma e Gomorra, para se darem conta do futuro que teriam pela frente. Insistir na impenitência correspondia a caminhar para o mesmo destino delas.
 
ORAÇÃO
Espírito de penitência, que eu saiba acolher o apelo de Jesus, e me disponha a mudar de vida, segundo as exigências do Reino.

(Pe. Jaldemir Vitório)

EVANGELHO DO DIA 14 DE JULHO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 14 de julho de 2014

Ano A - Mateus 10,34-11,1

Aleluia, aleluia, aleluia.
Felizes os que são perseguidos por causa da justiça do Senhor, porque o reino dos céus há de ser deles! (Mt 5,10)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, 10 34 disse Jesus: “Não julgueis que vim trazer a paz à terra. Vim trazer não a paz, mas a espada.
35 Eu vim trazer a divisão entre o filho e o pai, entre a filha e a mãe, entre a nora e a sogra,
36 e os inimigos do homem serão as pessoas de sua própria casa.
37 Quem ama seu pai ou sua mãe mais que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho mais que a mim, não é digno de mim.
38 Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim.
39 Aquele que tentar salvar a sua vida, perdê-la-á. Aquele que a perder, por minha causa, reencontrá-la-á.
40 Quem vos recebe, a mim recebe. E quem me recebe, recebe aquele que me enviou.
41 Aquele que recebe um profeta, na qualidade de profeta, receberá uma recompensa de profeta. Aquele que recebe um justo, na qualidade de justo, receberá uma recompensa de justo.
42 Todo aquele que der ainda que seja somente um copo de água fresca a um destes pequeninos, porque é meu discípulo, em verdade eu vos digo: não perderá sua recompensa”.
1 Após ter dado instruções aos seus doze discípulos, Jesus partiu para ensinar e pregar nas cidades daquela região.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Jesus causa divisões
 
Pasmos, ouvimos as palavras: “Não penseis que vim trazer paz à terra. Não vim trazer paz, mas espada”. Na realidade, Jesus leva uma vida itinerante, mas não vagueando pelo mundo ao léu, sem saber o que lhe aguardava. Com objetivos claros, Ele segue um desígnio e de modo lúcido, em perfeita comunhão com o Pai, quer realizá-lo. A firmeza das palavras e a clareza dos ensinamentos mostram sua vontade de cumprir uma missão, muitas vezes, anunciada por Ele como presença eficaz da misericórdia divina.
As palavras do Mestre assustam e enchem de medo os seus discípulos, pois compreendem que aquela é a hora de decisão, da qual eles não podem escapar. Ao dizer que não veio trazer a paz, mas espada, Ele declara que sua mensagem e seus ensinamentos não permitem delongas, mas urgem uma decisão por Ele. Porém, tudo depende da real liberdade de cada um. Ele não força, mas espera que seus seguidores cortem as amarras da escravidão do pecado e possam livremente segui-lo. E não só. Ele fala-lhes também da necessidade de desprenderem-se dos laços familiares para “eliminar, segundo S. João Crisóstomo, o que causa contraste e rebelião no nosso interior”.
No entanto, o tom incisivo empregado por Jesus não visa anular, mas sim destacar a primazia da paz, potente força interior, que leva o cristão ao cume do bem e a imolar-se no“altar do coração”, como oferta da vida a Deus, em benefício dos irmãos. Em outras palavras, seguir Jesus exige assumir compromissos, que elevam o espírito acima das paixões e dos apegos mundanos e permitem ao discípulo ultrapassar, sem negar, o amor devido aos pais e parentes. Nesse quadro, não há espaço para o comodismo ou para o irenismo, que faz desaparecer as fronteiras do bem e do mal, diluindo contrastes e opções claras pró ou contra Deus.
Em suma, Jesus coloca em primeiro lugar Deus e deseja que seus discípulos façam opções claras por Ele. Referindo-se à renúncia aos pais e familiares, escreve S. Agostinho: “Eu vos amo em Cristo, mas não vos amo em lugar de Cristo. Sede comigo nele, mas não eu convosco sem Ele”. Eis a orientação fundamental da vida cristã!
 
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Espírito de disponibilidade para o Reino, faze-me reconsiderar tudo na perspectiva do Reino, dando-lhe a centralidade exigida por Jesus