SALVE MARIA!
Evangelho do dia 31 de dezembro de 2013
Ano C
João 1,1-18
Aleluia, aleluia, aleluia.
A palavra se fez carne, entre nós ela habitou; e todos os que a acolheram, de Deus filhos se tornaram (Jo 1,14.12).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
A palavra se fez carne, entre nós ela habitou; e todos os que a acolheram, de Deus filhos se tornaram (Jo 1,14.12).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
1 1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus.
2 Ele estava no princípio junto de Deus.
3 Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito.
4 Nele havia a vida, e a vida era a luz dos homens.
5 A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
6 Houve um homem, enviado por Deus, que se chamava João.
7 Este veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele.
8 Não era ele a luz, mas veio para dar testemunho da luz.
9 era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem.
10 Estava no mundo e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o reconheceu.
11 Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam.
12 Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus,
13 os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus.
14 E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade.
15 João dá testemunho dele, e exclama: “Eis aquele de quem eu disse: ‘O que vem depois de mim é maior do que eu, porque existia antes de mim’”.
16 Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça.
17 Pois a lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.
18 Ninguém jamais viu Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
Prólogo de S. João – A Palavra se fez carne
O Evangelho de S. João inicia-se com um hino a Jesus, preexistente à criação, da qual ele participa com o Pai eterno: “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, ele estava com Deus. Tudo foi feito por meio dele e sem ele nada foi feito de tudo (panta) o que existe”. Em grego,“panta”, sem artigo, significa todas as coisas e cada uma delas. Portanto, Ele é a Palavra encarnada, fonte de graça e de verdade, pelo qual tudo foi criado e, na medida em que Ele se dá a si mesmo, Ele oferece a vida. “E a vida era a luz dos homens e a luz brilha nas trevas, mas as trevas não a apreenderam”(katélaben) ou, segundo uma tradução comum aos Santos Padres, “mas as trevas não puderam dominá-la”. Dessa maneira, eles procuram salientar melhor a ideia de julgamento, um dos temas principais do Evangelho de S. João, que descreve a luta entre a luz e as trevas, e a vitória, em Jesus, da luz sobre as trevas, culminando com as palavras: “Eu sou a luz do mundo, e aquele que me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (8,12).
Ao denominar Jesus “Palavra de Deus”, o Evangelista se reporta à mentalidade judaica, que vê a palavra em sua força criativa e dinâmica. Os salmos, por exemplo, proclamam: “Pela Palavra do Senhor foram feitos os céus” e o livro da Sabedoria professa o Senhor como o único que tudo criou pela força de sua Palavra (9,1) e estabelece total correspondência entre “Palavra”e “Sabedoria”. Porém, em tal contexto, o julgamento não é concebido como condenação divina, pois “Cristo é a Palavra da Vida”, exclama S. Agostinho, Palavra vivificadora e iluminadora. O desejo de Jesus é conduzir todos à comunhão de vida com o Pai e torná-los, diz S. Atanásio, “portadores do Espírito Santo”,fonte de paz, de amor e de perdão.
“Jesus veio para o que era seu” e estabeleceu a tenda de seu corpo entre nós, o que leva S Gregório de Nissa a tecer um belo paralelo entre a festa dos tabernáculos e o mistério da encarnação. “Pois a festa das tendas ainda não tinha chegado. Mas, segundo a palavra do profeta, Deus, o Senhor de todas as coisas, revelou-se a nós para completar a construção da tenda da nossa habitação destruída, a natureza humana”.
No final do prólogo, mencionando o nome e o título messiânico “Jesus Cristo”, São João chega ao ponto culminante da grande sinfonia entoada por ele no início do seu Evangelho. Ao dizer que Jesus Cristo é a luz que veio para afastar as trevas do mal e iluminar todos os corações, ele conclui com a realização das promessas da Aliança selada por Deus com o seu Povo: “Eles serão meu povo, e eu, o Deus deles”. É a vitória da luz, pois os que acolhem a Palavra de Jesus são iluminados, tornam-se filhos e filhas de Deus., e são gerados não pela carne nem pelo sangue, nem mesmo pela acolhida da Palavra, mas pelo próprio Senhor. Como contrapartida, cabe-nos unicamente crer e expressar nossa fé em obras e atos de misericórdia.
Então, uma esperança nos animará: no ano de 2014 reinarão a verdade, a justiça e a solidariedade fraterna. A todos, meu sincero abraço!
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
ORAÇÃO
Senhor Jesus, que eu veja tua glória de Filho de Deus resplandecer em teus gestos misericordiosos em favor da humanidade.