sexta-feira, 31 de maio de 2013

EVANGELHO DO DIA 31 DE MAIO DE 2013

SALVE MARIA!
 
EVANGELHO DO DIA - Lucas 1,39-56

És feliz porque cresde, Maria, pois em ti a palavra de Deus vai cumprir-se, conforme ele disse (Lc 1,45)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
1 39 Naqueles dias, Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá.
40 Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.
41 Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.
42 E exclamou em alta voz: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.
43 Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor?
44 Pois assim que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio.
45 Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!"
46 E Maria disse: "Minha alma glorifica ao Senhor,
47 meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador,
48 porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações,
49 porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo.
50 Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem.
51 Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos.
52 Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes.
53 Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos.
54 Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia,
55 conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre.
56 Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois voltou para casa".
Palavra da Salvação.

REFLEXÃO
A saudação do anjo a Maria, “alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo”, designa-a como cumulada de graça ou favor divino (kecharitoméne), e de modo permanente (cháris), uma vez que a graça divina habita em sua vida, desde sempre. Se o pecado significa fechar-se a Deus e aos irmãos, a graça divina outorga ao ser humano uma qualidade sobrenatural, demonstrada por Maria, cujo coração é voltado para o Senhor em total sintonia com a sua vontade. Ao Anjo, ela responde: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua vontade”, pois nela não há qualquer sinal, por menor que seja de egoísmo ou de fechamento aos desígnios do Pai. E por estar entregue a Deus, ela é toda disponível aos seus semelhantes. Por isso, destaca-se a presteza com que ela se encaminha à casa de Isabel, indo imediatamente ao seu encontro para servi-la. Comenta S. Ambrósio: “Maria é movida pela alegria de servir, levada pela piedade em cumprir seu dever de parente e pela pressa do júbilo”. Ela é repleta de Deus no serviço a todos.
Na grandeza de sua generosidade, Maria serve sua prima. Doação graciosa e humilde, manifestada no “Magnificat”,cântico de agradecimento pelas maravilhas realizadas em sua vida: “Minha alma engrandece o Senhor e o meu espírito exulta em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva”. A “cheia de graça” está unida ao Filho do Altíssimo, que, em seu ventre, se revela frágil, na regência da bondade e na limpidez da benevolência. A criatura se sintoniza com o seu Criador, “seu Senhor e Deus”, que não se manifesta em majestade e força, mas sim na benignidade e gratidão daquele que serve. Ela acolhe “o Filho muito amado” e o louva na jovialidade de ser como só ele consegue ser: todo serviço no amor. Maria serve Isabel, na sinceridade do seu coração. Com o grande professor do século XII, S. Anselmo, confessamos: “Sem o Filho de Deus nada existiria, sem o Filho de Maria nada seria redimido”.
Maria Santíssima coloca-se a serviço de todos, para conduzi-los ao seu Filho Jesus. Sua mediação é essencialmente mediação materna, que se repete perpetuamente através da história. No final do hino, ela evoca a promessa feita “em favor de Abraão e de sua descendência para sempre”, promessa que simboliza o universalismo do Evangelho e de sua missão mediadora na ação salvadora de seu Filho.
 
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)

quinta-feira, 30 de maio de 2013

EVANGELHO DO DIA 30 DE MAIO DE 2013

SALVE MARIA!
 
EVANGELHO DO DIA
CORPUS CHISTI
 
9 11 Logo que a multidão o soube, o foi seguindo; Jesus recebeu-os e falava-lhes do Reino de Deus. Restabelecia também a saúde dos doentes.
12 Ora, o dia começava a declinar e os Doze foram dizer-lhe: “Despede as turbas, para que vão pelas aldeias e sítios da vizinhança e procurem alimento e hospedagem”, porque aqui estamos num lugar deserto.
13 Jesus replicou-lhes: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Retrucaram eles: “Não temos mais do que cinco pães e dois peixes, a menos que nós mesmos vamos e compremos mantimentos para todo este povo”.
14 (Pois eram quase cinco mil homens.) Jesus disse aos discípulos: Mandai-os sentar, divididos em grupos de cinqüenta.
15 Assim o fizeram e todos se assentaram.
16 Então Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos ao céu, abençoou-os, partiu-os e deu-os a seus discípulos, para que os servissem ao povo.
17 E todos comeram e ficaram fartos. Do que sobrou recolheram ainda doze cestos de pedaços.
 
REFLEXÃO
A Eucaristia, instituída por Jesus durante a celebração da Páscoa com seus discípulos, foi colocada como um marco na vida da comunidade, de forma a não deixar cair no esquecimento os eventos de sua vida, morte e ressurreição. O Páscoa cristã, mediante a Eucaristia, seria perenizada na contínua memória da vida de Jesus. Esta memória iria convocar os discípulos para a imitação do Mestre, visando conformar a vida atual da comunidade cristã com a vida de Jesus.
O contexto pascal da ceia revestiu de simbolismo pascal os elementos da Eucaristia. O pão transformado em corpo de Cristo estaria, doravante, destinado a ser alimento da caminhada do novo povo de Deus, na sua longa marcha pelos desertos do mundo. O vinho transformado em sangue de Cristo sacramentalizaria a predileção e a proteção divinas de que era objeto a comunidade cristã, como acontecera com o antigo Israel. Os discípulos, reunidos em torno de Jesus, seriam a semente da humanidade nova, redimida pelo sangue do novo cordeiro. Eles estavam sendo convocados a ser, na história, um sinal de que Deus ama a humanidade e não cessa de manifestar, com gestos, este seu amor. O antigo líder, Moisés, estava sendo definitivamente substituído pelo Filho Jesus, na condução do verdadeiro Israel. A Eucaristia torna, pois, a vida da comunidade cristã um êxodo contínuo rumo à casa do Pai.
(Pe. Jaldemir Vitório)
 
OraçãoSenhor Jesus, possa a Eucaristia recordar-me sempre que pertenço ao povo redimido por ti e a caminho da casa do Pai.

terça-feira, 28 de maio de 2013

EVANGELHO DO DIA 28 DE MAIO DE 2013

SALVE MARIA!
 
EVANGELHO DO DIA - Marcos 10,28-31
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25).
 
Naquele tempo, 10 28 Pedro começou a dizer-lhe: "Eis que deixamos tudo e te seguimos."
29 Respondeu-lhe Jesus. "Em verdade vos digo: ninguém há que tenha deixado casa ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras por causa de mim e por causa do Evangelho
30 que não receba, já neste século, cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e terras, com perseguições e no século vindouro a vida eterna.
31 Muitos dos primeiros serão os últimos, e dos últimos serão os primeiros."

REFLEXÃO
 
Os discípulos não se contentaram de seguir Jesus na gratuidade e lhe apresentaram a questão da recompensa pela ajuda prestada a ele. Pensando bem, os discípulos tinham razão. Para seguir Jesus, tiveram que romper os laços familiares, abandonar as atividades profissionais, deixar para trás suas propriedades e por-se à disposição do Mestre. Era justo quererem conhecer, de antemão, o prêmio reservado para si.
Jesus não descarta a questão, mas a responde de maneira enigmática. O discípulo, já nesta vida, receberá o cêntuplo de quanto renunciou e, no futuro, a vida eterna. Esta resposta deve ser interpretada não numa perspectiva puramente materialista e, sim, na perspectiva das nova relações propiciadas pela opção do discípulo. O Reino estabelece vínculos consistentes de comunhão entre seus membros, formando uma grande família onde todos se sentem irmãos, irmãos, mães, pais, filhos e filhas. Ninguém se apega a seus bens a ponto de se tornar insensível à carência do próximo. A solidariedade é um imperativo do Reino. A ruptura exigida pelo Reino, portanto, não deveria deixar o discípulo na insegurança.
A recompensa terrena prometida por Jesus chega em meio a perseguições e dificuldades. O discípulo, neste caso, dá-se conta de que o cêntuplo terreno ainda não é o bem definitivo a ser almejado. O Pai lhe reserva a vida eterna.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

EVANGELHO DO DIA 27 DE MAIO DE 2013

SALVE MARIA!

Jesus Cristo, Senhor nosso, embora sendo rico, para nós se tornou pobre, a fim de enriquecer-nos mediante sua pobreza (2Cor 8,9).

EVANGELHO DO DIA - Marcos 10,17-27

Naquele tempo, 10 17 tendo Jesus saído para se pôr a caminho, veio alguém correndo e, dobrando os joelhos diante dele, suplicou-lhe: "Bom Mestre, que farei para alcançara vida eterna?"
18 Jesus disse-lhe: "Por que me chamas bom? Só Deus é bom.
19 Conheces os mandamentos: não mates; não cometas adultério; não furtes; não digas falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e mãe."
20 Ele respondeu-lhe: "Mestre, tudo isto tenho observado desde a minha mocidade."
21 Jesus fixou nele o olhar, amou-o e disse-lhe: "Uma só coisa te falta; vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me.
22 Ele entristeceu-se com estas palavras e foi-se todo abatido, porque possuía muitos bens.
23 E, olhando Jesus em derredor, disse a seus discípulos: "Quão dificilmente entrarão no Reino de Deus os ricos!"
24 Os discípulos ficaram assombrados com suas palavras. Mas Jesus replicou: "Filhinhos, quão difícil é entrarem no Reino de Deus os que põem a sua confiança nas riquezas!
25 É mais fácil passar o camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar o rico no Reino de Deus."
26 Eles ainda mais se admiravam, dizendo a si próprios: "Quem pode então salvar-se?"
27 Olhando Jesus para eles, disse: "Aos homens isto é impossível, mas não a Deus; pois a Deus tudo é possível.

REFLEXÃO
A dura constatação de Jesus deixou pasmos os discípulos: "Como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus!", é ainda, "É mais fácil passar um camelo pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus". A salvação pareceu-lhes um ideal inatingível. A situação do homem piedoso, porém apegado à sua riqueza, não dava margem para dúvidas. Ele havia observado os mandamentos, desde jovem, e se preocupava com a vida eterna. Todavia, quando Jesus lhe propôs um gesto radical de ruptura, por meio do qual daria prova insofismável de sua confiança na Providência divina, preferiu optar pela posse dos bens.
O Mestre reconheceu que ninguém é capaz de manter-se livre diante das riquezas e, portanto, salvar-se, sem a ajuda divina. Daí sua declaração: "Aos seres humanos isto é impossível". Só Deus possibilita a salvação dando forças às pessoas para se libertarem da escravidão da riqueza, por amor ao Reino. Com as próprias forças, ninguém será capaz de realizar um gesto de tal envergadura.
Porque "a Deus tudo é possível", quem se mantiver aberto à ação da graça terá acesso à salvação, embora seja tentado a apegar-se às riquezas. Se os discípulos se predispuserem a confiar na Providência divina, poderão ter fundadas esperanças de obter a salvação.
(Pe. Jaldemir Vitório)
 
Oração Pai, não permitas que me coração se apegue de tal forma aos bens deste mundo, a ponto de levar-me a te colocar em segundo lugar.

domingo, 26 de maio de 2013

EVANGELHO DO DIA 26 DE MAIO DE 2013

SALVE MARIA!
 
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito divino, ao Deus que é, que era e que vem, pelos séculos. Amém (Ap 1,8).
 
EVANGELHO DO DIA - João 16,12-15
 
16 12 Disse Jesus a seus discípulos: “Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora.
13 Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão.
14 Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará.
15 Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse: Há de receber do que é meu, e vo-lo anunciará”.
 
REFLEXÃO
A Santíssima Trindade é a face de Deus que Jesus nos revelou. Deus é comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. A cada pessoa é atribuída uma ação característica. O Pai envia o Filho com uma missão salvífica, em relação à humanidade. O Espírito Santo é enviado pelo Pai e pelo Filho para que esteja com os discípulos, em sua missão de testemunhar o Reino do Pai. O Filho tem sua existência totalmente enraizada no Pai. Seu alimento é fazer a vontade do Pai e realizar, com perfeição, a sua obra. O Espírito Santo revela aos discípulos o que ouviu de Jesus. Terminada sua missão terrena, o Filho voltou para junto do Pai, ao passo que o Espírito Santo continua a dinamizar, na história, a obra do Filho.
Quando o cristão é batizado no nome da Trindade, o modo de ser de Deus lhe é apresentado como modelo de vida. A perfeita comunhão existente entre as pessoas da Trindade deve tornar-se o ideal de comunhão dos cristãos. Igualmente, a capacidade de agir de forma integrada, sem concorrências nem sobreposição de um sobre o outro.
A diversidade não é empecilho para que aconteça a comunhão trinitária. As pessoas divinas não precisam abrir mão de suas individualidades para que a Trindade aconteça. A comunhão se faz a partir do diferente, na acolhida e no respeito pelo Outro. Este é o caminho que a comunidade cristã terá de tomar, se quiser deixar-se modelar pela Trindade.
 
OraçãoSenhor Jesus, que a contemplação da Trindade me predisponha para construir minha vida a partir deste modelo consumado de comunhão.
(Pe. Jaldemir Vitório)

sábado, 25 de maio de 2013

EVANGELHO DO DIA 25 DE MAIO DE 2013

SALVE MARIA!
 
Oração
Senhor Jesus, dá-me a simplicidade de uma criancinha, para acolher o Reino com despretensão e colocar-me inteiramente nas mãos do Pai.

EVANGELHO DO DIA - Marcos 10,13-16
Naquele tempo, 10 13 apresentaram-lhe então crianças para que as tocasse; mas os discípulos repreendiam os que as apresentavam.
14 Vendo-o, Jesus indignou-se e disse-lhes: "Deixai vir a mim os pequequinos e não os impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham.
15 Em verdade vos digo: todo o que não receber o Reino de Deus com a mentalidade de uma criança, nele não entrará."
16 Em seguida, ele as abraçou e as abençoou, impondo-lhes as mãos.
 
REFLEXÃO
Havia, no tempo de Jesus, várias categorias de pessoas vítimas da exclusão social. Entre elas, estavam as crianças. Juntamente com as mulheres, as crianças eram consideradas como propriedade dos pais. Sua dignidade de não passava disto.
O Reino inaugurado por Jesus rejeitava este esquema social, descobrindo o valor que cada criança traz dentro de si. E, mais, encarnavam a atitude requerida de quem pensava fazer-se discípulo do Reino. Elas eram a parábola viva do discipulado. Como as crianças, o discípulo verdadeiro não tem malícia coração e acolhe o Reino com simplicidade. Confia plenamente em Deus e a ele se entrega, como as crianças em relação aos pais. As crianças são indefesas e despretensiosas, como devem ser os discípulos. Os discípulos têm que predispor-se para sofrer a mesma exclusão e marginalização, sofridas pelas crianças, por causa de sua opção pelo Reino. Por causa do Reino, também haveriam de ser considerados gente de segunda categoria, sem privilégios, vivendo como párias da sociedade.
Reduzido à condição social de uma criança, por causa de sua fé, o discípulo estaria em condições de voltar-se totalmente para Deus e só nele colocar sua esperança. O Reino, enquanto senhorio de Deus, se faz verdade na vida do discípulo, quando ele o recebe como uma criancinha. Assim, se estabelecem relações verdadeiras com Deus.
(Pe. Jaldemir Vitório)

sexta-feira, 24 de maio de 2013

EVANGELHO DO DIA 24 DE MAIO DE 2013

SALVE MARIA!
 
EVANGELHO DO DIA - Mc 10,1-12
 
Jesus se pôs a caminho e foi para a região da Judeia, pelo outro lado do rio Jordão. As multidões mais uma vez se ajuntaram ao seu redor, e ele, como de costume, as ensinava. Aproximaram-se alguns fariseus e, para experimentá-lo, perguntaram se era permitido ao homem despedir sua mulher. Jesus perguntou: “Qual é o preceito de Moisés a respeito?” Os fariseus responderam: “Moisés permitiu escrever um atestado de divórcio e despedi-la”. Jesus disse: “Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés escreveu este preceito. No entanto, desde o princípio da criação Deus os fez homem e mulher. Por isso, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois formarão uma só carne; assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu o homem não separe!” Em casa, os discípulos fizeram mais perguntas sobre o assunto. Jesus respondeu: “Quem despede sua mulher e se casa com outra, comete adultério contra a primeira. E se uma mulher despede seu marido e se casa com outro, comete adultério também”.
 
REFLEXÃO
Acalorada era a discussão entre os rabinos sobre o motivo que legitimava o repúdio da própria mulher. A questão girava ao redor das determinações do Deuteronômio, cujas expressões eram pouco precisas. Para testar Jesus, os fariseus lhe perguntam: “É lícito repudiar a própria mulher por qualquer motivo que seja?” Os mais rígidos, escola de Shammai, interpretavam o texto bíblico em seu sentido estrito: só em caso de uma conduta deveras desonrante. Ou em sentido mais amplo, escola de Hillel, segundo a qual se podia repudiar a mulher por não importa qual motivo. A pergunta é capciosa e visa colocar Jesus à prova.
Ciente do que se passa no coração de seus ouvintes, o Senhor situa a questão no quadro dos desígnios do Pai. Sem negar a Lei, é necessário superá-la não se deixando limitar por ela. Com sabedoria, Jesus põe em evidência o gesto inicial da criação do universo: o amor de Deus. No “princípio, Deus os fez homem e mulher”. Princípio não temporal, mas sim absoluto e eterno, que indica nossa eleição em Deus e nos remete aos desígnios eternos do Pai, que nos chama a ser imagem da própria Trindade, unidade perfeita no amor.
Através dos tempos e das civilizações, a marca indelével de Deus permanece em nós, não menos presente que a natureza humana saída das mãos de Deus. Nada poderá destruí-la, nem mesmo o pecado, embora ele nos torne dessemelhantes a Deus. A imagem, porém, jamais a perdemos. Sendo amor, escreve S. Gregório de Nissa, “Deus colocou também esta marca em nosso coração”. Desde a criação, fomos iniciados na comunhão do amor divino para vivê-lo e testemunhá-lo.
Ao amor infinito e gratuito de Deus, respondemos com nossa fidelidade e doação generosa. Misterioso e amoroso horizonte, que nos permite compreender as palavras de Jesus: “O que Deus uniu o homem não separe”. Portanto, o matrimônio é sinal sagrado do amor de Deus e, desde o início da era cristã, ele se realiza na Igreja, diante do seu ministro: “in facie ecclesiae”. Em sua carta a S. Policarpo, S. Inácio de Antioquia declara: “Convém que os homens e as mulheres que se casam, contratem sua união com o parecer do Bispo, a fim de que seu matrimônio se realize diante do Senhor”. S. Inácio reconhece que o matrimônio, instituição natural, foi enobrecido e elevado por Jesus à dignidade de sacramento. Certamente, estão presentes a ele as palavras do Apóstolo S. Paulo, que se refere ao matrimônio como imagem da união mística de Cristo com a Igreja, sua esposa (Ef.5).

quinta-feira, 23 de maio de 2013

EVANGELHO DO DIA 23 DE MAIO DE 2013

SALVE MARIA!
 
EVANGELHO DO DIA - Marcos 9,41-50
 
Naquele tempo, disse Jesus: 9 41 "Quem vos der de beber um copo de água porque sois de Cristo, digo-vos em verdade: não perderá a sua recompensa.
42 Mas todo o que fizer cair no pecado a um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que uma pedra de moinho lhe fosse posta ao pescoço e o lançassem ao mar!
43 Se a tua mão for para ti ocasião de queda, corta-a; melhor te é entrares na vida aleijado do que, tendo duas mãos, ires para a geena, para o fogo inextinguível
44 45 Se o teu pé for para ti ocasião de queda, corta-o fora; melhor te é entrares coxo na vida eterna do que, tendo dois pés, seres lançado à geena do fogo inextinguível
46 47 Se o teu olho for para ti ocasião de queda, arranca-o; melhor te é entrares com um olho de menos no Reino de Deus do que, tendo dois olhos, seres lançado à geena do fogo,
48 onde o seu verme não morre e o fogo não se apaga.
49 Porque todo homem será salgado pelo fogo.
50 O sal é uma boa coisa; mas se ele se tornar insípido, com que lhe restituireis o sabor? Tende sal em vós e vivei em paz uns com os outros.
 
REFLEXÃO
O discípulo do Reino, no exercício de sua missão, deve ser muito cauteloso para não se tornar ocasião de pecado para quem está dando os primeiros passos na fé. O pecado, neste caso, consistiria em refutar Jesus e se recusar a aderir ao Reino anunciado por ele. E os próprios discípulos, agindo de forma inconsiderada, corriam o risco de se tornarem culpados deste fracasso e serem julgados por isso.
As atitudes inconsideradas do discípulo em missão podiam ser muitas. Eles corriam o risco de serem intransigentes e impacientes, não respeitando o ritmo próprio de cada pessoa no seu processo de adesão a Jesus. Não estavam livres do espírito farisaico, que os levava a ser extremamente severos e exigentes com os recém convertidos, esvaziando as exigências quando se tratava de si mesmos. Com a liberdade adquirida junto a Jesus, podiam ter atitudes chocantes para os pequeninos, ainda atrelados a antigos esquemas, que só com dificuldade deixavam-se permear pela novidade do Reino. Levados por um espírito corporativista, podiam ceder à tentação de selecionar, com critérios humanos, os novos discípulos, excluindo pessoas predispostas para o Reino, mas que não satisfaziam suas exigências.
A denúncia de Jesus contra esta mentalidade foi violenta. Se o discípulo não se desfizesse desta visão deturpada, corria o risco de ver-se lançado no inferno.
(Pe. Jaldemir Vitório)

quarta-feira, 22 de maio de 2013

EVANGELHO DO DIA 22 DE MAIO DE 2013

SALVE MARIA!

EVANGELHO DO DIA - Marcos 9,38-40

Sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai, senão por mim (Jo 14,6).
 
Naquele tempo, 9 38 João disse-lhe: "Mestre, vimos alguém, que não nos segue, expulsar demônios em teu nome, e lho proibimos".
39 Jesus, porém, disse-lhe: "Não lho proibais, porque não há ninguém que faça um prodígio em meu nome e em seguida possa falar mal de mim.
40 Pois quem não é contra nós, é a nosso favor".
 
REFLEXÃO
Os discípulos eram ciosos de sua condição de executadores privilegiados da missão de Jesus. Quiçá, tivessem a tentação de formar um grupinho seleto e fechado para novas adesões. Daí sua irritação quando viram alguém expulsar demônios, no nome de Jesus, sem ser explicitamente do grupo dos doze.
Jesus tenta alargar-lhes os horizontes e fazê-los perceber que existem agentes do Reino, onde menos se espera. Se alguém realmente realiza uma ação taumatúrgica, invocando o nome de Jesus, está proclamando, de maneira patente, sua condição de discípulo, mesmo não fazendo parte do grupo dos doze. O discipulado, portanto, estende-se para além do grupinho inicial, num raio muito mais amplo. O grupo primitivo, de certo modo, devia funcionar como semente de um movimento tendente a crescer e a se tornar, de certa forma, incontrolável. O protesto dos discípulos, em última análise, era motivado pela incapacidade de manter sob controle a propagação dos benefícios do Reino. Jesus não tinha objeções de que a coisa fosse assim. Antes, é assim mesmo que deveria ser.
O surgimento de novos discípulos e dispensadores do Reino não podia ser motivo de tristeza e preocupação. Quanto mais se multiplicasse o número de discípulos, melhor. Assim, o Reino poderia chegar a um número sempre maior de pessoas, recuperando-lhes a vida.

terça-feira, 21 de maio de 2013

EVANGELHO DO DIA 21 DE MAIO DE 2013

SALVE MARIA!
 
EVANGELHO DO DIA - Marcos 9, 30-37
 
9 30 Tendo partido dali, Jesus e seus discípulos atravessaram a Galiléia. Não queria, porém, que ninguém o soubesse.
31 E ensinava os seus discípulos: O Filho do homem será entregue nas mãos dos homens, e matá-lo-ão; e ressuscitará três dias depois de sua morte.
32 Mas não entendiam estas palavras; e tinham medo de lho perguntar.
33 Em seguida, voltaram para Cafarnaum. Quando já estava em casa, Jesus perguntou-lhes: De que faláveis pelo caminho?
34 Mas eles calaram-se, porque pelo caminho haviam discutido entre si qual deles seria o maior.
35 Sentando-se, chamou os Doze e disse-lhes: Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos.
36 E tomando um menino, colocou-o no meio deles; abraçou-o e disse-lhes:
37 Todo o que recebe um destes meninos em meu nome, a mim é que recebe; e todo o que recebe a mim, não me recebe, mas aquele que me enviou.
 
REFLEXÃO
Os discípulos de Jesus deixaram-se contaminar pela busca de grandeza. Por isso, discutiam para saber quem, dentre eles, seria o maior. Mas o ponto de partida deste debate revelava um equívoco. Pensavam na grandeza do Reino que Jesus inauguraria e na possibilidade de ocupar posições de destaque junto ao monarca. De antemão, esses discípulos faziam a partilha dos futuros cargos disponíveis. Jesus, porém, deu um basta a estas considerações indignas de quem quer ser seu um discípulo.
O ensinamento de Jesus centra-se no tema do serviço, bem característico do Reino. A grandeza do discípulo está em sua capacidade de colocar-se a serviço do próximo. Ocupa o primeiro lugar quem se predispõe a servir a todos, sem distinção, vivendo a condição de servo, de maneira plena. A quem é reticente no servir e não prima pela generosidade, estão reservados os últimos lugares no Reino. Portanto, se os discípulos quisessem realmente disputar os primeiros lugares, que o fizessem motivados por um ideal elevado e não por ambições mesquinhas, sem sentido para quem vive a dinâmica do Reino.
Os discípulos tinham em Jesus um exemplo consumado de servidor do Reino. Sua vida definia-se como serviço generoso e gratuito às multidões oprimidas e atribuladas de tantas maneiras. Bastava que se espelhassem no Mestre.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

EVANGELHO DO DIA 20 DE MAIO DE 2013

SALVE MARIA!
 
EVANGELHO DO DIA - Marcos 9,14-29
 
9 14 Depois que João foi preso, Jesus dirigiu-se para a Galiléia. Pregava o Evangelho de Deus, e dizia:
15 "Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho."
16 Passando ao longo do mar da Galiléia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores.
17 Jesus disse-lhes: "Vinde após mim; eu vos farei pescadores de homens."
18 Eles, no mesmo instante, deixaram as redes e seguiram-no.
19 Uns poucos passos mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam numa barca, consertando as redes. E chamou-os logo.
20 Eles deixaram na barca seu pai Zebedeu com os empregados e o seguiram.
21 Dirigiram-se para Cafarnaum. E já no dia de sábado, Jesus entrou na sinagoga e pôs-se a ensinar.
22 Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas.
23 Ora, na sinagoga deles achava-se um homem possesso de um espírito imundo, que gritou:
24 "Que tens tu conosco, Jesus de Nazaré? Vieste perder-nos? Sei quem és: o Santo de Deus!
25 Mas Jesus intimou-o, dizendo: "Cala-te, sai deste homem!"
26 O espírito imundo agitou-o violentamente e, dando um grande grito, saiu.
27 Ficaram todos tão admirados, que perguntavam uns aos outros: "Que é isto? Eis um ensinamento novo, e feito com autoridade; além disso, ele manda até nos espíritos imundos e lhe obedecem!"
28 A sua fama divulgou-se logo por todos os arredores da Galiléia.
29 Assim que saíram da sinagoga, dirigiram-se com Tiago e João à casa de Simão e André.
 
REFLEXÃO
No exercício da missão, os discípulos de Jesus viram-se às voltas com situações delicadas, que colocavam em jogo sua credibilidade. Quem recorria a Jesus, movido pela fé, era sempre atendido. O mesmo não acontecia com os discípulos. Houve casos em que se viram impossibilitados de aliviar o sofrimento de quem lhes pedia ajuda.
O exercício da missão recebida de Jesus requeria muita fé. O anúncio da novidade do Reino exigia dos discípulos uma convicção profunda de que aquele era o caminho de acesso a Deus. As curas prodigiosas, a exemplo de Jesus, só se dariam, quando houvesse uma certeza inabalável no poder recebido para realizar milagres. Suportar as conseqüências da missão era próprio somente de quem estava absolutamente convencido de estar servindo ao verdadeiro Senhor. Caso contrário, todo o projeto de missão iria de água abaixo.
Diante de exigências tão radicais, em certos momentos os discípulos fraquejavam e se tornavam impotentes para realizar o milagre solicitado. A declaração sincera do pai da criança doente ficaria igualmente bem na boca dos discípulos: "Senhor, eu creio! Mas vem ajudar minha falta de fé!" Quando esta é pouca, a missão fica comprometida.
Jesus não se omitiu, quando solicitado, para reforçar a fé de seus discípulos.

domingo, 19 de maio de 2013

EVANGELHO DO DIA 19 DE MAIO DE 2013

SALVE MARIA!
EVANGELHO DO DIA - João 20,19-23
 
20 19 Na tarde do mesmo dia, que era o primeiro da semana, os discípulos tinham fechado as portas do lugar onde se achavam, por medo dos judeus. Jesus veio e pôs-se no meio deles. Disse-lhes ele: "A paz esteja convosco!"
20 Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos alegraram-se ao ver o Senhor.
21 Disse-lhes outra vez: "A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós".
22 Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: "Recebei o Espírito Santo.
23 Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos".
 
REFLEXÃO
O dom do Espírito Santo foi um elemento fundamental na experiência missionária dos primeiros cristãos. Com a ascensão do Senhor, eles se viram às voltas com uma tarefa descomunal: levar a mensagem do Evangelho a todo o mundo. A missão exigiria deles inculturar a mensagem, fazendo o Evangelho ser entendido por pessoas das mais variadas culturas. Deveriam ser capazes de enfrentar dificuldades, perseguições e, até mesmo a morte, por causa do nome de Jesus. Muitos problemas proviriam dos judeus, pois a ruptura com eles seria inevitável, dada a intransigência da liderança judaica para com a comunidade cristã que tomaria um rumo considerado inaceitável. Sem dúvida, não faltariam problemas dentro da própria comunidade, causados por partidarismos, falsas doutrinas e atitudes incompatíveis com a opção pelo Reino.
Os discípulos eram demasiado fracos para, por si mesmos, levar a cabo uma empresa tão grande. Jesus, porém, concedeu-lhes o auxílio necessário ao comunicar-lhes o Espírito Santo. Fortalecidos pelo Espírito, eles não se intimidaram, antes, cumpriram, com denodo, o ministério da evangelização.
O dom de Pentecostes renova-se, cada dia, na vida da Igreja. O Espírito, ontem como hoje, não permite que os cristãos cruzem os braços diante do mundo a ser evangelizado.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

EVANGELHO DO DIA 16 DE MAIO DE 2013

SALVE MARIA!
EVANGELHO DO DIA - João 17,20-26
 
Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos ao céu e rezou, dizendo: 17 20 "Não rogo somente por eles, mas também por aqueles que por sua palavra hão de crer em mim.
21 Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste.
22 Dei-lhes a glória que me deste, para que sejam um, como nós somos um:
23 eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade e o mundo reconheça que me enviaste e os amaste, como amaste a mim.
24 Pai, quero que, onde eu estou, estejam comigo aqueles que me deste, para que vejam a minha glória que me concedeste, porque me amaste antes da criação do mundo.
25 Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheci, e estes sabem que tu me enviaste.
26 Manifestei-lhes o teu nome, e ainda hei de lho manifestar, para que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles".
 
REFLEXÃO
A unidade foi o tema polarizador da pregação de Jesus, na etapa final do seu ministério. Esta preocupação é facilmente compreensível. Ele conhecia bem o coração humano, e sua tendência para a divisão, os conflitos, e a visão distorcida da realidade. Sintoma do pecado, a ausência de comunhão coloca-se no extremo oposto do ideal de Jesus. Foi este o alvo de sua ação redentora: arrancar o ser humano do egoísmo, que perverte o coração e o afasta de Deus e do próximo, levando a converter-se à unidade.
O modelo de unidade vislumbrado por Jesus é a comunhão trinitária. Portanto, ao apelar para a unidade, sua intenção foi levar os seres humanos a viver de modo semelhante, como vivem o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o mesmo projeto, fundado na comunhão, que Jesus propõe para a humanidade, a começar pelo grupo restrito dos discípulos.
Para Jesus, a comunhão dos discípulos reforçaria a credibilidade de sua condição de enviado. Se implantou uma forma de amor-comunhão, diferente das até então conhecidas, é porque ele, de alguma forma, a tinha previamente experimentado na comunhão com o Pai e o Espírito Santo. Esta experiência prévia, no seio da Trindade, possibilitou a Jesus mostrar aos seres humanos o que seria melhor para eles. Sem amor-comunhão, só existe frustração. Não existe salvação possível.
É próprio do discípulo cultivar o ideal de ser perfeito na unidade.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

EVANGELHO DO DIA 15 DE MAIO DE 2013

SALVE MARIA!
 
EVANGELHO DO DIA 15 DE MAIO DE 2013.
João 17,11-19
 
Naquele tempo, Jesus ergue os olhos para o céu e rezou, dizendo 17 11 "Já não estou no mundo, mas eles estão ainda no mundo; eu, porém, vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, que me encarregaste de fazer conhecer, a fim de que sejam um como nós.
12 Enquanto eu estava com eles, eu os guardava em teu nome, que me incumbiste de fazer conhecido. Conservei os que me deste, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura.
13 Mas, agora, vou para junto de ti. Dirijo-te esta oração enquanto estou no mundo para que eles tenham a plenitude da minha alegria.
14 Dei-lhes a tua palavra, mas o mundo os odeia, porque eles não são do mundo, como também eu não sou do mundo.
15 Não peço que os tires do mundo, mas sim que os preserves do mal.
16 Eles não são do mundo, como também eu não sou do mundo.
17 Santifica-os pela verdade. A tua palavra é a verdade.
18 Como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.
19 Santifico-me por eles para que também eles sejam santificados pela verdade".
 
REFLEXÃO
Os discípulos foram motivo de preocupação para Jesus, no final de seu ministério. Sua oração insistente ao Pai, implorando em favor deles, revela o amor que lhes devotava, e o anseio de que permanecessem fiéis. Jesus pede ao Pai:
"Guardá-los em teu nome", ou seja, não permitas que sejam contaminados pela idolatria do mundo, com seu germe de ódio e divisão, e seu egoísmo preconceituoso e excludente. Deixando-se guiar pelo Pai, os discípulos estariam no caminho da salvação.
"Livra-os da ação do Maligno". Este não retrocederá nem deixará de investir contra os discípulos de Jesus, só porque estavam sob a proteção do Pai. A audácia deste espírito do Mal seria tamanha a ponto de querer competir com o Criador. Era preciso que o Pai tomasse as dores dos discípulos, para não se tornarem vítimas do Maligno.
"Consagra-os na verdade". Por que seriam tentados a seguir insinuações espúrias, Jesus implora ao Pai que lhes aponte sempre as sendas da verdade, que conduzem à comunhão com ele. Sem esta ajuda, os discípulos não poderiam discernir o erro e a mentira, fatais para quem se encaminha para o Pai.
A súplica de Jesus resume as necessidades dos discípulos, em vista das pelejas que travariam com o mundo. Para não serem vencidos, careciam da proteção constante de Deus, e deveriam permanecer unidos, a exemplo do Pai e de seu Filho Jesus.

terça-feira, 14 de maio de 2013

EVANGELHO DO DIA 14 ED MAIO DE 2013

SALVE MARIA!
 
EVANGELHO DO DIA 14 DE MAIO DE 2013 - João 15,9-17
Aniversário de 155 anos de Passos, MG.
 
15 9 Disse Jesus: “Como o Pai me ama, assim também eu vos amo. Perseverai no meu amor. 10 Se guardardes os meus mandamentos, sereis constantes no meu amor, como também eu guardei os mandamentos de meu Pai e persisto no seu amor.
11 Disse-vos essas coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa.
12 Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo.
13 Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos.
14 Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando.
15 Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai.
16 Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça. Eu assim vos constituí, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vos conceda.
17 O que vos mando é que vos ameis uns aos outros”.
 
REFLEXÃO
Começou o reino do amor e foi dissolvida a escravidão do pecado e da morte. Na cruz do Calvário apareceu a nova vida para toda a humanidade, pois em Jesus deu-se a reconciliação com o Pai. Nos braços abertos e transpassados do Senhor refulge a luz do perdão e do verdadeiro amor, iluminando a todos, sem restrição. “Este é o dia que o Senhor fez para nós” (Sl. 117,24), “dia muito diferente daqueles que foram estabelecidos desde o início da criação do mundo e que são medidos pelo decurso do tempo. Este dia é o início de uma nova criação” (S. Gregório de Nissa). .
Ao entregar seu Filho à morte, “este dia” é prova de que Deus nos ama e nos comunica sua vida divina. Exclama o Apóstolo S. Paulo: “Nada nos poderá separar do amor de Deus manifestado em Cristo Jesus nosso Senhor”. O sol desse dia brilha para todos, permitindo-nos entrever que Deus, diante da alternativa de condenar ou salvar, escolheu salvar. Ouve-se Jesus dizer: “Como Filho e herdeiro do Pai, eu liberto os homens da escravidão, eu transformo a lei que condena em graça que justifica” (S. Cirilo de Alexandria).
Mediante a fé em Cristo, “este” é o dia da nova Aliança, válida para todos. Amigo e servidor não se opõem, estão unidos, como o Filho bem-amado e o servidor. Eis o novo homem, criado pelas palavras do Mestre: “Amai-vos como eu vos amei”! Afastam-se as turbulências e, rejeitando todo tipo de separação, o homem nascido da graça divina professa que o próximo do outro é ele mesmo e neste amor, ele se une a Jesus, reconhecendo-o no aprisionado, no abandonado e no sofredor. A nova criação, cuja lei maior é o amor, dá origem ao homem novo, criado à imagem e semelhança de Deus. Jamais se enclausurando na galera do egoísmo e das veleidades, ele se compreende “em relação” a Deus e ao próximo, e reconhece que “esta comunhão é vida” (S. Irineu) e “uma vida sem eternidade é indigna do nome de vida. Verdadeira vida é só a vida eterna” (S. Agostinho).
“Este é o dia que o Senhor fez”, dia da liberdade, assegura-nos o filósofo ao dizer: “As ações de um homem não podem ser mais livres de quanto não o seja seu próprio eu” (M. Scheler). Deus o quer livre, além do que ele possa imaginar. Sem liberdade, ele deixaria de existir, porque ser livre é viver, é alcançar, “às apalpadelas”, a sua identidade e a inefável sabedoria. A força que o impele se expressa na recomendação do Senhor:“Isto vos ordeno: amai-vos uns aos outros”.

Dom Fernando Antônio Figueiredo

segunda-feira, 13 de maio de 2013

EVANGELHO DO DIA DE MAIO DE 2013

SALVE MARIA!
 
EVANGELHO DO DIA - João 16, 9-33
 
Naquele tempo, os discípulos disseram a Jesus: 16 29 "Eis que agora falas claramente e a tua linguagem já não é figurada e obscura.
30 Agora sabemos que conheces todas as coisas e que não necessitas que alguém te pergunte. Por isso, cremos que saíste de Deus".
31 Jesus replicou-lhes: "Credes agora!
32 Eis que vem a hora, e ela já veio, em que sereis espalhados, cada um para o seu lado, e me deixareis sozinho. Mas não estou só, porque o Pai está comigo.
33 Referi-vos essas coisas para que tenhais a paz em mim. No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo".
 
REFLEXÃO
Os discípulos, nem de longe, podiam imaginar o futuro que teriam pela frente. Intelectualmente, deram mostras de ter entendido os ensinamentos de Jesus, chegando mesmo a proclamar sua condição de enviado de Deus. E depois, quando se apresentasse a ocasião de dar testemunho público desta verdade, estariam preparados para tal desafio?
O Mestre não tinha nenhuma dúvida a este respeito. Ao chegar a hora de se declararem discípulos seus, haveriam de debandar e deixá-lo sozinho. Triste constatação para quem se julgava sintonizado com Jesus!
O realismo do Mestre não lhe permite desesperar, por causa disto. Embora sabendo que seria vítima do abandono do grupo escolhido e preparado por levar adiante sua missão, exorta-o à confiança.
Seguros quanto ao poder de Jesus sobre o mundo, os discípulos se julgavam em condições de enfrentá-lo, sem temer suas investidas e ameaças de morte. O gesto mesquinho da fuga poderá ser irrelevante, se forem capazes de retomar o projeto do Senhor e levá-lo destemidamente adiante.
A morte e a ressurreição de Jesus significam sua vitória sobre o mundo, e a desarticulação dos esquemas mundanos. Quem se confia ao Ressuscitado, apesar da ferocidade do inimigo, pode estar certo de que irá vencê-lo. A vitória de Jesus sobre o mundo foi definitiva.

domingo, 12 de maio de 2013

EVANGELHO DO DIA 12 DE MAIO DE 2013 - DIA DAS MÃES

SALVE MARIA!
 
EVANGELHO DO DIA - Lucas 24,46-53
 
46 Disse Jesus: "Assim é que está escrito, e assim era necessário que Cristo padecesse, mas que ressurgisse dos mortos ao terceiro dia.
47 E que em seu nome se pregasse a penitência e a remissão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém.
48 Vós sois as testemunhas de tudo isso.
49 Eu vos mandarei o Prometido de meu Pai; entretanto, permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do alto.
50 Depois os levou para Betânia e, levantando as mãos, os abençoou.
51 Enquanto os abençoava, separou-se deles e foi arrebatado ao céu.
52 Depois de o terem adorado, voltaram para Jerusalém com grande júbilo.
53 E permaneciam no templo, louvando e bendizendo a Deus".
 
REFLEXÃO
Jesus recorda aos seus discípulos a trajetória redendora de sua vida como cumprimento das Escrituras: era necessário que padecesse. O caminho incluiu sofrimento que, na dimensão bíblico-teológica, resultou na ressurreição.
Eis que, agora, os discípulos estão legitimados para a missão: pregar a penitência e a remissão dos pecados a todas as nações.
A missão visa a conversão e o perdão dos pecados. Dádiva, Graça da vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo.
Sob a força do Prometido de seu Pai, os discípulos,
entendem a missão, adoram o seu Mestre e Redentor e dirigem-se à Jerusalém, cheios de júbilo.

sábado, 11 de maio de 2013

EVANGELHO DO DIA 11 DE MAIO DE 2013

SALVE MARIA!
 
EVANGELHO DO DIA - João 16,23-28
 
23 "Naquele dia não me perguntareis mais coisa alguma. Em verdade, em verdade vos digo: o que pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo dará.
24 Até agora não pedistes nada em meu nome. Pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja perfeita.
25 Disse-vos essas coisas em termos figurados e obscuros. Vem a hora em que já não vos falarei por meio de comparações e parábolas, mas vos falarei abertamente a respeito do Pai.
26 Naquele dia pedireis em meu nome, e já não digo que rogarei ao Pai por vós.
27 Pois o mesmo Pai vos ama, porque vós me amastes e crestes que saí de Deus.
28 Saí do Pai e vim ao mundo. Agora deixo o mundo e volto para junto do Pai".
 
REFLEXÃO
 
A existência de Jesus desenrolou-se num grande percurso que vai do Pai ao mundo, e do mundo ao Pai. Cada passo nessa trajetória revela uma marca específica em sua vida.
Saí do Pai. Jesus é de origem divina, e seu traço característico é o de ser enviado, na qualidade de Filho. Nesta condição, conhece o pensamento do Pai e seus desígnios em relação à humanidade. Seu testemunho é digno de crédito, por ser de primeiríssima mão. Ele conhece a intimidade do Pai, e se torna seu revelador.
Vim ao mundo. A presença de Jesus, na História, justifica-se pela missão que o Pai lhe confiou: ser portador de salvação para a humanidade. Esta missão consiste na proclamação do Reino, mediante palavras e gestos, constituindo-se num apelo premente à conversão. Tudo quanto Jesus fazia, visava conduzir as pessoas ao Pai, e reconstruir a comunhão rompida pelo pecado.
Deixo o mundo. Nesta afirmação, descobre-se a consciência que Jesus tinha de ter realizado totalmente a tarefa que lhe fora confiada. Agora, podia deixar o mundo, uma vez que nada mais lhe restava para fazer.
Vou para o Pai. Concluída sua missão, Jesus retoma o caminho de volta para o Pai. Seu destino é estar em eterna comunhão com ele, à espera daqueles que, neste mundo, deixaram-se tocar pelo Reino.
(Pe. Jaldemir Vitório)
 
OraçãoEspírito do Filho, toma-me pela mão e guia-me para a comunhão eterna, onde Jesus me espera, junto do Pai.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

EVANGELHO DO DIA 10 DE MAIO DE 2013

SALVE MARIA!
 
EVANGELHO DO DIA - João 16, 20-23
 
20 Disse Jesus: “Em verdade, em verdade vos digo: haveis de lamentar e chorar, mas o mundo se há de alegrar. E haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza se há de transformar em alegria.
21 Quando a mulher está para dar à luz, sofre porque veio a sua hora. Mas, depois que deu à luz a criança, já não se lembra da aflição, por causa da alegria que sente de haver nascido um homem no mundo.
22 Assim também vós: sem dúvida, agora estais tristes, mas hei de ver-vos outra vez, e o vosso coração se alegrará e ninguém vos tirará a vossa alegria.
23 Naquele dia não me perguntareis mais coisa alguma. Em verdade, em verdade vos digo: o que pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo dará”.
 
REFLEXÃO
A situação de uma mulher em trabalho de parto serviu para ilustrar a situação dos discípulos às voltas com o mistério pascal. Esta imagem, simples de ser entendida, devia levá-los a intuir o sentido das palavras enigmáticas de Jesus. Era mister compreender devidamente as exortações do Mestre, para evitar futuras decepções.
Todo o processo do parto transcorre em meio a dores e sofrimentos. Hoje, a medicina procura aliviar, ao máximo, esses sofrimentos, realizando partos indolores. Isto não significa negar que o parto seja, por si, doloroso. O grau de suportação da mãe torna-se quase infinito, quando ela pensa no desfecho do seu sofrimento: a vinda de um ser humano ao mundo. A expectativa do filho, que está para nascer, leva-a a relativizar sua dor.
Os discípulos passariam por uma experiência parecida com essa. O mistério pascal teria seu componente necessário de sofrimento e de tristeza. Não seria possível prescindir deles, nem abrandá-los. Uma dor cruel esperava-os, ao contemplar o próprio Mestre pendendo de uma cruz. Entretanto, algo de sumamente importante aconteceria no final de tudo isto: o Pai haveria de restituir-lhe a vida. Para os discípulos, a esperança da ressurreição não lhes suavizou a dor de ver o amigo crucificado, mas devolveu-lhes a alegria, e uma alegria tal, que dela ninguém jamais poderá privá-los.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

EVANGELHO DO DIA 09 DE MAIO DE 2013

SALVE MARIA!
 
EVANGELHO DO DIA - João 16,16-20
 
16 Jesus disse: “Ainda um pouco de tempo, e já me não vereis; e depois mais um pouco de tempo, e me tornareis a ver, porque vou para junto do Pai”.
17 Nisso alguns dos seus discípulos perguntavam uns aos outros: “Que é isso que ele nos diz: ‘Ainda um pouco de tempo, e não me vereis; e depois mais um pouco de tempo, e me tornareis a ver?’ E que significa também: ‘Eu vou para o Pai?’”
18 Diziam então: “Que significa este pouco de tempo de que fala? Não sabemos o que ele quer dizer”.
19 Jesus notou que lho queriam perguntar e disse-lhes: “Perguntais uns aos outros acerca do que eu disse: ‘Ainda um pouco de tempo, e não me vereis; e depois mais um pouco de tempo, e me tornareis a ver’.
20 Em verdade, em verdade vos digo: haveis de lamentar e chorar, mas o mundo se há de alegrar. E haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza se há de transformar em alegria”.
 
REFLEXÃO
Apresentada sob a forma de um enigma, a referência à sua partida pode ser compreendida como uma parábola. Jesus fala do seu retorno para junto do Pai, colocando-nos no esquema, tantas vezes sugerido no Evangelho, do “buscar e encontrar”. Há também uma referência à tristeza dos Apóstolos: “Chorareis e vos lamentareis, mas o mundo se alegrará”.Mais adiante, porém, Ele dirá: “Mas a vossa tristeza se transformará em alegria”. É a Lei pascal, que compreende a morte para se chegar à ressurreição, presente em toda espiritualidade cristã. O próprio mundo nela se insere. A morte não é um fim, é a porta de entrada da feliz e eterna morada de Deus. A bem-aventurança não se limita ao pensamento humano. Compreende também seu agir e seus sentimentos, pois a feliz experiência de Deus envolve o ser humano em sua totalidade.
A profundidade e a segurança definitiva dessa alegria são proclamadas por Jesus, cujos acordes soam no cântico da liturgia pascal: “Ressuscitado, o Cristo não morre mais”. No tempo de ausência terrena de Jesus está presente o Espírito Consolador e a aflição, no presente, será prelúdio da alegria definitiva. Após a Santa Ceia, o discurso de Jesus torna-se forte apelo à alegria, característica da era messiânica. Pois a celebração da Ceia abre o mundo ao imenso amor de Deus e permite aos discípulos respirar além dos limites da criação. Escreve S. Leão Magno: “Assim como a ressurreição do Senhor foi para nós causa de alegria na solenidade pascal, assim sua ascensão aos céus é causa do gozo presente, já que recordamos e veneramos devidamente, desde agora, aquele no qual a humildade de nossa natureza senta-se em companhia de Deus Pai”. Em Jesus nossa tristeza se transforma em verdadeira alegria. É alegria antecipada!
A natureza humana foi assumida, em sua plenitude, pela pessoa divina de Jesus. Retornando para junto do Pai, Jesus leva, com ele, nossa nova natureza, purificada do pecado, isenta de toda iniquidade e livre da corrupção. Pelo batismo, somos parte do corpo de Cristo e, na união com Deus, tornamo-nos partícipes da vida divina. Então, como criaturas, nós somos santificados pela humanidade de Deus e nossa alegria é plena uma vez que só em Deus somos verdadeiramente nós mesmos. Proclama S Cirilo de Alexandria: “A dignidade do Filho de Deus passou à humanidade inteira por meio do Espírito Santificador”, no qual a obra de Jesus chega ao seu termo. A partir de sua Ascensão, ele “poderá ser tocado não mais pela mão carnal, mas pela contemplação do espírito” (S. Leão Magno). Realmente, “a tristeza se transforma em alegria”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo

quarta-feira, 8 de maio de 2013

EVANGELHO DO DIA 08 DE MAIO DE 2012.

SALVE MARIA!
 
EVANGELHO DO DIA - João 16,12-15
 
12 Assim falou Jesus: “Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora.
13 Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão.
14 Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará.
15 Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse: Há de receber do que é meu, e vo-lo anunciará”.
 
REFLEXÃO
 
Dois períodos marcam a revelação divina: a vida terrestre de Jesus e a vinda do Espírito da Verdade, após a glorificação de Jesus junto do Pai. S. Agostinho dirá que “após ter Jesus subido para junto do Pai, ele lhe pedirá que envie o Paráclito. E o Pai o fará”. No entanto, o Espírito Santo jamais será compreendido como complemento da revelação de Jesus, pois ela se deu totalmente na pessoa de Jesus, plenitude da presença de Deus. O Espírito é aquele que ilumina a Igreja, levando-a a um conhecimento sempre mais explícito dos ensinamentos de Jesus.
Os discípulos, por eles mesmos, não eram capazes de apreender tudo o que Jesus lhes transmitiu, pois entre a perfeição de Jesus e a deles existe um abismo, só transposto pelo amor. Amor comunicado pelo Espírito divino, que acrisola seus corações e lhes permite fazer parte da vida divina. Graças ao Espírito, eles se identificam ao Senhor e participam sempre mais de sua verdade, cujas raízes estão presentes no silêncio da alma de cada um deles. Assim, após a glorificação de Jesus, na ação perene e inexaurível do Espírito Santo, eles irão compreender muitas coisas, que lhes eram anteriormente impenetráveis.
Jesus não é a fonte da salvação. Ele é o Verbo divino, gerado pelo Pai, que veio até nós para nos dar a conhecer o amor infinito de Deus. Ele é o Caminho, que nos conduz à casa do Pai. O Espírito dá os últimos retoques de perfeição e de beleza na obra de Jesus. Ele é o divino artesão da beleza de Deus, implantando em nós, no dizer de S. Irineu, “a imagem e semelhança de Jesus”. S. Agostinho, em enlevo espiritual e místico, diz aos seus fiéis: “O Cristo verdadeiro é Jesus unido a nós”. Maravilhosa expressão para significar a obra do Espírito Santo na Igreja e em nós.
O Espírito Santo age com delicadeza maternal, identificando-nos a Jesus e tornando-nos morada de Deus. Sua presença é discreta. A pouco e pouco ele nos conduz à manifestação plena da glória de Jesus, no maravilhamento do seu mistério e no desvelamento da verdade (alétheia) de nossa vida em Deus.
Em suma, pela ação do Espírito Santo, presente em nosso batismo como laço de amor indestrutível entre o Pai e o Filho, nós caminhamos para o cumprimento da caridade filial, selada por Jesus no madeiro da cruz. Sempre mais compreenderemos as palavras de S. Agostinho: “O sacrifício é dom de si no amor” e as de Orígenes: “Às apalpadelas nos aproximaremos, mais e mais, do mistério de Deus”.

Dom Fernando Antônio Figueiredo

terça-feira, 7 de maio de 2013

TERÇO DO DIA 07 DE MAIO DE 2013

SALVE MARIA!
Nesta terça-feira, no Terço dos homens da Capela Santa Rita, estavam persentes 565 (quinhentos e sessenta e cinco) filhos de Maria.
Foram contremplados os Mistérios Gloriosos, que nos fazem refletir sobre a ressurreição de Jesus e também nos mostra a instituição da Eucaristia.
Foram momentos de dedicação à Mãe e ao Salvador.
No momento do Manto e na Queima dos pedidos refletimos sobre o dever de cada um de nós nos envolvermos com a questão da Paz, como cidadãos e, principalmente, como Cristãos.
Deus seja sempre louvado!

EVANGELHO DO DIA 07 DE MAIO DE 2013

SALVE MARIA!
 
EVANGELHO DO DIA - João 16,5-11
 
5 Disse Jesus: “Agora vou para aquele que me enviou, e ninguém de vós me pergunta: ‘Para onde vais?’
6 Mas porque vos falei assim, a tristeza encheu o vosso coração.
7 Entretanto, digo-vos a verdade: convém a vós que eu vá! Porque, se eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas se eu for, vo-lo enviarei.
8 E, quando ele vier, convencerá o mundo a respeito do pecado, da justiça e do juízo.
9 Convencerá o mundo a respeito do pecado, que consiste em não crer em mim.
10 Ele o convencerá a respeito da justiça, porque eu me vou para junto do meu Pai e vós já não me vereis;
11 ele o convencerá a respeito do juízo, que consiste em que o príncipe deste mundo já está julgado e condenado”.
 
REFLEXÃO
Pelos caminhos da Galileia e da Judeia, os Apóstolos acompanham Jesus. Sentem-se unidos a ele: “A vida, a alegria e a festa deles é Cristo, luz da luz do Pai” (Isac de Nínive). Agora, Jesus lhes anuncia o seu afastamento. Fala de sua partida para junto do Pai. É a sua despedida. Se até o momento, ele falava em nome de todos, chegou a hora de ele partir e são os Apóstolos que terão de testemunhar. Mas eles não estarão sós. O Senhor lhes promete enviar o Espírito Santo.
Diante das palavras do Mestre, “a tristeza encheu os seus corações”, pois não tinham ainda compreendido a importância de sua ida para o Pai. Caso ele não os deixasse, o Espírito Paráclito não viria para iluminá-los e fortalecê-los na fé. Só, então, seriam capacitados a testemunhar a todas as pessoas o sentido da missão do Senhor, selada na morte por amor. Graças à ação do Espírito divino, a obra de Jesus continua e sua mensagem é transmitida a todas as gerações. O Espírito divino é denominado “Paráclito”, defensor dos discípulos, fazendo às vezes de juiz ao decidir entre Jesus e o mundo incrédulo, que rechaça os seus ensinamentos. Ele mostra em quem reside o pecado e a justiça.
Jesus fala do caráter provisório da tristeza dos Apóstolos. Presente na partida de Jesus, a tristeza é também a condição para se chegar à alegria perfeita, concedida pelo Paráclito, cujos primeiros frutos são “a caridade, a alegria e a paz”. Os Apóstolos previvem o mistério pascal da morte, ressurreição e ascensão do Mestre, no qual se celebra a redenção, a purificação dos pecados e, antecipadamente, a luz da Páscoa, “sinal do seu futuro advento”. Ao acolherem o Espírito Santo, eles participam da geração eterna do Filho e são introduzidos na vida da Trindade Santa.
O itinerário espiritual dos discípulos é traçado, primeiramente, por Jesus. Ele é o Caminho, o “retorno para o Pai”. Ao receberem o Espírito Santo, eles percorrem o Caminho, que é Cristo, e o “corpo deles, então, se torna tabernáculo da graça para a eternidade” (S. Serafim de Sarov). S. Cirilo de Alexandria comenta que“enquanto Jesus vivia corporalmente entre seus fiéis, ele se revelava como o dispensador de todos os seus bens; mas quando chegou a hora de regressar ao Pai celestial, continuou presente entre seus féis mediante seu Espírito, e habitando pela fé em seus corações. Assim já não são simplesmente homens, mas filhos de Deus e habitantes do céu, pelo fato de se terem tornado partícipes da natureza divina”.
Sustentada pelo Espírito, a Igreja continua a viver e a anunciar a mensagem de Jesus, compreendida sempre mais profundamente e proclamada de acordo com as exigências de cada época. Desse modo, o Espírito a conduz “à verdade total”, pois diz Jesus: “Quando ele viver, o Espírito da verdade, ele vos guiará à verdade plena”.
Em suma, o Cristo glorificado continua a falar pelo Espírito Santo e o Evangelho de S. João reflete todo ele a glória (doxa) divina de Jesus.




Dom Fernando Antônio Figueiredo

segunda-feira, 6 de maio de 2013

EVANGELHO DO DIA 06 DE MAIO DE 2013

SALVE MARIA!

EVENGELHO DO DIA - João 15,26-16,4

26 Disse Jesus: “Quando vier o Paráclito, que vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, ele dará testemunho de mim.
27 Também vós dareis testemunho, porque estais comigo desde o princípio
1 Disse-vos essas coisas para vos preservar de alguma queda.
2 Expulsar-vos-ão das sinagogas, e virá a hora em que todo aquele que vos tirar a vida julgará prestar culto a Deus.
3 Procederão deste modo porque não conheceram o Pai, nem a mim.
4 Disse-vos, porém, essas palavras para que, quando chegar a hora, vos” lembreis de que vo-lo anunciei.
 
REFLEXÃO
O risco maior a que os discípulos poderiam correr seria o de renegar sua própria fé. A isto se refere Jesus, quando falou de escândalo. Para que os discípulos o evitassem, Jesus lhes expusera, com toda a clareza, o destino de ódio e perseguição que lhes estava reservado. Mas também lhes prometeu enviar um Defensor, para estar sempre com eles.
A missão dos discípulos consistiria em dar testemunho do Mestre, sem se deixarem intimidar. Missão dura, ao se virem expulsos da sinagoga, sua comunidade de fé, ou vítimas da sanha assassina dos seus inimigos. Julgando estar prestando um serviço a Deus, banindo-os da face da terra como indivíduos blasfemos, esses não teriam escrúpulos de assassiná-los.
Então, deveriam ter fé redobrada para, por Jesus e pela causa do Reino, não desistirem da missão abraçada.
Aqui entra em jogo a própria condição de discípulo, provada pelos acontecimentos. Quem se deixou ajudar pelo Paráclito e teve sua fé reforçada por ele, fará frente às investidas dos inimigos, mantendo-se fiel a Jesus. Quem titubear, ou, pior ainda, debandar, demonstrará estar longe de ter compreendido as reais exigências do discipulado, e estar despreparado para ser discípulo.
O discípulo fiel, embora submetido a provações, não se escandaliza. Lembrando-se das palavras do Senhor, ele resiste por saber-se bem protegido pelo Espírito de Verdade, enviado pelo Pai.

domingo, 5 de maio de 2013

EVANGELHO DO DIA 05 DE MAIO DE 2013

SALVE MARIA!
 
EVANGELHO DO DIA
João 14,23-29
 
23 Disse Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos nossa morada.
24 Aquele que não me ama não guarda as minhas palavras. A palavra que tendes ouvido não é minha, mas sim do Pai que me enviou.
25 Disse-vos estas coisas enquanto estou convosco.
26 Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito.
27 Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não se perturbe o vosso coração, nem se atemorize!
28 Ouvistes que eu vos disse: Vou e volto a vós. Se me amardes, certamente haveis de alegrar-vos, que vou para junto do Pai, porque o Pai é maior do que eu.
29 E disse-vos agora estas coisas, antes que aconteçam, para que creiais quando acontecerem.
 
REFLEXÃO
Pasmos e emocionados os Apóstolos contemplam o Senhor ressuscitado. Por diversas vezes, ele lhes aparece e chega a comer com eles. Momentos de alegria e de consolo. Envolvidos pela sublime ação do Ressuscitado, eles se tornam “portadores do Espírito Santo” (S. Atanásio). “Judas, não o Iscariotes, pergunta: ‘Senhor, por que te manifestas a nós e não ao mundo?’” Uma diferença é estabelecida entre os que o seguem e os outros, o “mundo”. Seus seguidores guardam a sua palavra e abraçam a sua mensagem. Convertidos, eles constituem lugar de ressurreição e de vida nova, lugar pentecostal e de purificação interior, de onde eles se elevam até Deus. A palavra é acolhida e eles, antes pecadores e indignos, transformam-se em seres dignos de amor e amigos de Deus. Por isso, participam das riquezas divinas e, forjados imagem da natureza divina, sentem-se embevecidos e inebriados com o vinho do amor, que é o Espírito Santo.
Tendo experimentado essa ação divina em sua própria vida, S. Agostinho vibra e exclama: “Deus ama cada um de nós como se houvesse só um de nós para amar”. Amor infinito, generoso e misericordioso. E a este amor divino, o homem responde, livre e decididamente, observando os mandamentos do Senhor. Certamente, com S. Agostinho, ele “canta a glória do Senhor: ou melhor, ele mesmo torna-se canto de glória e vive Deus como sua vida, como a alma de sua alma, o amor do seu amor”. Pois nele se realizam as palavras do Evangelho: “Quem tem meus mandamentos e os observa é que me ama”.
Há, portanto, uma força que permite ao homem superar tudo quanto ele possa imaginar: o amor, mais forte que a própria morte. Verdade apresentada por Jesus aos Apóstolos, momentos antes de sua morte, na última Ceia, quando, com voz forte e serena, ele os exorta a comprovar o seu amor ao Pai pela lealdade e obediência à sua Palavra. E assegura-lhes: “O Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito”.

Dom Fernando Antônio Figueiredo