sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

EVANGELHO DO DIA 28 DE FEVEREIRO DE 2014

SALVE MARIA
Evangelho do dia 28 de fevereiro de 2014
Ano A - Marcos 10,1-12
 
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vossa palavra é a verdade; santificai-nos na verdade! (Jo 17,17).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, 10 1 saindo dali, ele foi para a região da Judéia, além do Jordão. As multidões voltaram a segui-lo pelo caminho e de novo ele pôs-se a ensiná-las, como era seu costume.
2 Chegaram os fariseus e perguntaram-lhe, para o pôr à prova, se era permitido ao homem repudiar sua mulher.
3 Ele respondeu-lhes: "Que vos ordenou Moisés?"
4 Eles responderam: "Moisés permitiu escrever carta de divórcio e despedir a mulher."
5 Continuou Jesus: "Foi devido à dureza do vosso coração que ele vos deu essa lei;
6 mas, no princípio da criação, Deus os fez homem e mulher.
7 Por isso, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher;
8 e os dois não serão senão uma só carne. Assim, já não são dois, mas uma só carne.
9 Não separe, pois, o homem o que Deus uniu."
10 Em casa, os discípulos fizeram-lhe perguntas sobre o mesmo assunto.
11 E ele disse-lhes: "Quem repudia sua mulher e se casa com outra, comete adultério contra a primeira.
12 E se a mulher repudia o marido e se casa com outro, comete adultério."
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Perguntas sobre o divórcio
Acalorada era a discussão entre os rabinos sobre o motivo que legitimava o repúdio da própria mulher. A questão girava ao redor das determinações do Deuteronômio, cujas expressões eram pouco precisas. Para testar Jesus, os fariseus lhe perguntam: “É lícito repudiar a própria mulher por qualquer motivo que seja?” Os mais rígidos, escola de Shammai, interpretavam o texto bíblico em seu sentido estrito: só em caso de uma conduta deveras desonrante. Ou em sentido mais amplo, escola de Hillel, segundo a qual se podia repudiar a mulher por não importa qual motivo. A pergunta é capciosa e visa colocar Jesus à prova.
Ciente do que se passa no coração de seus ouvintes, o Senhor situa a questão no quadro dos desígnios do Pai. Sem negar a Lei, é necessário superá-la não se deixando limitar por ela. Com sabedoria, Jesus põe em evidência o gesto inicial da criação do universo: o amor de Deus. No “princípio, Deus os fez homem e mulher”. Princípio não temporal, mas sim absoluto e eterno, que indica nossa eleição em Deus e nos remete aos desígnios eternos do Pai, que nos chama a ser imagem da própria Trindade, unidade perfeita no amor.
Através dos tempos e das civilizações, a marca indelével de Deus permanece em nós, não menos presente que a natureza humana saída das mãos de Deus. Nada poderá destruí-la, nem mesmo o pecado, embora ele nos torne dessemelhantes a Deus. A imagem, porém, jamais a perdemos. Sendo amor, escreve S. Gregório de Nissa,“Deus colocou também esta marca em nosso coração”. Desde a criação, fomos iniciados na comunhão do amor divino para vivê-lo e testemunhá-lo.
Ao amor infinito e gratuito de Deus, respondemos com nossa fidelidade e doação generosa. Misterioso e amoroso horizonte, que nos permite compreender as palavras de Jesus: “O que Deus uniu o homem não separe”. Portanto, o matrimônio é sinal sagrado do amor de Deus e, desde o início da era cristã, ele se realiza na Igreja, diante do seu ministro: “in facie ecclesiae”. Em sua carta a S. Policarpo, S. Inácio de Antioquia declara: “Convém que os homens e as mulheres que se casam, contratem sua união com o parecer do Bispo, a fim de que seu matrimônio se realize diante do Senhor”. S. Inácio reconhece que o matrimônio, instituição natural, foi enobrecido e elevado por Jesus à dignidade de sacramento. Certamente, estão presentes a ele as palavras do Apóstolo S. Paulo, que se refere ao matrimônio como imagem da união mística de Cristo com a Igreja, sua esposa (Ef.5).
 
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Senhor Jesus, leva-me a ter o mesmo pensar do Pai e a refazer meus esquemas mentais contaminados pelo pecado.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

EVANGELHO DO DIA 27 DE FEVEREIRO DE 2014

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 27 de fevereiro de 2014
Ano A - Marcos 9,41-50
 
Aleluia, aleluia, aleluia.
Acolhei a palavra de Deus não como palavra humana, mas como mensagem de Deus, o que ela é, em verdade! (1Ts 2,13).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, disse Jesus: 9 41 "Quem vos der de beber um copo de água porque sois de Cristo, digo-vos em verdade: não perderá a sua recompensa.
42 Mas todo o que fizer cair no pecado a um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que uma pedra de moinho lhe fosse posta ao pescoço e o lançassem ao mar!
43 Se a tua mão for para ti ocasião de queda, corta-a; melhor te é entrares na vida aleijado do que, tendo duas mãos, ires para a geena, para o fogo inextinguível
44 45 Se o teu pé for para ti ocasião de queda, corta-o fora; melhor te é entrares coxo na vida eterna do que, tendo dois pés, seres lançado à geena do fogo inextinguível
46 47 Se o teu olho for para ti ocasião de queda, arranca-o; melhor te é entrares com um olho de menos no Reino de Deus do que, tendo dois olhos, seres lançado à geena do fogo,
48 onde o seu verme não morre e o fogo não se apaga.
49 Porque todo homem será salgado pelo fogo.
50 O sal é uma boa coisa; mas se ele se tornar insípido, com que lhe restituireis o sabor? Tende sal em vós e vivei em paz uns com os outros".
Palavra da Salvação. Glória a vós Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
NÃO SER OCASIÃO DE PECADO
 
O discípulo do Reino, no exercício de sua missão, deve ser muito cauteloso para não se tornar ocasião de pecado para quem está dando os primeiros passos na fé. O pecado, neste caso, consistiria em refutar Jesus e se recusar a aderir ao Reino anunciado por ele. E os próprios discípulos, agindo de forma inconsiderada, corriam o risco de se tornarem culpados deste fracasso e serem julgados por isso.
As atitudes inconsideradas do discípulo em missão podiam ser muitas. Eles corriam o risco de serem intransigentes e impacientes, não respeitando o ritmo próprio de cada pessoa no seu processo de adesão a Jesus. Não estavam livres do espírito farisaico, que os levava a ser extremamente severos e exigentes com os recém convertidos, esvaziando as exigências quando se tratava de si mesmos. Com a liberdade adquirida junto a Jesus, podiam ter atitudes chocantes para os pequeninos, ainda atrelados a antigos esquemas, que só com dificuldade deixavam-se permear pela novidade do Reino. Levados por um espírito corporativista, podiam ceder à tentação de selecionar, com critérios humanos, os novos discípulos, excluindo pessoas predispostas para o Reino, mas que não satisfaziam suas exigências.
A denúncia de Jesus contra esta mentalidade foi violenta. Se o discípulo não se desfizesse desta visão deturpada, corria o risco de ver-se lançado no inferno.
 
ORAÇÃO
Senhor Jesus, não permita que eu seja ocasião de pecado para os pequeninos que se aproximam de ti e querem se fazer discípulos do teu Reino.

(Pe. Jaldemir Vitório)

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

EVANGELHO DO DIA 26 DE FEVEREIRO DE 2014

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 26 de fevereiro de 2014
 Ano A - Marcos 9,38-40
 
Aleluia, aleluia, aleluia.
Sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai, senão por mim (Jo 14,6).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, 9 38 João disse-lhe: "Mestre, vimos alguém, que não nos segue, expulsar demônios em teu nome, e lho proibimos".
39 Jesus, porém, disse-lhe: "Não lho proibais, porque não há ninguém que faça um prodígio em meu nome e em seguida possa falar mal de mim.
40 Pois quem não é contra nós, é a nosso favor".
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
O uso do nome de Jesus
Os primeiros cristãos, de origem judaica, têm perante seus olhos o nome divino, dado pelo próprio Deus a Moisés: “Eu sou aquele que sou”. Nome irredutível a qualquer outro nome. Realidade inefável. A mesma ideia tinham eles a respeito do nome de Jesus, que, em seu poder, imprime no cristão a sua imagem misteriosa, mas real, santificando-o. Opera-se nele uma verdadeira transformação. Destaca o Apóstolo S. Paulo: “Nós refletimos como num espelho a glória do Senhor, somos transfigurados nessa mesma imagem, cada vez mais resplandecente, pela ação do Senhor, que é Espírito” (2Cor 3,17).
Se a transfiguração do homem se realiza, graças à presença do Senhor, não só entre nós, mas em nós, seria possível alguém apoderar-se da ação ou do ministério de Jesus? O Apóstolo S. João relata a Jesus: “Mestre, vimos alguém que não nos segue, expulsando demônios em teu nome, e o impedimos porque não nos seguia”. O Mestre o ouve atentamente, mas, movido pelo desejo de instrui-lo, busca abrir os horizontes de sua mente, a fim de fazê-lo ver que a história da Salvação ultrapassa os limites da história bíblica. A ação divina vai além dos que aderem explicitamente à sua mensagem.
No século II, Clemente de Roma fala da história da Salvação que, regida pelas leis fundamentais da doçura, da paz e da humildade, compreende judeus e cristãos, mas também pagãos. Neste sentido, escreve S. Agostinho: “Como existe na Católica o que não é católico, assim também pode haver algo católico, fora da Católica”. O Apóstolo S. Paulo exclama: “Cristo é proclamado, e com isso eu me regozijo” (Fl 1,18). Ele reproduz a resposta dada por Jesus aos Apóstolos: “Não o impeçais, pois não há ninguém que faça um milagre em meu nome e logo depois possa falar mal de mim”. O que leva S. Agostinho a comentar: “Jesus permite que ele continue a agir, pois assim recomendava seu nome, útil a muitos”.
À diferença dos escribas e fariseus, intransigentes, Jesus recomenda aos Apóstolos uma atitude de tolerância e de bondade. Os sentimentos dos Apóstolos, talvez de inveja ou de ciúme, deveriam ser superados pela satisfação de ver o bem realizado. Aliás, o bem do próximo suscita experiência diversa: amor ou inveja. Quem ama regozija-se com o bem, o invejoso, ao invés, sente-se diminuído pelo bem do outro. Porém, sem prender-se a tais reações, Jesus quer transportar os Apóstolos acima de suas estreitas ideias e, assim, introduzi-los nos mistérios da sabedoria e do conhecimento de Deus. Pois alçar os olhos é deixar arder em seus corações o amor divino e desejar o bem do próximo. Então, eles compreenderão as palavras do Mestre: “Quem não está contra nós está conosco”.
 
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Senhor Jesus, possa eu alegrar-me com a multiplicação de seus discípulos, através dos quais o Reino vai espalhando seus frutos na história humana.
 
 

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

EVANGELHO DO DIA 25 DE FEVEREIRO DE 2014

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 25 de fevereiro de 2014

Ano A - Marcos 9,30-37

Aleluia, aleluia, aleluia.
Minha glória é a cruz do Senhor Cristo Jesus,
pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para este mundo (Gl 6,14).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
9 30 Tendo partido dali, atravessaram a Galiléia. Não queria, porém, que ninguém o soubesse. E ensinava os seus discípulos: “O Filho do homem será entregue nas mãos dos homens, e matá-lo-ão; e ressuscitará três dias depois de sua morte”. Mas não entendiam estas palavras; e tinham medo de lho perguntar. Em seguida, voltaram para Cafarnaum. Quando já estava em casa, Jesus perguntou-lhes: “De que faláveis pelo caminho?” Mas eles calaram-se, porque pelo caminho haviam discutido entre si qual deles seria o maior. Sentando-se, chamou os Doze e disse-lhes: “Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos”. E tomando um menino, colocou-o no meio deles; abraçou-o e disse-lhes: “Todo o que recebe um destes meninos em meu nome, a mim é que recebe; e todo o que recebe a mim, não me recebe, mas aquele que me enviou”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
QUEM É O MAIOR?

Os discípulos de Jesus deixaram-se contaminar pela busca de grandeza. Por isso, discutiam para saber quem, dentre eles, seria o maior. Mas o ponto de partida deste debate revelava um equívoco. Pensavam na grandeza do Reino que Jesus inauguraria e na possibilidade de ocupar posições de destaque junto ao monarca. De antemão, esses discípulos faziam a partilha dos futuros cargos disponíveis. Jesus, porém, deu um basta a estas considerações indignas de quem quer ser seu um discípulo.
O ensinamento de Jesus centra-se no tema do serviço, bem característico do Reino. A grandeza do discípulo está em sua capacidade de colocar-se a serviço do próximo. Ocupa o primeiro lugar quem se predispõe a servir a todos, sem distinção, vivendo a condição de servo, de maneira plena. A quem é reticente no servir e não prima pela generosidade, estão reservados os últimos lugares no Reino. Portanto, se os discípulos quisessem realmente disputar os primeiros lugares, que o fizessem motivados por um ideal elevado e não por ambições mesquinhas, sem sentido para quem vive a dinâmica do Reino.
Os discípulos tinham em Jesus um exemplo consumado de servidor do Reino. Sua vida definia-se como serviço generoso e gratuito às multidões oprimidas e atribuladas de tantas maneiras. Bastava que se espelhassem no Mestre.
 
ORAÇÃO
Senhor Jesus, não permitas que eu me lance na busca das grandezas deste mundo. Que eu busque, antes, a grandeza do serviço generoso, e gratuito.

(Pe. Jaldemir Vitório)

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

EVANGELHO DO DIA 24 DE FEVEREIRO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 24 de fevereiro de 2014
Ano A - Marcos 9,14-29
 
Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus Cristo salvador destruiu o mal e a morte; fez brilhar, pelo Evangelho, a luz e a vida imperecíveis (2Tm 1,10).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
9 14 Depois que João foi preso, Jesus dirigiu-se para a Galiléia. Pregava o Evangelho de Deus, e dizia:
15 "Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho."
16 Passando ao longo do mar da Galiléia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores.
17 Jesus disse-lhes: "Vinde após mim; eu vos farei pescadores de homens."
18 Eles, no mesmo instante, deixaram as redes e seguiram-no.
19 Uns poucos passos mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam numa barca, consertando as redes. E chamou-os logo.
20 Eles deixaram na barca seu pai Zebedeu com os empregados e o seguiram.
21 Dirigiram-se para Cafarnaum. E já no dia de sábado, Jesus entrou na sinagoga e pôs-se a ensinar.
22 Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas.
23 Ora, na sinagoga deles achava-se um homem possesso de um espírito imundo, que gritou:
24 "Que tens tu conosco, Jesus de Nazaré? Vieste perder-nos? Sei quem és: o Santo de Deus!
25 Mas Jesus intimou-o, dizendo: "Cala-te, sai deste homem!"
26 O espírito imundo agitou-o violentamente e, dando um grande grito, saiu.
27 Ficaram todos tão admirados, que perguntavam uns aos outros: "Que é isto? Eis um ensinamento novo, e feito com autoridade; além disso, ele manda até nos espíritos imundos e lhe obedecem!"
28 A sua fama divulgou-se logo por todos os arredores da Galiléia.
29 Assim que saíram da sinagoga, dirigiram-se com Tiago e João à casa de Simão e André.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
A cura do epilético endemoninhado
Além de ser um desafio às leis naturais, o milagre traz uma significação espiritual para o cristão, que, pela fé em Cristo, associa-se ao nascimento constante da criação, no qual ele encontra sua própria realização. De modo simples e sóbrio, evitando o sensacional, o milagre, realizado por Jesus, proclama nossa reconciliação e comunhão na grande síntese do divino, do humano e da natureza, pois “na plenitude dos tempos, exclama S. Máximo o Confessor, essa síntese será visível em Cristo, compêndio dos desígnios de Deus”. De fato, estamos inseridos num grande movimento de regeneração e reconciliação, que tende a Cristo e nele se realiza. Graças à fé, o milagre é um sinal do que se opera na criação renovada e que se manifestará na plenitude dos tempos: ele converte e cura, regenera e renova a vida, como no caso de Nicodemos e do cego de nascença e de tantos outros. No entanto, há os que não acolhem Jesus e chegam mesmo a atribuir seu poder ao demônio, chegando a declarar: “É pelo príncipe dos demônios que ele expulsa os demônios”.
No Evangelho de hoje, encontra-se diante de Jesus um pai com seu filho epilético e endemoninhado. Na ausência de Jesus, o Pai havia recorrido aos discípulos, sem nada conseguir. O olhar tranquilo e severo do Senhor dirige-se então aos Apóstolos e, convocando-os à fé, Ele os repreende: “Ó geração incrédula! Até quando, estarei convosco?” A voz aflita e confiante do pai, “mas, se tu podes, ajuda-nos, tem compaixão de nós”, permite-nos reconhecer a bondade misericordiosa do Senhor, que cura o jovem e o liberta do demônio.
Pasmos, os discípulos lhe perguntam: “Por que não pudemos expulsá-lo”? A resposta é direta e contundente: “Foi por causa da fraqueza da vossa fé”. E, utilizando uma hipérbole rabínica, Jesus acrescenta: “Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Transporta-te daqui para lá, e ele se transportará, e nada vos será impossível”. Expressão apropriada às circunstâncias, já que se encontram ao pé do monte Tabor.
Com efeito, a fé assinala abandono e abertura do coração para Deus. É busca incessante de Deus, o que leva S. Agostinho a dizer: “Se alguém ora para expulsar um demônio de outra pessoa, muito mais ele deve orar, com perseverança, para expulsar a própria avareza, o vício da embriaguês, a luxúria e o egoísmo da própria alma. Quantos são os vícios do homem que, se não forem eliminados, o excluem do Reino do céu”. O homem de fé ora e participa da intimidade de Deus e, no silêncio interior, sente-se livre, sereno, capaz de expulsar o mal de sua vida e de seus irmãos. Por isso, S. Agostinho não hesitará em aconselhar: “Não deves aproximar-te do demônio pelos desejos mundanos e que ele não ouse aproximar-se de ti. Ele pode ladrar e provocar, mas não pode morder, a menos que tu queiras. Pois não é de modo forçado que ele te leva ao mal, mas sim por persuasão: ele não extorque nosso consentimento, ele suplica-o”.
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Senhor Jesus, torna a minha fé sempre mais forte e resistente, para que eu possa realizar bem a missão confiada por ti.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

EVANGELHO DO DIA 23 DE FEVEREIRO DE 2014

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 23 de fevereiro de 2014
Ano A - Mateus 5,38-48
 
Aleluia, aleluia, aleluia.
É perfeito o amor de Deus em quem guarda sua palavra (1Jo 2,5).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 5 38 "Tendes ouvido o que foi dito: ‘Olho por olho, dente por dente’.
39 Eu, porém, vos digo: não resistais ao mau. Se alguém te ferir a face direita, oferece-lhe também a outra.
40 Se alguém te citar em justiça para tirar-te a túnica, cede-lhe também a capa.
41 Se alguém vem obrigar-te a andar mil passos com ele, anda dois mil.
42 Dá a quem te pede e não te desvies daquele que te quer pedir emprestado.
43 Tendes ouvido o que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e poderás odiar teu inimigo’.
44 Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos perseguem.
45 Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos.
46 Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos?
47 Se saudais apenas vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem isto também os pagãos?
48 Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
PERFEITOS COMO O PAI CELESTE

O modelo de perfeição apresentado por Jesus a seus discípulos visava preservá-los da mediocridade em que viviam tantas pessoas religiosas da época. Satisfeitas consigo mesmas, julgavam ter alcançado toda a perfeição possível a um ser humano. Em geral, tais pessoas estão sempre a um passo da soberba e, se auto-comparando com as demais, julgam-se superioras a todas.
Tendo Deus como modelo de perfeição, o discípulo não é exortado a ser tornar um outro deus e sim a ter sempre diante de si as virtudes próprias de Deus, deixando-se guiar por elas. Com isso, estará em condições de cultivar ideais mais elevados, sem correr o risco de se tornar mesquinho. Por outro lado, haverá de cultivar sempre a humildade, ao tomar consciência do quanto está longe da perfeição divina. Deixar-se dominar pelo desânimo seria uma atitude inconveniente ao discípulo, uma vez que desconfia de sua capacidade pessoal de seguir adiante. Isto não corresponde ao desejo de Jesus.
A busca da perfeição, inspirada em Deus, acontece na obediência ao mandato de Jesus. Entretanto, ela será infrutífera se o discípulo pretender alcançá-la por própria iniciativa, excluindo qualquer ajuda.
A perfeição é uma ação de Deus no coração do discípulo. Quanto maior for sua docilidade, tanto mais o Espírito poderá conformá-lo como o modo de ser divino.
ORAÇÃO
Pai, cria em mim um coração dócil ao Espírito, modelando-o segundo o teu modo de ser, e coloca-me no caminho da verdadeira perfeição.

(Pe. Jaldemir Vitório )

EVANGELHO DO 22 DE FEVEREIRO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 22 de fevereiro de 2014
Ano A - Mateus 16,13-19
 
Aleluia, aleluia, aleluia.
Tu és Pedro, e sobre esta pedra eu irei construir minha Igreja, e as portas do inferno não irão derrotá-la (Mt 16,18).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, 16 13 chegando ao território de Cesaréia de Filipe, Jesus perguntou a seus discípulos: "No dizer do povo, quem é o Filho do Homem?"
14 Responderam: "Uns dizem que é João Batista; outros, Elias; outros, Jeremias ou um dos profetas".
15 Disse-lhes Jesus: "E vós quem dizeis que eu sou?"
16 Simão Pedro respondeu: "Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!"
17 Jesus então lhe disse: "Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus.
18 E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
19 Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus".
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Confissão de S. Pedro
 
Na bela cidade de Cesareia, reedificada pelo tetrarca Felipe no ano 3-2 a. C, Jesus interroga seus discípulos: “Quem dizem os homens que eu sou?” A própria pergunta sugere um ponto de vista humano. A opinião popular identificava-o com um dos profetas do passado. “Disseram-lhe: uns afirmam que é João Batista, outros que é Elias, outros, ainda, que é Jeremias ou um dos profetas”. Voltando-se para os Apóstolos, Jesus pergunta: “E vós quem dizeis que eu sou?” Eles pressentem, diz S. Hilário, que, “para além do que se via nele, havia algo mais”. A resposta decisiva e imediata, em nome de todos, é dada por Pedro. Não fundado em premissas puramente humanas, mas inspirado por Deus, ele proclama a sua natureza divina: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Profissão de fé, confirmada por Jesus: “Não foi carne ou sangue que te revelaram isto, e sim o meu Pai que está nos céus”. Por revelação do Pai, ele reconhece Cristo em nome dos Doze. De fato, à sua identidade só se chega pela fé, horizonte no qual Pedro se coloca.
Desde então, Jesus não mais pergunta, apenas profere algumas afirmações. Ao Apóstolo Pedro, ele declara:“Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja”. Ratifica o nome dado a Simão, em seu primeiro encontro, e o designa como fundamento de sua Igreja, que supera a “qahal”, assembleia dos fiéis, do Antigo Testamento. Teodoro de Mopsuéstia comenta: “Ao dizer que sua confissão de fé é uma rocha, Jesus afirma que, sobre esta rocha, construiria a sua Igreja”, sacramento da unidade do Deus Trino. Cabe a Pedro solidificá-la, confirmando os irmãos na fé e na prática da fé.
Ao dizer-lhe: “Eu te darei as chaves do Reino dos Céus e o que ligares na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus”,Jesus confere-lhe poderes de ordem espiritual, que evocam a ideia rabínica de excluir da comunidade ou nela admitir. A Igreja se perpetua: “Eu estarei convosco até o fim dos tempos”, pois ele não a abandona às forças da destruição, e a função do Apóstolo Pedro continua, através de seus sucessores, até nossos dias. S. Leão Magno lembra que “o primeiro a reconhecer o Senhor é o primeiro em dignidade entre os Apóstolos”. Caracterizam-no a prontidão de um coração caloroso e, sobretudo, a acolhida do dom de Deus: natureza e graça divina, manifestada em sua infinita misericórdia, pedra angular da Igreja. Orígenes exclama: “É belo que Pedro tenha dito ao Salvador: ‘Tu és o Cristo’; melhor ainda, o fato de ele reconhecê-lo como ‘o Filho do Deus vivo’. O próprio Jesus dissera, pelos profetas: ‘Eu sou o Vivente!’ No Evangelho, ele proclama: ‘Eu sou a Vida’”. A profissão de Pedro, proclamada por seus sucessores, é proferida por todos os que, na fé, acolhem Jesus, que os encoraja, dizendo-lhes: “Bem-aventurados sois vós”. E neles refulge a luz do Pai.
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Pai, consolida minha fé, a exemplo do apóstolo Pedro que, em meio às provações, soube dar, com o seu martírio, testemunho consumado de adesão a Jesus.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

EVANGELHO DO DIA 21 DE FEVEREIRO DE 2014

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 21 de fevereiro de 2014
Ano A - Marcos 8,34-9,1

Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos chamo meus amigos, pois vos dei a conhecer o que o Pai me revelou (Jo 15,15).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, 8 34 Jesus, convocando a multidão juntamente com os seus discípulos, disse-lhes: "Se alguém me quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.
35 Porque o que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas o que perder a sua vida por amor de mim e do Evangelho, salvá-la-á.
36 Pois que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua vida?
37 Ou que dará o homem em troca da sua vida?
38 Porque, se nesta geração adúltera e pecadora alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os seus santos anjos".
9 1 E dizia-lhes: "Em verdade vos digo: dos que aqui se acham, alguns há que não experimentarão a morte, enquanto não virem chegar o Reino de Deus com poder".
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
O CAMINHO DA CRUZ

O discipulado comporta três atitudes radicais. Tudo começa com a renúncia de si mesmo. É preciso abrir mão dos projetos pessoais e submetê-los às exigências do Reino. Romper com o próprio egoísmo, que faz o indivíduo girar em torno de si mesmo, e colocar o próximo e suas carências no centro de suas preocupações. Deixar de lado os preconceitos e formas de pensar que não estão de acordo com o projeto do Reino. Positivamente, a renúncia do discípulo supõe aceitar a liberdade própria do Reino, que lhe descortina um horizonte infinito de possibilidades de amar e fazer o bem.
O passo seguinte consiste em tomar a sua cruz. Ou seja, ser capaz de enfrentar as conseqüências de sua opção, sem se intimidar ou deixar arrefecer o entusiasmo inicial. A cruz do discípulo é a cruz do testemunho verdadeiro de sua fé que, ao defrontar-se com a iniqüidade, provoca reações de hostilidade, cujo ápice é a morte cruel e violenta. É também a cruz do desprezo, rejeição, zombaria e exclusão, por causa da fidelidade ao Reino e pela coragem de não pactuar com as solicitações do mal.
Por fim, o discípulo está em condições de aceitar o convite siga-me. E fazer do caminho de Jesus seu próprio caminho e do projeto de Jesus seu próprio projeto. Quem perde a própria vida, acaba encontrando a verdadeira vida, a que Jesus tem para oferecer.
 
ORAÇÃO
Senhor Jesus, confirma em mim o desejo de deixar tudo para te seguir e encontrar a vida verdadeira que tu tens para oferecer.

(Pe. Jaldemir Vitório)

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

EVANGELHO DO DIA 20 DE FEVEREIRO DE 2014

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 20 de fevereiro de 2014
Ano A - Marcos 8,27-33
 
Aleluia, aleluia, aleluia.
Senhor, tuas palavras são espírito, são vida; só tu tens palavras de vida eterna! (Jo 6,63.68)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
8 27 Jesus saiu com os seus discípulos para as aldeias de Cesaréia de Filipe, e pelo caminho perguntou-lhes: “Quem dizem os homens que eu sou?”
28 Responderam-lhe os discípulos: “João Batista; outros, Elias; outros, um dos profetas”.
29 Então perguntou-lhes Jesus: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Respondeu Pedro: “Tu és o Cristo”.
30 E ordenou-lhes severamente que a ninguém dissessem nada a respeito dele.
31 E começou a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do homem padecesse muito, fosse rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas, e fosse morto, mas ressuscitasse depois de três dias.
32 E falava-lhes abertamente dessas coisas. Pedro, tomando-o à parte, começou a repreendê-lo.
33 Mas, voltando-se ele, olhou para os seus discípulos e repreendeu a Pedro: “Afasta-te de mim, Satanás, porque teus sentimentos não são os de Deus, mas os dos homens”.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Confissão de S. Pedro
A caminho das“aldeias de Cesareia de Filipe, para introduzir os Apóstolos no mistério de sua missão, cujo objetivo era formar e constituir o novo povo de Deus, Jesus pergunta-lhes: “Quem dizem as multidões que eu sou?” A resposta de Pedro é significativa, imediata e direta, em nome de todos: “Tu és o Cristo de Deus”. As palavras de Pedro indicam não só a prova pela qual Jesus deverá passar, mas igualmente a fé dos discípulos, que hão de acolher a sua Paixão. É o seguimento da cruz, caminho de renúncia, necessário para encontrar-se nele e para decidir-se por Ele.
Momento solene e revelador. Arrebatados ao âmago da vida de oração e de comunhão com o Pai, os olhos interiores dos Apóstolos se iluminam e eles reconhecem nas palavras de Jesus uma aquiescência implícita à sua missão de Servo Sofredor. Com efeito, chamando-o de “o Cristo de Deus”, o apóstolo reporta-se, evidentemente, ao Messias, compreendido não como um rei terreno e político, mas como o Salvador esperado e desejado por todos os homens, pois sua missão se estende para além dos horizontes de Israel e atinge todas as nações. É a realização da esperança messiânica: reunião de todas as gentes num só povo, o povo messiânico. Os gentios acolhidos são mais do que os prosélitos, vindos da diáspora, compreendem também todos os que se converteriam à sua Palavra, proclamada até as extremidades da terra.
Mas há uma novidade maior. A ação de Jesus vai além da reconciliação dos homens com Deus e estende-se à comunhão dos homens entre si, graças à solidariedade com Ele, melhor, à inclusão nele de toda a humanidade regenerada. Bela é a expressão de S. Atanásio: “Deus se fez homem para que o homem se tornasse Deus”. Se a nossa humanidade é a mesma que foi assumida pelo Filho de Deus, então, podemos afirmar que a sua humanidade não é simplesmente semelhante à nossa, mas ela é de fato a que está em nós. Daí a sublime conclusão: nele, nós todos nos encontramos, de maneira que o retorno dele ao Pai já é nossa presença, em plenitude, junto de Deus. A missão alcança o seu escopo: no coração do Pai, o povo messiânico participa da perfeita unidade no amor.
 
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Senhor Jesus, faz-me compreender que tu escolheste o caminho da cruz e do sofrimento para realizar a missão recebida do Pai.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

EVANGELHO DO DIA 19 DE FEVEREIRO DE 2014

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 19 de fevereiro de 2014
Ano A - Marcos 8,22-26
 
Aleluia, aleluia, aleluia.
Que o Pai do Senhor Jesus Cristo vos dê do saber o Espírito; para que conheçais a esperança, reservada para vós como herança! (Ef 1,17s)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, 8 22 Jesus e seus discípulos chegando a Betsaida, trouxeram-lhe um cego e suplicaram-lhe que o tocasse.
23 Jesus tomou o cego pela mão e levou-o para fora da aldeia. Pôs-lhe saliva nos olhos e, impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe: "Vês alguma coisa?"
24 O cego levantou os olhos e respondeu: "Vejo os homens como árvores que andam".
25 Em seguida, Jesus lhe impôs as mãos nos olhos e ele começou a ver e ficou curado, de modo que via distintamente de longe.
26 E mandou-o para casa, dizendo-lhe: "Não entres nem mesmo na aldeia".
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
A VISÃO RECOBRADA

A cura do cego teve uma função simbólica na formação dos discípulos. Jesus estava para lhes revelar coisas importantíssimas, que exigiam grande lucidez para serem compreendidas e assimiladas. A cegueira espiritual poderia levá-los a não compreender as palavras do Mestre, ou então a deturpá-las. A experiência do cego correspondia à experiência que os discípulos deveriam também fazer.
Jesus acolheu a súplica dos que conduziam o cego, pedindo-lhe para tocá-lo. O cego foi conduzido para um lugar afastado. E, ao cabo de um verdadeiro ritual, Jesus lhe restituiu a visão, passando o homem a ver todas as coisas, mesmo de longe, bem e claramente.
Aos discípulos faltava esta visão perfeita, sendo ainda incapazes de captar a exata impostação do convite de Jesus para segui-lo. Sua compreensão de messianismo não se adequava àquela de Jesus. Eles esperavam que Jesus se manifestasse como messias rei, cheio de glória e poder. E, nem de longe, podiam imaginar o quanto o projeto de Jesus se distanciava deste modelo messiânico.
Os olhos dos discípulos deveriam ser abertos por Jesus assim como o foram os olhos do cego. Continuar a caminhar como cegos seria uma imprudência. Suas vidas corriam o risco de terminar numa frustrante decepção.
 
ORAÇÃO
Senhor Jesus, restitua em mim a visão para que eu possa ver claramente o caminho para onde tu me conduzes.

(Pe. Jaldemir Vitório)

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

EVANGELHO DO DIA 18 DE FEVEREIRO DE 2014

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia - 18 de fevereiro de 2014
Ano A - Marcos 8,14-21
 
Aleluia, aleluia, aleluia.
Quem me ama, realmente, guardará minha palavra e meu Pai o amará, e a ele nós viremos (Jo 14,2).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
8 14 Aconteceu que os discípulos de Jesus haviam esquecido de levar pães consigo. Na barca havia um único pão.
15 Jesus advertiu-os: “Abri os olhos e acautelai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes!”
16 E eles comentavam entre si que era por não terem pão.
17 Jesus percebeu-o e disse-lhes: “Por que discutis por não terdes pão? Ainda não tendes refletido nem compreendido? Tendes, pois, o coração insensível?
18 Tendo olhos, não vedes? E tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais mais?
19 Ao partir eu os cinco pães entre os cinco mil, quantos cestos recolhestes cheios de pedaços?” Responderam-lhe: “Doze”.
20 E quando eu parti os sete pães entre os quatro mil homens, quantos cestos de pedaços levantastes? “Sete”, responderam-lhe.
21 Jesus disse-lhes: “Como é que ainda não entendeis?”
Palavra da Salvação. Glória à Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Fermento dos fariseus
 
Em lugar da superabundância messiânica do pão ázimo da nova Páscoa cristã, verdadeiro pão de vida eterna, os fariseus impõem aos seus discípulos o fardo insuportável de suas prescrições rituais, o alimento fermentado de suas “tradições humanas”, que contaminam seus seguidores. O pão ázimo constitui o alimento de Israel, em que o fermento era excluído, talvez por ser símbolo de corrupção. Por isso, ao referir-se aos fariseus, Jesus salienta a ideia de renovação: o velho fermento deve desaparecer. Seus discípulos hão de evitar esse alimento, pois Ele lhes preparou, salienta Orígenes, “uma massa nova e espiritual, oferecendo-se a si mesmo, pão vivo descido dos céus e que dá vida ao mundo”.
Para que todos o compreendam, mesmo os que têm os corações embotados, Jesus explica suas palavras, nota novamente Orígenes, “de modo mais explícito, aludindo não ao pão material, mas ao fermento presente no ensinamento dos fariseus e na astúcia ardilosa de Herodes”. S. Basílio Magno aponta ser o fermento as heresias que cegam seus seguidores e S. João Crisóstomo fala dos vícios que mancham os homens que não buscam a Deus e não caminham com Ele.
De início, os próprios discípulos não o entendem, pois estão preocupados com o fato de não terem trazido os pães. Sentem dificuldades em se situarem no nível espiritual, para aceder à compreensão do pão celestial, o pão do céu, graças ao qual eles serão conduzidos à verdadeira liberdade. Torna-se, assim, compreensível a repreensão do Mestre: “Ainda não entendeis e nem compreendeis?” O Senhor “quer banir de seus corações, observa S. João Crisóstomo, a preocupação pelos alimentos para conferir-lhes confiança em Deus e em sua ação benevolente”. Só então eles estarão capacitados para assumir a novidade da mensagem de Jesus e estarão livres para participar da verdade, que se manifesta no interior de suas palavras, presença viva do amor gratuito de Deus. Só quem estiver interiormente livre, compreenderá seus ensinamentos e será alimentado por eles.
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Senhor Jesus, guarda-me do fermento do mundo que contamina meu coração e me impede de ser fermentado por ti e pelo teu Espírito.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

EVANGELHO DO DIA 17 DE FEVEREIRO DE 2014

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 17 de fevereiro de 2014
Ano A - Marcos 8,11-13
 
Aleluia, aleluia, aleluia.
Sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai, senão por mim (Jô 14,6).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
8 11 Vieram os fariseus e puseram-se a disputar com Jesus e pediram-lhe um sinal do céu, para pô-lo à prova.
12 Jesus, porém, suspirando no seu coração, disse: “Por que pede esta geração um sinal? Em verdade vos digo: jamais lhe será dado um sinal”.
13 Deixou-os e seguiu de barca para a outra margem.
Palavra da Salvação. Glória a vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
O PEDIDO RECUSADO

Jesus recusou-se terminantemente a fazer exibição de seu poder taumatúrgico, para satisfazer a curiosidade alheia ou para provar, a quem se recusava aceitá-lo, sua condição messiânica. Os fariseus tentaram, sem sucesso, arrancar um milagre de Jesus nestas condições. Jesus não caiu nesta armadilha.
São vários os motivos da recusa de Jesus. Os milagres não têm, por si mesmos, o poder de convencer ninguém e levá-lo à fé. Fazer um milagre diante dos fariseus seria perda de tempo e poderia ter o efeito de fazê-los odiar Jesus ainda mais. Os milagres pressupõem a fé e os fariseus representavam uma categoria de pessoas refratárias a Jesus e incapazes de perceber o verdadeiro significado de seu gesto. Os milagres têm como objetivo levar a salvação do Reino a quem é privado de sua saúde ou tem a vida ameaçada. Esse não era o caso dos fariseus que não estavam dispostos a abrir mão de seus preconceitos contra Jesus.
Recusando atender o pedido dos fariseus, Jesus manifestou uma atitude de firmeza diante da tentação de um messianismo espetacular e exibicionista que mantém as pessoas cativas de seu egoísmo, sem sensibilizá-las para o amor e a misericórdia. Igualmente, a tentação de um messianismo humanamente gratificante, pelo sucesso e pelos aplausos. Jesus estava certo de que isto não correspondia ao querer do Pai.
 
ORAÇÃO



Senhor Jesus, que eu jamais caia na tentação do exibicionismo e da busca do reconhecimento humano fácil, pois não é este o caminho do Pai.

(Pe. Jaldemir Vitório )

domingo, 16 de fevereiro de 2014

EVANGELHO DO DIA 16 DE FEVEREIRO DE 2014

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 16 de fevereiro de 2014
Ano A - Mateus 5,17-37
 
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu te louvo, ó Pai santo, Deus do céu, Senhor da terra: os mistérios do teu reino aos pequenos, Pai, revelas (Mt 11,25).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 5 17 "Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição.
18 Pois em verdade vos digo: passará o céu e a terra, antes que desapareça um jota, um traço da lei.
19 Aquele que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar assim aos homens, será declarado o menor no Reino dos céus. Mas aquele que os guardar e os ensinar será declarado grande no Reino dos céus.
20 Digo-vos, pois, se vossa justiça não for maior que a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos céus.
21 Ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás, mas quem matar será castigado pelo juízo do tribunal’.
22 Mas eu vos digo: todo aquele que se irar contra seu irmão será castigado pelos juízes. Aquele que disser a seu irmão: ‘Raca’, será castigado pelo Grande Conselho. Aquele que lhe disser: ‘Louco’, será condenado ao fogo da geena.
23 Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,
24 deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta.
25 Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás em caminho com ele, para que não suceda que te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao seu ministro e sejas posto em prisão.
26 Em verdade te digo: dali não sairás antes de teres pago o último centavo.
27 Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Não cometerás adultério’.
28 Eu, porém, vos digo: todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração.
29 Se teu olho direito é para ti causa de queda, arranca-o e lança-o longe de ti, porque te é preferível perder-se um só dos teus membros, a que o teu corpo todo seja lançado na geena.
30 E se tua mão direita é para ti causa de queda, corta-a e lança-a longe de ti, porque te é preferível perder-se um só dos teus membros, a que o teu corpo inteiro seja atirado na geena.
31 Foi também dito: ‘Todo aquele que rejeitar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio’.
32 Eu, porém, vos digo: todo aquele que rejeita sua mulher, a faz tornar-se adúltera, a não ser que se trate de matrimônio falso; e todo aquele que desposa uma mulher rejeitada comete um adultério.
33 Ouvistes ainda o que foi dito aos antigos: ‘Não jurarás falso, mas cumprirás para com o Senhor os teus juramentos’.
34 Eu, porém, vos digo: não jureis de modo algum, nem pelo céu, porque é o trono de Deus;
35 nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei.
36 Nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes fazer um cabelo tornar-se branco ou negro.
37 Dizei somente: ‘Sim’, se é sim; ‘não’, se é não. Tudo o que passa além disto vem do Maligno.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
A nova justiça é superior à antiga

A todas as proibições, Jesus antepõe a virtude do amor fraterno. Por isso, de modo enfático, Ele proclama: “Não matarás, aquele que matar terá de responder em juízo”. Para o Senhor, é impensável tirar, de modo voluntário, a vida de alguém, primariamente, pelo fato de ele estar agindo contra o próprio Deus, “à imagem e semelhança do qual” todo ser humano foi criado. S. Gregório de Nissa dirá que o ser humano é“imagem viva de Deus”, não apenas enquanto ser espiritual, mas também em seu ser corpóreo. No seu todo, como ser único e indiviso, ele é um retrato de Deus, de modo que, através de sua grandeza e dignidade, refletida de modo pleno em Jesus Cristo, se pode entrever a face humana de Deus. Criado por Deus, o homem é conduzido, por uma ação paciente e constante, a assemelhar-se àquele a imagem do qual ele foi criado, isto é, o Verbo encarnado, Jesus Cristo, nas palavras de S. Irineu. O homem, então, é impulsionado a elevar seu pensar e seu agir à beleza e à harmonia do mistério da vida, cuja grandeza está em assumir a responsabilidade e o verdadeiro amor a si e ao próximo.
Consequentemente, o ato de matar é também um ato contra a dignidade da pessoa humana. Quem mata é movido pelo desejo de “apoderar-se do que é de Deus, sem Deus”, destruindo a fraternidade humana, realidade valiosa, porta de entrada da graça divina. Quem o faz, abala as bases da vida humana em sociedade. O pecado não é exacerbado, mas é situado no plano primário de Deus, que consiste em restaurar o homem e levá-lo à comunhão fraterna. O amor, a paciência e o perdão, dons divinos, dilatam o seu coração e ele passa a compreender, em seu íntimo, que mesmo “quem se encolerizar contra o seu irmão, terá de responder em juízo” (v.22).
Para além do crime e do castigo, o olhar de Jesus alcança a intenção oculta no coração humano, sede do pecado que, semelhante a uma semente, cresce e se desenvolve, a pouco e pouco, a menos que não seja superado e destruído pela graça de Deus, fogo divino, que penetrando o seu coração purifica-o de seus vícios e estabelece a vitória do amor e da força vivificante de Deus. É o próprio Mestre, que, de modo direto e compassivo, nos conduz à fonte originária da vida cristã, a caridade. A todos Ele concede o antídoto contra o pecado: a misericórdia, a bondade e a paciência, nascidas de um coração pleno de amor e de perdão. O contrário, tirar a vida de alguém ou se encolerizar contra um irmão, torna-se inimaginável. S. Agostinho dirá: “Vivamos o amor e façamos o que quiser”. Pois quem ama jamais ofenderá o irmão e não deixará de corresponder às exigências do Evangelho. S. João Crisóstomo exclama: “Ó admirável bondade de Deus! Ó amor, que vai além de nossos pensamentos! Ele descuida da honra que lhe é devida, para salvar a caridade que devemos ter para com o próximo. Ele mostra que as advertências, apenas pronunciadas, não se originam da aversão e muito menos do desejo de punir, mas do imenso amor que ele nutre pelos homens”.
 
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Pai, guiado pelos ensinamentos de Jesus, revela-me teu querer divino, livrando-me de dar-me por satisfeito com a observância superficial dos teus mandamentos.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

EVANGELHO DO DIA 15 DE FEVEREIRO DE 2014

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 15 de fevereiro de 2014
 
Ano A - Marcos 8,1-10

Aleluia, aleluia, aleluia.
O homem não vive somente de pão, mas de toda palavra da boca de Deus (Mt 4,4).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos. 8 1 Naqueles dias, como fosse novamente numerosa a multidão, e não tivessem o que comer, Jesus convocou os discípulos e lhes disse: 2 “Tenho compaixão deste povo. Já há três dias perseveram comigo e não têm o que comer. 3 Se os despedir em jejum para suas casas, desfalecerão no caminho; e alguns deles vieram de longe!” 4 Seus discípulos responderam-lhe: “Como poderá alguém fartá-los de pão aqui no deserto?” 5 Mas ele perguntou-lhes: “Quantos pães tendes?” “Sete”, responderam. 6 Mandou então que o povo se assentasse no chão. Tomando os sete pães, deu graças, partiu-os e entregou-os a seus discípulos, para que os distribuíssem e eles os distribuíram ao povo. 7 Tinham também alguns peixinhos. Ele os abençoou e mandou também distribuí-los. 8 Comeram e ficaram fartos, e dos pedaços que sobraram levantaram sete cestos. 9 Ora, os que comeram eram cerca de quatro mil pessoas. Em seguida, Jesus os despediu. 10 E embarcando depois com seus discípulos, foi para o território de Dalmanuta.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
SACIANDO AS MULTIDÕES
A sensibilidade de Jesus em relação a seus ouvintes e seguidores era notável. Ele estava continuamente preocupado com eles e cuidava para não serem penalizados pelo cansaço ou pela fome. Seu coração de pastor falava mais alto nas situações delicadas. A multiplicação dos pães foi uma clara expressão da misericórdia de Jesus. E exemplo da misericórdia que deve haver no coração de quem se faz seu discípulo. Jesus podia ter considerado encerrada sua missão ao ter beneficiado as multidões com inúmeros milagres e expressões de bondade. Que cada qual voltasse para sua casa e retomasse suas atividades! Porém, as circunstâncias não permitiam. Era arriscado muitos morrerem pelas estradas antes de chegarem a seus destinos. O pastor não podia submeter seu rebanho a tal provação. A misericórdia de Jesus exigia dele encontrar uma saída. A solução consistiu em sugerir um gesto de partilha. Alguém colocou à disposição de todos seus sete pães e alguns peixinhos. Este gesto de desprendimento e espírito comunitário foi o ponto de partida para Jesus poder alimentar a todos, até ficarem saciados. A misericórdia de Jesus deu frutos imediatos. Assim se explica o despojamento e a solidariedade com que o desconhecido partilhou seus parcos alimentos e levou a multidão a ser salva de morrer pela fome. A superação do egoísmo já foi um verdadeiro milagre.

ORAÇÃO

Senhor Jesus, cria em mim um espírito de desprendimento de modo a poder refazer o milagre da partilha com os mais necessitados.

(Pe. Jaldemir Vitório)

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

EVANGELHO DO DIA 14 DE FEVEREIRO DE 2014

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 14 de fevereiro de 2014
Ano A - Marcos 7,31-37
 
Aleluia, aleluia, aleluia.
Abri-nos, ó Senhor, o coração para ouvirmos a palavra de Jesus! (At 16,14).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
7 31 Jesus deixou de novo as fronteiras de Tiro e foi por Sidônia ao mar da Galiléia, no meio do território da Decápole.
32 Ora, apresentaram-lhe um surdo-mudo, rogando-lhe que lhe impusesse a mão.
33 Jesus tomou-o à parte dentre o povo, pôs-lhe os dedos nos ouvidos e tocou-lhe a língua com saliva.
34 E levantou os olhos ao céu, deu um suspiro e disse-lhe: “Éfeta!”, que quer dizer “abre-te!”
35 No mesmo instante os ouvidos se lhe abriram, a prisão da língua se lhe desfez e ele falava perfeitamente.
36 Proibiu-lhes que o dissessem a alguém. Mas quanto mais lhes proibia, tanto mais o publicavam.
37 E tanto mais se admiravam, dizendo: “Ele fez bem todas as coisas. Fez ouvir os surdos e falar os mudos!”
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Cura do surdo-mudo

Ao realizar o milagre da filha da cananeia, Jesus demonstra curar sem ter contato direto com a pessoa. Basta o poder de sua Palavra. Herodes julga ser Ele o profeta João Batista, que teria voltado à vida, pois os anjos ou as forças do Reino celeste “agem nele”. Os discípulos ainda se sentem comovidos pelo fato de tê-lo visto caminhando sobre o mar. Para a comunidade cristã realiza-se a promessa do profeta Isaías: “Então se abrirão os olhos dos cegos, e os ouvidos dos surdos se desobstruirão” (35,5).
Agora, em território pagão, na Decápole, as multidões se maravilham diante de suas palavras e milagres. O divino Mestre manifesta a beleza e a bondade de Deus, curando um surdo-mudo. Tocando-lhe os ouvidos e a língua, diz-lhe: “Effatha”, que quer dizer: “Abre-te!”, para significar a cura da surdez física, sobretudo, para expressar a abertura do coração à fé, que exige “escuta” e discernimento para crer no que não se vê. Escreve S. Paulo: O ato de fé se realiza “na confissão dos lábios que Jesus é o Senhor”(Rm 10,9). Referindo-se ao fato de o milagre se ter realizado em terras estrangeiras, S. Gregório Magno destaca que “em seu ministério de soltar as línguas e de abrir os ouvidos, o Senhor apontava para o tempo em que todas as nações iriam escutar e falar da vinda do próprio Deus em Pessoa”.
A fé exige crescimento constante. Também os Apóstolos deverão chegar, a pouco e pouco, à fé integral e autêntica. Por isso, é significativo o fato de se dizer que o surdo-mudo começou a falar“corretamente”. Expressão que indica não só ter ele articulado bem as palavras, mas de ele estar atento à mensagem do Senhor, que o toca interiormente. Os ensinamentos e os valores transmitidos pelo Evangelho são, assim, considerados no jogo da presença e da ausência do sentido de sua vida em Cristo. O surdo-mudo converte-se e, no caminhar da fé, ele irá abraçar a vida como expressão da Palavra amorosa de Deus.
 
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Senhor Jesus, abre meu coração e minha mente, para que eu possa realizar plenamente minha vocação de discípulo do Reino.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

EVANGELHO DO DIA 13 DE FEVEREIRO DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 13 de fevereiro de 2014.
Ano A - Marcos 7,24-30
 
Aleluia, aleluia, aleluia.
Acolhei docilmente a palavra semeada em vós, meus irmãos; ela pode salvar vossas vidas! (Tg 1,21).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
7 24 Em seguida, Jesus, deixando aquele lugar, foi para a terra de Tiro e de Sidônia. E tendo entrado numa casa, não quis que ninguém o soubesse. Mas não pôde ficar oculto,
25 pois uma mulher, cuja filha possuía um espírito imundo, logo que soube que ele estava ali, entrou e caiu a seus pés.
26 (Essa mulher era pagã, de origem siro-fenícia.) Ora, ela suplicava-lhe que expelisse de sua filha o demônio.
27 Disse-lhe Jesus: “Deixa primeiro que se fartem os filhos, porque não fica bem tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cães”.
28 Mas ela respondeu: “É verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos debaixo da mesa comem das migalhas dos filhos”.
29 Jesus respondeu-lhe: “Por causa desta palavra, vai-te, que saiu o demônio de tua filha”.
30 Voltou ela para casa e achou a menina deitada na cama. O demônio havia saído.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
UM EXEMPLO DE FÉ


A pregação de Jesus em terras estrangeiras exigiu dele superar os preconceitos e tabus de seu povo. Entre eles, a identificação da terra dos pagãos como âmbito da impureza e a proibição de contactar com eles. A visão de que sua missão se destinava unicamente ao povo de Israel, sem perspectivas mais amplas. A concepção machista na qual a mulher era desvalorizada e reduzida à condição de propriedade do pai ou do marido.
Jesus alargou o raio de sua pregação para além dos limites de Israel e aí fez experiências importantes para formação da sua consciência, enquanto enviado do Pai. O encontro com uma mulher pagã, pedindo a cura para sua filhinha, foi um momento privilegiado do seu ministério.
Num primeiro momento, Jesus se recusou atender seu pedido ancorado na certeza de ter sido enviado apenas para os fiéis judeus. Ajudar uma pagã seria como tirar o pão da boca dos filhos e jogá-lo aos cachorrinhos. A mulher, por ser pagã e idólatra, não possuía o requisito da fé para ser atendida. Portanto, estava excluída do Reino.
Mas, a mulher demonstrou o contrário. Os cachorrinhos também têm o direito de saciar-se com as migalhas caídas da mesa dos filhos. Esta profissão informal de fé fez Jesus voltar atrás. Entre os pagãos havia gente preparada para receber os benefícios do Reino.




ORAÇÃO
Senhor Jesus, alarga meus horizontes fazendo-me ver, para além dos meus preconceitos e tabus, tantas pessoas marginalizadas a quem a boa-nova deve ser anunciada.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório