segunda-feira, 30 de setembro de 2013

EVANGELHO DO DIA 29 DE SETEMBRO DE 2013

SALVE MARIA!
 
Evangelho do dia 29 de setembro de 2013
Lucas 16,19-31

Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus Cristo, sendo rico, se fez pobre por amor; para que sua pobreza nos, assim, enriquecesse (2Cor 8,9).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 16 19 disse Jesus: “Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho finíssimo, e que todos os dias se banqueteava e se regalava.
20 Havia também um mendigo, por nome Lázaro, todo coberto de chagas, que estava deitado à porta do rico.
21 Ele avidamente desejava matar a fome com as migalhas que caíam da mesa do rico. Até os cães iam lamber-lhe as chagas.
22 Ora, aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos ao seio de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado.
23 E estando ele nos tormentos do inferno, levantou os olhos e viu, ao longe, Abraão e Lázaro no seu seio.
24 Gritou, então: ‘Pai Abraão, compadece-te de mim e manda Lázaro que molhe em água a ponta de seu dedo, a fim de me refrescar a língua, pois sou cruelmente atormentado nestas chamas’.
25 Abraão, porém, replicou: ‘Filho, lembra-te de que recebeste teus bens em vida, mas Lázaro, males; por isso ele agora aqui é consolado, mas tu estás em tormento.
26 Além de tudo, há entre nós e vós um grande abismo, de maneira que, os que querem passar daqui para vós, não o podem, nem os de lá passar para cá’.
27 O rico disse: ‘Rogo-te então, pai, que mandes Lázaro à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos,
28 para lhes testemunhar, que não aconteça virem também eles parar neste lugar de tormentos’.
29 Abraão respondeu: ‘Eles lá têm Moisés e os profetas; ouçam-nos!’
30 O rico replicou: ‘Não, pai Abraão; mas se for a eles algum dos mortos, arrepender-se-ão’.
31 Abraão respondeu-lhe: ‘Se não ouvirem a Moisés e aos profetas, tampouco se deixarão convencer, ainda que ressuscite algum dos mortos’.
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!


REFLEXÃO
Parábola do mau rico e do pobre Lázaro

             A parábola não fala de um rico anônimo, voluntariamente cruel ou desdenhoso. Ele simplesmente ignora o pobre, embora este permaneça à sua porta. Exclama S. Jerônimo: “Ó mais infeliz entre os homens, vês um membro do teu corpo prostrado diante da porta e não tens compaixão. Em meio às tuas riquezas, o que fazes do que te é supérfluo?” Em muitos corações brama a mesma indignação ao verem tantos famintos, desprezados e rejeitados. Quantos, porém, vivem ao lado da miséria, sem vê-la, indiferentes e alheios ao sofrimento dos indigentes. O abismo entre Lázaro, no céu, e o rico, no inferno, foi criado durante sua vida terrena. Ouve-se a dura repreensão de S. Gregório Nazianzeno: “Imitai a imparcialidade de Deus, e não existirão mais pobres”. Forte apelo para despertar o amor e a responsabilidade para com os pobres, quer em nível social quer em âmbito de vida particular.
        O nome Lázaro, dado por Jesus ao pobre, significa “Deus é meu auxílio”. Apesar de uma vida adversa e sofredora, ele não perde sua esperança em Deus. Seus olhos contemplam os tesouros do céu. O mau rico nada vê além das riquezas terrenas, pois permanece preso aos bens materiais e aos prazeres humanos. Preocupado em buscar a felicidade terrena, nem nota o que se passa ao seu redor. Seu coração permanece fechado e vazio. Observa S. Agostinho: “Jesus não se referiu ao nome do rico, mas disse o nome do pobre. O nome do rico andava de boca em boca, mas Deus não o nomeia; silenciavam o nome do pobre, mas Deus o revela. Assim, Deus, que habita no céu, silencia o nome do rico porque não o encontra inscrito no céu. Porém, declara o nome do pobre porque aí o encontra inscrito, por sua própria solicitação”.
            Pródiga em imagens, a parábola retrata a retribuição pessoal concedida a Lázaro e traça os sofrimentos do rico, logo após a morte. Não se espera o fim dos tempos ou o julgamento último. A morte já os introduz na eternidade, marcada por um destino irrevogável. Estaria Jesus sendo muito severo? Ora, já no Antigo Testamento, ao se falar da esmola, sugerem-se consequências para a eternidade. Se ela “cobre uma multidão de pecados”, é necessário que ela não se resuma só à dádiva material. Unindo-se à caridade, ela comporta também um cuidado pessoal com o infeliz, pobre ou desamparado. Pois, diz S. Gregório de Nissa, “os pobres são os administradores de nossa esperança”. 
              A parábola traduz, com veemência e ardor, o apelo à conversão: Afastem-se as trevas do egoísmo e da ganância, do indiferentismo face à miséria do próximo, e abra-se o coração à generosidade e ao amor dadivoso e desinteressado.  Clama S. Hilário de Poitiers: “Deus não é medo, castigo, remorso, mas boa nova, amor, Ele é Pai”. Recordando a passagem do Evangelho: “com a medida com que medis sereis medidos”, S. Agostinho insiste: “ao rico, no tormento, é negada a misericórdia, porque não quis usar de misericórdia em sua vida. Por isso, quando em meio aos sofrimentos, ele invoca a piedade, não é ouvido, porque sobre a terra não acolheu as súplicas do pobre”.  Seu coração permanece fechado à misericórdia. 
 
 (Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
ORAÇÃO
Espírito de sensatez, ensina-me a aproveitar o tempo que me é concedido para viver o amor, solidário com os pobres, de forma a me preparar para o encontro com o Senhor.
 

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