A Festa de Corpus Christi foi instituída pelo papa Urbano IV em 11 de agosto de 1264, em vista de destacar a dimensão sacramental que a tradição romana associou à última ceia de Jesus, já celebrada na semana santa. A ceia é um momento de alegria, partilha e comunhão. Descartando a manducação do cordeiro pascal, Jesus apresenta-se como o pão que dá a vida, e o vinho que alegra a todos, inaugurando a nova celebração do Reino de Deus. A Eucaristia é a celebração da comunidade viva, animada pelo Espírito, unida em torno de Jesus, empenhada em cumprir a vontade do Pai, que é vida para todos.
(Pe. Jaldemir Vitório)
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
Festa de Corpus Christi
Na festa de Corpus Christi, do Corpo de Cristo, rendemos ação de graças a Jesus pela Quinta-feira santa. Na última Ceia, ele deixa aos seus discípulos o mais valioso presente, a Eucaristia. Nela reconhecemos sua presença real e verdadeira e o adoramos como o Salvador de todo o gênero humano. Ele é o verdadeiro Cordeiro, que realiza a Redenção da humanidade. Diz o Senhor: ”Em verdade, em verdade, vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue é verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim, eu nele. Assim como o Pai, que vive, enviou-me e eu vivo pelo Pai, também aquele que de mim se alimenta viverá por mim”.
A Eucaristia, presença real de Jesus, mistério de fé, remete-nos ao mistério de sua Encarnação, obra do Espírito Santo, no seio puríssimo da Virgem Maria. Sua presença na Eucaristia é também obra do Espírito Santo. No momento solene da consagração, o celebrante impõe as mãos sobre o pão e o vinho e, na pessoa de Cristo, invoca o Espírito Santo. Dá-se o milagre da transubstanciação: o pão e o vinho se transformam no Corpo e no Sangue de Jesus. O mistério da encarnação se perpetua e o Senhor permanece no meio de nós, segundo sua promessa, até o fim dos tempos.
S. Justino mártir afirma que, após a consagração, “não é pão ou vinho comum o que recebemos. Com efeito, do mesmo modo como Jesus Cristo, nosso Salvador, se fez homem pela Palavra de Deus e assumiu a carne e o sangue para a nossa salvação, também nos foi ensinado que o alimento sobre o qual foi pronunciada a ação de graças com as mesmas palavras de Cristo e, depois de transformado, nutre nossa carne e nosso sangue, é a própria carne e o sangue de Jesus que se encarnou”. Eis o mistério da fé! Proclamam os cristãos, logo após a consagração.
O discípulo participa da bondade misericordiosa de Jesus. Porém, caso feche-se ao Espírito Santo, ele jamais reconhecerá sua presença eucarística, pois é graças à ação divina do Espírito que se professa a presença única e extraordinária de Jesus no pão e no vinho consagrados. Como também na Palavra proclamada, no irmão que tem sede, que está nu ou é excluído da sociedade. Quem crê na presença eucarística, tão ardentemente desejada por Jesus, vai vivê-la intensamente na comunhão fraterna.
A Eucaristia constrói a Igreja, sinal da unidade de Deus, e permite-nos viver a comunhão com os irmãos. A caminho do martírio, lembra S. Inácio de Antioquia: “Vós estais todos unidos, rompendo o mesmo pão que é remédio de imortalidade, antídoto para não mais morrer, mas para viver em Jesus Cristo para sempre. Então, uma só coisa importa: ser encontrado no Cristo Jesus, para a verdadeira vida”.
(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
ORAÇÃO
Ó Deus, fonte de toda misericórdia
e de toda bondade, Vós nos indicastes o jejum, a esmola e a oração como remédio
contra o pecado. Acolhei a confissão da nossa fraqueza para que, humilhados
pela consciência de nossas faltas, sejamos confortados pelo Vosso Eterno Amor. E pelo Vosso Corpo e Vosso Sangue possamos nos redimir, definitivamente, dos erros que cometemos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Amém!
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