quinta-feira, 17 de abril de 2014

EVANGELHO DO DIA 17 DE ABRIL DE 2014

SALVE MARIA!
Evangelho do dia 17 de abril de 2014
Ano A João 13,1-15
 
Glória a vós, ó Cristo, Verbo de Deus.
Eu vos dou este novo mandamento, nova ordem agora vos dou, que, também, vos ameis uns aos outros, como eu vos amei, diz o Senhor (Jo 13,34).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
13 1 Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo ao Pai, como amasse os seus que estavam no mundo, até o extremo os amou.
2 Durante a ceia, - quando o demônio já tinha lançado no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de traí-lo -,
3 sabendo Jesus que o Pai tudo lhe dera nas mãos, e que saíra de Deus e para Deus voltava,
4 levantou-se da mesa, depôs as suas vestes e, pegando duma toalha, cingiu-se com ela.
5 Em seguida, deitou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha com que estava cingido.
6 Chegou a Simão Pedro. "Mas Pedro lhe disse: Senhor, queres lavar-me os pés!"
7 Respondeu-lhe Jesus: "O que faço não compreendes agora, mas compreendê-lo-ás em breve".
8 Disse-lhe Pedro: "Jamais me lavarás os pés!" Respondeu-lhe Jesus: "Se eu não tos lavar, não terás parte comigo".
9 Exclamou então Simão Pedro: "Senhor, não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça".
10 Disse-lhe Jesus: "Aquele que tomou banho não tem necessidade de lavar-se; está inteiramente puro. Ora, vós estais puros, mas nem todos!"
11 Pois sabia quem o havia de trair; por isso, disse: "Nem todos estais puros".
12 Depois de lhes lavar os pés e tomar as suas vestes, sentou-se novamente à mesa e perguntou-lhes: "Sabeis o que vos fiz?
13 Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou.
14 Logo, se eu, vosso Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar-vos os pés uns aos outros.
15 Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, assim façais também vós".
Palavra da Salvação. Glória a Vós, Senhor!
 
(HOJE TEREMOS DOIS COMENTÁRIOS)
 
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
 
Última Ceia
Ao cair da tarde, Jesus entrou na cidade de Jerusalém com os discípulos. Por ordem do Senhor, Pedro e João foram à casa de “alguém” e disseram-lhe: “O Mestre diz: o meu tempo está próximo. Em tua casa irei celebrar a Páscoa com os meus discípulos” (Mt 26,18). O dono da casa os recebe, com tudo preparado: no andar de cima, uma ampla sala, pronta, varrida e sobre a mesa alguns pratos com o pão ázimo, as jarras de vinho e as taças. Segundo a tradição, todos se estenderam sobre pequenos leitos baixos: João ao lado do Mestre, Pedro na frente e Judas não muito distante. Era o momento sagrado, que seria perpetuado pela Igreja nascente, cuja memória estaria presente em hinos e orações, e iria inspirar grandes mestres como Giotto e Leonardo da Vinci. Momento de alegria e de simplicidade. Solenemente, Jesus anuncia: É chegada a “hora”, e a hora é agora. E, com o coração palpitante de amor, Ele faz o seu último e mais íntimo discurso, que o evangelista introduz com as palavras: “Tendo amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim”. “Até o fim”, não só o último momento, mas“a plenitude”, prenúncio do seu brado na cruz: “Tudo está consumado”.
Após lavar simbolicamente as mãos, rito prescrito para o início da ceia, para surpresa de todos, Jesus levanta-se, cinge-se com uma toalha e põe-se a lavar os pés dos Apóstolos. Segundo costume judaico, tal gesto deveria ter acontecido antes de eles terem ido à mesa. Gesto geralmente confiado a um servo ou escravo. Mas na comunidade de Jesus não havia e nem poderia haver a função de servos, que é exercida pelo próprio Mestre. Ele é o servo de Deus e dos homens. Pasmos, eles o veem passar de um a outro discípulo, lavando seus pés. Ao chegar junto a Pedro, este protesta: “Senhor, tu, lavar-me os pés?” A resposta do Senhor é imediata: “O que faço, não compreendes agora, mas o compreenderás mais tarde”. As palavras do Mestre levam-no para além do simples rito da ceia pascal: “Se não te lavar, não terás parte comigo”, e ele antevê esse gesto como elemento do rito de purificação, necessário para fazer parte do convívio com o Mestre e para participar da vida de comunhão com o Pai. Depois de lavar os seus pés, “Jesus voltou à mesa e lhes disse: Compreendeis o que vos fiz?” Ora, se eu vos lavei os pés, “vós que me chamais de Mestre e Senhor e dizeis bem, pois eu o sou”, muito mais, entre vós, “vos deveis também lavar os pés uns aos outros”.
Logo após, “enquanto comiam, tomou o pão e, depois de pronunciar a bênção, o partiu, e o deu a eles dizendo: Tomai, isto é o meu corpo’”. Partir o pão e distribui-lo aos Apóstolos exprime fraternidade e, para os primeiros cristãos, irá caracterizar a Eucaristia como “fração do pão”. A seguir, tomou “o cálice de ação de graças” e disse: “Este é o cálice do meu sangue”, o sangue da nova Aliança, derramado na cruz. Celebrar a Ceia é participar do amor infinito do Senhor, em sua presença real no meio de nós, e é ter “os mesmos sentimentos que foram os de Jesus Cristo”, do começo ao fim de sua vida terrena, um lava-pés, um serviço aos semelhantes. Em suma, para se aproximar da Eucaristia, há de se viver o espírito do lava-pés, para que assim se realizem as palavras de Jesus:“Sabendo disso, vós sereis felizes, se o praticardes” (Jo 13,17).



(Dom Fernando Antônio Figueiredo)
 
(Segundo comentário)
 
 
É PRECISO CONVERTER-SE!

A recusa de Pedro de deixar-se lavar os pés revelou uma mentalidade da qual devia abrir mão como pré-requisito para continuar a ser discípulo de Jesus. Sem isto, era impossível ter parte com ele, e compartilhar de sua vida e missão.
Pedro comungava com a mentalidade hierarquizada da época, a qual determinava a cada um o seu devido lugar. A relação entre mestre e discípulo era regulada pela superioridade, sapiência, respeitabilidade de um, e pela inferioridade, ignorância e submissão do outro. Ao discípulo competia comportar-se como servidor do Mestre, por exemplo, lavando-lhe os pés após uma longa caminhada.
O comportamento de Jesus foi, totalmente, diferente. Foi o do escravo que acolhe um hóspede que chega de viagem à casa de seu senhor. Lavar os pés do visitante não cabia ao dono da casa, e sim aos servos.
O gesto de Jesus pareceu inaceitável a Pedro, pois rompia a hierarquia, podendo gerar desrespeito. A mentalidade de Pedro era perigosa. Agindo assim, corria o risco de introduzir na comunidade dos discípulos de Jesus o esquema de senhor-escravo o qual o Mestre viera abolir. Corria o risco de pôr a perder a obra de Jesus, contaminando-a com os modelos superados, próprios do mundo do pecado. Era urgente que Pedro se convertesse e se convencesse de que, no Reino, a grandeza consiste em fazer-se servidor de todos sem distinção.
ORAÇÃO

Pai, ajuda-me a superar os esquemas mundanos que rompem a fraternidade e me reduzem aos esquemas do pecado, impedindo que eu me faça servidor do meu próximo.

(Pe. Jaldemir Vitório)

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